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A Jovem Pan vai deixar você ligado na tomada - com o podcast mais eletrizante do mercado - para um debate com os maiores craques da indústria automotiva, executivos e pilotos.
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Categoria
🚗
MotorTranscrição
00:00A indústria automotiva nos contempla com grandes nomes, seja da parte da engenharia,
00:13também na parte de comunicação, mas principalmente no design.
00:18E hoje, exatamente por isso, nós temos aqui um executivo da Volkswagen,
00:23diretor de design para a América do Sul e América, também do Norte,
00:27com uma relevância não só nacional, mas global, José Carlos Pavoni.
00:32Pavoni, super obrigado por estar com a gente aqui na Jovem Pan, meu amigo.
00:35Obrigado você, Alex. Obrigado pela apresentação, pelo convite. Prazer estar aqui.
00:39Você sabe que a gente tenta trazer você há muito tempo para cá, mas você é um cara muito ocupado.
00:44Andou muito ocupado na época que eu sei do Nivus até a Jovem Pan esteve na Alemanha
00:49para conhecer esse carro em primeira mão e com uma curiosidade.
00:52Eu lembro que a gente foi atendido lá pelo seu irmão gêmeo, pelo Marcos,
00:56e a gente entrava no estúdio, naquele centro de design, não era só sem o celular.
01:03Não podia entrar com um bloquinho de notas e nem com caneta.
01:06Tamanho o segredo. E foi um grande lançamento global, né?
01:11Exatamente. Foi um grande lançamento, muito importante para o nosso time aqui, para o nosso estúdio.
01:15Você falou que eu estou ocupado, verdade.
01:16O ano passado eu fiz 23 viagens internacionais. É um absurdo.
01:20E ali em voos, por onde você esteve, foi um lugar que eu passei boa parte da minha vida, né?
01:25Morei sete anos ali, trabalhando na matriz, aprendi bastante.
01:28E foi muito legal poder ver um carro desenhado aqui, pelo nosso time,
01:32pensado pela gente, para a nossa região, que foi bem recebido pelos nossos colegas europeus
01:38e que hoje é produzido e vendido por lá, né?
01:41Pavone, sabe que quando o Veiga já esteve com aquele gente aqui no estúdio,
01:45ele me contou nos bastidores uma história que eu já conhecia, assim, aquela que a gente fala de orelhada,
01:50mas eu quero escutar de você.
01:52Como foi essa tua chegada na Volkswagen?
01:54Que parece que ela foi muito old school, né?
01:57Através de cartas.
01:58Conta para a gente como foi isso.
02:00Foi old school porque não tinha e-mail, não tinha internet.
02:02E eu falo isso para os designers mais novos, né?
02:04Imagina um planeta sem internet, como que era para se comunicar e mostrar uma intenção, né?
02:09O que você quer da vida, mandar um portfólio, pedir um emprego, um estágio.
02:15E essa história é muito legal porque eu desenhava carros por hobby, como garoto, como meu irmão, Marco, né?
02:23E um dia meu pai me mostrou um artigo, um caderno chamado Folhinha,
02:27que tinha de domingo na Folha de São Paulo e era um caderno para crianças.
02:30Na última página tinha um artigo que dizia desenhando o carro dos sonhos.
02:35Tinha um sketch maravilhoso do Veiga, um desenho feito à mão.
02:38E meu pai falou, olha isso que legal, isso aqui é uma profissão.
02:41E ali a gente tomou conhecimento.
02:43O Veiga dizia o que precisava fazer para seguir os passos, né?
02:47E ele comentou nesse artigo que crianças mandavam cartas.
02:51E aí foi a nossa cadeia.
02:52Sensacional.
02:53E para quem não sabe, eu falei do irmão Marco, irmão gêmeo.
02:56Exato.
02:57Exatamente na mesma função.
02:58E aí eu te pergunto, existe competição entre...
03:00Quando é moleque eu sei que existe essa competição.
03:03Atualmente existe a competição também?
03:04Ah, a gente trabalhou muito tempo junto, né?
03:07Claro, quando a gente estava ali subindo existia muita competição.
03:10Mas existia também alguém que eu podia arrancar a verdade, né?
03:13Aquele feedback verdadeiro.
03:14Pô, tá legal a proposta, não tá?
03:16Dá para melhorar?
03:17O que dá para fazer melhor?
03:19Porque a competição é muito difícil, muito árdua.
03:23Principalmente quem está em voos por uma cidade pequena, difícil, fria, 100 mil habitantes.
03:27Quem está ali está para fazer a vida e conseguir desenhar um carro, conseguir colocar um carro em produção.
03:33E ter os créditos pelo trabalho, né?
03:35Teve muita competição, mas agora a gente só dá risada.
03:39Pavone, uma curiosidade que eu tenho e também muita gente me pergunta.
03:43Um carro quando ele é lançado, esse projeto dele começou muitas vezes 5, 4 anos antes.
03:49Exato.
03:49Só que você não tem uma bola de cristal para saber daqui a 5 anos como que vai estar o mercado, como que vai ser a tendência.
03:56Como que você começa esse primeiro sketch seu, esse primeiro rascunho, sem imaginar o que pode acontecer daqui a 5 anos?
04:04Olha Alex, muita gente me pergunta isso, mas é uma coisa muito intuitiva nossa.
04:09E de alguma maneira, essa regra serve para todo mundo.
04:13Toda concorrência está com essa dúvida na cabeça, mas vamos lá.
04:19Pense em SUV.
04:20Quantos anos faz que a gente fala em SUV?
04:2320? 25 já?
04:25Não é uma tendência que vai sumir daqui a 5 anos.
04:28As picapes estão aí, cada vez maiores, ou segmentos e tamanhos diferentes.
04:34Então, é quase impossível que alguém me diga que daqui a 5 anos os conversíveis vão estar de volta.
04:40Sabe?
04:40Então, a gente mais ou menos trabalha com alguma coisa que está ali, palpável.
04:45Existe estudo de mercado, o pessoal de marketing de produto está sempre de olho.
04:48Então, dá para trabalhar nessa linha, né?
04:51Mas, por exemplo, os carros de até 29, 30 já estão quase prontos.
04:57E com o Nibus, você lançaram uma tendência, não foi isso?
05:01Sim, foi uma tendência porque foi um cupê compacto que ninguém tinha.
05:07E eu lembro que eu insisti muito para isso, porque a gente coloca o mapa dos produtos, das marcas, dos segmentos.
05:13E eu sempre falei, olha, aqui não tem ninguém, vamos lá.
05:15E às vezes precisa de um pouco de coragem, de resiliência para conseguir convencer várias camadas do board da empresa a fazer algo que ninguém nunca fez.
05:28E se provou certo, um produto que deu uma rejuvenescida na marca e cutucou um pouco os concorrentes.
05:36A gente já vê alguns cupês compactos também no mercado.
05:39Bem parecidos.
05:43Nibus é mais bonito.
05:45Mas é isso, acho que vale a pena.
05:47Claro que o mercado acaba sendo muito reativo.
05:50O concorrente tem, o pessoal faz, mais ou menos naquele tamanho, naquelas dimensões.
05:55Os nossos portfólios são relativamente parecidos.
05:57Mas, de vez em quando, a gente encontra uma brecha para fazer alguma coisa que ninguém fez.
06:01O consumidor, ele dita o mercado também?
06:04Ou seja, ele tem influência no teu trabalho de design?
06:07Ou você acha que é mais uma influência tua, imaginando uma tendência e esse consumidor compra?
06:14Ah, olha, são tantas componentes nessa equação aí, Alex.
06:19Claro que o componente dita.
06:21Eu te dei o exemplo de SUV.
06:22Faz 20 anos que só fala em SUV e eu provavelmente vou me aposentar falando em SUV.
06:26Mas o Nibus, por exemplo, foi uma tendência que a gente criou e conseguiu colocar ali na cabeça
06:32que dá para ter um outro tipo de silhueta, né?
06:35Ou carroceria, que a gente diz, além do SUV tradicional.
06:40Como a outra Carutera, né?
06:41Exatamente.
06:42Que está já fazendo sucesso, né?
06:43Exatamente, que fugiu completamente do tipo de design que a gente fazia.
06:47Então, eu acho que tem um pouco do que o cliente gosta,
06:50mas a nossa obrigação é oferecer alguma coisa que ele também não viu antes.
06:54Eu tenho uma história muito legal do Tera.
06:57Quando eu mostrei a primeira vez para um grupo de pessoas que iam produzir o carro lá em Taubaté,
07:02o pessoal do sindicato, eles olharam o carro, saíram da reunião, deram um tapão no meu ombro.
07:06Ah, menino, eu estava inspirado, hein?
07:08Nem parece Volkswagen.
07:09Esse comentário tinha tudo assim para...
07:13Nossa, me deixa chateado, mas foi muito legal,
07:14porque foi um feedback, uma reação muito raiz, muito natural de alguém que nunca tinha visto o produto
07:22e indicou uma renovação, né?
07:25Um produto que vai trazer um logotipo que todo mundo conhece.
07:27Pô, foi sensacional.
07:29Pablo Boni, para honrar o nome do nosso programa Ligados na Tomada,
07:32me fala o que a eletrificação tem de impacto atualmente no design de um carro.
07:38Tem, por exemplo, eu gostaria que tivesse mais, né?
07:43Eu acho que existe a ideia que a eletrificação ia mudar a arquitetura do carro como um todo.
07:49E não é isso que vai fazer mudar.
07:51Claro, não tem o motor na frente, dá para colocar a coluna um pouco mais avançada.
07:57O assoalho, ele é plano, não tem mais aquele túnel no meio.
08:01Ok, mas eu acho que ainda os carros elétricos estão um pouco...
08:05Estão demais, parecido com os carros a combustão.
08:08Existem casos que você não consegue nem diferenciar.
08:10Claro que o fator aerodinâmico é muito levado a sério.
08:16A gente tem que fazer os carros cada vez mais arredondados.
08:18Dificilmente você vai ver um carro elétrico com muitos cantos vivos, né?
08:22Mas o que eu acho que vai transformar realmente o carro
08:25numa coisa completamente diferente
08:28é quando a gente chegar num dia que não vai haver mais impacto,
08:32que os carros sejam autônomos,
08:33você não vai precisar ter alguém sentado ali no volante.
08:36Talvez não precisa de vidros.
08:38Você possa sentar num...
08:39Uma cápsula, né?
08:40Uma cápsula, né?
08:41O carro vai poder ter um formato de uma casa
08:44ou de qualquer outra coisa.
08:46Existe, no futuro, a probabilidade muito grande
08:49de os carros se entenderem entre si
08:50e não ter impacto nenhum.
08:52E por que eu falo isso?
08:53As normas de impacto interferem demais
08:55como um carro é desenhado hoje.
08:57A frente de um carro, ele é desenhado
08:58a partir de um impacto contra a perna do pedestre,
09:02os raios mínimos,
09:03o impacto num capô, no evento autropelamento.
09:06Tudo isso dita o fato dos carros terem mais ou menos a mesma arquitetura.
09:11A colisão, o acidente, né?
09:13Então, no dia que isso deixar de existir,
09:16os carros vão mudar bastante.
09:18Você sabe que eu e mais uns seis ou sete jornalistas
09:22tivemos o privilégio de participar.
09:24Foi quase uma clínica que o Claudio Ravix,
09:26na época, como marketing da áudio,
09:29eu posso falar porque estamos dentro do mesmo grupo,
09:30hoje ele está como diretor de comunicação da Volkswagen,
09:34ele chamou seis ou sete jornalistas
09:35para uma clínica
09:36de um momento que a gente não podia revelar absolutamente nada.
09:40Tinha confidencialidade de boca.
09:42A gente nem assinou nada.
09:43Para saber o que pode chamar a atenção do consumidor
09:47para a novidade de um carro elétrico
09:50sendo lançado no mercado,
09:51o que faria esse cara ir para aquela marca determinada
09:55ou para aquele modelo.
09:56E o resumo da ópera foi
09:58se aquele cara perceber, ele vai comprar,
10:01se o vizinho dele perceber que ele está com um carro elétrico.
10:04Ou seja, se o vizinho dele perceber
10:06que ele está num carro conectado,
10:10um carro tecnológico, um carro disruptivo,
10:14que esse carro teria que ter alguma coisa
10:16de percepção no mercado
10:18que ele fosse o novo,
10:20que ele fosse o diferente.
10:22E não simplesmente que ele tivesse a tecnologia elétrica
10:25para a usabilidade daquele consumidor.
10:28Porque a gente vive muito no mercado de percepção.
10:32Você enxerga dessa maneira
10:33quando você faz um design de um carro, um desenho.
10:36Você consegue transportar esses anseios todos do consumidor
10:40para essa prancheta?
10:42deixar um pouco de lado aquilo que você acha legal,
10:45mas fala,
10:46poxa, mas o que vai chamar atenção para esse cara?
10:50Nossa, Alex...
10:51É difícil, né, cara?
10:52É muito difícil, depende de regiões e depende de segmentos.
10:54Vou te dar um exemplo.
10:55Se eu tivesse que agora desenhar um carro elétrico urbano,
10:57pequenininho,
10:58eu ia fazer de tudo para que esse carro
11:00aparecesse realmente um carrinho elétrico.
11:02E porque tem que mostrar tecnologia, né?
11:04Eu acho importante...
11:05Até um design mais disruptivo, né?
11:06A iluminação, o design disruptivo mais aerodinâmico,
11:09uma tela mais larga...
11:11Aquela coisa mais do carro do futuro, né?
11:13Exato.
11:14Mas, por exemplo,
11:14eu já participei de clínicas nos Estados Unidos
11:17que o cliente não quer
11:18que uma frente de uma SUV
11:20diga que o carro é híbrido ou elétrico.
11:22Ele quer uma frente forte...
11:23Isso é bem regional mesmo.
11:25Muito regional.
11:25Ele quer uma grade da SUV
11:27que comunique que ele vai passar por cima
11:29no trânsito que ele tem força.
11:31Você percebe?
11:32Então, depende do segmento.
11:33Se for uma SUV, uma picape,
11:35o cara que tem uma picape elétrica,
11:36ele não quer, de repente,
11:38que o carro comunique
11:38que o powertrain do carro é elétrico.
11:41Percebe?
11:41Agora, se for um city car menorzinho,
11:43talvez.
11:44E eu acho que é uma transição
11:46do carro a combustão para o elétrico.
11:47Ainda vai demorar alguns anos para...
11:49Eu acredito que no futuro
11:50tudo vai bem a ser elétrico, né?
11:52Eu dirijo um carro elétrico
11:53aqui na cidade, o ID4,
11:55espetacular.
11:56Mas se eu tiver que ir
11:57numa longa distância,
11:58eu já tenho que estar preocupado
11:59com a rede de carregamento
12:01e esse tipo de coisa.
12:03Mas ele chama atenção
12:04por ser todo arredondado,
12:06aerodinâmico,
12:07quando ele tem o tamanho
12:07de uma Tiguan, por exemplo.
12:09Mas eu acho que depende muito
12:11das pessoas,
12:12o que elas querem
12:12para os seus segmentos.
12:14Tem gente que adora comunicar isso,
12:15mas tem gente que não.
12:17É só um powertrain.
12:19Pavone,
12:19como que esses elementos
12:21do carro se conversam?
12:23É bom sempre a gente conversar
12:24nos bastidores.
12:25Eu tive essa conversa aqui
12:26com o Pavone
12:26antes de a gente entrar no estúdio.
12:29E ele me contou algumas coisas
12:30que eu nunca tinha percebido.
12:31A roda,
12:33ela não está simplesmente ali
12:34porque ela é bonita,
12:35porque o design é novo.
12:36Ela tem que conversar
12:37com a carroceria
12:38para dar um feeling diferente.
12:40Como que é essa comunicação
12:41entre esses elementos?
12:44É muito...
12:45Eles se conversam, né?
12:46Se conversam.
12:46Tem que falar a mesma língua.
12:47Tem que falar a mesma língua.
12:49E eu acho que...
12:50A gente estava falando
12:50sobre o gosto
12:51do sul-americano, né?
12:53Ele é muito focado
12:54em proporção.
12:55Em beleza.
12:56A gente estava falando
12:57o que ele leva...
12:58O que o cara gosta mais
12:58gosta mais do exterior,
13:00do interior?
13:01Eu acho que
13:02o sul-americano
13:04ele se apaixona
13:04pelo produto
13:06da mesma maneira
13:07que quando você é adolescente,
13:08você conhece o seu parceiro,
13:09sua parceira.
13:10A primeira coisa
13:11é o contato é visual.
13:12Ele só vai olhar o interior
13:13e depois ele vai olhar o exterior.
13:14E o exterior,
13:15ele é sempre bem percebido
13:18quando as proporções
13:19estão ok.
13:21Rodas grandes,
13:22uma cabine não tão volumosa.
13:24Então essa relação
13:24de uma cabine menor
13:25com uma roda grande,
13:26ela é mais saudável
13:27aos olhos.
13:28E a gente faz
13:29muita analogia
13:29com os animais,
13:30por exemplo.
13:31Eu às vezes brinco
13:32com o meu time,
13:32pô, mas a postura do carro
13:34está parecendo uma galinha,
13:35ou ele está muito largo
13:36com a roda para dentro
13:37ou pequena.
13:37Isso não é legal.
13:38Tem que ser mais um urso,
13:40um tigre com as patas
13:42grandes, fortes para fora.
13:43Isso comunica a força,
13:45o poder.
13:46Então toda essa analogia
13:47já está dentro
13:47da nossa cabeça.
13:49Então eu acho que...
13:50Eu aprendi isso muito
13:51com os alemães,
13:51com os italianos,
13:52na época que eu trabalhei lá.
13:53Eles falavam proporção
13:54em primeiro lugar,
13:55sempre,
13:56que é o que vai atrair
13:57o olho do consumidor.
13:59Pavânia,
14:00a gente fala muito
14:00no programa,
14:01tanto aqui no Ligados
14:02na Tomada,
14:03quanto no Máquinas na Pan.
14:05Tem aquele ditado,
14:07salvem as baleias.
14:08A gente está
14:08há algum tempo
14:09tentando salvar as peruas
14:10e agora numa briga
14:12para tentar salvar
14:13os sedãs.
14:15Isso foi culpa
14:16do designer
14:16e do consumidor.
14:18Acabarem com os sedãs
14:19e eu adoro peruas.
14:21Eu gosto muito
14:21de sedã na estrada.
14:22Para mim,
14:23extremamente confortável.
14:25O que acabou
14:25com esses dois?
14:26O que acabou
14:26não acabou,
14:27mas o que diminuiu
14:29essa relevância
14:30tão grande
14:31no nosso mercado
14:32e globalmente
14:33também das peruas
14:34e dos sedãs?
14:37Boa pergunta.
14:37Você acha que o SUV
14:38é o culpado?
14:39Eu acho que ele é
14:40porque ele trouxe
14:41qualidades
14:42que o sedã
14:42já não conseguia trazer mais.
14:44Qualidades,
14:45eu digo,
14:46atributos.
14:48Desde atributos visuais
14:50até, por exemplo,
14:50a posição de dirigir.
14:52Eu vejo o segmento,
14:53as mulheres,
14:54elas gostam
14:55de estar sentadas
14:56em uma posição
14:56mais alta
14:57e se sentir protegidas.
14:58O sedã
14:59já perde aí de cara.
15:00Outra coisa,
15:01a SUV,
15:02ela tem muito mais
15:03atributos visuais,
15:04adicionais,
15:05por exemplo,
15:05o aplique na caixa de roda,
15:07o rack de teto,
15:08aquela proteção.
15:09Você vê sedã cross?
15:11Muito difícil
15:12uma empresa que tentou.
15:13Então,
15:14um sedã,
15:15para ele ser
15:15muito desejável,
15:17ele tem que ter
15:17proporções espetaculares,
15:19uma roda grande,
15:20elegante.
15:20E nos últimos anos
15:22a gente vê
15:22sedã de todos os tamanhos,
15:24dos grandes,
15:25pequenos,
15:25médios e muito pequenos
15:27que você não tem espaço
15:29para que essa elegância
15:30do sedã aconteça.
15:32Então,
15:32ele foi perdendo
15:33o mercado para isso.
15:34Perua,
15:34a mesma coisa.
15:35Eu amo as peruas
15:37europeias,
15:38esportivas.
15:39Mas quando você tem
15:40uma perua com roda pequena,
15:41pneu fino,
15:42sem preto piano,
15:44sem esses adereços,
15:46acaba se tornando
15:47um carro desinteressante.
15:49E eu acho que foi isso
15:50que acabou acontecendo.
15:52Pavone,
15:53vocês me convidaram
15:54na Volkswagen
15:54para conhecer
15:55e fazer a parte
15:56do teu escopo.
15:58Eu até hoje
15:59reputo como uma grande
16:00escultura
16:01que foi um carro
16:01em clay.
16:03Um carro que é
16:03uma massinha,
16:04na verdade,
16:05que vai sendo esculpido.
16:07Como que nasce
16:08essa história do design
16:09para transformar
16:10para o clay
16:11e para a aprovação?
16:12Porque uma coisa
16:12que você comentou
16:13muito naquele dia
16:14foi principalmente
16:16o efeito das sombras
16:17no design.
16:18Conta um pouquinho
16:19para a gente
16:19como funciona isso
16:20na hora experimental.
16:22O clay,
16:23na verdade,
16:23é um carro esculpido.
16:25Ou seja,
16:26é um modelo,
16:27um protótipo,
16:28um modelo,
16:29que ele fica
16:30nas mesmas proporções,
16:32mas que já não é
16:32naquela tela 3D
16:34do computador,
16:35mas você está vendo
16:35realmente.
16:36E eu lembro
16:37que você falou muito
16:37do efeito das sombras,
16:38que a importância
16:39eram as sombras.
16:40Exato.
16:41Nossa, Alex,
16:42fazer um carro em clay
16:44ainda é tão importante
16:45no processo.
16:45por mais que ele tenha
16:46se digitalizado,
16:48o processo hoje
16:49é muito mais rápido.
16:5025 anos atrás,
16:51quando eu entrei
16:51no Volkswagen,
16:52demorava seis meses
16:52para fazer um modelo
16:53de clay.
16:54Hoje,
16:55a gente já consegue
16:56ter um modelo
16:56apresentável
16:57em quatro semanas,
16:59um mês,
17:00um mês e meio,
17:01já dá para ter
17:01alguma coisa para...
17:02E o 3D no computador
17:03não substitui isso ainda?
17:06Isso que eu ia falar,
17:07o processo digitalizado
17:08é uma combinação
17:09do 3D digital
17:10com o físico.
17:11Então,
17:11o modelo físico,
17:12que é o modelo de clay,
17:14ele é uma espécie
17:14de prova
17:15do que a gente
17:16está fazendo no digital.
17:17Então,
17:18primeiro,
17:18a gente desenha
17:182D à mão.
17:20Aí,
17:20o modelador 3D
17:21vai interpretar aquilo
17:22e já modelar digitalmente,
17:23respeitando todas
17:24as dimensões,
17:25largura,
17:25altura,
17:26medidas básicas.
17:27Aí,
17:27a gente freza no clay.
17:29Tem a máquina lá
17:29frezando para a gente
17:30olhar o carro
17:31nas dimensões reais,
17:32porque esse carro
17:32vai estar dentro
17:32de uma concessionária,
17:33não é um modelo digital
17:34que o cara vai baixar
17:35lá e brincar.
17:36Alguma vez já aconteceu
17:37de você fazer um carro,
17:39projetar um carro
17:39e a hora que você olha no clay
17:40e fala,
17:41porra,
17:41não era nada disso.
17:42Todas as vezes.
17:43Porque é normal.
17:44O processo é de acerto,
17:48erro e refinar.
17:49Assim,
17:49mas não vai acontecer
17:51de você modelar
17:52alguma coisa,
17:52frezar e olhar,
17:54nossa,
17:54não está preferindo
17:55nada de jeito nenhum.
17:57Então,
17:57às vezes,
17:58por exemplo,
17:58um para-choque
17:59está muito para fora
18:00ou uma sombra
18:01que na tela
18:02estava legal,
18:03no clay ficou muito escuro,
18:04a gente tem que reduzir
18:05um pouquinho a profundidade.
18:06São ajustes que só,
18:07às vezes,
18:08ali na mão
18:08a gente consegue fazer.
18:09É um processo maravilhoso,
18:11mas é acerto e erro,
18:12acerto e erro
18:13até chegar no final.
18:15A minha apresentação
18:16eu coloquei você
18:17com a América do Sul,
18:19a América do Norte,
18:20mas também tem
18:21alguns estúdios
18:22da Volkswagen
18:23sobre seu guarda-chuva.
18:24Quais são?
18:25Isso,
18:25tem em São Bernardo do Campo,
18:26o estúdio do Brasil,
18:28que é o primeiro estúdio
18:29da Volkswagen
18:30fora de Wolfsburg.
18:31A planta da Anchieta
18:33foi a primeira planta
18:34fora da Alemanha
18:35e lá se iniciou
18:36o trabalho de design
18:37já há 60 anos.
18:39Então,
18:39sou responsável
18:39por esse estúdio.
18:40Tem o estúdio do México
18:41em Puebla,
18:42onde se fazem
18:42cores, materiais
18:43e acabamentos
18:44para os carros
18:44norte-americanos.
18:45E o estúdio da Califórnia
18:47em Oxnard,
18:48perto de Los Angeles,
18:49que eu vou para lá
18:50cada mês e meio,
18:51dois meses.
18:52Também trabalhei lá
18:53no passado,
18:53morei cinco anos
18:54em Los Angeles
18:55e tenho muitos
18:56colegas lá.
18:57Então,
18:58há dois anos e pouco
18:59eu sou responsável
18:59por esses três estúdios
19:01nas Américas.
19:02Vou te fazer uma pergunta
19:03que eu fazia
19:03para um amigo meu
19:04quando eu trabalhava
19:05na Arthur Andersen,
19:06uma empresa de consultoria
19:07em Chicago.
19:08Um amigo que falava
19:09francês,
19:10alemão,
19:11inglês,
19:11espanhol,
19:12italiano,
19:12ao mesmo tempo
19:13numa reunião.
19:14Ele conseguia virar
19:15essa chave.
19:16A mesma pergunta
19:16eu vou fazer para você.
19:17Regiões diferentes,
19:19estúdios e localizações
19:20diferentes,
19:21com anseios diferentes
19:22e outras demandas.
19:24Como que você faz
19:24para vir a chave
19:25na hora de fazer
19:26uma reunião
19:26com o cara do México,
19:28com o cara do Brasil,
19:28com o cara da Califórnia?
19:30Eu acho que
19:31conhecer a marca,
19:33eu estou há 24 anos
19:34já na Volkswagen,
19:35é a primeira coisa.
19:36Quando você conhece
19:36uma marca,
19:37você sabe para onde
19:37ela pode ir,
19:38onde ela está,
19:39onde ela pode ir.
19:40Ter morado na Europa
19:41há sete anos
19:42e mais cinco nos Estados Unidos
19:42ajuda demais
19:43e aqui no Brasil também
19:44já tinha trabalhado
19:45dois anos antes dos nove
19:47que eu já estou aqui
19:47depois de ter voltado
19:48desse tempo todo.
19:49Então,
19:50eu acho que é isso,
19:50experienciar as demandas locais,
19:53o gosto local,
19:54entender um pouquinho
19:55e ouvir,
19:55eu ouço demais
19:56os meus times,
19:58principalmente nos Estados Unidos,
19:59os designers americanos
20:00que estão ali,
20:00eu falo,
20:01o que você acha que é?
20:02O que você compraria?
20:04Como você enxerga a Volkswagen?
20:06Que é completamente diferente
20:07do sul-americano,
20:09latino-americano.
20:11Lá ainda existe
20:12muito essa conexão
20:12da Volkswagen
20:13com aquele movimento
20:15hippie,
20:15da Kombi,
20:16do Fusca,
20:16da crise,
20:17do combustível
20:19e é uma marca
20:20bastante emocional
20:21e a gente está trabalhando
20:22para transformar,
20:23já no México
20:24é muito parecido
20:25com o Brasil,
20:26eu acho que eu vi
20:27o segredo.
20:28Claro,
20:28eu entro mais
20:30nesse trabalho
20:30de liderança,
20:31de design,
20:31como eu sou considerado
20:34em voos
20:34por como um deles.
20:35Quando me mandaram
20:36de volta para o Brasil,
20:37eles falaram,
20:37a gente está só colocando
20:38você lá
20:38porque você é brasileiro,
20:39foi a única vez
20:40na vida que nasceu
20:41aqui por uma vantagem,
20:43a gente quer um brasileiro lá.
20:44O teu irmão
20:45tem a mesma função
20:45que a sua lá na Alemanha
20:46e você aqui?
20:47Ele tinha,
20:48ele saiu da marca
20:49faz alguns meses,
20:50ele foi para o grupo
20:52Xangã,
20:53agora ele é responsável
20:53por uma outra marca,
20:55mas ele era responsável
20:56pelo design de exteriores
20:57global da Volkswagen.
20:58Então,
20:59até no Terra
21:00a gente trabalhou junto,
21:01porque a gente fez
21:02aqui no Brasil,
21:03mandava para a Alemanha,
21:04a gente trabalhou junto.
21:04Agora vocês não podem
21:05se conversar tanto.
21:06É,
21:06mas nem com corrente
21:07somos mais,
21:08então a gente só dá risada
21:09e fala de futebol.
21:11Mas...
21:11Para quem você torce?
21:12Palmeiras.
21:14Eu encontro meu irmão
21:15a cada...
21:16Eu encontrava muito mais,
21:17claro,
21:17em Wolfsburg.
21:19Ele esteve aqui no Brasil
21:20recentemente,
21:21mas...
21:22É,
21:22está fazendo outras coisas.
21:24Você sabe que eu já fiz
21:25terapia uma vez na vida,
21:26né?
21:27A gente sempre faz terapia
21:28nas crises,
21:29né?
21:29E numa dessas crises,
21:30minhas terapias,
21:31o meu terapeuta,
21:33o Donha,
21:33comentou comigo,
21:34Alex,
21:34é muito importante você
21:35entender e ler
21:37os seus sonhos.
21:38O sonho,
21:38ele tem uma tradução
21:39muito importante
21:40daquilo que está
21:41no subconsciente.
21:42Você já sonhou com um carro
21:43e esse sonho
21:44se transformar num projeto?
21:46Olha,
21:47Alex,
21:47assim,
21:48eu olho a minha carreira
21:49e de onde eu vim
21:51entrar nessa indústria,
21:54antes de eu entrar nessa indústria,
21:56eu ouvi que tinha mais pilotos
21:57de caça no mundo
21:58do que gente desenhando carro.
21:59Nossa!
22:00Então,
22:01eu fui adequando
22:02os meus sonhos
22:03às etapas
22:05que eu consegui passar.
22:06Para mim,
22:07ter uma mesa
22:07e estar trabalhando
22:08na Volkswagen do Brasil
22:09desenhando um para-choque.
22:11Quando eu entrei lá
22:12em 2001,
22:12final de 2001,
22:13começo de 2002,
22:14estava fazendo
22:14facelift do Gol
22:15geração 3.
22:17Eu estava feliz da vida
22:17de ter uma proposta ali.
22:19E depois,
22:20eu quis,
22:21de repente,
22:22aprovar um design maior
22:24de um facelift,
22:25ou fazer um carro,
22:26ou fazer dois.
22:27Eu fui adequando
22:28na minha vida.
22:28Você cresceu na marca, né?
22:30Eu cresci na marca,
22:31depois fui para a Alemanha,
22:32trabalhei em carros importantes lá,
22:34o Jetta,
22:34Passat,
22:35Polo,
22:35trabalhei muita coisa
22:36com o meu irmão.
22:37Mas eu fui adequando isso.
22:38Quando eu voltei para o Brasil,
22:40sucedeu o Veiga,
22:41que te contou essa historinha,
22:42eu tinha um sonho
22:43de poder desenhar
22:44um carro local,
22:45de repente,
22:45ser feito lá na Europa.
22:47A gente já fez muito
22:48esses anos.
22:49Os próximos anos
22:49vai sair muita coisa
22:51que a gente fez aqui no Brasil,
22:52mas já superou demais
22:54as minhas expectativas.
22:56Quando eu estava na Califórnia,
22:57eu trabalhava
22:58para um estúdio de design
22:59do grupo Volkswagen.
23:00Eu trabalhei em projetos
23:02para a Bentley,
23:03para a Lamborghini,
23:04para a Porsche,
23:04que eu jamais imaginei conhecer.
23:07Eu passei uma semana
23:09no estúdio da Lamborghini,
23:10na Itália,
23:10desenhando propostas
23:12para carros de luxo,
23:13carros esportivos.
23:14Eu fiz um test drive
23:15com o Valentino,
23:17que era o test,
23:18o Balboni,
23:19me levou para dar uma volta.
23:20Mas um negócio
23:21inimaginável, assim.
23:22Então,
23:24já superou,
23:25passou de tudo
23:26que eu pudesse sonhar.
23:27Claro,
23:28a gente pensa assim,
23:29eu não tenho muito
23:30esse lance com carro esportivo,
23:31super caro,
23:32já tive a chance
23:33de ter contato
23:34com esses projetos.
23:36E assim, Alex,
23:36é muito fácil
23:37fazer esses carros,
23:38porque a plataforma dele
23:39já é abençoada.
23:40O carro é baixo,
23:40largo,
23:41pra você fazer um...
23:43O artista sempre...
23:44É muito fácil.
23:45É, não,
23:45porque fazer um carro
23:46desses feio,
23:47você precisa ser
23:47um designer muito ruim,
23:49assim.
23:49Você trabalha...
23:50Ou tem que ser muito bom, né?
23:51É, olha...
23:52Tem que errar muito, né?
23:53Tem que errar muito, né?
23:54Agora, é difícil
23:54você fazer um carro
23:55pra vender na cidade,
23:56que é um pouco mais barato,
23:57mais acessível,
23:58e transformar aquilo
23:59em algo desejável.
24:00E o desafio de design,
24:01pra mim,
24:02tá nisso.
24:03Você criar uma coisa
24:04que o cara vai na concessionária
24:05e fala,
24:05pô, cabe no meu bolso.
24:07Porque um carro desses,
24:08todo mundo sonha,
24:09todo mundo acha bonito.
24:09Eu vou fazer uma pergunta
24:11pra você,
24:12pra gente encerrar,
24:13porque, infelizmente,
24:14o programa só tem 30 minutos.
24:16Meu diretor Fagner
24:17sabe disso,
24:18e às vezes ele fica
24:18me cobrando aqui
24:20pelo retorno.
24:22Mas, é uma pergunta
24:23muito difícil.
24:24É aquela mesma pergunta,
24:25qual é o seu filho
24:25mais bonito?
24:26Então, eu não vou perguntar
24:28qual é o seu filho
24:28mais bonito.
24:30Mas, eu vou pedir pra você,
24:31pra gente encerrar o programa,
24:32se você puder,
24:33já fazer um desenho
24:35de um carro,
24:36e comentando,
24:37enquanto você faz
24:38o desenho do carro,
24:39que pode até ser
24:40o seu filho
24:40mais bonito.
24:41Pavone,
24:42enquanto você
24:43já se prepara
24:44pra começar o desenho,
24:45duas curiosidades
24:46do nosso diretor,
24:47o Fagner,
24:48que trouxe aí
24:48uma brilhante pergunta.
24:50Como nasce
24:51o nome do carro?
24:52E, de alguma maneira,
24:53o designer,
24:54você,
24:55tem influência
24:55na escolha desse nome?
24:57Boa pergunta.
24:58Bom,
24:59existe uma clínica,
25:00né?
25:01E a gente começa
25:02com 400 nomes.
25:03E esses nomes,
25:04eles vão passando
25:05por filtros
25:06de registrabilidade,
25:08por exemplo.
25:09Tem nome que já
25:09tá registrado,
25:10não dá pra usar.
25:12Filtros de sonoridade,
25:13né?
25:14Tem um significado,
25:15soa bem,
25:16e se tiver um significado
25:17diferente em outro,
25:18um palavrão em algum outro lugar,
25:19não dá pra usar.
25:20E a gente vai
25:21reduzindo,
25:22reduzindo,
25:22reduzindo.
25:23O design
25:23é parte integrante
25:24dessa criação
25:26do nome.
25:27construção.
25:27Exato.
25:28O nome Terra,
25:29eu ajudei também
25:30a escolher no final,
25:31tinham dois nomes,
25:32minha opinião
25:33foi perguntada
25:34e eu falei,
25:35acho que esse aqui
25:35é mais legal.
25:35E o Nivus?
25:37Nivus,
25:37eu não participei,
25:38foi feito
25:39um processo fora
25:41com uma agência
25:42e definiram...
25:43E você curtiu?
25:45Olha,
25:45eu achei muito estranho
25:46no começo.
25:47Sério,
25:47e todo nome
25:48tem um pouco dessa...
25:50É esquisito,
25:51porque era um produto novo,
25:52não era assim,
25:53o novo Gol,
25:53ou o novo Santana,
25:54ou o novo Pointer,
25:55nomes que você já conhecia.
25:56Nome novo sempre traz isso,
25:58mas para mim,
25:58o que faz o nome
25:59ser forte ou não
26:00é o sucesso do produto.
26:02Depois o carro
26:02acabou indo bem,
26:03vendendo bem,
26:04então o Nivus já é,
26:04pô,
26:04legal,
26:05o Nivus,
26:05mas...
26:06Agora você vai revelar
26:08a sua escolha,
26:08não precisa ser a sua escolha,
26:10mas o desenho,
26:11explica um pouquinho
26:11para a gente,
26:12enquanto você estiver
26:12fazendo desenho
26:13cada um dos elementos.
26:14Tá bom,
26:15vou fazer uma...
26:17uma vista lateral
26:19aqui do teto.
26:20Olha,
26:20tinha falado da importância
26:21da roda,
26:21você vê que ele já começou
26:22pela roda.
26:23A gente sempre começa,
26:24é a base do desenho,
26:25porque o carro,
26:27todos os volumes
26:28são desenhados
26:30ao redor
26:30dessa proporção.
26:32Então eu não vou
26:33criar um capô tão pesado,
26:34um paralama tão
26:35para fora,
26:36porque eu tenho que respeitar
26:37essas dimensões.
26:38Então eu vou fazer
26:39um rabisco aqui
26:40do tera,
26:43que é mais ou menos
26:43assim.
26:46E o tera tem os elementos
26:47que eu acho
26:48que são os principais,
26:49que são esse paralama frontal,
26:50uma linha que cai
26:52assim,
26:54e ele acontece
26:55aqui atrás também.
26:58Beleza.
26:58E tem essa linha
26:59na soleira,
27:01e ela chuta
27:03e tem essa diagonal.
27:05Então esses três
27:05são os principais elementos
27:06da lateral do carro.
27:08Coluna A,
27:09super rápida,
27:11tem essa área
27:11em vidraçada aqui,
27:13bastante característica.
27:16Coluna C,
27:17todo Volkswagen
27:18tem uma coluna C,
27:19essa aqui é a coluna C,
27:21tem a coluna A,
27:23a coluna B
27:23e a coluna C.
27:26A coluna C
27:27é bem sólida.
27:29Spoiler.
27:32A lanterna do carro
27:33a gente colocou
27:34ela bem alta.
27:41Uma das coisas
27:42que eu mais gosto
27:43nesse carro
27:43é que
27:44essa seção lateral
27:45aqui
27:46é tudo
27:51é muito orgânico,
27:52não tem linhas.
27:53Se você colocar hoje,
27:54por exemplo,
27:54Nivos,
27:55Polo,
27:56a própria
27:57Tiguan,
27:59era muito marcado,
28:00a calceira é muito marcada.
28:01A gente fez isso aqui
28:01tudo bastante
28:02tratamento de superfície
28:04muito orgânico,
28:05porque eu acredito
28:06que
28:07esse tipo de superfície
28:09com menos linhas
28:10faz com que o carro
28:12envelheça melhor.
28:13Se você olhar um Golf
28:14geração 4,
28:15por exemplo,
28:15que é o meu favorito
28:16de todos os Golfs
28:17até hoje,
28:17o carro é super limpo,
28:18não tem uma linha.
28:19Até hoje na rua
28:20o carro tem um visual
28:22super legal, né?
28:24E uma coisa
28:25que eu aprendi
28:25com vocês também
28:26é que a linha lateral,
28:27o ombro do carro,
28:28ele tem muito a ver
28:29também com a robustez, né?
28:30Você deixar ou não,
28:31não só essa linha lateral,
28:33mas como essa frente
28:34que você comentou comigo
28:35que parece uma pata
28:36de tigre,
28:37que é composta
28:38pela roda
28:39e pela parte frontal
28:41do carro, né?
28:42Exatamente.
28:43Por exemplo,
28:44se a gente for desenhar
28:44o carro em perspectiva,
28:46coloco o pneu aqui.
28:50Importante que ele esteja
28:52relativamente para fora
28:53do carro, né?
28:54A gente coloca a coluna.
28:55Mas a gente sempre faz
28:59que a roda fique
29:00para fora.
29:02E essa é aquela
29:02tipo de analogia
29:04que eu falei
29:04dos animais mais fortes,
29:06assim,
29:06a pata tem que estar
29:06para fora,
29:07não pode estar para dentro.
29:09Isso aí faz com que o carro
29:09fique visualmente
29:11não sólido,
29:13instável.
29:15Mas é isso,
29:16se você quiser
29:16eu posso ir desenhando
29:17aqui umas quatro horas.
29:18Vou pedir só
29:19para você deixar esse desenho,
29:20dedicar ele para o Fagner,
29:22que ele que fez
29:23a pergunta mais inteligente
29:24do programa,
29:25então esse vai ficar
29:27certamente na parede
29:29da casa dele,
29:30de um grande artista
29:32como você.
29:32Quero aproveitar
29:33para te agradecer,
29:34Pavone.
29:35A gente sabe,
29:36e é muito legal,
29:37é um orgulho
29:38para o brasileiro,
29:39não só para quem
29:39está na Volkswagen,
29:40mas para nós
29:41que curtimos muito
29:42a indústria automotiva,
29:43não só pelo artista
29:45que você é,
29:45mas pela simpatia,
29:46pelo carismo,
29:47um cara extremamente generoso,
29:49sempre teve muito aberto
29:51para as nossas entrevistas
29:52e sem estrelismo,
29:54sendo uma estrelinha,
29:55de primeira grandeza.
29:56Muito obrigado mesmo, amigo.
29:57Imagina,
29:57é um prazer poder vir aqui
29:58falar sobre design,
29:59esclarecer um pouquinho
30:00mais sobre o processo,
30:01para mim é uma alegria,
30:01a gente pode fazer mais vezes,
30:02já que tem meia hora,
30:03só...
30:03faremos isso.
30:04Tá bom.
30:04Valeu,
30:04muito obrigado, amigo.
30:05Obrigado mesmo.
30:06A vocês,
30:06valeu.
30:06A opinião dos nossos comentaristas
30:21não reflete necessariamente
30:23a opinião do Grupo Jovem Pan
30:25de comunicação.
30:26Realização Jovem Pan
30:32do Grupo Jovem Pan
30:33do Grupo Jovem Pan
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