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As exportações do Brasil para a Argentina cresceram 55% no primeiro semestre de 2025, puxadas pelo setor automotivo. Em entrevista, Milad Neto, diretor da K.Lume Consultoria Automobilística, analisa o impacto dessa retomada nas montadoras brasileiras e o risco cambial que ainda cerca o país vizinho.

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Transcrição
00:00A economia da Argentina tem dado alguns sinais de recuperação, o que é sempre bom para o Brasil.
00:05As exportações para o país vizinho cresceram 55% no primeiro semestre,
00:10em meio ao cenário conturbado do tarifácio americano aos produtos brasileiros.
00:14Sobre esse desempenho, eu converso agora com o Milad Neto, que é diretor executivo da Calume,
00:19uma consultoria automobilística.
00:21Boa tarde para você, seja muito bem-vindo ao Real Time.
00:24Novamente, um prazer estar com vocês aqui, poder falar um pouquinho sobre esse mercado fantástico,
00:31que é o mercado automobilístico.
00:33A gente sempre fala aqui que o Brasil vende produtos com mais valor agregado para poucos mercados.
00:38A Argentina é um deles, a Argentina compra muitas manufaturas nossas
00:41e também temos uma integração muito grande da nossa cadeia automobilística, não é isso, Milad?
00:47Sim, é o grande parceiro histórico do Brasil com respeito ao mercado automobilístico.
00:54A gente tem uma relação com a Argentina de longo prazo e aí a gente consegue ter essa troca
01:01muito grande de autopeças e de veículos também já há muitos anos.
01:07E esse ano representou esse aumento bem interessante nos números de exportação do mercado brasileiro
01:16para o mercado argentino, que chamaram bastante a atenção.
01:20Bom, tem desafios cambiais e externos aí pela frente, porque a gente sabe que a Argentina agora
01:26está com o câmbio valorizado, o que também desperta alguma preocupação, porque a gente já viu esse filme antes.
01:32A Argentina, no tempo do Menem, achou que estava rica, depois o câmbio foi cortado pela metade,
01:38muitas empresas faliram, o país entrou naquela crise terrível.
01:40Esperamos que não seja esse caminho que esteja sendo traçado agora.
01:45Mas, bom, falando de todos esses desafios aí, que é entender um pouco a economia argentina também,
01:50que é uma economia complicada, a expectativa de manutenção desse bom desempenho,
01:55você acha que esse é um caminho que vai ser trilhado ao longo de 2025?
01:59Sim, eu acho que todos esperamos que a Argentina tenha essa estabilidade, porque é bom para ambos os países.
02:09A Argentina vem de uma forma muito cíclica, sendo trabalhada tanto na política quanto na economia,
02:17e o que atrapalha muito a relação comercial dos dois países.
02:20Então, como você bem citou, há alguns anos atrás, na época do Menem, a Argentina pensou que estava rica,
02:27e aí depois ela entrou dentro de um problema, e aí a gente sabe as consequências que isso ocorreu.
02:35Com o atual governo, as coisas parecem estar se endireitando,
02:38mas a gente precisa aguardar realmente a continuidade dos anos para entender de fato se a Argentina
02:43vai tomar o rumo correto das suas ações, ou se de fato é um fogo de palha.
02:49Mas, de fato, o que se apresenta nesse primeiro semestre, falando especificamente sobre o mercado automobilístico,
02:57são números muito positivos, muito contundentes.
03:01A gente falando sobre o ponto de vista brasileiro, a gente teve um aumento de 90 mil veículos,
03:08subiu de 165 mil veículos exportados para 264 mil veículos exportados para a Argentina.
03:19A Argentina é o terceiro maior país que a gente está exportando,
03:26parceiro que a gente está exportando hoje em dia,
03:28só perde para os Estados Unidos e para a China,
03:31representando 5,5% das nossas exportações,
03:35como um todo, não só do mercado automobilístico.
03:38E hoje, para você ver a representatividade da Argentina dentro do setor,
03:43da qual eu sou um especialista,
03:4560% das nossas exportações de veículos prontos estão indo para o mercado argentino.
03:51Então, a gente não fala só de veículos prontos,
03:55tem toda a cadeia também, tem toda a parte de autopeças,
03:58onde existe essa correlação.
03:59A Argentina é um mercado crescente, está evoluindo novamente com a sua indústria
04:05e demanda autopeça, e autopeça que também é produzida aqui no mercado brasileiro.
04:09Então, existe essa troca e existe esse crescimento,
04:12que novamente eu enfatizo, é bom para os dois países.
04:15Apesar de Brasil e Argentina estarem no Mercosul,
04:17já teve nesse histórico comercial entre os dois países,
04:20muitos problemas, como, por exemplo, dificuldades burocráticas para importar e exportar.
04:25A gente lembra até de épocas em que havia filas de caminhões esperando um carimbo ali,
04:30alguma coisa na fronteira, que não conseguiam passar.
04:32Como é que está essa dinâmica hoje, assim, na indústria automobilística?
04:35Tem sido fácil comprar e vender para a Argentina?
04:38Até pouco tempo atrás.
04:39Normalmente, essas questões que você levantou muito bem,
04:43recordou muito bem,
04:44eram quando a Argentina precisava reter algum tipo de dólar,
04:49principalmente dentro do mercado dela.
04:50E aí existiam algumas restrições, de fato, na questão de transporte de mercadorias,
04:57normalmente quando precisava ter algum tipo de saída.
05:00A gente teve uma série de restrições de entrada também para o mercado argentino,
05:06principalmente na parte de grãos, há muito tempo atrás.
05:09Mas, enfim, essa relação está mais tranquila.
05:11Existe um acordo bilateral vigente entre os dois países já há muito tempo.
05:16Então, teve um certo momento, três, quatro anos atrás, se não me falo a memória,
05:23teve uma turbulência nesse acordo,
05:25mas hoje as participações dos países estão em ordem,
05:32as empresas estão respeitando.
05:34Até pouco tempo atrás, existiu uma dificuldade das empresas
05:37em estar recebendo os valores que as empresas argentinas consumiam,
05:43mas isso tudo, pelo menos as informações que nos chegam,
05:46é que está bem resolvido e bem tratado no presente momento.
05:50Bom, a gente sabe que o presidente Milley já disse textualmente
05:53que se ele pudesse, ele sairia do Mercosul,
05:55fecharia um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.
05:58Depois que ele tomou posse, a realidade se impôs,
06:00ele viu que não é tão simples assim.
06:02Mas, estou dizendo isso para falar o quê?
06:05Apesar das diferenças políticas,
06:07o Mercosul ainda faz muito sentido,
06:09essa integração da cadeia produtiva,
06:11principalmente do Brasil e da Argentina,
06:13que são os maiores sócios,
06:14tem funcionado muito bem ao longo dos anos.
06:18Sim, o Mercosul é um polo de atração por si só.
06:22Depois ali, é um dos grandes,
06:24se você analisar,
06:26a gente é um polo de produção de veículos,
06:30o Brasil especificamente,
06:32e aí quando você analisa o todo,
06:34a gente tem um comércio aqui muito interessante.
06:36Tanto que a gente está sendo atualmente
06:39um polo hoje de atração
06:41para a própria indústria automobilística.
06:44Existem novos players chegando aqui dentro do Mercosul,
06:48especificamente dentro do Brasil,
06:49porque vem um potencial econômico dentro dessa região
06:52para conseguir não só produzir veículos
06:56dentro do mercado brasileiro,
06:57como também exportar para todos os nossos vizinhos.
07:00Então, é de fato um potencial crescimento
07:02para o nosso mercado como um todo,
07:04e especificamente falando de Brasil,
07:06também como um grande potencial.
07:08A Argentina tem a sua indústria,
07:10o Millet sempre quis,
07:12a própria Argentina sempre quis desenvolver muito
07:15a sua indústria automobilística,
07:19e é claro que ela vem se desenvolvendo,
07:21só que ela se especializou em veículos maiores,
07:24de maior valor agregado.
07:26A nossa indústria é especializada em veículos menores,
07:28de maior volume.
07:29Essa é a grande diferença entre os dois países.
07:32Mas a Argentina se desenvolveu.
07:33Se você faz um retrospecto e analisa a indústria argentina
07:36de 10 anos atrás, ela evoluiu mais do que a brasileira.
07:40A qualidade dos produtos, a qualidade construtiva,
07:43hoje ela já tem, ela capitaneou o desenvolvimento,
07:47por exemplo, dentro da Ford.
07:48A Ford se encontra dentro do mercado argentino,
07:51desculpem, mas saiu dentro do mercado brasileiro.
07:54Ela atua com as principais fontes de desenvolvimento.
07:58Eu me encontro hoje na cidade de Tatuí,
08:00onde a Ford tem uma pista de testes aqui,
08:02tem um centro de desenvolvimento aqui,
08:04a matriz dela se encontra, falando do Brasil,
08:06se encontra dentro do Brasil,
08:08mas a fábrica está na Argentina.
08:10E lá na Argentina, ela está desenvolvendo
08:13toda a parte futura de eletrificação.
08:15Então, assim, a Argentina tem e é um polo de desenvolvimento
08:19muito importante para a América do Sul.
08:20E tendo essa união junto ao mercado brasileiro
08:25e essa união e essa proximidade que os dois países têm,
08:29vai fomentar demais a indústria como um todo
08:32e esse polo de atração que é o Mercosul.
08:35Eu não vejo nenhum tipo de dificuldade em afirmar
08:38que esses dois grandes mercados, que são o Brasil
08:41e o segundo mais importante, que é a Argentina,
08:44se não trabalharem juntos, de fato,
08:47essa evolução e esse potencial que a região tem
08:50não vai levar a lugar absolutamente nenhum.
08:52E lá de Neto, diretor executivo da Calume,
08:55muito obrigado pela sua participação hoje
08:57aqui no Real Time. Boa tarde para você.
08:59Eu que novamente agradeço o contato de vocês.
09:01Obrigado e até a próxima.
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