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No Check Up desta semana, o doutor Claudio Lottenberg recebe o ortopedista Dan Oizerovici para um guia completo sobre duas das condições ósseas e articulares mais comuns: a osteoporose e a osteoartrose (artrose). Será que você sabe diferenciar uma da outra? Muitas pessoas têm dúvidas sobre causas, sintomas, tratamentos e, principalmente, sobre como a atividade física e o estilo de vida influenciam essas doenças. O dr. Dan responde a todas as perguntas de forma clara e detalhada.

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00:00Quando falamos de longevidade e aumento da expectativa de vida, uma das primeiras coisas que surge é a respeito da artrose.
00:09Dores nas articulações, dificuldades na execução de movimentos e até mesmo a perda de alguns deles.
00:17Estes são alguns sinais da artrose, uma doença degenerativa que afeta as cartilagens, tecidos rígidos e flexíveis
00:25que protegem os pontos de conexão entre os ossos, como joelhos, mãos, coluna e quadril.
00:33Com desgaste do tecido cartilaginoso, o atrito entre os ossos aumenta, provocando dor, inflamações e até mesmo deformações.
00:43Muitas vezes, a artrose é associada ou até confundida com artrite, mas apesar dos nomes semelhantes,
00:51cada condição possui suas próprias características e diferenças na forma de tratar.
00:57Para explicar melhor essas diferenças, como funciona o diagnóstico da artrose, sua incidência e tratamentos,
01:03o Dr. Cláudio Littenberg recebe o ortopedista Dan Oizerovici, médico traumatologista do Hospital Israelita Albert Scheister.
01:12Fique ligado, o Check-Up já está no ar.
01:14Seja bem-vindo, Dr. Dan.
01:26Muito obrigado, Dr. Cláudio. Ficou honrado de estar aqui hoje com você e poder conversar com você nesse teu programa que é tão brilhante.
01:34Dan, o que é a osteoartrose?
01:37Veja, você falou muito bem, Cláudio, quando você começou a falar sobre longevidade.
01:43Com a longevidade, ou seja, no decorrer do tempo, o que acontece com as articulações e, na verdade, com o corpo inteiro,
01:50sofre um processo de desgaste.
01:52Quando você fala do desgaste de uma articulação, você vai falar em artrose, osteoartrose ou osteoartrite,
02:00são basicamente sinônimos.
02:01A articulação, no processo de osteoartrose, ela tem um desgaste da cartilagem que reveste o osso.
02:10A articulação, normalmente, são dois ossos que têm movimento.
02:14Neste movimento, para que ele se torne mais leve e mais fluido, existe uma cartilagem.
02:22Esta cartilagem, com o tempo, pode ou não desgastar.
02:26Quando há um desgaste da cartilagem, a gente chama de artrose ou osteoartrose.
02:32E por que é chamado de uma doença silenciosa?
02:35Porque, na verdade, ela é completamente assintomática.
02:39A artrose não tem sintomas.
02:42A artrose só vai ter sintomas a partir de um processo de desgaste mais importante,
02:48quando o joelho começa a apresentar rigidez, dor, inchaço.
02:52Mas, nas primeiras fases da artrose, ela é completamente assintomática.
02:58Você não sente absolutamente nada.
03:00E você falou do joelho, mas existem outras articulações afora do joelho que são comumente afetadas?
03:07A osteoartrose ou artrose, ela pega o corpo inteiro.
03:10Então, você vai ter a artrose da coluna, artrose dos ombros, artrose das mãos,
03:15os nódulos de berdém, quando você vê aquelas pessoas que têm as mãos deformadas.
03:20Você vai ter artrose dos joelhos, artrose do quadril, do pé, tornozelo.
03:25Ou seja, todas as articulações do corpo sofrem artrose.
03:28Na coluna sofrem artrose.
03:31E essa artrose, então, é um processo de desgaste assintomático no início.
03:37E depois começa a dar dor, inchaço, incapacidade funcional.
03:41E o que é a osteoporose?
03:43Veja, essa é uma pergunta muito frequente no consultório.
03:46Doutor, eu tenho osteoporose ou eu tenho osteoartrose?
03:50A osteoporose, ela também é assintomática.
03:55Que nem a gente estava falando, o que é osteoporose?
03:58Então, é uma perda da mineralização óssea.
04:01É um osso que tem menos cálcio, fica mais porótico.
04:05Para a gente comparar, então, com um tijolo, que normalmente ele teria um quilo de argila,
04:09se ele tiver 800 gramas, vamos dizer que ele está osteopênico.
04:14Se ele tiver 600 gramas, vamos falar que ele está osteoporótico.
04:19Em consequência, ele vai ter mais facilidade para sofrer uma fratura.
04:24A osteoporose não dói, é assintomática.
04:28E os primeiros sintomas podem ser uma fratura.
04:30Mas como é que você faz o diagnóstico antes de ter essa fratura?
04:34Veja, em exame de check-up, normalmente, em pessoas a partir de uma certa idade,
04:38mulheres principalmente, você pede uma densitometria óssea.
04:42E a densitometria óssea vai evidenciar se existe uma osteoporose,
04:46se existe uma osteopenia ou se existe uma calcificação normal dos ossos.
04:51A osteopenia seria o quê?
04:53A osteopenia é a primeira fase da osteoporose, é uma pequena perda de cálcio ósseo.
04:58Quando essa perda de cálcio ósseo torna-se mais evidente, vira a osteoporose.
05:02E como é que você faz o tratamento disso?
05:05Fala-se muito sobre cálcio, suplementar, vitamina D.
05:09O que você faz clinicamente para quem você detecta?
05:12Osteopenia e, eventualmente, osteoporose sem fratura, evidentemente.
05:16Obviamente.
05:17Então, é assim, quando você detecta essa condição,
05:20você geralmente dá vitamina D e cálcio, que são suplementos,
05:24e você faz fisioterapia, musculação e, principalmente, exercícios
05:28onde você vai ter impacto.
05:31Porque com o exercício de impacto, corrida, ginástica rítmica,
05:36você vai ter o osso mais se mineralizando e corrigindo, então, a osteoporose.
05:42E você tem condições sistêmicas, doenças, que predispõem à perda de cálcio
05:47e, consequentemente, à osteoporose?
05:50Existem doenças que realmente, endócrinas,
05:53que podem fazer a perda de cálcio do osso e você ter uma osteoporose.
06:00Mas a osteoporose e a perda de cálcio é algo natural do envelhecimento,
06:04mesmo sem doenças?
06:06É algo natural do envelhecimento, mesmo sem doenças.
06:09É mais frequente em mulheres do que em homens.
06:11É uma coisa que acontece a partir dos 50 anos, 45, 50 anos.
06:16Piora com o climatério, piora com a menopausa.
06:18A mulher vai perdendo cálcio, o osso vai ficando mais amolecido
06:24e os ossos mais frequentemente acometidos são o colo do fêmur,
06:29as fraturas de colo do fêmur, tem punho, são as fraturas de colo,
06:34geralmente as fraturas do punho, colo do úmero.
06:37No homem, a gente vê a osteoporose de uma maneira clara
06:40quando você, jovem, tem um metro e oitenta
06:43e quando você chega aos 60, 70 anos de idade,
06:46de um e oitenta, você passou para um e setenta e cinco.
06:49Você perdeu cinco centímetros de altura.
06:51Isso é em consequência da osteoporose das vértebras
06:55que vão se achatando e vão perdendo a sua altura natural.
06:59Com isso, o homem diminui de tamanho.
07:01Então, seria uma osteoporose que acontece na coluna
07:03e uma diminuição de tamanho.
07:05Dados preocupantes do Instituto de Métrica e Avaliação em Saúde
07:11da Universidade de Washington, nos Estados Unidos,
07:14revelam que em 2050,
07:16aproximadamente um bilhão de pessoas sofrerá com artrose.
07:21Ao longo do detalhado trabalho que analisou pessoas
07:24em mais de 200 países diferentes,
07:27mostra também que 15% da população em todo o mundo,
07:32na faixa dos 30 anos de idade,
07:33já começou a apresentar os primeiros sintomas da condição.
07:38A alta nos números não é o sinal de alerta recente
07:40no radar da medicina.
07:42Uma outra pesquisa, realizada entre 1990 e 2019,
07:47mostra que o número de casos cresceu mais de 113% no período,
07:52ultrapassando a casa de 527 milhões de atingidos em todo o mundo.
07:58No Brasil, um estudo quantitativo, realizado entre 2021 e 2024,
08:02com o objetivo de analisar as internações hospitalares em idosos,
08:07dando ênfase na distribuição por faixa etária, sexo e custos,
08:11destacou a urgência em políticas de saúde pública.
08:15De acordo com os resultados, a região sudeste liderou as internações,
08:20representando 55,67% do total, com gastos superiores a 54%.
08:28A faixa etária mais afetada foi a de 60 a 69 anos,
08:33com internações predominantemente femininas.
08:36Nós abrimos o programa falando de longevidade,
08:41portanto, aumento de expectativa de vida.
08:43E as pessoas não querem ter fraturas, não querem ter ósseoartrose.
08:48Você recomenda cálcio para os pacientes,
08:51para que eles o usem de forma constante, a partir de uma certa idade?
08:55Eu acho que o paciente deve ter, na verdade, uma alimentação normal.
08:59E através de uma alimentação normal, ele vai ter o aporte de cálcio,
09:02comendo queijos, leites, absolutamente normal.
09:06Ele tem que comer espinafre, essas coisas que trazem já o cálcio na sua composição.
09:11Talvez para as mulheres, vitamina D é importante,
09:14da Oscar com vitamina D, remédio, para fazer uma suplementação.
09:17É importante a partir de uma certa idade.
09:20E normalmente quem faz isso são os reumatologistas,
09:23os endocrinologistas, ou num check-up médico,
09:26a mulher, quando é constatada no check-up que tem uma perda de cálcio,
09:29fazer a reposição, tanto a reposição hormonal, que é muito importante,
09:34como a reposição mineral.
09:36Vamos voltar agora para a ósseoartrose,
09:39deixar um pouquinho a ósseoporose de lado.
09:42Quais são os sintomas que um paciente apresenta
09:45para ter, por exemplo, uma ósseoartrose de joelho?
09:48A ósseoartrose, novamente, ela não tem sintomas,
09:52ou seja, ela é assintomática até um determinado momento
09:55de desgaste da articulação.
09:58Como acontece a ósseoartrose?
10:00Podemos dividir, basicamente, em ósseoartrose primária
10:03ou ósseoartrose secundária.
10:06A ósseoartrose primária é a ósseoartrose do desgaste normal do osso.
10:12Existe um desgaste no decorrer do tempo.
10:15A cartilagem vai perdendo a sua capacidade de absorver choque,
10:20vai afinando.
10:21Com isso, vai chegando num determinado ponto avançado,
10:26quando você vai ter osso com osso.
10:29Para a gente fazer também um paralelo,
10:31seria como se, por exemplo, você tem o pneu de um automóvel.
10:35O carro está com a roda alinhada.
10:37Se, por acaso, bater na guia e desalinhar a roda,
10:41ele vai gastar a banda de rodagem, ou seja, a borracha,
10:45de uma maneira desigual dos dois lados.
10:49Você vai ter um desgaste ou medial ou lateral.
10:53Na verdade, isto seria, então, uma artrose,
10:56o desgaste da cartilagem.
10:58A primária seria o desgaste normal.
11:00O pneu dura 30, 40 mil quilômetros
11:02e vai chegar num ponto que gastou.
11:05Quando você tem a secundária,
11:07que seria, em consequência,
11:09ou de uma fratura do osso,
11:11onde na sua osteossíntese pode ter ficado algum desvio de eixo,
11:17aí a carga que é transmitida para o joelho
11:20é transmitida de uma maneira diferente
11:23para os compartimentos medial e lateral.
11:26Com isso, você vai ter mais desgaste medial ou lateral,
11:30dependendo aonde esta carga mais afeta a articulação.
11:34Não somente de fraturas.
11:36Pode ser, por exemplo,
11:37em consequência do entorce de joelho na juventude
11:41com uma lesão ligamentar.
11:43Todos sabemos que a lesão ligamentar
11:45não é puramente só do ligamento cruzado anterior ou posterior
11:49ou ligamentar.
11:51Pode machucar a cartilagem,
11:53os meniscos ou toda a estrutura do joelho.
11:56O joelho é como se fosse uma orquestra.
11:59Ele tem vários elementos que trabalham para a sua normalidade.
12:04Quando você tem uma lesão de ligamento e você não faz uma reparação precoce,
12:12o paciente atleta, o paciente usa bastante o joelho,
12:15vai acontecer um desgaste, vai acontecer microfraturas, microlesões,
12:21que no decorrer do tempo vão caracterizar um processo maior de desgaste dessa articulação.
12:27Você tem, evidentemente, casos que você tem que operar,
12:30mas você tem casos que você pode prever que terá algum tipo de complicação.
12:35Como é que você faz o tratamento conservador?
12:37Veja, o tratamento conservador da artrose,
12:41na verdade, inicialmente detectado o paciente,
12:44quando o paciente chega para você,
12:46ele já vem numa fase que sente dores.
12:48Doutor, estou sentindo dores no joelho,
12:50começou a fazer um ano, dois anos,
12:52e de repente as dores pioraram.
12:54Eu tenho dor para subir escada, descer escada,
12:57caminhar um pouco mais, o joelho incha.
13:01Aí você vai fazer uma radiografia,
13:03e na radiografia você usa algumas posições,
13:06onde uma das posições mais importantes
13:08é quando você faz uma radiografia em pé,
13:12ortostática,
13:13onde você vê o pinçamento articular.
13:16Porque se você fizer essa radiografia deitado com o paciente,
13:20você não vai ver o desgaste que não tem a força da gravidade.
13:23Aí você vai notar que o paciente tem alterações articulares
13:29que caracterizam a artrose,
13:30que são osteofitos, pinçamento articular,
13:34vai ter excrescências ósseas,
13:36então é uma articulação que aos poucos vai ficando deformada.
13:40Agora, nos casos mais graves,
13:43a gente tem que fazer cirurgia,
13:46e aí no fundo colocar uma prótese de joelho.
13:49Mas para isso o check-up foi, inclusive, entrevistar.
13:53Um paciente, Dr. Dan.
13:54William, que vai contar a sua experiência
13:57e o que foi o seu pós-operatório e a sua recuperação.
14:00Vamos lá?
14:01Eu comecei a ter problemas já quando eu jogava bola,
14:04quando eu era novo,
14:05e virei meio que especialista em cirurgia de joelho.
14:07Eu fiz cinco cirurgias de joelho.
14:10Depois de um tempo eu parei de jogar bola,
14:12e com o tempo foi piorando por causa da artrose.
14:15Procurei alguns médicos.
14:16Na época eu fiz uma cirurgia de raspagem de artrose,
14:20que não funcionou, acabou ficando pior.
14:22Aí depois eu fui pesquisando mais alguns médicos,
14:26e todos eles foram unânime de prótese de joelho.
14:29E eu tive a feliz,
14:31não sei se foi sorte,
14:33ou foi coincidência, ou foi destino,
14:35de cruzar com o Dr. Dan,
14:37lá no Hospital Albrecht Einstein.
14:39E logo de cara ele topou resolver para fazer essa cirurgia.
14:46E eu estava tendo muita dificuldade para andar.
14:49E depois dessa cirurgia que não deu certo,
14:51de raspagem da artrose,
14:54eu precisei até começar a andar,
14:56me locomover com muleta.
14:57Eu fui muito bem acolhido por ele,
14:59e toda a equipe dele,
15:00inclusive de secretária até cardiologista, anestesista,
15:05muito bem nas duas cirurgias.
15:06Fantástico!
15:07No primeiro dia que eu fiz o esquerdo,
15:10eu perei num dia,
15:11no dia seguinte eu já estava com o fisioterapeuta
15:13andando no corredor do hospital.
15:15Você percebia que a melhora já era grande.
15:18Depois de dois meses do primeiro joelho,
15:20já estava, meu joelho já estava, vamos dizer,
15:22eu acredito que nunca vai ficar 100%,
15:24mexeu uma vez,
15:26mas já estava assim, fantasticamente,
15:28maravilhosamente bem,
15:29o joelho esquerdo.
15:31Aí teria que fazer no joelho direito.
15:33Aí passou um mês e pouco,
15:34com o doutor Dan fizemos o joelho direito.
15:37E hoje, a grande,
15:40boa notícia de tudo isso,
15:43que eu não estou usando muleta.
15:44Eu consigo andar normalmente.
15:46Dores, às vezes sente,
15:48eu tenho feito fisioterapia,
15:50são exercícios de mobilidade,
15:53então sempre dói um pouquinho,
15:55mas nada absurdo.
15:56Então, eu consigo estar andando hoje
15:58com uma pessoa normal.
16:00Ainda não dá para correr.
16:01A partir do momento que você começa
16:02a ter que andar com muleta,
16:04você tem dificuldade para tudo.
16:05Para tomar banho,
16:06para ir no banheiro,
16:07sentar e levantar.
16:09É tudo muito difícil.
16:10Foi meses antes da cirurgia.
16:13Depois da cirurgia foi melhor.
16:15Para mim, foi fantástico.
16:17As pessoas falam,
16:18mas será que vai dar certo?
16:19Será que não vai?
16:20O doutor Deli me inspirou
16:22muito a confiança.
16:23E eu também estava muito confiante
16:25para fazer essa cirurgia.
16:26Então, coincidiu a confiança do médico
16:28e a minha confiança de fazer.
16:30E você não tem medo?
16:31Perguntaram,
16:32eu já passei por cinco,
16:33seis, sete cirurgias de joelho.
16:35Eu tive um aparato psicológico,
16:37moral muito bom
16:38das pessoas que estavam ao meu redor.
16:40Porque não é só o físico,
16:42é o psicológico.
16:43Porque você passa na cabeça,
16:44mas será que vai ficar bom?
16:46Mas eu senti muita confiança
16:48na equipe médica do doutor Dan.
16:50Dele, inclusive.
16:51Então, para mim,
16:52isso foi fantástico.
16:54Dan, vamos aproveitar e mostrar aqui
16:56que cirurgia é essa
16:57na qual você coloca uma prótese.
16:59Então, inicialmente,
17:00eu gostaria de explicar
17:01o que é uma prótese de joelho.
17:03Na verdade, uma prótese de joelho
17:04é quando você tem o desgaste, então,
17:06da superfície articular,
17:08osso com osso,
17:10e você, através de cortes específicos,
17:13você vai adaptar
17:15uma prótese que é uma superfície metálica
17:22que cobre e é igual ao joelho original.
17:26Então, é a mesma forma do joelho original,
17:29onde vai se articular com a tíbia,
17:33no caso, onde você também faz uma superfície metálica
17:36com um componente de plástico ou polietileno,
17:39onde vai ter a articulação dos dois ossos
17:42e essa articulação vai ter um movimento normal
17:45e permitir uma volta às funções normais do paciente.
17:48E você consegue dizer o limite
17:50entre o clínico e o cirúrgico?
17:52Inicialmente, sempre, sempre,
17:54nós começamos com o tratamento conservador.
17:56É o mais importante de tudo.
17:58O tratamento conservador significa,
18:00no início da doença,
18:02emagrecimento,
18:03que é muito importante,
18:05porque o peso vai diretamente em cima da articulação
18:08e, com isso, você vai a um desgaste maior da articulação.
18:12Além disso, você tem fisioterapia e fortalecimento muscular.
18:17O músculo é o que dá sustentação e proteção à articulação.
18:22Além disso, você tem medicamentos.
18:26Inicialmente, você pode dar analgésicos,
18:28anti-inflamatórios,
18:30pode fazer infiltrações no joelho,
18:32pode fazer com uma viscosuplementação,
18:35ou seja, introdução de ácido hialurônico.
18:37O ácido hialurônico é dar uma lubrificação no joelho
18:41e melhora a sua função.
18:43Você pode dar medicamentos por boca,
18:46mas não existem medicamentos comprovadamente que funcionam,
18:50como, por exemplo, a chondroitina.
18:53Não tem uma comprovação científica que funciona.
18:55Na verdade, o paciente, às vezes, para se sentir tratado,
19:00gosta de tomar essas medicações.
19:03Mas eu prescrevo, porque o paciente se sente tratado.
19:07Mas não existe uma comprovação científica que funcione.
19:10Dois aspectos em relação a isso que eu queria te perguntar.
19:13Primeiro, células-tronco.
19:15E outra coisa, que é algo que você já faz há algum tempo,
19:17que é a cirurgia robótica para isso.
19:19Fala as duas coisas para nós.
19:21Então, a célula-tronco no Brasil é proibido.
19:23PRP no Brasil é proibido.
19:24Nós não podemos fazer.
19:26Não existe também uma comprovação científica que isso funcione.
19:30Então, no nosso hospital no Einstein é proibido.
19:33Não fazemos.
19:34Ácido hialurônico realmente funciona.
19:37Eu tenho feito nos pacientes o ácido hialurônico uma vez,
19:41cada sete, oito meses.
19:43Dá um alívio muito importante.
19:44Eu mesmo tinha uma dor no joelho há um ano e meio atrás.
19:48Fiz uma infiltração com o ácido hialurônico.
19:51E, graças a Deus, até hoje não sinto mais nada.
19:54Além da fisioterapia, fortalecimento muscular,
19:57que eu acho tão importante quanto, ou até mais importante,
20:00é o músculo do que, na verdade, as medicações que você toma.
20:04E a robótica?
20:05No decorrer da história, a gente faz essa prótese de joelho há muitos anos.
20:11Então, eu já peguei várias fases das cirurgias de prótese.
20:14Inicialmente, a gente fazia essas cirurgias de prótese utilizando guias.
20:19Você fazia a incisão, abria o joelho, espunha.
20:24E aí, você colocava guias, que através desses guias,
20:29você conseguia recortar o osso de tal maneira para você colocar a prótese.
20:35Implantar a prótese.
20:37Há alguns anos para cá, pouco tempo,
20:40houve uma inovação utilizando-se, então, a robótica,
20:44que vai fazer com que esses cortes realizados nos joelhos sejam muito mais precisos.
20:50Como é que é feito isso?
20:52Você faz uma tomografia computadorizada do joelho do paciente.
20:57A empresa dos implantes vai fazer os cálculos para que esses cortes que vão ser efetuados
21:03vão ser o mais perfeito possível para adaptar da melhor maneira possível o implante.
21:10Então, os cortes são milimetricamente precisos.
21:16Com isso, a prótese fica implantada de uma maneira que vai ter um resultado funcional muito melhor,
21:23uma recuperação muito melhor, com menos dor para o paciente.
21:28É impressionante como melhorou isso no decorrer do tempo.
21:32Antigamente, o paciente ficava internado para fazer uma prótese de joelho ao redor de uma semana.
21:37Hoje em dia, geralmente, você dá alta no segundo ou terceiro dia, no máximo.
21:42Você opera num dia, esse paciente, no mesmo dia, senta na poltrona à tarde,
21:48no dia seguinte ele começa a andar no quarto e pelo corredor,
21:52à tarde ele já começa a subir e descer escadas,
21:55e no terceiro dia ele tem alta.
21:57Faz fisioterapia, anda com muletas e bengala depois,
22:0230 dias depois o paciente está livre, está livre, leve e solto para a sua vida normal,
22:08caminhadas e atividades do dia a dia.
22:11Esse paciente em particular, o William, é uma pessoa que tem 65, 66 anos.
22:18Há uns 35 anos atrás, ele rompeu o ligamento cruzado anterior dos dois joelhos.
22:24Foi operado e evoluiu muito bem por algum tempo.
22:29Realmente, uns 20 anos, 25 anos, passou muito bem.
22:33Dos 7, 8 anos para cá, progressivamente, os problemas apareceram.
22:38Começou a ter dor, inchaço, dificuldade para caminhar.
22:43E ultimamente, ele ficou preguiçoso.
22:45Ele tinha dificuldade para ir até a esquina,
22:48inventava realmente razões para não sair de casa.
22:52Então, ele começou a ter uma vida monótona, chata e dolorosa.
22:57Dor deitado, dor acamado, dor para levantar da cadeira, dor para caminhar.
23:02Nos procurou e a gente indicou fazer o que a gente chama de artroplastia total do joelho.
23:10Onde você substitui, conforme eu mostrei aqui, o fêmur e a tíbia.
23:14Como eram os dois joelhos?
23:16Ele me perguntou, doutor, podemos fazer ao mesmo tempo os dois joelhos?
23:21Eu expliquei a ele, realmente, é possível.
23:24Podemos fazer a cirurgia nos dois joelhos.
23:27Porém, falei para ele, eu prefiro fazer um por vez.
23:30Porque aí você vai ter uma experiência melhor.
23:33Você vai recuperar melhor um joelho e você vai ter vontade de fazer o outro.
23:39Quando você opera os dois ao mesmo tempo,
23:41talvez o resultado final seja o mesmo.
23:43Mas é mais doloroso no início, é mais difícil do paciente começar a caminhar, andar.
23:49E a evolução é mais lenta.
23:51O processo de reabilitação.
23:53A reabilitação, o processo de reabilitação.
23:55Então, eu preferi operar primeiro o joelho mais doloroso, que era o esquerdo.
23:59Operamos o esquerdo, o paciente teve uma evolução espetacular.
24:04E ele ficou muito feliz, porque a perna ficou reta, alinhada.
24:07Aí, depois de um mês e meio, dois, ele falou,
24:10doutor, chegou a hora de fazer o outro.
24:13E aí, aproximadamente, com dois meses e meio, operamos o segundo joelho, que foi o direito.
24:18Então, o joelho esquerdo dele, operamos há uns quatro, cinco meses.
24:22E o direito, que foi o último, há uns dois meses e pouco.
24:26E faz fisioterapia, evidentemente.
24:28Sempre tem que fazer a fisioterapia, que é fundamental.
24:31O que acontece?
24:32O paciente, quando tem dor no joelho,
24:34ele acaba tendo o que a gente chama de uma atrofia muscular.
24:37Uma atrofia de desuso, porque ele acaba não utilizando aquela perna da maneira adequada.
24:43Com isso, a musculatura vai atrofiando.
24:46Quando você recupera a articulação através da prótese, ele vai ter uma perna fraca.
24:52Então, ele precisa fortalecer a musculatura.
24:55O que eu costumo fazer, às vezes, quando o paciente tem dois, três meses para poder fazer a cirurgia,
25:01é já colocar numa fisioterapia pré-operatória, onde ele vai fortalecer as pernas.
25:06Então, como esses pacientes normalmente têm uma história longa de tratamentos,
25:12quando o paciente, por exemplo, faz uma infiltração no joelho,
25:15que nem eu falei com o ácido hialurônico,
25:17você tem que esperar, no mínimo, três meses para poder fazer a cirurgia da prótese,
25:22porque você diminui a incidência de infecção.
25:24Então, é fundamental esperar três meses para poder fazer a cirurgia,
25:29e faz fisioterapia, fortalece a perna, começa a fazer exercícios de equilíbrio,
25:34porque com a idade, naturalmente, você já perde equilíbrio, força nos membros inferiores,
25:41com a fisioterapia se recupera e torna o procedimento fisioterápico pós-operatório
25:48muito mais fácil.
25:49Então, o paciente tem uma evolução melhor e mais rápida.
25:52Excelente.
25:54Mitos e verdades
25:56Apenas os idosos possuem osteoartrose?
26:01Não.
26:03Osteoartrose pode acontecer em qualquer idade,
26:06principalmente nos idosos, pelo decorrer do desgaste da vida.
26:10Mas, num paciente jovem, pode acontecer em consequência de uma fratura,
26:14que nem a gente está falando, muda o alinhamento da perna, fraturou com 15, 18, 20 anos,
26:21desvio com 35, 40 anos, jovem, tem uma artrose no joelho.
26:26Excesso de leite na ingesta previne a osteoporose?
26:29Não previne.
26:30O que previne a osteoporose, na verdade, são exercícios de impacto,
26:34uma vida de atividade física, musculação e uma alimentação adequada.
26:39Só o leite não é suficiente.
26:41E obesidade é fator de risco?
26:43Total.
26:44A obesidade é fator de risco para tudo.
26:47Então, a gente sabe que o paciente obeso tem síndrome metabólica,
26:50vai ter dores articulares, vai ter dores no corpo inteiro, porque é mais pesado.
26:57Tudo funciona de uma maneira, digamos, pior.
27:01Então, os joelhos desgastam mais, quadris, tornozelos.
27:04A dor é generalizada.
27:06Então, eu acho que uma das coisas mais importantes para o ser humano
27:09é realmente manter o peso.
27:10Quando a gente fala de deformidade, isso é uma consequência do osso ou do músculo?
27:14A deformidade é uma consequência do desgaste ósseo da articulação.
27:19Então, da mesma maneira, quando você tem as vértebras que vão achatando
27:22e ele diminui de tamanho,
27:24quando você tem um desgaste na articulação,
27:27esse desgaste, se acontecer por igual dos dois lados, medial e lateral,
27:32você não vai ter desvio de eixo.
27:36Mas se quando gastar mais do lado de dentro, a perna entra em varo.
27:41Então, ela vai ter um desgaste, como a gente chama, com as pernas arqueadas.
27:46Então, o desgaste é na articulação e no desgaste da cartilagem.
27:51Dan, muito obrigado por participar.
27:54Foi um prazer te receber aqui um tema tão palpitante e importante
27:58para nós que falamos aqui do aumento de expectativa de vida.
28:01É um tema realmente muito importante porque está acontecendo.
28:05A gente espera viver como a minha mãe, 104 anos.
28:08E a minha mãe é uma pessoa que foi fortuita,
28:10porque eu digo que quem chega aos 100 anos não tem doença,
28:14porque para você ter longevidade, você tem que ter saúde.
28:19E ela realmente não teve nem artrose e nem doenças básicas.
28:22Ela chegou realmente muito bem aos 100 anos de idade.
28:27Então, a gente tem que rezar a Deus para ter uma boa genética
28:29associada a uma boa alimentação, fazer exercícios físicos
28:34e ter uma musculatura adequada para manter o esqueleto em ordem.
28:38E dormir bem, sem dúvida, o sono é fundamental.
28:42Esse foi o doutor Dan Iserovis, doutor Dan que é médico ortopedista do Hospital Israelito Albert Einstein
28:48e especialista em joelho.
28:51O Check-Up fica por aqui.
28:53Foi um prazer estar com vocês e falar um pouco a respeito de osteoporose.
28:59Semana que vem nós estamos de volta.
29:00Para você que tem alguma dúvida, quer fazer algum comentário
29:05ou, eventualmente, alguma sugestão, é só escrever
29:08doutorcláudio.com.br
29:13Nos vemos semana que vem.
29:16E no Check-Up de hoje, você viu
29:19qual a diferença entre osteoporose e osteoartrose.
29:24Quais medicamentos são recomendados para a reconstrução da massa óssea
29:28e quando entrar com estas medicações.
29:31O momento de intervir com cirurgia de acordo com o quadro.
29:35Práticas e hábitos do cotidiano como medidas de prevenção.
29:40Avanços na medicina que proporcionam melhoras significativas
29:44nos casos antes considerados irreversíveis.
29:53CICAP Jovem Pan
29:55Condutor Cláudio Lothenberg
29:57A opinião dos nossos comentaristas
30:01não reflete necessariamente
30:03a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
30:10Realização Jovem Pan
30:12Aederacinal Jovem Pan
30:13Aederacinal Jovem Pan
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