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O novo pacote tarifário dos EUA incluiu quase 700 exceções, mas manteve tarifas sobre itens estratégicos como café e carne. Economista-chefe do Sicredi, André Nunes de Nunes explica os impactos para a economia brasileira e como o país pode reagir no médio e longo prazo.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00Então, boa noite para você, obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:03Queria começar ouvindo a sua avaliação sobre essa taxação, da forma como ela ficou,
00:08com quase 700 exceções, mas com a permanência de importantes setores e produtos,
00:14aí só para citar dois, café e carne.
00:16Quais os impactos mais imediatos sobre a atividade econômica do nosso país?
00:21Sim, de fato, surpreendeu o anúncio ontem, né?
00:24Era um pouco diferente do que o mercado vinha esperando, que talvez fosse entrar em vigor,
00:30sem nenhuma exceção, aquelas tarifas de 50%.
00:34E, na verdade, de certa forma, surpreendeu com a quantidade de exceções ali.
00:39Aqueles quase 700 itens representam ali 45% do que a gente exportou para os Estados Unidos no ano passado.
00:47Então, de fato, tem bastante exceção ali.
00:50O que a gente viu, fundamentalmente, foram que alguns produtos mais básicos,
00:54que os Estados Unidos usam ali para a sua produção, como minério de ferro,
00:58alguma coisa de derivados de petróleo, e outras coisas que não conseguem substituir,
01:03como o suco de laranja, ficou isento.
01:05Por outro lado, teve alguns produtos importantes, como umas coisas ligadas à madeira,
01:10MDF, compensados, e, como você citasse, carne de boi,
01:16foi uma coisa que acabou ficando ali nas exceções, ficando com a tarifa,
01:19e isso, de certa forma, ali, impacta a atividade nesses setores aí para o resto do ano.
01:25De que forma essas tarifas podem impactar o consumo das famílias ou os preços do mercado interno?
01:32Produtos como café, como carne, que não estão na lista de exceções,
01:36e esses outros que você citou também, podem ficar mais baratos aqui no nosso mercado interno?
01:41Olha, eu acho que tem um movimento de curto prazo e um de mais médio e longo prazo.
01:47No curto prazo, sim, o produtor estava, possivelmente, esperando ter esse mercado americano como consumidor,
01:54ele precisa dar um jeito nesse produto e parte dele vai acabar ficando no mercado interno,
01:59um preço um pouco mais baixo.
02:01Então, isso, de certa forma, ajuda o consumidor brasileiro, nesse momento,
02:06a ter um consumo, um produto um pouco mais barato.
02:08Agora, a médio e longo prazo, uma situação dessa perdurando,
02:12o que a gente vai ter é um redirecionamento dessa produção.
02:16Talvez aquele produtor de café, se não tiver esse mercado,
02:19ou esse mercado ficar diminuído, ele vai, nas próximas, usar a sua terra
02:24para produzir, talvez, outro produto.
02:26E, no final das contas, o que a gente vai começar a observar
02:29é que vai ter um impacto ali em termos de atividade no médio prazo.
02:33Vou passar para as perguntas dos nossos analistas.
02:36Vamos começar pelo Vinícius Torres Freire.
02:38André, a gente está vendo agora, no resto do mundo,
02:44uma desorientação geral por causa da guerra comercial de Trump
02:49e ainda a gente não sabe como vão se ajustar os países.
02:54Eles estão, por enquanto, tentando se safar de tarifação mais pesada.
02:58Mas a gente ainda não vai ver, vai demorar um tempo,
03:01mas a gente vai ver uma reorganização comercial no mundo.
03:03Nesse cenário, a gente vai fazer, o que o Brasil pode fazer?
03:07Porque a gente não sabe nem se vai continuar a tendência
03:10enfraquecida de abertura comercial que vinha desde os anos 90
03:14e a gente não sabe como os países vão reagir em relação até,
03:19no médio e longo prazo, aos Estados Unidos.
03:21O que a gente pode fazer para se situar nesse mundo novo,
03:25que mudou e a gente não tem perspectiva,
03:28a gente vai ser diferente, pelo menos enquanto o Trump estiver lá.
03:31E olhe lá.
03:33Olha, eu acredito que tenha alguma oportunidade.
03:37É óbvio que o saldo desse movimento de restrição comercial,
03:41ele é negativo.
03:42A gente vê, por exemplo, os dados do FMI mostrando que a expectativa
03:46é de diminuir o crescimento da economia global em 0,5 ponto percentual.
03:50Isso é mais ou menos 580 bilhões de dólares.
03:55É quase um PIB da Argentina, por exemplo, de mercado consumidor
03:59que se deixa de gerar por conta dessa contração de comércio.
04:03Agora, o Brasil não tem escolha.
04:05Nesse cenário, o mundo vai, de fato, desacelerar, comercializar um pouco menos.
04:10Mas acredito que a gente tenha alternativas.
04:12Uma delas, para descer para o mundo mais prático,
04:16é avançar com as negociações do acordo comercial com a União Europeia.
04:19Isso já está bastante arrastado, já é um acordo que está muito avançado.
04:25A gente, em alguns momentos, é barrado para o lado de cá,
04:28ou Brasil, ou Argentina, dependendo da presidência.
04:32Às vezes, é lá pela Europa.
04:34E agora a gente está vendo o momento que a Europa sofre também
04:37com a falta do mercado americano.
04:39Tem que fazer gastos militares, por conta de toda a situação lá de Ucrânia e Rússia.
04:45Então, existe a necessidade, talvez, de buscar produtos alimentícios mais baratos,
04:50produtos mais competitivos, e fazer essa parceria com o Mercosul
04:54seria algo positivo.
04:56Positivo para a gente, o tipo de produto que a gente mandaria para lá,
04:59quanto para eles, vendo o Brasil como um mercado também para escoar a sua produção.
05:04Então, vai existir oportunidades.
05:06A gente tem essa que parece ser a mais na cara do gol, para a gente aproveitar
05:11e, de certa forma, nos próximos anos, mitigar um pouco esses impactos.
05:16Alberto, sua pergunta.
05:18André, a gente ontem ficou surpreso, tanto com a data, né?
05:22Porque a gente imaginava alguma declaração,
05:25ou que ia começar as tarifas dia 1º de agosto.
05:28Então, aconteceu ontem, dia 30 de julho.
05:31Então, adiantou dois dias, já foi uma surpresa.
05:35E também, que já veio um pacote pronto, né?
05:38Esses 700 itens, surpreendeu, já estava tudo prontinho.
05:44Eu não tenho dúvida de que isso que foi divulgado
05:49é para atender aos interesses norte-americanos, do seu público interno.
05:54Até porque, acredito, não tinha canal aberto,
05:57não houve nenhum pedido, nenhuma negociação ou comunicação entre as partes.
06:04Eu sei que é difícil, é forte usar essa expressão,
06:07mas se a gente imaginar que tem alguma racionalidade
06:10por trás dessa tabela de 700 itens,
06:14difícil usar essa palavra racionalidade nesse momento,
06:17você acha que se tem, poderia ser aplicado agora numa negociação
06:23eventualmente para carne, para café e para demais itens também?
06:30Olha, eu acho que sim.
06:31O que a gente tem escutado lá em uma entrevista do secretário de comércio americano
06:37é que para alguns itens, e aí eles falam claramente lá sobre culturas tropicais,
06:43então pegaria cacau, pegaria o próprio café,
06:45eles fariam uma regra geral.
06:48Então, imagina que no caso do café tem vários fornecedores no mundo,
06:53Vietnã, Brasil, Colômbia,
06:55e ele ia pegar esse produto, que é um produto que os Estados Unidos
06:57consome muito e não produz,
07:00ele diria, olha, para esse tipo de produto aqui vai valer uma regra
07:03que é mais benéfica, uma taxa de importação menor,
07:06porque não está dentro daquela política americana de,
07:10olha, eu vou produzir internamente, eu vou...
07:12Não, é um produto que eles necessitam.
07:14Então, eles falaram que algumas culturas,
07:17e aí entra claramente café, cacau,
07:20talvez entrem numa regra um pouco mais geral,
07:23e aí a gente vai conseguir liberar também mais um pouco desse comércio
07:27que a gente tem com os Estados Unidos.
07:29Carnes é a ver.
07:30Eu acho que carnes ainda é a situação um pouco mais complicada,
07:35porque eles também são grandes produtores,
07:37e aí vai depender muito do movimento lá dentro das empresas
07:42que trazem essa carne brasileira lá de dentro
07:44para tentar mobilizar o quanto isso vai impactar no consumidor americano
07:49ou quanto não teria um substituto,
07:51a altura ao produto brasileiro lá dentro dos Estados Unidos.
07:56André, muito obrigada.
07:57Prazer te receber aqui.
07:58Volte mais vezes e boa noite para você.
08:00Boa noite, Cristiano, e boa noite a todo mundo que está na bancada.
08:04Grande abraço.
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