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A economia argentina enfrenta queda nas exportações, desvalorização recorde do peso e risco de calote da dívida em dólar. O coordenador da BMJ Consultoria, Vitor Villar, analisa os impactos dessa crise e a aproximação dos EUA sob Donald Trump, que avalia investimentos estratégicos na região.

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Transcrição
00:00Entender a economia da Argentina nunca foi fácil.
00:03Agora tem um agravante, tem um complicador chamado Donald Trump,
00:07economia americana, tarifácio.
00:09Para me ajudar a destrinchar tudo isso, eu converso agora com o coordenador da BMJ,
00:16consultoria, o Vitor Vilar, a quem eu começo agradecendo a presença e desejando uma ótima noite.
00:23Vitor, saudações mais uma vez.
00:26Eu queria começar, até vou pedir licença para voltar para essa câmera,
00:31porque eu tenho um conjunto de dados que nos ajudam a entender essa relação de Estados Unidos e Argentina.
00:39As promessas do governo americano aí, de aumentar compra de ativos, comprar títulos da dívida,
00:47é fácil no papel, mas eu acho que quando a gente levar isso para a prática,
00:50caso isso for levado para a prática, não é tão simples.
00:53Aqui só para a gente entender, deixar todo mundo na mesma página,
00:56sobre a balança comercial Argentina-Estados Unidos,
01:00que assim como existe a relação Brasil-Estados Unidos,
01:03ela é superavitária para os argentinos.
01:07Ou seja, os argentinos exportam mais do que importam.
01:12Mas o X da questão está aqui.
01:14Isso é 2022, 2023, 2024 e 2025.
01:21O total está em queda constante.
01:25Já que estamos aqui em 2025, claro, números não consolidados,
01:29porque a gente não terminou o número.
01:31A queda, ela tem sido bastante expressiva.
01:34Apresentados esses números, eu volto à conversa direta com o Vitor Vilar.
01:40Vitor, a situação econômica da Argentina é sempre muito complicada,
01:45agora a gente talvez tenha subido um degrau a mais.
01:47Diante dessas condições de exportações, daqui a pouco eu tenho aí o gráfico que mostra
01:53a desvalorização do peso argentino.
01:55Vale a pena algum país, a exemplo dos Estados Unidos, entrar numa economia?
02:01Eu estou falando de risco.
02:03Comprar títulos da dívida argentina é sempre um risco de um calote.
02:08Não quero acusar os argentinos.
02:10Estou voltando na história porque os argentinos já não pagaram dívidas externas.
02:17Perdão pela minha longa introdução, mas eu achei importante trazer esses números.
02:21E agora sim, Vitor, eu te passo a palavra.
02:23Obrigado, Marcelo. Obrigado a toda a equipe pelo convite.
02:27É um prazer estar aqui de volta.
02:29Boa noite a você, toda a equipe, os telespectadores.
02:32Bem, de fato, a Argentina é um monstro por si só.
02:36Acho que a gente tem que entender muito bem como funciona o cenário argentino
02:41para tentar desvendar o que pode acontecer com o que já aconteceu.
02:45De fato, eles têm essa história, o que está dando default, um calote nos empréstimos
02:49realizados anteriormente, assim como outros países já deram,
02:52principalmente emergentes, mas a Argentina sempre ficou com esse estigma,
02:56especialmente depois da virada dos anos 2000, em que eles nunca conseguiram superar
02:59um problema crônico inflacionário que eles têm, interno, até mesmo psicológico
03:06da população que tem medo dessa inflação galopante voltar sempre, como está agora.
03:11E, de fato, acho que a Argentina tem importado muito menos esse ano.
03:14Eu acho que é uma tática do governo reduzir, de fato, as importações.
03:17É necessário que a Argentina parasse de enviar dólares para o exterior.
03:23E, primeiro, o governo peronista do Alberto Fernandes tentou fazer isso com restrições
03:27às importações, aumento do imposto de importação e outras medidas.
03:31O governo Milley faz o mesmo de outra forma.
03:33Ele reduz o poder de compra do argentino para evitar que esse dólar que está na economia argentina
03:38saia para o exterior.
03:40Ao mesmo tempo, o Milley tenta incentivar as exportações,
03:43reduzindo o imposto que eles têm na Argentina de exportação de produtos agropecuários.
03:47É algo que o Brasil não tem ou tem em baixa escala.
03:50Lá eles eram em torno de 30% para alguns insumos agrícolas, como soja, por exemplo.
03:56Agora, reduziu a zero.
03:57Então, a ideia é, por favor, tragam dólares de volta para a economia.
04:01Vale lembrar que na última semana, com toda essa insegurança que ocorreu
04:05com as eleições na província de Buenos Aires,
04:09o dólar, o peso, a relação dólar-peso bateu na banda mais baixa
04:13da relação do Banco Central argentino,
04:16fazendo com que o governo gastasse quase um bilhão de suas reservas
04:19e fazesse com que a insegurança no país disparasse.
04:23Então, acho que nesse momento, investir na Argentina é muito arriscado,
04:26exatamente por essas questões do que a gente não sabe o que vai vir nas próximas eleições,
04:30mas também é um cenário em que está baixo.
04:33A questão é, o investidor que investe na Argentina está pensando,
04:37vou comprar, enquanto está em baixa apostando um futuro positivo.
04:41Vilar, longe de mim querer ser aqui o pessimista da conversa,
04:46mas eu preciso ser fiel aos dados.
04:49A gente viu aqui a balança comercial em queda nessa relação da Argentina
04:53com os Estados Unidos, mas trazendo esse outro gráfico,
04:56ele é muito mais assustador.
04:58A moeda argentina e essa enorme desvalorização perante o dólar.
05:06E aqui, os últimos índices do dia 19 de setembro, do final da semana passada,
05:121.515 pesos argentinos para um único dólar.
05:18E o problema não é esse valor final,
05:20é o quanto ele tem se desgastado aqui nesse arco de tempo,
05:24que é desde 2020.
05:27Ou seja, a Argentina tem uma dívida em dólar.
05:32Apareceu aí um salvador da pátria, Estados Unidos,
05:35que vai injetar dinheiro direto, o Besson falou que essa é uma opção.
05:38Segunda opção, compra de títulos da dívida argentina.
05:43E uma terceira opção, aumentar essa relação comercial
05:47ou fazer um investimento direto em empresas.
05:50A questão é que a dívida do argentino,
05:54a dívida do governo argentino, vai continuar em dólar.
05:58Ele vai ter condições disso, porque é um efeito bola de neve.
06:02Quanto maior anda, maior fica.
06:04Quando chega no pé da montanha, virou uma avalanche.
06:07Isso já aconteceu, como a gente estava falando.
06:09Isso não pode ser um tiro no pé, não, Vilar?
06:11É, de fato.
06:14A Argentina é um caso bastante complicado.
06:15A gente tem essa escalada da relação oficial do dólar-peso,
06:20desde que o governo de lei assumiu o controle,
06:23porque especialmente isso aconteceu derivado
06:25ao fim dos controles cambiais que o governo fazia.
06:29A gente tinha o governo peronista fazendo um controle artificial
06:32do dólar oficial,
06:33controle cambial do dólar oficial, perdão,
06:36fazendo com que ele artificialmente ficasse mais baixo
06:39do que estava realmente.
06:39Por isso a gente tinha muitas trocas do mercado negro do dólar.
06:43O famoso dólar blue,
06:45teve aquela criação do dólar Netflix,
06:47dólar do Coldplay,
06:47diferentes linhas de crédito em dólar
06:49para conseguir comprar no exterior,
06:51dólar turista, por exemplo.
06:53Quando o Miller assume,
06:53ele acaba com esse controle artificial do dólar,
06:55o que faz com que ele disparasse,
06:57obedecendo as regras de mercado interno.
06:59E agora, recentemente,
07:00ele desabilitou os controles cambiais.
07:02E o dólar aumentou um pouquinho mais,
07:04porque é assim que acontece
07:05quando a gente tem um descontrole maior,
07:09entre o que é a gente ter expectativa recente
07:11e expectativa futura no mercado financeiro.
07:13Então, de fato,
07:14é um cenário bastante complicado,
07:17bastante tenso.
07:18E agora os Estados Unidos se aproximam do Javier Millet.
07:20É uma aproximação lógica?
07:22É uma aproximação estratégica?
07:25Qual que é a resposta?
07:26Ela é lógica no sentido
07:27do que o Trump se aproxima
07:28de um aliado na América do Sul,
07:29seu principal aliado na América do Sul.
07:31A gente tem no Cone Sul aqui
07:34governos de esquerda nesse momento.
07:36Chile, Uruguai, Brasil,
07:38a Bolívia agora mudou, por exemplo,
07:39mas os principais países,
07:41Colômbia,
07:42os principais países da América do Sul,
07:43hoje são governos de esquerda.
07:44Qual que é o único governo de direita relevante?
07:46A Argentina.
07:47Então, é estratégico para os Estados Unidos
07:48ter um grande parceiro na região.
07:49E a Argentina,
07:50mesmo tendo uma economia
07:51bastante complicada,
07:53bastante dificultosa,
07:54é a segunda maior economia da região.
07:58É o segundo maior país da região.
07:59Então, não pode se deixar de lado
08:01quando a gente fala deles.
08:03Sem falar que tem ganhos positivos
08:05para os Estados Unidos
08:06a médio e longo prazo.
08:07A Argentina é um grande produtor agrícola,
08:09a Argentina é um grande detentor
08:10de minerais críticos
08:12para a transformação tecnológica
08:13do século XXI.
08:15Então, de fato,
08:16ela pode não parecer uma associação
08:18que faça sentido de uma maneira financeira,
08:19mas para o Donald Trump
08:20tem sentido
08:20num aspecto estratégico político na região.
08:24Pilar, mais difícil do que entender
08:27a economia argentina
08:28é entendê-la em um curto espaço de tempo,
08:33que é o nosso caso aqui, infelizmente.
08:35Como a reunião com os americanos
08:37e os argentinos ficou para amanhã,
08:39a gente ainda vai ter mais subsídios
08:40para falar.
08:41Por enquanto,
08:42agradeço aqui a paciência
08:43e compartilhar os seus conhecimentos
08:47com os nossos telespectadores.
08:49Me despeço aqui,
08:50agradeço mais uma vez
08:51o coordenador da BMJ Consultoria,
08:55Vitor Vilar,
08:56que sempre nos atende aqui
08:57com tamanha maestria.
08:59Vilar, obrigado mais uma vez,
09:01até a próxima.
09:01Obrigado.
09:02Obrigado.
09:03Obrigado.
09:04Obrigado.
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