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O Ministério do Trabalho divulgou os dados do Caged do mês de julho. Em entrevista ao Real Time, Alison Correia, cofundador da Dom Investimentos, explicou que os números devem vir abaixo de junho devido a juros altos, incertezas comerciais com os EUA e ajustes fiscais do governo.

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Transcrição
00:00E o Ministério do Trabalho divulga no início da tarde o resultado do emprego com carteira assinada de julho,
00:06o chamado CAGED, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.
00:10Nós vamos conversar sobre as expectativas em relação a esses números com o Alisson Correia,
00:15ele que é analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos.
00:20Oi Alisson, muito bom dia para você, tudo bem?
00:23Tudo ótimo, Eric, bom dia para você e para todos os telespectadores.
00:27Seja bem-vindo aqui ao Real Time, viu Alisson?
00:30E eu queria começar com você, falando o seguinte,
00:33segundo trimestre nós tivemos aí uma taxa de desemprego em 5,8%,
00:37é a menor taxa da história, da medição histórica, então 5,8%.
00:44Nós temos pouco mais de 102 milhões de pessoas ocupadas.
00:48O que a gente pode esperar do CAGED agora em julho?
00:50Vêm mais números positivos, o que você espera?
00:55Eu acho que vai ser muito, não somente eu, mas os analistas aqui,
00:58acreditam que dificilmente a gente vai conseguir bater esse número que, como assim você colocou,
01:05foi tão bom realmente, principalmente a taxa de desemprego aí no nosso melhor cenário, né?
01:10Desde que essa série histórica começou a ser computada.
01:13Então, o que nós tivemos no CAGED passado foi algo em cima de aproximadamente 166 mil aí,
01:22que foi o índice de evolução de emprego, agora, que vai sair hoje, duas e meia da tarde,
01:28que é o CAGED que compila aí o mês de julho, né?
01:33O mês passado, deve vir algo aproximadamente, algo perto de 135 mil,
01:42ou seja, não vai ser algo tão alto como foi no mês de junho, mas também não vai ser algo tão ruim,
01:50pelo menos são as expectativas.
01:52Esses números são muito difíceis de a gente conseguir cravar, né?
01:55Mas, respondendo a tua pergunta, deve vir um pouco abaixo dos resultados passados,
02:01que realmente eles foram muito expressivos, principalmente o do segundo trimestre.
02:05Olha, só a gente vê uma preocupação enorme, né, da indústria, a gente viu agora há pouco,
02:10nós mostramos o índice de confiança da indústria também, que recuou, né,
02:14da indústria em relação à taxação de Donald Trump, né?
02:17Algumas empresas aí repensando produção, também emprego,
02:21a gente está vendo aí que o governo federal lançou uma medida provisória
02:26para ajudar ali os exportadores, inclusive com a manutenção de empregos,
02:30mas esse cenário externo ruim na questão comercial, isso pode levar, por exemplo,
02:37ao aumento do desemprego?
02:40Com certeza, com certeza.
02:42Então, um dos pontos de nós acreditarmos que os próximos dados de Cagedo, de desemprego,
02:47não serão tão bons quanto os passados, que nós vimos esse ano,
02:52é exatamente o ponto norte-americano, são as taxações.
02:56Então, pensa, ainda a gente não vê um processo de demissão em massa, ainda,
03:02mas nós estamos vendo já muitas empresas paralisadas,
03:05que com certeza se iriam contratar, não vão mais.
03:07Então, esse processo de estagnação é aquele movimento do vamos aguardar
03:12para ver até onde vai esse posicionamento norte-americano
03:15e se teremos algum tipo de flexibilização no meio do caminho
03:18para a gente poder retomar as contratações.
03:21Então, naturalmente, qualquer tipo de empresário faria o mesmo.
03:24Então, realmente, é algo que joga muito contra.
03:27E a gente, obviamente, olhando o ponto do governo,
03:29a gente não consegue ver uma aproximação,
03:33nem algo que realmente faça com que a gente imagine
03:36algum tipo de negociação em curto prazo.
03:38Isso realmente traz muita incerteza na cabeça dos empresários.
03:43Então, realmente, é algo muito ruim.
03:44Isso, sim, vai ser refletido no Cagedo de agora
03:47e nos próximos até o final do ano.
03:50A monetária também do Banco Central, com esse arrocho,
03:53vamos dizer assim, na taxa de juros,
03:55uma mão mais dura, com a Selic em 15%.
03:59E aí não tem uma perspectiva ainda para este ano de queda.
04:02Isso também contribui para talvez vir um número de desempregados um pouco maior,
04:09já que as indústrias não têm um poder grande para investimento,
04:13com essa taxa alta, segundo até o ministro da Fazenda restritiva?
04:16São, sem sombra de dúvida.
04:20Qualquer tipo de empresário que precisa tomar dinheiro no mercado a 15%
04:23ou rolar dívida a 15% é algo realmente muito astronômico
04:31para você conseguir ter um giro e um caixa e um fluxo eficiente
04:35para você conseguir expandir fábricas,
04:38para você conseguir montar franquias.
04:40E, consequentemente, tudo isso desencadeia na falta de contratação.
04:47Eu acredito que esse ponto da taxa de juros não impactaria em tanto o desemprego em si,
04:52porque o processo de quem já está empreendendo,
04:56obviamente que eles já têm as suas métricas, as suas análises
04:59para conseguir fazer as suas projeções de venda dos seus produtos.
05:04Agora, no meio do caminho, quando você tem uma taxação de 50%
05:07de uma grande economia, realmente esse tipo de incerteza,
05:11até indústrias que não acabam diretamente exportando para os Estados Unidos,
05:15acabam ficando um pouco receosas com o processo que pode desencadear na economia.
05:21Então, realmente, esse tipo de incerteza acaba, sim, pegando.
05:26Então, tem a taxa de juros, tem a instabilidade, tem as eleições do ano que vem.
05:29São muitas incertezas no ar que acabam impactando e, bom,
05:34tomara que a gente se surpreenda positivamente,
05:36mas o que a gente imagina é que os próximos cajetos não devem vir
05:39tão bons quanto os últimos resultados.
05:43E aí tem aquela palavrinha, né, Alisson, para o mercado,
05:45que é muito importante, confiança, né?
05:47E aí, quando você não tem confiança e a gente vê aí na indústria recuando um pouco,
05:51fica difícil você dar um passo para frente,
05:53tomar uma posição um pouquinho mais arriscada?
05:55Na dúvida, carro parado não bate.
05:58É isso.
06:00Outra coisa que eu queria comentar com você é que, assim,
06:02o governo está revendo algumas políticas de benefício fiscal,
06:06até para fechar a conta do governo este ano e de 2026.
06:11E uma dessas revisões pode afetar, por exemplo,
06:15a tributação da folha de pagamento.
06:19A gente tinha alguns 17, se eu não me engano, setores da economia
06:22que tinham isenção aí da folha de pagamento.
06:25Se isso realmente cair, fica ainda mais difícil, né,
06:28você contratar ou manter empregos?
06:31Não, com certeza.
06:32Então, essa é bem colocada.
06:34É mais uma variável que acaba jogando contra, né?
06:38Obviamente que todo governo, ele quer que tenham mais empregos,
06:41que a taxa de desemprego caia, que a economia cresça.
06:44Mas aquilo que a gente colocou, né,
06:45essa tributação, esse tipo de procedimento
06:49que pode afetar a folha de pagamento, né, na cabeça,
06:51é, obviamente, faz com que o, primeiro, que a informalidade volte a crescer,
06:55né, de certa forma,
06:57e que os empresários, os empreendedores que estão na dúvida,
07:01estão fazendo conta, estão,
07:03puta, quer saber, vamos esperar no que vem,
07:05então, enfim, já estão indo para a reta final do ano,
07:07vamos, então, tudo isso, né,
07:09tudo essa fumaça, né,
07:12essa cortina de fumaça que tem no ar,
07:13na dúvida, faz com que eles fiquem paralisados.
07:15Isso é no melhor das hipóteses, né,
07:17isso sem contar nas possíveis demissões de massa que podem acontecer,
07:21porque não tem como,
07:22por mais que o governo vá dar incentivo financeiro
07:24para as principais empresas que estão sendo afetadas pela tarifa,
07:28isso não tem como se sustentar no longo prazo,
07:30estamos falando de 30 bilhões, 38 bilhões,
07:32isso não tem como se sustentar,
07:35porque o governo não tem caixa para isso, né,
07:37a gente não tem nenhum arcabuço fiscal fechado
07:41de uma forma eficiente para o ano que vem,
07:43então, assim, realmente, a conta não tem como fechar desse jeito.
07:45Eu vou pegar um setor específico contigo,
07:48eu falava aqui com o Diego Mezzogiorno sobre a Alemanha.
07:51A Alemanha fechou quase 7% dos postos de trabalho
07:54no setor automobilístico, no setor automotivo.
07:57Foram 51.500 postos de trabalho fechados
08:00neste setor em um ano, até julho deste ano.
08:05Aqui no Brasil, a gente está vendo aí um ruído,
08:08para não falar uma briguinha,
08:10entre as montadoras locais e as montadoras chinesas,
08:14porque o governo brasileiro está incentivando
08:16as montadoras chinesas virem para o Brasil, né,
08:18até porque isso também geraria emprego.
08:20Mas, por outro lado, você pode ter uma queda de empregos
08:24nas locais aqui.
08:26Como equilibrar isso e se isso realmente poderia acontecer?
08:31O governo brasileiro, igual a gente fala, né,
08:35está num mato sem cachorro, né, infelizmente,
08:38porque, de certa forma, ele precisa agradar o governo chinês
08:43para que ele tenha uma possibilidade de saída
08:46para produtos que ele não consiga mais exportar
08:48para os Estados Unidos, né,
08:51e a China sempre foi um grande parceiro nesse sentido.
08:53Então, de certa forma, ele não pode simplesmente cortar
08:56as expectativas que eles mesmos criaram com os chineses
09:01de trazer essas empresas, essas montadoras para cá,
09:03porque isso acabaria afetando aí, de certa forma,
09:06a sua política comercial.
09:08Então, eu acredito que isso vai acontecer.
09:10A gente já tem aqui alguns golpões,
09:13alguns setores aqui que já estão sendo construídos para isso
09:16e, com certeza, você tem de um lado,
09:18vão ter que contratar pessoas para essas montadoras,
09:22mas, ao mesmo tempo, as locais vão acabar sendo prejudicadas.
09:25Então, acho que, para se ter esse tipo de equilíbrio,
09:28eles vão ter que sentar e vão tentar mensurar, na verdade,
09:31a capacidade de consumo do brasileiro
09:33em relação aos produtos chineses.
09:34Eu acredito que o mercado local, ainda focando nessa parte automotiva,
09:38não perde muito para o mercado chinês.
09:40Então, por questão cultural ainda.
09:42Então, por isso que eu acredito que não impacte tanto
09:45no processo de menos venda para os locais
09:48e que seja algo realmente que prejudique muito no curto prazo.
09:53Eu não vejo por esse lado.
09:54Então, não acho que impactaria tanto essa entrada dos chineses aqui.
09:58Alisson Correa, obrigado pela sua participação.
10:01É sempre bom tê-lo aqui no Real Time, bater esse papo contigo,
10:04ver a sua análise e o seu olhar hoje para o mercado de emprego.
10:08Nós temos Caged aí logo mais.
10:10Grande abraço para você e uma ótima quarta-feira.
10:13Para vocês também, Eric. Muito obrigado.
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