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O Brasil alcançou a 5ª posição mundial em capacidade instalada de energia eólica terrestre, segundo o Wind Report 2025. Em meio ao avanço do setor, a Engie Brasil Energia apresentou no 2º trimestre receita de R$ 3,1 bilhões (+10,1%), mas viu o lucro líquido cair 34,9%, para R$ 567 milhões. Eduardo Sattamini, diretor-presidente da Engie, explica os desafios do mercado sobreofertado, os impactos da geração distribuída e as estratégias para manter o crescimento com 100% de operação renovável.

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Transcrição
00:00O Brasil alcançou a quinta posição no ranking global de capacidade instalada de energia eólica terrestre,
00:07isso segundo o relatório global Wind Report 2025.
00:11Nesse cenário, a Engie Brasil Energia divulgou nesta quinta-feira o balanço do segundo trimestre,
00:17com foco na geração a partir de parques eólicos.
00:21A operação 100% renovável da companhia registrou lucro líquido de R$ 567 milhões,
00:27uma queda de 34,9% na comparação anual.
00:33Já a receita operacional avançou 10,1%, totalizando R$ 3,1 bilhões.
00:40Para falar sobre esses resultados e as projeções para a empresa e o setor,
00:46eu converso agora com o Eduardo Satamini, diretor-presidente da Engie Brasil Energia.
00:51Eduardo, boa tarde para você, obrigado pela gentileza em conversar aqui com a gente.
00:55Em primeiro lugar, Eduardo, o que é que explica essa queda de 35% no lucro líquido em relação ao segundo trimestre de 2024?
01:06Boa tarde, Fábio. Boa tarde a todos.
01:09Na verdade, isso é um reflexo do mercado.
01:12O mercado hoje está sobreofertado, em primeiro lugar.
01:18Com isso, você tem uma restrição de geração nos parques eólicos e solares, principalmente no Nordeste,
01:26e isso faz com que a gente perca energia, e ao perder energia, a gente perca também faturamento.
01:32Isso é um primeiro fator, um fator preocupante, é um fator que vem sendo criado pelo excesso de oferta
01:41e pela inserção massiva da geração distribuída, que é uma geração subsidiada.
01:47Isso vem prejudicando, então, os investimentos de uma forma geral.
01:52O outro elemento é o elemento natural da nossa companhia.
01:55Na hora que a gente está fazendo investimentos,
01:57e esses investimentos ainda não entraram totalmente em operação,
02:01existe um pequeno descasamento entre o investimento e a renda ofendida por esse investimento,
02:07e com isso você tem o custo de capital, o custo da dívida para a constituição do investimento,
02:14ele acontecendo no momento anterior ao momento da geração de renda.
02:19Então, também tem esse pequeno descasamento, e até esse descasamento vai deixar de ocorrer
02:25a partir do momento que os nossos novos parques entrem em operação totalmente a partir do ano que vem.
02:32Agora, houve um aumento na receita de 10%, arredondando.
02:35Esse aumento é explicado por quê?
02:39Esse aumento é explicado porque a gente vem em uma campanha grande de investimentos há algum tempo,
02:45não só na geração eólica solar, mas também na nossa área de transmissão de energia,
02:54onde a gente tem hoje três ativos operacionais,
02:59e mais dois ativos que estão sendo construídos,
03:02que estão começando a agregar também resultados ao nosso portfólio.
03:07Há muita volatilidade no mercado energético nacional e internacional?
03:12Sim, a gente começa a ver a inserção massiva da energia renovável,
03:20e com isso você passa a depender muito da disponibilidade dos recursos,
03:26recursos solares, recursos eólicos, que são intermitentes,
03:30você não tem controle do despacho.
03:32Com isso você gera muita volatilidade de preço e isso gera um pouco de insegurança no investidor.
03:42É uma nova tecnologia que está alcançando a maturidade e isso leva algum tempo para os mercados se ajustarem.
03:53Como é que você avalia, Eduardo, o ambiente regulatório para a energia eólica hoje no Brasil?
04:01O setor teria alguma demanda, por exemplo, que não está contemplada ainda em termos de impulsionar,
04:08melhorar o ambiente de negócios para esse setor?
04:12Eu acho que de uma maneira geral, o setor elétrico precisa resolver um problema estrutural,
04:19estrutural, é o excesso de subsídios.
04:22Na hora que você coloca subsídios no setor, e esse subsídio vem de diversas formas,
04:28você acaba gerando distorções na alocação de recursos, distorções de preço,
04:32e causando, como a gente viu, um excesso de oferta, que não está acompanhando,
04:37a demanda não está acompanhando, e com isso você gera aquilo que eu comentei com você,
04:42que é a frustração da geração de alguns parques.
04:45Isso tem um impacto terrível para o investidor, com isso gera uma diminuição do apetite
04:54de investimento e de crescimento posterior.
04:58Como é que a Engie está se posicionando para as mudanças na matriz energética brasileira
05:04para os próximos anos?
05:05Bom, a gente já se tornou uma empresa 100% renovável, extremamente importante
05:13para a nossa pegada de carbono.
05:18Nós estamos trabalhando com um portfólio equilibrado.
05:22Hoje eu tenho cerca de 70% da nossa energia de geração hídrica,
05:28e os outros 30% apenas de eólico solar.
05:31A gente precisa ter na nossa matriz fontes despacháveis,
05:37como a energia hidrelétrica, como a energia térmica também.
05:42Não nós, como empresa, nós optamos por ser renováveis,
05:46mas o sistema precisa contar com o que a gente chama de energia segura,
05:51segurança energética.
05:52E isso vem através das hidrelétricas, isso vem através das termoelétricas,
05:58isso vem através dos sistemas de armazenamento.
06:00E é isso que a gente precisa agora, prestar bastante atenção,
06:04para que a gente possa crescer o nosso setor,
06:09crescer as nossas fontes de uma maneira programada,
06:14de uma maneira segura, para que a gente garanta fornecimento.
06:18Nesse sentido, a realização da COP30 aqui no Brasil,
06:22apesar de todo o ruído gerado, principalmente pela questão da infraestrutura,
06:26da organização, mas ela pode representar uma oportunidade?
06:32Na verdade, a oportunidade de mostrar ao mundo que o Brasil já fez a sua transição energética.
06:40Hoje, a nossa geração de energia, contando hidrelétrica, solar, eólica,
06:49é cerca de 90% a energia elétrica advinda de fontes renováveis.
06:54Então, a transição energética no Brasil já ocorreu.
06:59O que a gente precisa é fazer uma transição ainda em setores,
07:05como o setor de transporte, de mobilidade urbana,
07:10no setor industrial ainda existe,
07:12muito combustível fóssil na matriz,
07:17no setor energético a gente precisa ainda seguir com a transição energética.
07:22Mas no setor elétrico a transição já ocorreu.
07:26A Engie tem planos de promover aquisições
07:30ou fazer parcerias estratégicas nos próximos meses?
07:35Bom, a gente completa uma aquisição ainda no mês de agosto.
07:41Nós adquirimos duas usinas hidrelétricas no norte do país,
07:46de um outro player, continuamos interessados e investindo no país,
07:52apesar de algum descompasso na parte regulatória.
07:57Parcerias, a gente está sempre aberto a parcerias, sim.
08:00Temos parceria no setor de operação de gasodutos,
08:05temos parcerias na operação de algumas usinas,
08:08temos parceiros que são autoprodutores,
08:12temos parceiros que são geradores.
08:13Então, a empresa está sempre aberta a fazer negócios
08:18da forma mais eficiente e operacionalmente mais eficaz.
08:22Eduardo, para a gente encerrar,
08:24eu queria te fazer uma pergunta sobre aquele que vai ser
08:26o nosso próximo assunto aqui nessa edição do Radar,
08:28que é licenciamento ambiental.
08:30Eu não sei até que ponto você conseguiu se deter sobre o tema hoje,
08:35mas o presidente Lula vetou 63 pontos do projeto
08:39que cria uma nova lei de licenciamento ambiental no Brasil
08:43e que foi amplamente vista como uma lei que afrouxaria
08:47vários mecanismos de proteção ambiental.
08:51Você conseguiu acompanhar um pouco desses vetos?
08:55Você conseguiria comentar que tipo de impacto a lei,
08:58tal como ela passou por esses vetos,
09:01teria impacto para os negócios da Engel?
09:04Bom, eu não consegui acompanhar, infelizmente,
09:08mas eu posso falar a princípio.
09:11Eu acho que o arcabouço de regulatório
09:16para licenciamento ambiental,
09:18ele precisa ser robusto para garantir
09:20a sustentabilidade dos negócios,
09:22a sustentabilidade do país.
09:25Porém, a gente precisa também ter uma estrutura
09:31que permita uma agilidade maior no licenciamento.
09:34O que acontece hoje é que a gente tem regras
09:37muito bem definidas, diria assim,
09:41mas a gente não tem braços suficientes
09:43para poder fazer as análises e fazer com que o licenciamento
09:46saia em prazo razoável para a implementação de projetos.
09:51Hoje a gente vive isso nos projetos de transmissão de energia
09:55que são extremamente importantes para o país
09:58para que a gente possa ter o fluxo de energia
10:01da área de produção para a área de consumo
10:03e esses projetos estão parados ou atrasados
10:07em função do licenciamento.
10:10A gente vê que o IBAMA não tem condições
10:14de lidar com a carga de trabalho demandada deles.
10:21Então, eu acho que para que a gente tenha
10:23uma legislação adequada, robusta,
10:26a gente precisa ter também uma estrutura
10:28capaz de lidar com essa legislação.
10:32Eduardo Satamini, diretor-presidente da Engie Brasil Energia.
10:36Eduardo, muito obrigado pela gentileza da entrevista.
10:38Bom fim de semana para você.
10:40Obrigado, Fábio. Igualmente.
10:42Obrigado.
10:42Obrigado.
10:43Obrigado.
10:44Obrigado.
10:45Obrigado.
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