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O Caged registrou 129.775 vagas com carteira assinada em julho, impulsionadas pelo setor de serviços. O saldo no ano ultrapassa 1,3 milhão de empregos. Rodolpho Tobler, economista do Movimento Brasil Competitivo, analisou os dados e explicou os impactos da informalidade, inclusão e perspectivas para os próximos meses.

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Transcrição
00:00Voltamos ao vivo com Fast Money. O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou agora há pouco os dados do Caged,
00:06mostrando a criação de 129.775 vagas com carteira assinada em julho.
00:12O setor de serviços puxou as contratações e o saldo no ano já ultrapassa 1,3 milhão de postos de trabalho.
00:20Para entender o que significa, o que explica esse desempenho, a gente conversa agora com o Rodolfo Tobler,
00:25que é economista do Movimento Brasil Competitivo.
00:29Oi, Rodolfo. Boa tarde. Bem-vindo ao Fast Money. Tudo bem?
00:34Boa tarde. Eu quero esse convite.
00:36Tudo bem, Rodolfo. Vamos lá.
00:38Para começar, o que os números do Caged de julho nos dizem sobre esse ritmo de geração de empregos formais no Brasil?
00:46E te chama a atenção os dados que eu acabei de mencionar?
00:50Os dados vieram mais ou menos em linha com a previsão do mercado.
00:53A previsão também era próxima a isso.
00:54Eu acho que quando a gente olha o cenário do mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos e essa primeira metade do ano,
00:59agora também esse primeiro resultado do segundo semestre, ainda mostram o mercado de trabalho aquecido.
01:04A gente é muito bom lembrar que esses dados do Caged dizem respeito apenas a trabalhadores formais.
01:09Então, aqui é realmente a quantidade de trabalhadores com carteira assinada no país que são registrados formalmente.
01:14Então, quando a gente vê esse crescimento, como a gente tem visto ao longo do ano, do mercado de trabalho formal,
01:19isso é uma sugestão de uma atividade econômica forte e de um mercado de trabalho bastante dinâmico também.
01:24A gente tem visto aí a taxa de desemprego em mínimos históricos, a geração de vagas no ritmo muito positivo também.
01:29Mas chama a atenção agora, nesse final, nesses últimos meses, alguma desaceleração.
01:33O mercado de trabalho continua aquecido, continua gerando vagas,
01:36mas num ritmo um pouco menor do que a gente tinha ali na primeira metade do ano, nos primeiros meses do ano especialmente.
01:41Certo. E, Rodolfo, tradicionalmente o setor de serviços aparece ali como o maior empregador formal,
01:49sem novidades em relação a isso, mas quais são os principais motores desse setor atualmente
01:55e como que isso está se refletindo nos resultados que a gente está conferindo agora?
02:01O setor de serviços costuma ser sempre um destaque, dado o seu tamanho também,
02:04ele tem uma relevância muito grande para o PIB, mas também tem uma relevância muito grande para o mercado de trabalho,
02:09é o setor que mais emprega, quando a gente olha dentro dos setores aqui do país, da economia do país,
02:15mas ele também é muito diverso.
02:16Então, a gente tem desde serviços de bares, restaurantes, como a gente tem, como a gente pode chamar a atenção esse ano,
02:21a questão de logística, serviços de transporte.
02:24A gente teve nos últimos meses resultados muito favoráveis da agropecuária, inicialmente no ano,
02:29que ajuda a puxar o resultado dos transportes para cima,
02:32porque quando a gente tem toda uma super safra, como a gente teve nesse ano,
02:36ela é escoada de alguma maneira.
02:38Então, o setor de transporte, a prestação de serviços de transporte, frete, especialmente,
02:42ele acaba sendo muito demandado também.
02:44Recentemente, a gente também tem visto até serviços de transporte passageiros também,
02:48teve uma certa redução no preço da passagem,
02:50a gente tem visto pesquisas de atividade mostrando que teve um aumento de transporte de passageiros também,
02:54então isso ajuda a gerar um volume maior de vagas nesse setor.
02:58Mas, de uma maneira geral, o que a gente olha no setor de serviços foi também uma alta um pouco mais disseminada,
03:02não teve uma atividade em si que vem puxando esse resultado nos últimos meses,
03:06tem sido um pouco disseminada, mas mesmo assim também mostra alguma perda de força,
03:10que não quer dizer que o setor não está aquecido,
03:12apenas que ele não está mais tão aquecido como teve no início do ano.
03:15Rodolfo, quando a gente fala desses números do Brasil inteiro,
03:19é importante também fazer o recorte ali,
03:21porque se trata de um país continental com muitas diferenças, muitas discrepâncias,
03:27e aí, queria te ouvir sobre isso,
03:29quando a gente olha para o recorte dos estados,
03:31todos apresentaram, então, melhora,
03:34e alguma região apresentou um resultado acima da média, que chama a atenção?
03:40De maneira geral, a gente também acaba indo na mesma linha da questão setorial,
03:45o estado de São Paulo acaba sempre sendo um destaque também,
03:48porque é um estado muito mais populoso do que os demais estados do país.
03:52Mas essa questão regional é muito relevante,
03:54porque se a gente olhar, como a gente falou aqui,
03:56esses dados são de mercado de trabalho formal.
03:59Quando a gente olha a dinâmica econômica e do mercado de trabalho no país,
04:03a gente tem muitos estados do norte e do nordeste, por exemplo,
04:06que mais da metade das suas ocupações são informais.
04:09Então, essa ocupação formal que a gente está analisando agora
04:12não diz tão respeito ao principal da região.
04:16A gente tem uma informalidade muito mais presente do que o emprego formal.
04:19Vai um pouco mais para baixo,
04:20quando a gente olha principalmente o setor sul,
04:21Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo,
04:24que são regiões que têm uma formalidade mais elevada,
04:26onde se tem também uma indústria mais forte,
04:28o setor de serviço um pouco mais dinâmico,
04:30acaba sendo um potencial mais importante
04:33da gente olhar quando a gente olha esses dados do Caged.
04:35A gente tem visto uma redução da informalidade,
04:37então o emprego formal tem ganhado espaço no país como um todo,
04:42mas a gente tem essa diferença muito grande
04:44quando a gente olha regionalmente,
04:45especialmente em alguns estados do norte e do nordeste,
04:47que têm uma taxa de informalidade mais alta.
04:50Então, esses dados do Caged acabam não tendo a mesma relevância
04:52porque quando a gente olha para outros estados.
04:55E, Rodolfo, ainda, como estava aparecendo na tarde,
04:59a questão de inclusão e de diferenças,
05:01tem uma diferença na abertura de vagas
05:03quando a gente olha para homens, mulheres e jovens.
05:06Como é que esses dados ajudam a gente a entender,
05:08então, esse cenário de inclusão?
05:10E o que isso mostra sobre a qualidade do emprego
05:12que o Brasil está gerando?
05:15Acho que esse é um ponto muito relevante.
05:16Acho que a gente tem visto muitas notícias positivas
05:18sobre o mercado de trabalho, de quanto que ele está aquecido,
05:21de quanto que a taxa de desemprego está no mínimo histórico,
05:22como a gente está gerando muitas vagas.
05:24Mas a gente tem que também voltar um pouco
05:26para questões estruturais do mercado de trabalho.
05:28O mercado de trabalho brasileiro atualmente ainda é muito desigual.
05:31A gente tem diferenças muito claras entre homens e mulheres,
05:33com homens conseguindo trabalhos de um certo remuneração mais elevada,
05:37uma facilidade maior para entrar no mercado de trabalho.
05:39Quando a gente olha questões etárias,
05:40a população mais jovem tem uma taxa de desemprego,
05:43uma dificuldade maior de entrar,
05:45a população de idade mais elevada
05:46também acaba tendo mais dificuldade de se realocar também.
05:49Então, a gente tem ainda dinâmicas muito diferentes
05:50dentro do mercado de trabalho.
05:52Quando a gente vê por cor ou raça também,
05:54isso é bem claro,
05:55quando a gente olha a diferença da qualidade desse emprego.
05:58Então, acho que esse momento que a gente tem vivido hoje,
06:00o mercado de trabalho bastante aquecido,
06:02ou seja, uma criação de vagas muito boas,
06:04pessoas voltando a conseguir trabalhar depois
06:05todos esses impactos, principalmente de pandemia,
06:08que não foi há tanto tempo atrás assim.
06:11Então, a gente conseguiu ter uma recuperação muito robusta,
06:13mas o foco agora seria buscar políticas públicas
06:16que olhem um pouco mais para a qualidade desse emprego,
06:18para que a gente consiga aumentar a nossa produtividade,
06:20aumentar a nossa competitividade,
06:22para que a gente consiga, de fato,
06:23que esse emprego formal cresça cada vez mais no país
06:26e que isso se demonstre também
06:27quando a gente olhar dados de produtividade,
06:29de ganhos da economia,
06:30que a gente cresça cada vez mais.
06:32E, Rodolfo, também não dá para a gente ignorar
06:34o fato de que para milhões de brasileiros
06:36o mercado informal ainda é a realidade.
06:38De que forma o crescimento do emprego formal
06:42contribui para melhorar as condições de trabalho
06:44e de vida dessas pessoas?
06:46Por que a gente tem que olhar com atenção também
06:48para a informalidade?
06:50A informalidade é muito presente no país,
06:52ela fica cerca de 40% das ocupações,
06:54a gente tem hoje 38%, cerca disso.
06:57Ela até vem caindo nos últimos meses,
06:59mas ainda é uma taxa muito elevada para o país,
07:02quando se compara até com outras economias.
07:05Então, é muito relevante a gente olhar
07:06esse crescimento do emprego formal,
07:08como foi esse resultado agora aqui do Caged,
07:11porque o que a gente costuma ver
07:12é que os empregos formais,
07:14eles são associados a empregos de maior remuneração,
07:16de maior qualidade,
07:17de maior proteção social,
07:18de maior produtividade.
07:20Então, quando a gente tem um crescimento
07:21desse emprego formal,
07:23isso significa que a economia está gerando
07:25um crescimento de um pouco mais de qualidade.
07:28Por que também que eu digo isso?
07:29Porque quando a gente olha a criação de vaga
07:31de um emprego formal,
07:31ela não pode ser criada do nada
07:33e satisfeita no dia seguinte.
07:34O empresário, quando contrata alguém,
07:36ele tem custo.
07:37Ele não pode demitir no dia seguinte
07:38porque ele vai acabar perdendo dinheiro.
07:39É quase uma decisão de investimento.
07:41Então, esse crescimento do emprego formal,
07:43ele vem muito na linha do crescimento econômico,
07:45com maior previsibilidade,
07:46com menor incerteza.
07:47Então, quanto mais a gente tiver isso no país,
07:49mais vai ter um crescimento do emprego formal
07:51e essa bola de neve positiva
07:53acabar sendo gerada.
07:54Então, o que a gente precisa é
07:55um crescimento econômico consecutivo do país,
07:58como a gente viu nos últimos anos,
07:59tentar que se mantenha por mais anos
08:00crescimentos em patamares elevados,
08:02maior dinamismo econômico também
08:04entre as atividades,
08:05para que o emprego formal continue subindo,
08:07o empresário consiga voltar
08:08a seguir esse ritmo de contratação
08:11e as pessoas também conseguirem
08:12tanto emprego de maior qualidade,
08:14maior remuneração,
08:14mas também de maior produtividade
08:16e que isso retorne para a própria economia
08:18mais à frente.
08:18Exato.
08:19E você mencionou aqui, Rodolfo,
08:21que a gente tem dados positivos,
08:24mas que o ritmo de crescimento dos empregos
08:26está desacelerando na comparação com o ano passado.
08:29E isso mostra o que em relação aos próximos meses
08:34e como é que o tarifaço
08:35e todo esse contexto geopolítico
08:38pode influenciar nesses dados daqui para frente?
08:41É, acho que já é um pouco esperado
08:44essa desaceleração,
08:45então ainda são dados positivos,
08:47mas em menor ritmo,
08:47e isso tem muito a ver
08:48com o nosso ambiente macroeconômico.
08:50A gente tem visto algum crescimento econômico,
08:52mas a gente também tem uma expectativa
08:53de inflação mais elevada
08:54e isso tem feito com que o Banco Central
08:56suba os juros e mantenha ele
08:57no patamar mais elevado por mais tempo.
09:00Então hoje a gente tem uma taxa de juros de 15%,
09:02que naturalmente o que o Banco Central espera
09:03com essa taxa, nessa magnitude,
09:05é desacelerar a economia
09:07para frear essa inflação de longo prazo.
09:08Então na medida que a gente tem esse momento
09:11de se esfriar a economia,
09:13de tirar um pouco do acelerador da economia,
09:16naturalmente o mercado de trabalho
09:17também vai no mesmo ritmo.
09:18A economia é quem dito o ritmo
09:20do mercado de trabalho.
09:20Se a economia agora tende a ser um pouco mais fraca
09:22a partir desse segundo semestre,
09:24o mercado de trabalho deve responder
09:25na mesma medida.
09:27Ainda deve continuar com dados positivos,
09:29mas no ritmo menor.
09:31Quando a gente olha para frente,
09:33então além dessa questão do ambiente macroeconômico,
09:35de juros mais altos,
09:36uma expectativa de crescimento
09:37um pouco menor esse ano,
09:38tem também toda essa questão
09:39da incerteza global,
09:40essa incerteza vindo dos Estados Unidos,
09:43especialmente para o Brasil,
09:44toda essa questão do tarifácio.
09:45Os impactos iniciais,
09:46pelo que a gente tem visto,
09:48não devem ser muito grandes
09:49na economia brasileira,
09:50no sentido de PIB,
09:51não deve ter uma perda de PIB
09:52muito grande para o país
09:53em relação a isso,
09:54mas aqueles segmentos
09:55que são mais diretamente relacionados
09:57com a economia americana
09:58podem acabar sofrendo um pouco mais
10:00e reduzindo um pouco
10:01tanto o seu crescimento
10:02quanto o ímpeto de contratações.
10:04Então, especialmente nesses setores
10:06que são mais ligados à economia americana,
10:09que tem uma relação comercial mais forte,
10:11é esperado que se tenha uma desaceleração
10:12um pouco mais intensa,
10:13mas nos dados gerais,
10:15por enquanto,
10:15a gente ainda não observa
10:16um impacto tão grande
10:17a ponto de ter que fazer uma revisão
10:18muito grande
10:19na expectativa de contratação,
10:21mas já se espera uma desaceleração,
10:22dado que a economia brasileira
10:24deve perder um pouco de força também
10:25nesse segundo metade do ano.
10:26Bom, Rodolfo,
10:28enquanto você fala,
10:29está dividindo o tela,
10:30estava aparecendo ali,
10:31e Bovespa,
10:31hoje daqui a pouco
10:32a gente vai falar mais
10:33sobre a Bolsa,
10:35mas claro que os investidores
10:36estão de olho
10:37nos dados do Cajé
10:38de Quentinhos
10:39que acabaram de sair,
10:40não é, Rodolfo?
10:42Exatamente,
10:42é um dado bem rápido
10:44que se sai,
10:44a gente está analisando agora
10:45aqui em agosto,
10:46o dado de julho,
10:47é um dado de atividade
10:47muito importante,
10:48é um reflexo
10:49do que vem acontecendo na economia,
10:51então na medida que a gente tem visto
10:52dados positivos
10:53com alguma desaceleração,
10:54o investidor também já começa
10:55a ficar um pouco de olho
10:56em qual deve ser
10:57o ritmo de atividade econômica,
10:59qual vai ser o ritmo
10:59da economia brasileira
11:00que tem sido observada
11:02agora nesse momento.
11:03Tá certo,
11:03quero agradecer Rodolfo Tobler,
11:05economista do Movimento
11:06Brasil Competitivo,
11:08pela participação ao vivo
11:09com a gente aqui no Fast Money,
11:11muito obrigada, viu?
11:11Boa tarde para você,
11:12volto sempre.
11:14Eu que agradeço,
11:15fico aqui para o próximo convite.
11:16Até a próxima.
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