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No Só Vale a Verdade, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias para uma conversa franca e sem rodeios. Dias faz uma análise contundente do atual cenário político, comparando líderes históricos do Congresso com a composição atual e defendendo a visão de que este é o pior Congresso que o Brasil já teve, e que o país está "apodrecido".

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/ZhVG38xPgiI

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Transcrição
00:00O senhor teve problemas quando participou da Comissão de Paz, quando a dirigiu,
00:05o senhor lembrou algumas dessas figuras históricas desse momento,
00:10Dalmo Dallari, por exemplo, o Fábio Condor Comparato e outros,
00:14que foram fundamentais nesse momento.
00:17Mário Simons, nós estávamos conversando um pouco antes sobre ele.
00:21Como é que era ser um advogado defendendo os direitos humanos
00:25num momento tão difícil como aquele?
00:30Olha, Vila, eu tinha medo, como nós todos temos medo
00:36quando nós sentimos que sofremos riscos.
00:39Mas a importância não é não ter medo, a importância é ter a coragem de vencer o medo.
00:49E isso eu acho que nós todos tivemos.
00:52Nós todos nos unimos nesta luta em defesa dos direitos humanos.
00:57Eu fui preso durante o período em que eu era membro da Comissão de Justiça e Paz,
01:08em 1980.
01:10Fui preso antes, uns dias antes da instalação da ditadura.
01:17e fui preso posteriormente também no meu escritório e fui levado para o Noicode.
01:25Nós enfrentávamos estas situações.
01:30Isso tudo está revelado num livro que foi recentemente publicado
01:36sobre a minha pessoa, sobre a minha vida, cujo editor, quem escreveu isto, faleceu, infelizmente,
01:46é o Ricardo Carvalho.
01:47Sim.
01:47O Ricardo Carvalho, não é?
01:49O Ricardo Carvalho faleceu e aí meu filho, Otávio Dias, que também é jornalista, terminou esse livro.
01:59E nesse livro, então, está toda a minha história como advogado, advogado criminal.
02:05Desde o começo, quando eu me formei, eu fiz opção por ser advogado criminal.
02:11E eu fui a vida inteira advogado criminal, defendendo, perseguindo os políticos
02:19e defendendo pessoas acusadas de crime comum.
02:23Então, foi uns 60 anos de trabalho como advogado.
02:28Deixa eu aproveitar, eu admiro muito o trabalho dos advogados,
02:31eu acompanho os processos, as sustentações orais, quando é possível, né?
02:37Essa semana nós tivemos outros.
02:39É verdade.
02:40Qual era a referência do senhor, é possível, no campo criminalista, como advogado criminalista,
02:47o senhor tinha, assim, alguém que o senhor admirava mais na vida de estudante,
02:50depois, nisso, sua vida profissional?
02:53Olha, é difícil dizer, porque eu vi muitos holofotes na minha frente,
03:01iluminando a minha estrada.
03:03Sim.
03:03É, eu diria o seguinte, que em São Paulo, ao meu ver, o maior advogado criminal foi
03:11Valtir Troncoso Pérez.
03:12Incrível, né?
03:13O chamado espanhol.
03:16Ele foi um advogado extraordinário, um orador empolgante.
03:21E outros, que eu tinha o Dante Delmanto, que era um grande advogado, Marco Antônio, seu chará, né?
03:31É, e eu lembraria, em termos de Brasil, o Evandro.
03:37Sim, o Evandro Lins e Silva.
03:39O Evandro Lins e Silva.
03:39O Evandro Lins e Silva.
03:40Um grande advogado, que deixou como seu seguidor o Técio Lins e Silva, que era seu sobrinho.
03:50Então, é difícil você lembrar.
03:57Sim, mas só esses nomes?
03:58O Márcio, o Márcio Tomás Basso, um grande advogado.
04:04Estávamos falando do Mário Simas agora, um grande advogado.
04:09Então, Dalmo Dallari, que não era advogado criminal, mas era um defensor dos direitos humanos.
04:18Sim.
04:19Como o Zé Gregório também, que não foi nunca um advogado criminal, mas que sempre foi um defensor dos direitos humanos.
04:27Então, hoje em dia, quando o Dom Paulo Evaristo Arnes, que foi a grande luz a iluminar o nosso caminho,
04:39hoje o Dom Paulo Evaristo Arnes criou, depois de não estar mais vivo,
04:47mas ele nos inspirou que um grupo de pessoas criasse a Comissão Arnes,
04:56Comissão de Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arnes.
04:59A partir de uma conversa em que participou o Paulo Sérgio Pinheiro, a Náura Kringhaug e um grupo de pessoas.
05:12E nós, então, criamos a Comissão Arnes, que está funcionando hoje, da qual eu fui presidente até uns meses atrás.
05:19Continuamos nessa tarefa.
05:23Se você perguntar para mim, quem é que nos estimulou a criar esta comissão,
05:28eu diria que foi a inspiração de Dom Paulo Arnes e a raiva do presidente Bolsonaro.
05:36Quando Bolsonaro foi eleito, nós sentimos a necessidade de estarmos vigilantes para defender a democracia.
05:45Isso foi importante.
05:47Falando nisso, em democracia, liberdade, vigilância, o senhor foi secretário de Justiça do governador Franco Montoro.
05:54No momento também complexo da vida nacional, em 1982, lembrando ao mais jovem que nos acompanha,
06:00foram restabelecidas eleições diretas, à época com cinco partidos políticos legalizados,
06:05e foi eleito Franco Montoro governador de São Paulo, com o dobro de votos do segundo colocado,
06:12que era o Reinaldo de Barros, candidato do malufismo aqui em São Paulo,
06:16que tinha sido governador indireto imposto pelo regime militar em 1979,
06:22assumindo em 1979, foi eleito, entre aspas, em 1978.
06:26Bem, mas o que nos interessa, o que foi naquele momento difícil?
06:30Recessão econômica, situação complexa, transição do regime militar para o regime civil,
06:37governo João Batista Figueiredo, crise da dívida externa em 1982,
06:41e São Paulo, principal estado econômico da federação,
06:45e o governador Franco Montoro, com um secretariado que era um ministério.
06:49Eu nunca tive na história de São Paulo um secretariado estadual tão brilhante como,
06:55na minha opinião, durante o governo Montoro.
06:57o senhor secretário de Justiça, como foi assumir a secretaria de Justiça,
07:00quando a tradição, aquela frase anasalada, sempre que ele dizia,
07:04a rota na rua, né, o lugar de bandido é morto e por aí vai,
07:10como é que foi assumir a secretaria?
07:12Pois é, o Montoro, realmente, cada vez mais, eu sinto saudade de Franco Montoro.
07:19Ele foi, ele estivesse vivo, e se estivesse atuando, o Brasil não seria o que é hoje.
07:30Ele foi, sem dúvida nenhuma, uma grande figura, um grande governador,
07:38e eu tive a honra de ser coordenador do programa de governo da área de Justiça e Segurança.
07:46E depois, pude tocar adiante, com todo o apoio dele,
07:53uma reformulação do sistema penitenciário.
08:01Acho que foi um passo importante,
08:04que foi dado o sentido de tentar humanizar o sistema carcerário,
08:10e tentar transformar, enfim.
08:15Eu fiquei com fama, inclusive, o seu amigo, o seu colega,
08:19Afanasio Shazade,
08:22ele disse que eu fui o maior moteleiro do Brasil,
08:26porque eu abri a possibilidade da visita íntima.
08:30Então, eu, porque, com o argumento de que as pessoas são condenadas,
08:38são condenadas à perda da liberdade, mas não à castidade.
08:43E, portanto, é normal que o preso pudesse receber a sua esposa,
08:49a sua namorada, enfim, a sua companheira,
08:53nos dias de domingo, nos dias em que a visita é permitida.
09:03Então, foi um trabalho importante, esse que o motor realizou.
09:10Você se lembra...
09:11Você se lembra que coisa importante que foi a coisa das diretas já?
09:19Sim, claro.
09:21Que maravilha, a Praça da Sé, e depois o Aniagabaú,
09:27aquela multidão de pessoas.
09:31O Almino Afonso, que era secretário,
09:34o metrô estava subordinado à secretaria dele.
09:40Ele mandou abrir as catracas
09:44para que o povo pudesse comparecer à Praça da Sé.
09:50Então, o Montoro foi uma figura realmente extraordinária.
09:58Tancredo Neves tinha uma ligação muito grande com ele.
10:03Tancredo Neves também é outro que, se não tivesse morrido,
10:07o Brasil seria diferente.
10:08Como o Ulisses Guimarães,
10:11que é a figura mais extraordinária como presidente da Câmara,
10:16como foi o Ulisses Guimarães.
10:18É uma coisa extraordinária.
10:20Nós comparamos com o Brasil de hoje,
10:23com o congresso que nós temos hoje, Vila.
10:27É uma barbaridade.
10:28Nós temos o pior congresso da história no Brasil.
10:34Eu acho que é meu dever dizer isso.
10:38Porque eu tenho 60 anos de advocacia.
10:41Estou com 86 anos de idade.
10:44E na minha história toda,
10:46depois de 60 anos de advocacia,
10:49e a vida inteira lutando pela democracia,
10:53pelos direitos humanos,
10:54eu tenho orgulho disso.
10:56Vejo esse Brasil apodrecido.
11:00Eu votei no Lula,
11:03torço para que o Lula continue indo,
11:06continue na sua gestão,
11:08com toda a seriedade que lhe tem,
11:10mas o Brasil está apodrecido.
11:15A verdade é esta.
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