No centro de São Paulo, um espaço abandonado por décadas ganhou nova vida nas mãos de Facundo Guerra, empresário responsável por empreendimentos como o Bar dos Arcos, Blue Note e Cine Joia. O Formosa Hi-Fi, aberto recentemente na galeria Formosa, é o mais novo projeto do CEO do Grupo Vegas.
Localizado no subsolo, o bar aposta na experiência musical como diferencial, com reprodução em vinil e qualidade acústica de grandes casas de concerto. “Usamos a mesma tecnologia que você tem nas grandes salas de orquestra do mundo, como a Sala São Paulo e a Filarmônica de Berlim. O resultado é um espaço acusticamente perfeito, onde você ouve vinil como não conseguiria em um streaming qualquer”, explicou Guerra, em entrevista ao programa Real Time, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC nesta sexta-feira (3).
O projeto foi idealizado há dez anos e levou três para ser autorizado pela Prefeitura. “Demandou muita paciência até a gente conseguir implementá-lo. É um projeto de muito fôlego”, disse o empresário.
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00:00No centro de São Paulo, um tesouro escondido no subsolo foi transformado em bar, onde ouvir música é a experiência central, com vinil e reprodução de alta qualidade e fidelidade.
00:16O Formosa Hi-Fi é o mais novo empreendimento de um dos nomes mais bem sucedidos das noites paulistanas, Facundo Guerra.
00:23E ele conversa agora com a gente. Facundo, boa tarde pra você, seja muito bem-vindo ao Real Time.
00:28Boa tarde, Marcelo. Tudo bem?
00:31Tudo bem. Eu queria que você explicasse um pouco mais o conceito do Formosa pra gente.
00:37Na verdade, a Galeria Formosa foi criada pelo Mário de Andrade, quando ele era secretário de Cultura aqui em São Paulo, na década de 30 do século passado.
00:46Ele tinha um projeto de transformar esse espaço num restaurante de comida brasileira, o primeiro, porque a comida brasileira ainda não era consumida pelas elites ali no começo do século passado.
00:55E o projeto não foi pra frente.
00:58Tentou-se ocupar o espaço ao longo do século XX, mas ele ficou majoritariamente abandonado durante todo esse tempo.
01:07Aí eu já tinha tentado fazer alguma parceria com as secretarias de cultura de muitos e muitos anos, assim com vários secretários de cultura.
01:15E só há três anos que eu consegui, finalmente, uma autorização pra instalar um projeto ali.
01:21Era um projeto que eu já tinha desenvolvido há dez anos.
01:24Então, é um projeto de muito fôlego, assim.
01:26Demandou muita paciência até a gente conseguir implementá-lo.
01:29Mas por que ele é especial quando a gente fala de música, de qualidade de som?
01:35Porque a gente usou a mesma tecnologia que você tem nas grandes salas de orquestra do mundo, por exemplo, a Sala São Paulo, Teatro Cultura Artística, a Fila Harmônica de Berlim, o Lincoln Center.
01:47E só pra citar alguns, esse mesmo tipo de tecnologia que era utilizada pra música de orquestra, música clássica, a gente utilizou pra audição de vinil.
01:56Então, a gente tem um barque acusticamente perfeito.
01:59Você ouve vinil como você não conseguiria ouvir.
02:03As músicas prediletas, os clássicos, como você não conseguiria ouvir usando um streaming qualquer.
02:09E, ao mesmo tempo, é um lugar de sociabilidade.
02:11Então, você vai, senta, conversa, ouve com clareza a música, você não precisa levantar a voz.
02:17É um lugar tecnologicamente preparado pra você ouvir música na sua melhor expressão.
02:22Falando um pouco mais de negócios agora, você é CEO do Grupo Vegas, que tá comandando aí 10 empreendimentos.
02:28Queria que você fizesse um raio-x pra gente dos desafios e também das alegrias que você tem nesse ramo aí, que é um ramo tão específico e também que exige habilidades tão específicas.
02:39Vamos começar pelas alegrias.
02:42Quando eu vejo, por exemplo, eu tenho o Bar dos Arcos, que fica embaixo do Teatro Municipal.
02:47Eu tenho a Formosa, o Blue Note, Cine Joia, que são espaços muito importantes aqui pra identidade do paulistano, né?
02:55Eu acho que, de alguns anos pra cá, a gente começou a rever a identidade do paulistano,
03:00que sempre passou pelo trabalho, pelo dinheiro, né?
03:03Aquela coisa de você chegar, conhecer uma pessoa e a primeira coisa que te pergunta é o que você faz.
03:07Hoje em dia, a gente tá ganhando notoriedade pela nossa cultura, ou pela expressão de múltiplas culturas que a gente tem em São Paulo,
03:14que, na verdade, é um país que reflete toda a América Latina, né?
03:18Em São Paulo, São Paulo comporta a América Latina inteira.
03:22E que sai o mundo, em termos de gastronomia, cultura, é uma metrópole que tem muito oferecido do ponto de vista cultural.
03:28Então, quando eu encontro esses pedaços, esses espaços que foram muito importantes pro paulistano do passado,
03:35mas que foram abandonados ao longo dos anos, eu tenho uma satisfação enorme, né?
03:40Porque eu não sou paulistano, e poucos são paulistanos, né?
03:43Eu sou argentino, por exemplo.
03:45Então, eu me aproprio da minha cidade, da minha cidade do coração,
03:49e tento responder sempre essa pergunta, o que é ser paulistano?
03:53O que nos faz paulistanos?
03:55E eu acho que o que nos faz paulistanos são esses cinemas, são os restaurantes, são os teatros,
04:01esses espaços que desapareceram ao longo das décadas.
04:03E o ônus é aquele, né?
04:07Outro dia eu ouvi uma estatística que fala que 60% a 70% dos bares e restaurantes fecham dentro dos primeiros quatro anos.
04:18Empreender nesse campo da restauração, da hospitalidade, é um desafio constante, assim.
04:24Você luta com variação de preço, mão de obra, impostos, despreparo para empreender.
04:31Então, é com muito amor mesmo que você consegue montar esses negócios.
04:36Se você for pensar do ponto de vista puramente financeiro,
04:39às vezes é melhor até comprar cripto do que investir num bar.
04:42Mas dá lucro também, né?
04:44Dá lucro se você administra bem, se você se planeja, se você conta uma boa história.
04:49Dá, mas é raro.
04:51Boa parte das operações que estão abertas hoje de vários restaurantes,
04:54ou não lucram, ou estão no negativo.
04:58Eu ouço muita gente nesse setor também reclamar que está difícil contratar.
05:03Está faltando mão de obra especializada, né?
05:06Isso, desde a pandemia, né?
05:08Depois que os bares e restaurantes fecharam,
05:11muitas pessoas ou voltaram para suas cidades de origem,
05:14ou então encontraram outras maneiras de você...
05:16de ter o seu sustento.
05:20E trabalhar com o público não é fácil, né, Marcelo?
05:23Você tem que lidar especialmente com o paulistano.
05:25Muitas vezes você lida com o paulistano que confunde
05:28a prestação de um serviço com o outro ser um serviçal.
05:34Então, é difícil lidar com gente, especialmente à noite, né?
05:37Quando está todo mundo, enfim, bebendo,
05:40está todo mundo mais alegre, mais efusivo.
05:44E às vezes mais chato também, né?
05:46Sempre mais chato.
05:47Não, sempre não, né?
05:49Dependendo da quantidade de doses, mais chato.
05:51Isso, isso.
05:52Bom, eu queria saber se você já tem algum outro projeto no forno,
05:56porque, pelo que você me disse,
05:58esse daí estava planejado há 10 anos,
05:59agora você conseguiu realizar.
06:00Você sempre tem alguma coisa na cabeça?
06:03Um próximo passo aí?
06:06Cara, pela primeira vez na vida eu não tenho.
06:08Eu abri, como eu abri 30 negócios em 20 anos,
06:11eu sempre lidei com um ou dois projetos simultâneos, assim.
06:15E depois da Formosa, que demandou muito trabalho,
06:18muito investimento, muito risco,
06:22eu vou dar um tempo, curtir minha filha,
06:25estudar, escrever um livro,
06:27antes de me meter num próximo projeto.
06:28Dar aula, que é uma coisa que eu adoro fazer,
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