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Em entrevista ao Real Time, Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), explicou que juros altos e o tarifaço reduziram o crescimento da indústria de 2% para 1,7%. Apesar do PIB total manter 2,3%, a incerteza afeta investimentos e exportações, mas setores estratégicos ainda encontram oportunidades.

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Transcrição
00:00Os juros altos e a turbulência externa já tem causado estragos na economia.
00:04A Confederação Nacional da Indústria reduziu a estimativa de crescimento do PIB de 2,7% neste ano.
00:13A gente vai conversar agora com o Marcelo Azevedo, que é gerente de análise econômica da CNI, sobre a revisão dos números.
00:19Bom dia, Marcelo. Seja muito bem-vindo ao Real Time.
00:23Bom dia, Marcelo. Bom dia a todos que não assistem.
00:26Essa nova previsão aí, ela tem a ver com o tarifácio?
00:30Sim, a gente reduziu a previsão do PIB industrial de 2 para 1,7.
00:35O PIB como um todo não teve essa revisão, era em 2,3%.
00:41Acreditamos que vai continuar em 2,3% de crescimento, mas houve essa mudança na composição.
00:46A gente tem um crescimento maior da agropecuária e um crescimento menor da indústria.
00:50E esse crescimento menor da indústria, essa revisão, ela se dá por conta das taxas de juros elevadas
00:56e também por conta dos efeitos do tarifácio na produção industrial.
01:01A gente já estava com uma expectativa de um crescimento da produção industrial nesse ano que era menor do que em 2024.
01:08A gente já tinha esses efeitos da taxa de juros.
01:10Eles acabam que estão se mostrando mais fortes, até porque a taxa de juros ficou mais elevada do que previsto no início desse ano.
01:20E agora a gente tem também os efeitos trazidos pelo tarifácio em termos de incerteza,
01:25em termos de efeitos diretos e efeitos indiretos sobre a indústria brasileira.
01:28Os efeitos da indústria estão sofrendo mais.
01:32Exato.
01:33A indústria já sofre mais por conta da taxa de juros.
01:35A demanda de produtos industriais costuma ser afetada mais fortemente pela elevação das taxas de juros.
01:42A demanda cai, especialmente daqueles produtos que precisam de financiamento, que são de maior valor.
01:49Afeta a indústria no seu poder de fazer investimentos,
01:53tanto que a gente também espera um ritmo de crescimento de investimentos menor em 2025.
01:59Então a indústria já é bastante afetada pela taxa de juros.
02:03E da mesma forma, quando a gente está falando do tarifácio,
02:08uma vez que os Estados Unidos são um destino muito importante das exportações de manufaturados brasileiros,
02:13novamente a indústria sofre um efeito mais forte também desse tarifácio,
02:21com um problema nas exportações e mesmo também indiretamente por conta de toda a mudança que se espera
02:29de um menor crescimento mundial, de um menor crescimento do comércio mundial,
02:33porque não só o Brasil foi afetado, o Brasil foi fortemente afetado pela elevação das tarifas,
02:40mas isso acontece de uma forma global.
02:42Então a gente também tem um menor crescimento global, também afetando as exportações brasileiras.
02:46E por fim, é um problema que já vem de outros tempos, já vem do ano passado,
02:53de um forte crescimento das importações, que nesse ano também pode ser agravado novamente
02:58por conta dessa reorganização que acontece por conta das elevações das tarifas.
03:04Mas eu queria que você falasse para a gente que setores industriais estão sentindo mais o peso
03:08de tudo isso que você falou.
03:09Olha, a gente percebe isso muito, isso está acontecendo de uma forma bastante generalizada.
03:15A gente, quando se teve a elevação das taxas de juros, isso começa a ser sentido,
03:21principalmente naqueles bens que são mais caros, veículos, móveis,
03:27que normalmente se precisa de um financiamento e eles ficam com as parcelas mais caras,
03:31com a elevação das taxas de juros.
03:33Só que isso acaba se alastrando pela economia, que é o que a gente vem percebendo,
03:38sobretudo porque muitas vezes a gente tem um encadeamento muito grande.
03:41São vários setores que fornecem para, por exemplo, o setor de veículos.
03:45Então a gente já vê isso acontecendo na indústria como um todo,
03:49a gente vê uma desaceleração de uma forma bastante grande.
03:53E agora com o tarifas, a gente vê o agravamento em aqueles setores
03:59que exportam para os Estados Unidos, que a participação é relevante dos Estados Unidos
04:05nas suas exportações, sobretudo aqueles produtos que já vêm com uma taxa já elevada,
04:10como por exemplo a metalurgia, que a gente tem os Estados Unidos como um importante
04:17destino das exportações e já havia uma taxa elevada para esses produtos brasileiros
04:25que continuam agora com essa mudança na política americana.
04:29O que você prevê para os empregos industriais até o fim do ano, Marcelo?
04:34O mercado de trabalho é uma das razões para que a gente não tenha mexido
04:38na previsão do PIB como um todo, que continua em 2,3%.
04:43O mercado de trabalho vem mostrando um bom desempenho no primeiro semestre.
04:50A gente está falando sempre de um ritmo de crescimento menor que o do ano passado,
04:54mas ainda assim é depois de vários anos de crescimento.
04:58Então a gente tem uma taxa de desemprego bastante baixa,
05:00isso vem pressionando por melhores salários, então a renda disponível para o consumo
05:06continua elevando em um nível bastante elevado, novamente acima das expectativas
05:11que nós tínhamos no início do ano.
05:13Então isso sustenta um crescimento, sobretudo, de bens de consumo.
05:17A nossa preocupação é que essa demanda, ela tende a ser cada vez mais atendida
05:24por produtos importados e daí é uma das razões da nossa preocupação
05:29com a composição do crescimento do PIB e um crescimento menor da indústria brasileira.
05:36A gente percebe então um mercado de trabalho que continua trazendo frutos,
05:40crescimento da demanda, mas é esse problema de direcionamento dessa demanda.
05:46A relação do Brasil com os Estados Unidos está num momento histórico muito ruim,
05:50com o tarifácio e também algumas sanções que começaram com o ministro Alexandre de Moraes.
05:55Eu queria saber, na sua opinião, esse cenário de incerteza,
05:59ele traz que tipo de consequência para a atração de investimentos industriais aqui no país?
06:06É bastante prejudicial, uma questão de incerteza para investimentos sempre é bastante prejudicial.
06:14A gente tem relações históricas importantes com os Estados Unidos que vão muito além desse momento atual.
06:24Existem relações bilaterais há bastante tempo que acreditamos que, claro,
06:29há incerteza no momento, mas isso não vai reverter esses mais de 200 anos de relações entre os países.
06:37A incerteza, claro, vai ter seus efeitos.
06:42A taxa de juros também já está trazendo efeitos importantes com relação a investimentos.
06:48Mas, na medida, nós apoiamos a negociação, que continue a negociação,
06:52para que essa incerteza se reduza e que novos negócios continuem a ser feitos.
06:58E que setores que você acha que continuam robustos aqui na nossa indústria,
07:02apesar dos desafios que a gente está falando aqui?
07:05Olha, a gente, apesar de um crescimento menor da indústria brasileira,
07:12a gente está falando ainda de um crescimento, felizmente, depois de um bom ano de 2024.
07:17Existem setores que, inclusive, vão ter algumas oportunidades no mercado exterior
07:25com essa mudança toda que está acontecendo nas políticas comerciais.
07:30E, em resposta às políticas comerciais americanas, também existem alguns países
07:35fazendo retaliações a outros acordos.
07:39Enfim, está tudo muito volátil no momento, mas nisso surgem oportunidades
07:44para que alguns setores possam, com novos parceiros,
07:50trazer novas oportunidades lucrativas que podem prosperar
07:54e prosperar no futuro próximo.
07:57A gente vê isso acontecendo em diversos setores, na verdade.
08:01A gente tem vários setores que exportam os Estados Unidos buscando outros mercados.
08:04O governo vem buscando também alternativas,
08:08seja dando esse folho que veio agora com as medidas,
08:13mas também negociando e tentando aumentar o número de acordos
08:20para que aumentar, para que se aumente, essas possibilidades de comércio com outros países.
08:25Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da CNI.
08:28Muito obrigado pela sua participação hoje aqui no Real Time.
08:31Bom dia.
08:32Bom dia, Marcelo. Bom dia a todos.
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