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O encontro entre Mauro Vieira e Marco Rubio (Republicanos) continua repercutindo, e os olhares se voltam para uma possível reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump. Ainda sem data para acontecer, o mercado financeiro acompanha a situação com otimismo. O economista-chefe da MB Associados e consultor da Abag, Sérgio Vale, analisa o assunto.

Confira na íntegra em: https://youtube.com/live/oR46TUxFHMM

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Transcrição
00:00Olha, o encontro entre Mauro Veira e Marco Rubio continua repercutindo e os olhares agora se voltam para uma possível reunião
00:08entre Lula e Donald Trump, ainda sem data para acontecer. E claro, o mercado financeiro acompanha tudo com otimismo,
00:14por isso a gente vai conversar agora com o economista-chefe da MB Associados e consultor da Abag, Sérgio Valle.
00:21Bom dia! Qual é a expectativa aí para esse encontro entre Lula e Trump?
00:26Deve sair de lá algo já imediato ou você acredita que ainda vai ser uma discussão aí a longo prazo?
00:33Bom dia, Patrícia. Prazer em falar com você também.
00:36Olha, eu tenho a impressão que a gente está num cenário hoje muito mais positivo, interessante do que a gente estava em julho.
00:42Julho foi um cenário de terror, né? A gente navegou a cegas, não sabia exatamente o que estava acontecendo,
00:49as razões estavam sendo colocadas não faziam sentido nenhum, nem econômicas, nem políticas.
00:53Agora, pelo menos, tem um início de conversa, de processo de conversa mais saudável, mais positivo,
01:01com temas concretos relacionados ao que a gente sempre imaginou que poderia ser um fato relevante de atuação,
01:09que é o caso das terras raras, e eventualmente o governo americano perceber que vários dos produtos
01:13que a gente exporta para os Estados Unidos, eles precisam disso.
01:17Então, acho que a gente tem uma nova base de negociação aqui.
01:20O Trump sempre foi pró-mercado, pró-business, sempre teve essa ideia de tentar conquistar o melhor
01:27do ponto de vista econômico para os Estados Unidos, está olhando dessa forma a partir de agora.
01:32Então, sai a questão ideológica, entra a questão mais pragmática, que é como de fato o Trump funciona,
01:38e agora a gente tem chance, eventualmente, de conseguir resolver toda essa aresta que a gente teve ao longo dos últimos meses
01:45e reconstruir essa base de negociação.
01:48Então, acho que tem um caminho positivo aqui.
01:49É inicial, é um processo longo, a gente está vendo o Trump com o resto do mundo
01:53sempre ter essas dificuldades em relação às tarifas.
01:57Ele não vai parar de mexer nas tarifas até o fim do governo dele,
02:01mas pelo menos a gente está numa base hoje muito melhor do que a gente estava em julho.
02:04Sérgio, bom dia. Então, aquilo que você diz, vai prevalecer o pragmatismo econômico
02:11envolvendo os dois países na balança, no final das contas, interesses aqui no Brasil e vice-versa.
02:19E toda essa questão mais ideológica seria um pano de fundo que teve gente que acreditou
02:24que ia acontecer alguma coisa, mas no final das contas o negócio é negócio mesmo, é business.
02:31Tudo bem, Marcelo. Exatamente.
02:32Quer dizer, o que me dá a impressão que o Trump chegou de informação em julho
02:37eram coisas que não estavam acontecendo no Brasil.
02:41Então, se colocou um cenário político numa gravidade no discurso do Trump
02:46que não era condizente com a realidade.
02:49A hora que isso sai do cenário, o Trump vê a realidade, que não tem nada disso,
02:54e ele volta às suas origens, digamos assim, que é um interesse puramente econômico,
02:59ele parte para negociar. O Lula também tem essa verba de querer negociar,
03:04ele está com essa intenção. Então, acho que a gente está num cenário hoje muito mais positivo.
03:10Destravou um cenário de tensão em que as duas partes não queriam se falar,
03:15e agora a gente tem um presidente que os dois se encontraram na ONU,
03:20deu aquela petroquímica, como o Lula colocou, do jeito que ele sempre coloca,
03:26e coloca um cenário a partir de agora que dá para negociar.
03:30Eu acho que tem um cenário que você consegue colocar em termos mais práticos
03:34e o Brasil tem o que oferecer.
03:35Se antes tinha aquela ideia, aquela imagem de que talvez se a gente era uma ponta muito fraca
03:40e não tinha exatamente nada muito relevante para os Estados Unidos,
03:44na verdade a gente tem bastante.
03:45As terras raras, um quarto das reservas estão aqui no Brasil,
03:49é de interesse total dos americanos,
03:51especialmente por conta da dominação chinesa em relação às terras raras.
03:55Então, tem um caminhão de oportunidades aqui
03:57que o Brasil está percebendo de usar de forma positiva.
04:01Então, a gente tem um caminho aqui muito construtivo,
04:03que está sendo iniciado. É longo, vai demorar, é um processo difícil,
04:08mas eu acho que é um bom início.
04:11Bom, a gente convida agora o Cristiano Vilela
04:13para participar dessa entrevista conosco.
04:16Cristiano, sua pergunta.
04:18Bom dia, satisfação recebê-lo aqui na Jovem Pan.
04:22Dentro desse contexto, dessa negociação envolvendo o presidente Lula e Donald Trump,
04:28na sua visão, é possível que fique evidenciado
04:32o que avance mais claramente essa possibilidade de um acordo,
04:37essa possibilidade de negociação do campo econômico,
04:41deixando de lado os aspectos políticos,
04:43que seriam os elementos que afastariam cada vez mais
04:47Donald Trump e o presidente Lula?
04:50Bom dia, Cristiano.
04:52Eu acho, Cristiano, que tem agora, mais do que nunca,
04:56uma intenção do governo Trump de, de fato, partir para a parte econômica.
05:01Porque além da questão das terras raras, que é de interesse total dos americanos,
05:05tem uma questão muito concreta.
05:07A gente está na América Latina, o principal, o país mais importante da América Latina.
05:11A gente tem uma presença forte da China aqui dentro.
05:15Um terço das exportações e importações são com a China.
05:19Então, há interesse muito concreto.
05:21Acho que o Trump finalmente entendeu de que brigar com a gente
05:25só vai fazer com que a gente se aproxime ainda mais dos chineses.
05:29Então, essa ideia de tentar negociar, de fato, para atrair a gente
05:32como uma força econômica que a gente é aqui na América Latina
05:35para os interesses americanos,
05:37é o caminho que o Trump, de fato, tinha que fazer.
05:40Não tinha como escapar disso.
05:42Então, acho que isso abre um espaço para temas que são mais econômicos,
05:46que são mais reais.
05:47Apesar de a tarifa, por si só, não fazer sentido econômico nenhum.
05:52Na verdade, tudo que o Trump tem feito em relação às tarifas
05:54é completamente errado, equivocado, do ponto de vista econômico,
05:58para a própria economia americana.
05:59Não vai trazer indústria, não vai aumentar emprego,
06:02não vai melhorar significativamente a balança comercial.
06:05Enfim, o Trump está num caminho muito errado
06:07para a própria economia americana.
06:09A gente está pagando esse preço com uma tarifa que é maior,
06:12pelo menos por hora, tirando a questão relacionada à China,
06:16que não faz sentido econômico nenhum para um país que,
06:19no nosso caso, é superavitário, os americanos com a gente.
06:23Então, assim, acho que a base econômica volta como deveria ser,
06:27apesar de não ter justificativa para as tarifas,
06:29e a gente começa a negociar coisas que são mais relevantes,
06:32mais reais e que fazem sentido para os Estados Unidos
06:35e para a gente também.
06:36Então, acho que começa aqui um cenário mais positivo
06:39e espero que consiga destravar toda essa tensão
06:43que foi criada nos últimos três meses.
06:44Henrique Kregner.
06:47Bom dia, Sérgio.
06:48A minha pergunta é justamente a respeito da questão da China.
06:51Nós temos aí uma aproximação.
06:53O governo foi muito rápido, mediante o anúncio das tarifas,
06:57das altas tarifas por parte do governo americano,
07:00de se aproximar ou correr buscando uma alternativa,
07:02o que é natural ali junto com a China.
07:06Numa potencial reaproximação dos Estados Unidos,
07:09você vê que ainda é possível fazer o caminho contrário,
07:12ou seja, a gente não se aproximar tanto da China assim
07:16e reorientar a política comercial e as interações comerciais
07:20mais aos Estados Unidos, ou não?
07:23Nós vamos continuar nessa dualidade,
07:25tendo a China como nosso principal parceiro comercial,
07:27os Estados Unidos como segundo,
07:29e ali nesse fortalecimento,
07:31mesmo num potencial conflito tarifário entre China e Estados Unidos.
07:35Bom dia, Henrique.
07:38Olha, tudo que o Trump está fazendo, na verdade,
07:41está afastando o mundo dos Estados Unidos.
07:44A gente está vendo tendencialmente o comércio,
07:46tanto exportação quanto importação com os Estados Unidos,
07:49o mundo inteiro hoje olhar a economia americana
07:52como uma parceira não confiável.
07:54Aquilo que era muito restrito à China,
07:56no primeiro mandato do Trump,
07:58e que acabou acontecendo o quê?
07:59A China se aproximar com mais intensidade do Brasil.
08:03A gente começou a ver uma exportação de soja,
08:06de grãos no geral, de carnes,
08:07com muito mais intensidade em relação ao que era antes do Trump.
08:11A gente tende a ver isso acontecer com mais intensidade agora.
08:14Então, essa ideia de trazer o Brasil para a esfera americana
08:18envolve questão de produtividade,
08:21do que a gente consegue exportar também,
08:23porque a gente exporta muito commodities.
08:25A base industrial de exportação brasileira é relativamente frágil.
08:30Então, não tem como imaginar que a gente vai se aproximar
08:34dos Estados Unidos com mais intensidade
08:35e deixar de ter a China como um grande comprador.
08:38E dado que a gente tem uma base importante de commodities,
08:41os Estados Unidos não vão comprar essas commodities,
08:43a China vai continuar comprando.
08:45Então, a tendência, na verdade,
08:46eu acho que a gente se aproximar ainda mais da China.
08:49A China depreciou sua moeda desde o começo desse ano.
08:53E aí, por conta disso,
08:55há essa possibilidade não só da gente exportar ainda mais para a China,
08:59as commodities que a gente já exporta há tanto tempo,
09:02mas a gente começar também a importar dos chineses.
09:05Acho que a gente vai começar a ver ao longo dos próximos anos
09:07muito dos produtos industrializados
09:10que a gente sempre trouxe dos Estados Unidos e da Europa
09:13começar a ver dos chineses.
09:15Eventualmente, se a gente conseguir fazer o acordo comercial
09:17com a União Europeia,
09:18abre-se um espaço industrial aqui importante com os europeus.
09:22Mas eu tenho a impressão, Henrique,
09:24que a gente está no caminho agora
09:25que os Estados Unidos, fazendo essa negociação
09:28da melhor forma possível,
09:30não conseguem afastar esse cenário realmente muito complicado
09:33de perda dos Estados Unidos
09:35dentro da exportação e da importação brasileira.
09:38Os americanos eram um quarto de exportação e importação.
09:42Agora, no último dado de setembro,
09:44virou 8%.
09:45Está caindo com força.
09:47Daqui a pouco os argentinos vão passar aos americanos.
09:49Então, é um cenário, de fato, de mudança,
09:52de exrupção que a gente está vivendo agora,
09:53que, infelizmente, é muito negativo para a economia americana
09:57e não vai conseguir afastar a gente dos chineses.
10:00E ainda nessa linha, né, Sérgio,
10:02que você está falando também dos malefícios
10:04da própria economia dos Estados Unidos,
10:06você acredita até onde vai o fôlego dele?
10:10Ele tomou posse em janeiro,
10:12a gente está chegando já no final do primeiro ano do seu mandato.
10:16Há uma pressão também, claro,
10:18dos empresários norte-americanos lá
10:20em relação a toda essa situação,
10:22porque eles também estão sendo penalizados.
10:24Inclusive, esse acordo, essa química toda,
10:26surgiu após o encontro de empresários brasileiros
10:30com empresários norte-americanos,
10:32com o próprio presidente Donald Trump.
10:34Como é que você avalia?
10:35Ele vai ter fôlego para fazer isso aí?
10:37Ou o limite vai ser a inflação
10:38e toda a situação econômica,
10:40que vai piorar muito também lá nos Estados Unidos?
10:45Marcelo, nada do que o Trump está fazendo agora
10:47tem chance de dar certo.
10:49As políticas econômicas que o Trump tem feito até agora,
10:53infelizmente, são muito negativas para a economia americana.
10:56Parte dessa questão tarifária,
10:58que é um tiro no pé para os Estados Unidos,
11:01não vai trazer mais indústria,
11:02vai só aumentar custo para os americanos,
11:05vai afastar os Estados Unidos do mundo como um todo.
11:08Ele fez um pacote fiscal muito ruim para os Estados Unidos
11:11no primeiro semestre,
11:12vai piorar ainda mais o déficit público americano,
11:15que já é alto nos próximos anos.
11:17Então, o cenário que está sendo construído hoje
11:19é muito negativo.
11:21E no caso da guerra tarifária,
11:23dado que não vai acontecer o que o Trump imagina,
11:26o risco, Marcelo,
11:27é o que a gente está vendo acontecer de novo agora.
11:30Toda hora ele vai vir com alguma tarifa nova.
11:32A gente viu o tarifa em cima dos produtos de madeira,
11:34a gente viu o tarifa em cima dos filmes,
11:36a gente viu o tarifa indústria farmacêutica,
11:39a gente está vendo agora contra a China,
11:40aí veio um desdobramento da indústria naval chinesa,
11:43enfim, ele está fazendo uma movimentação de tarifas o tempo todo,
11:48porque não está funcionando,
11:49não está resolvendo a situação comercial americana,
11:53não está trazendo indústria, pelo contrário,
11:55a tendência é você perder empregos industriais
11:58por conta dessa guerra tarifária,
12:00e a gente está no momento agora de fragilidade dos Estados Unidos.
12:02A economia americana está muito provavelmente
12:05num cenário recessivo nesse momento
12:08e com inflação mais elevada.
12:10Não é nenhum desastre de inflação americana,
12:12a gente está falando de inflação de 3,5%, 4%,
12:14mas é acima do que é a meta que o FED persegue,
12:18que é 2%.
12:18Então, tem um cenário econômico ruim,
12:21e a gente, infelizmente, no caso americano,
12:23tem um presidente que não consegue perceber isso
12:26e, na verdade, só está piorando essa situação.
12:28Então, é muito ruim o que está acontecendo
12:30para os Estados Unidos,
12:31não vai fazer com que a economia americana
12:33fique mais forte, pelo contrário,
12:35vai enfraquecer mais a economia americana
12:37e vai fazer com que o mundo inteiro
12:39olhe os Estados Unidos com desconfiança.
12:42Esse é um cenário, realmente,
12:43de mudança muito ruim que a gente está vivendo agora.
12:46Sérgio Vale, economista,
12:48obrigada pela sua participação aqui no Jornal da Manhã.
12:51Obrigado, foi um prazer participar também.
12:53Obrigado.
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