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Em entrevista ao Real Time, Milad Neto, diretor-executivo da K.Lume, explicou o risco de paralisação nas linhas de produção de montadoras devido à escassez de chips, impactos na indústria global e desafios estratégicos para o Brasil.

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Transcrição
00:00Os ruídos na cadeia de abastecimento de chips colocou a indústria automobilística em alerta.
00:05A Anfávia, que representa o setor, informou que a falta do insumo pode paralisar as linhas de produção das montadoras em semanas.
00:14Nós vamos falar então sobre esse risco de disrupção produtiva com o Milad Neto, ele que é diretor executivo da Calumi Consultoria Automobilística.
00:23Tudo bem, Milad? Bom dia pra você. Obrigado por estar aqui nos nossos estúdios no Real Time.
00:27Érico, é um prazer estar com vocês aqui, é um prazer estar novamente falando com todos vocês aqui e explicar um pouquinho mais dessas movimentações malucas dessa indústria automobilística.
00:37Prazer é todo nosso, viu Milad? E agora é maluca mesmo, né?
00:41Porque assim, nós temos problemas na indústria automotiva com tarifácio e agora com talvez a restrição de insumos essenciais para as montadoras por parte da China, né?
00:53Até quanto essa preocupação realmente pode ser traduzida na prática. Está já o mercado, o setor automobilístico já está sentindo dificuldade de acesso a esses insumos de primeira necessidade para o setor?
01:08Érico, a partir do momento que teve o anúncio dessa situação envolvendo o governo chinês, o governo holandês, aonde o governo chinês impediu que existisse exportação dos insumos produzidos dentro da China,
01:24acende-se um alarme dentro de toda a cadeia. Por quê?
01:27Porque a gente teve até muito pouco tempo atrás, né? Até 2023, durante a pandemia, uma questão dos semicondutores que estava normalizada, novamente eu digo até 2023, em nível global,
01:40e aí só que estava normalizada assim num limite, né? Por que eu digo isso? Porque a gente teve também durante a pandemia um problema com uma fábrica especializada em semicondutores no Japão que pegou fogo, né?
01:51Então a gente estava tratando com tudo isso num limite muito tênue. E não é uma indústria que você vira uma chave e mês que vem começa a produzir semicondutores.
02:00É uma indústria de alta tecnologia que exige um plano de investimento muito grande e que ela passa a produzir simplesmente depois de três ou cinco anos, como após tudo dá muito certo.
02:11Então a partir do momento que você tem uma restrição na oferta desses insumos, isso acaba sendo de fato um problema aí para toda a indústria.
02:19A gente sabe que essa restrição da China é para montadoras de fora do país. Este movimento pode beneficiar, por exemplo, a indústria automobilística da China, que a gente vê que não para de crescer?
02:31Sim, mas veja bem, se você considera que a China, se você considera que a China é o número um em vendas globais do automóvel, ela vai se beneficiar sendo o número um, aumentando a sua capacidade produtiva?
02:44Sim. Por quê? Porque, na verdade, você tem restrições de acesso aos mercados da União Europeia e ao mercado norte-americano.
02:52Então você vai ter aí uma produção, uma capacidade de produção, onde você vai ter basicamente veículos à disposição dentro do mercado chinês.
03:01Eu, particularmente, não acho que isso vá ocorrer, essa centralização, porque essas restrições ocorrem no mundo inteiro e eu acho que essa situação é aquele típico caso de um perde-perde.
03:13Perde a China, perde a capacidade da indústria automobilística como um todo e perdem os outros mercados.
03:18Meladi, tem uma alternativa para esta situação? O que fazer nesse caso? Buscar, por exemplo, esses insumos, esses minerais raros que é tão importante para a indústria automotiva em outros players, em outros lugares?
03:35Ou vai ter que haver uma negociação mais focada, mais próxima mesmo com a China?
03:40É, Eric, interessantíssima a sua pergunta. A grande questão é a seguinte, a gente não consegue produzir de um momento para o outro.
03:49Ela exige um tempo de maturação, essa indústria, e muitos investimentos.
03:53Então, a partir do momento que falta, por mais que os veículos, existem veículos com mais utilização de chips e outros veículos com menos utilização de chips.
04:01Mas faltou um chip para a produção do veículo, esse veículo vai ter que ficar parado.
04:06Então, independente da quantidade de volume de eletrônicos que esse veículo vai utilizar, faltou um chip e ele vai ter que ficar parado na linha de produção.
04:16Então, a tendência que a gente veja é que, de fato, aí exista uma diplomacia muito grande.
04:21E esse ponto é que a gente espera que o governo brasileiro tenha uma sabedoria de conseguir esse tipo de negociação.
04:28e uma exceção pouco provável, porque se for uma decisão do governo chinês, existe uma possibilidade muito remota de que se exista esse tipo de abertura,
04:38mas que a gente consiga quebrar, via negociação diplomática, esse tipo de favorecimento da indústria e esse fomento desses semicondutores para qualquer tipo de mercado.
04:49É uma utopia, mas, de qualquer forma, seria o caminho.
04:51Buscar outro tipo de fornecedor é pouco provável, porque, querendo ou não, por mais que o Brasil seja entre os dez maiores produtores desde os anos 2000,
05:02a gente tem outros mercados que produzem muito mais do que o mercado brasileiro e, nesse contexto, a gente estaria, como eu digo, atrás da fila.
05:11A gente está observando, claro, uma guerra tecnológica e, dentro disso, há uma onda de protecionismo às exportações de chips.
05:18A Holanda, por exemplo, fez uma intervenção da Nexperia, uma subsidiária do grupo Intec, de origem chinesa,
05:25alegando que risco de escassez de chips essenciais para a economia da Europa, além de preocupações com a segurança nacional.
05:33Imediatamente, a China anunciou restrições às exportações de tecnologias e componentes produzidos pela Nexperia no território chinês.
05:40Mas podemos estar diante da iminência da guerra dos chips mesmo, como a gente está falando, ou como eu falei, dessa guerra tecnológica?
05:49Então, Eric, como é interessante a gente analisar, porque a gente não tem uma fuga, a gente não tem ofertas de empresas
05:55onde a gente pode escolher A, B ou C para fazer o fornecimento desse tipo de material.
06:00Não é, por exemplo, com todo o respeito a uma indústria de pneus.
06:03Pelo fato de terem outros fornecedores, a gente pode recorrer...
06:06É uma indústria tecnológica também, né?
06:08A gente pode recorrer à indústria A, à indústria B, à indústria C, à indústria fabricante, né?
06:15A, B ou C.
06:16Nesse caso, é muito restrito e a produção está muito no limite.
06:21Então, a gente não tem como recorrer a outros fabricantes, a outros players.
06:26Existe um limite muito tênue da oferta e da demanda.
06:30Então, a gente vai ter que realmente esperar o apaziguamento dos humores de todo mundo,
06:36dessa guerra dos chips aí, todos os humores se refrescarem e os ânimos se refrescarem,
06:46porque, na verdade, não é a indústria brasileira que está em risco, a indústria automobilística brasileira que está em risco.
06:52A gente está com um contexto mais macro e global que está sendo colocado em risco
06:57com relação à falta de oferta desses chips.
07:01A gente já viu um alerta, por exemplo, da Volkswagen, uma montadora alemã,
07:04mas que tem aqui sua subsidiária no Brasil, sendo um dos braços mais importantes da empresa.
07:10Qual o impacto de uma eventual falta de chips nas montadoras sobre a economia e os investimentos no Brasil especificamente, Milard?
07:18Olha, você sempre coloca tudo que você vem analisando, você acaba colocando tudo em uma análise.
07:26Se falta veículo, você tem que parar a sua produção.
07:29Para a produção, falta faturamento para dentro da montadora.
07:33Faltando faturamento, você tem que ver suas contas, você tem que analisar os seus fornecedores,
07:37você tem que analisar os seus planos de longo prazo.
07:40O que vai acontecer com o teu mercado? O que vai acontecer com a tua linha de produção?
07:43Não. Vai haver, de fato, algum tipo de reestudo desse macro cenário?
07:49A gente vai passar a ter que investir ou a gente vai ter que direcionar investimentos
07:52a uma outra linha de produção, aonde é mais rentável e aonde tem maior volume?
07:56Tudo isso é levado em consideração.
07:59Então, assim, a gente tem que analisar, de fato, aquilo que vai acontecer de forma concreta
08:02nos próximos dias, semanas e meses com relação à questão dos chips,
08:07porque é, de fato, algum problema muito crítico.
08:13O Brasil não tem nenhuma fábrica de chips.
08:16O Brasil consegue cortar, consegue fazer algumas demandas secundárias.
08:21Essa é uma questão estratégica que a gente poderia estar pensando
08:24e ser uma questão estratégica de médio e longo prazo.
08:28É uma outra discussão, acho que está um pouco fora desse contexto,
08:31mas o Brasil não é especializado.
08:33Somos, nesse caso, totalmente dependentes de países terceiros.
08:37Milad Neto, eu queria muito agradecer a sua participação ao vivo aqui nos nossos estúdios.
08:41Um grande abraço para você e um ótimo final de semana, meu amigo.
08:44Muito obrigado.
08:45Um abraço.
08:46Prazer estar aqui novamente com vocês.
08:47Obrigado.
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