Danielle Bibas, CEO da Pierre Fabre no Brasil, compartilhou sua trajetória de mais de 20 anos em grandes marcas e explicou como combina branding, ciência e propósito para liderar um dos maiores grupos de dermocosméticos da Europa. Um papo inspirador sobre protagonismo e transformação.
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00:00Hora do quadro protagonistas que trazem histórias inspiradoras de mulheres que transformam as áreas em que atuam.
00:07Hoje a gente fala de coragem, do poder da autenticidade e de transformação com uma CEO que morou em vários países, atuando como líder de grandes empresas.
00:18A protagonista de hoje é Daniele Bibas, CEO da Pierre Fabre no Brasil, um dos maiores grupos farmacêuticos e dermocosméticos da Europa.
00:34Uma líder que une sensibilidade estética, visão de negócio e paixão pela inovação.
00:41Daniele é uma executiva com mais de 20 anos de experiência em cargos de liderança no Brasil e no exterior.
00:48Morou e trabalhou no Canadá, na Bélgica, na Suíça e no Reino Unido.
00:53Ela tem uma trajetória sólida em marketing, branding e construção de marcas globais, com passagens por gigantes como P&G, Procter & Gamble e Avon.
01:04Ela tem uma visão única sobre o papel das mulheres na liderança, os desafios da indústria da beleza e o equilíbrio entre performance e propósito.
01:14Daniele, muito obrigada por ter aceitado o meu convite, um prazer ter você aqui com a gente nesse quadro.
01:20A minha primeira pergunta é a mesma para todas vocês.
01:22Quem é Daniele Bibas? Como você se define?
01:27Oi, Cris. Muito feliz de estar aqui hoje. Super obrigada pelo convite.
01:30A Daniele é, antes de tudo, a mãe da Sofia, minha filha de 14 anos.
01:37E meus pais, meu pai é estrangeiro, minha mãe é brasileira, então eu sou filha do Maurice e da Vera.
01:45O seu pai é o quê? É francês?
01:46É, é. E acho que uma executiva, né? Estudei negócios, comecei a trabalhar super cedo.
01:54E acho que sempre quis ser uma executiva de sucesso, né? Acho que é isso.
02:02E você, na sua carreira, você já passou por grandes marcas, eu citei algumas aqui, na nossa abertura.
02:08O que mais te desafia nesse momento que você está? E por que você resolveu assumir esse cargo?
02:15O que te chamou para esse cargo?
02:17Eu acho que a PR, aqui no Brasil, uma empresa de dermocosméticos, eles estão aqui há mais de 30 anos.
02:26É uma empresa que existe há mais de 60 anos.
02:29Foi a empresa, na verdade, que cunhou e que iniciou os dermocosméticos no mundo, né?
02:37É uma empresa que tem uma divisão farmacêutica e uma dermocosmética.
02:40E aqui no Brasil, temos, acho que, um desafio de trazer a empresa para uma nova era, para um novo momento,
02:48com uma mudança de cultura grande dentro da empresa.
02:52Então, eu acho que esse desafio do negócio e da organização é uma coisa que me atraiu bastante.
03:01A PR tem uma base forte em ciência, mas também tem todo esse lado de bem-estar, de beleza.
03:08Como vocês conseguem aliar racionalidade com sensibilidade?
03:14Eu acho que é exatamente isso.
03:16É uma empresa que vai estudar muito a ciência, a ciência da pele, principalmente,
03:21e que tem uma área de medicamentos que vai cuidar, mas tem a área de dermocosmético, estética,
03:29que é para você tratar da sua pele, né?
03:31Então, todas as nossas grandes marcas, né?
03:36A Vene, Ducre, aqui no Brasil temos uma marca brasileira que foi comprada pela empresa que se chama Darro,
03:43que hoje em dia está sendo exportada para a América Latina.
03:46A gente pensa também em exportar para outros lugares do mundo e que tratam patologias específicas da pele, né?
03:53Se é a acne, se é a roseola, se é proteção solar ou tratamento contra o envelhecimento, as rugas, né?
04:01Então, eu acho que uma empresa que tem esses dois lados, mas o cuidado da pele, o cuidado da pessoa como propósito ali da empresa.
04:13E falando em propósito, você sempre foi uma pessoa ligada muito no branding, na marca com propósito.
04:19De que maneira essa sua visão te leva a tomar decisões estratégicas hoje como CEO da empresa?
04:29Eu acho que as empresas precisam, né?
04:31Eu sempre achei isso, as empresas precisam realmente ser muito consistentes naquilo que você faz e naquilo que você fala, né?
04:39Então, se o propósito, se a empresa se propôs a cuidar das pessoas como indivíduos...
04:47E a Pierre tem uma fundação, que é a Fundação Pierre Fabry, que o objetivo dessa fundação é levar cuidados de saúde,
04:57principalmente para o que eles chamam de o sul global, que são aqueles países onde a saúde ainda é muito precária, né?
05:05Então, essa fundação que hoje é o principal acionista da empresa, porque é uma empresa de capital fechado,
05:12ela parte do que a empresa gera de lucro, é reinvestido.
05:17E temos muitos projetos na África, no Sudeste Asiático, alguns aqui na América Latina.
05:23E eu acho que a empresa precisa realmente isso, você precisa fazer aquilo que você faz.
05:27Quando eu vi o propósito da Pierre Fabry e o que essa fundação fazia, que eu não conhecia, Cris,
05:35ela realmente traz acesso à saúde para lugares que não existem.
05:42Nós temos em Avene, lá na França, existem as águas termais de Avene, né?
05:48Onde você vai ver realmente toda a tecnologia e a ciência e de onde vem a água termal,
05:54a água que fica dentro do mineral e de uma fonte durante 100 anos, absorvendo aqueles minerais para cuidar da pele.
06:02Mas tem muitas crianças, eles têm lá um hotel e uma estação de tratamento de água para eczema, para psoríase.
06:15Doenças de pele, em geral.
06:16Crianças de pele seríssimas.
06:18E tem muitas crianças que vão para lá e isso é fundiado, né?
06:24Isso é pago pela fundação e que tem problemas de pele muito, muito sérios.
06:29E aí tem, né?
06:30E num lugar lá na fundação, enquanto você vai visitar o Hotel de Avene e a estação termal,
06:36uns desenhos que as crianças fazem, que é o antes e o depois do tratamento com as águas termais.
06:42E é um negócio que você fica tão emocionada de você ver na pele mesmo, né?
06:47Na pele.
06:47Literalmente, né?
06:49O impacto que a empresa tem e que o propósito da empresa tem nas pessoas.
06:54Que lindo, emocionante.
06:56É muito bacana, é muito legal.
06:57Eu imagino.
06:57O que você trouxe de aprendizado dessas outras marcas onde você trabalhou para essa posição que você ocupa hoje, Ana Pierre?
07:06Eu acho que as marcas precisam estar muito conectadas com a cultura e o que está acontecendo no mundo, né?
07:13E mesmo uma empresa que fala de ciência, que fala de um benefício funcional,
07:19como que essas marcas vão estar inseridas no dia a dia, na vida das pessoas e como que eu vou melhorar a vida delas, né?
07:26Então, acho que as marcas têm que estar conectadas com a cultura.
07:30Darro, aqui no Brasil, é uma marca que tem um objetivo de democratizar o dermocosmético, né?
07:37De fazer o dermocosmético ficar mais acessível e de olhar para os diversos...
07:42É uma marca mais barata, dentro do porto de vale de vocês.
07:45Isso, é. E é uma marca originalmente brasileira, então, que vai olhar para a pele da brasileira,
07:52que foi feita para a pele brasileira, latina, que 90, 80 e poucos por cento das peles na América Latina são oleosas, né?
08:01Então, você tem problemas de pele que é muito diferente da pele do europeu ou da pele do americano,
08:08que o clima é muito mais seco, a pele muito mais ressecada, são outros problemas a serem tratados, né?
08:14E a gente tem, pelo menos eu já li isso várias vezes, que nós temos uma diversidade de peles...
08:21De tons de pele.
08:22De tons de pele.
08:23É maior no mundo.
08:24Maior no mundo, isso é verdade.
08:25Maior no mundo, é verdade.
08:25E eu imagino que isso, consequentemente, traga diferenças também nessa questão da oleosidade, do ressecamento.
08:34Eu, por exemplo, fujo dessa máxima, porque a minha pele é mais para seca do que para oleosa.
08:39Então, a gente tem de tudo mesmo aqui, né?
08:40Tem, tem um pouco de tudo no Brasil.
08:42A PR tem um dos maiores, um estudo com um dos maiores bancos de pele no mundo.
08:47São mais de 50 mil peles estudadas com dermatologistas em mais de 20 países.
08:54Aqui no Brasil, são mais de 4 mil pessoas que foram estudadas.
08:58E, através disso, é que saem estudos clínicos e produtos e inovação que a gente está trazendo para o mercado, né?
09:05E o Brasil realmente tem o maior número de tons de pele que se conhece por causa da miscigenação que aconteceu aqui, né?
09:13Então, você tem desde uma pele super, super clara de pessoas que talvez sejam descendentes de alemães ou de holandeses,
09:21até uma pele super escura, né?
09:24Quem é realmente descendente dos povos africanos aqui.
09:27Então, e tudo no meio, né?
09:29A inovação está no cerne dessa questão?
09:34É a alma ali para vocês?
09:35A inovação aliada à tecnologia?
09:37É, a inovação junto com a ciência, né?
09:40Então, o dermocosmético está muito ligado à pesquisa, à estudo clínico,
09:46de você comprovar a eficácia dos produtos, né?
09:50Para resolver esses problemas de pele que as pessoas têm.
09:53Então, o dermocosmético, ele é um meio do caminho entre a indústria farmacêutica e a indústria de beleza, digamos assim, né?
10:01Ele realmente está ali no meio dos dois, porque não é só sobre estética,
10:05é sobre um tratamento de uma condição da pele, né?
10:08É interessante você explicar exatamente a diferença.
10:11Agora, a gente vê cada vez mais esse mercado preocupado com inclusão,
10:18em ser mais diverso, em ser mais sustentável.
10:22Como é que você enxerga essa transformação?
10:24E é fundamental essa preocupação para o mercado de beleza em geral?
10:28Eu acho que é.
10:28Eu acho que temos o lado social, então a gente fala muito dos tons de pele, né?
10:35Dos tipos de cabelo, né?
10:38Então, essa inclusão do ponto de vista, digamos, racial aqui no Brasil, né?
10:43Que é muito importante, 56% da população brasileira é parda ou preta.
10:49E, por outro lado, de sustentabilidade e inclusão,
10:53estamos falando de como é que é o seu processo de produção
10:56e quais os produtos, os insumos que são usados.
11:00A Pierre é uma empresa que nasceu, o senhor Pierre Fabre era um farmacêutico
11:06e um biólogo lá na França que estudava os ingredientes naturais
11:11e que a primeira marca da empresa foi a Clorane,
11:14que é uma marca principalmente de produtos para cabelo, né?
11:18Era um produto, um shampoo de camomila que suavizava o corrobo cabeludo.
11:22Ele existe até hoje, foi lançado em 1960.
11:24Eu ia te falar isso, essa marca existe até hoje.
11:27Não, a Clorane existe até hoje, uma marca super bacana que tem na Europa e tal.
11:32Mas esse produto específico, que acho que foi o primeiro lançado pela empresa, então...
11:37Tem aqui no Brasil?
11:38Não tem aqui no Brasil.
11:39A Clorane hoje não existe no Brasil.
11:41Eu acho que esses ingredientes naturais e a preocupação com a natureza,
11:46ingredientes sustentáveis, uma cadeia sustentável, né?
11:49Os fornecedores que você usa, isso tudo é uma preocupação da empresa.
11:53Já nasceu assim.
11:54Como vocês escolhem as marcas que vêm para o Brasil?
11:57No momento, a gente tem três marcas aqui, né?
12:00Então, eu entrei na empresa no início desse ano, no início de 25.
12:05E eu acho que é uma oportunidade de você ver quais mercados estão crescendo.
12:09A gente tem um portfólio, acho que seis ou sete marcas globais, né?
12:14E o que tem aqui, o que não tem aqui?
12:16Qual mercado vale a pena entrar e não vale a pena entrar?
12:19Você faz uma análise estratégica,
12:21mas, no momento, a gente vai ficar com essas três marcas que a gente tem,
12:26são as nossas prioridades, por enquanto.
12:28Você é especialista em branding também, nessa questão de marcas.
12:33Você acredita que as marcas hoje precisam ter coragem para se posicionar?
12:37E como fazer isso de uma forma autêntica?
12:39Eu acho que sim, que precisam ter coragem,
12:42porque quando você se posiciona sobre algum assunto,
12:45sempre vai ter alguém que não concorda com você, né?
12:49Então, como é que aquela marca vai se preparar para poder conversar com aquelas pessoas
12:55que não dividem a mesma opinião ou o mesmo ponto de vista, né?
13:02Mas eu acho que no mundo que a gente vive hoje,
13:04as marcas, assim como as pessoas, precisam de autenticidade.
13:07A marca que, de uma forma ou de outra, não se posiciona e quer ficar...
13:14Eu chamo isso do sorvete de creme, né?
13:18Eu não conheço ninguém que ama ou odeia sorvete de creme.
13:22Sorvete de creme é aquela coisa que...
13:25Acompanha alguma coisa.
13:26É, você está ali em cima do muro, todo mundo gosta, todo mundo come,
13:30mas ninguém ama nem ninguém odeia, certo?
13:33Então, eu acho que as marcas que estão nessa situação,
13:36elas perdem um pouco a autenticidade.
13:39Com o número de novas marcas que a gente vê sendo lançadas todos os anos,
13:44é muito difícil você sobreviver se você não tem diferenciação.
13:49As marcas têm que ter uma diferenciação,
13:51porque tem muita marca entrando no mercado todo ano.
13:54Sem dúvida.
13:55Você, como mulher, no mercado já há algumas décadas,
13:59em alguns momentos você precisou se provar mais do que os homens?
14:03Você sentiu isso?
14:05Eu acho que, infelizmente, as mulheres passam por isso, né?
14:10Até hoje a gente tem desigualdade salarial,
14:13parece que no Brasil a desigualdade salarial ainda é 27%, 26%, né?
14:18Quando você compara o mesmo job, o mesmo cargo,
14:21com o mesmo tempo de senioridade.
14:24E eu acho que as mulheres, às vezes, elas...
14:26E olha, que eu trabalho na indústria de beleza há mais de 20 anos,
14:30que é uma indústria que tem, naturalmente, muito mais mulher trabalhando
14:36do que outros setores da economia.
14:39Você sempre trabalhou com mais mulher nesses anos todos?
14:42Não, na indústria de beleza.
14:43Antes disso, eu trabalhava com outros produtos.
14:45Quando eu entrei na Procter, eu trabalhava em outros produtos,
14:48mas... E a Procter tem um portfólio super extenso, né?
14:51Mas a indústria de beleza, naturalmente, tem muita mulher trabalhando.
14:54E, mesmo assim, eu acho que, às vezes...
14:57Porque quando você começa a chegar no topo da empresa, né?
15:01A pirâmide sobe...
15:02Os homens vão cada vez aumentando e as mulheres diminuindo.
15:05É impressionante.
15:05E o percentual diminui e o percentual masculino aumenta.
15:08Então, uma mulher, às vezes, quando você precisa ser mais dura
15:13ou quando você precisa ser mais enfática,
15:16nós somos muito mais julgadas
15:20do que quando um homem faz a mesma coisa, sabe?
15:23Quando um homem faz a mesma coisa, a pessoa fala
15:25Ah, mas ele está com muita pressão em cima dele,
15:28o resultado não veio, precisa mesmo ser duro.
15:31É, tem que cobrar, tem que ser assertivo.
15:33A gente é histérica.
15:35A gente é histérica, a gente é agressiva,
15:38a gente tem muitos adjetivos, né?
15:41Então, eu acho que nós somos mais julgadas,
15:44porque, por um lado, a mulher tem o dom feminino de cuidar,
15:49e eu acho que a expectativa, muitas vezes,
15:51é que você seja, né, cuidar, você precisa falar baixo,
15:55precisa cuidar, precisa ser mãe, precisa ser amiga,
15:58mas às vezes você está numa situação
16:01onde você precisa tomar decisões difíceis
16:03ou discussões que não são simples, né?
16:06Mas, de certa forma, isso vem melhorando ao longo dos anos
16:11no seu modo de ver?
16:12Eu acho que vem.
16:13Está melhor, ainda falta muito, mas está melhor.
16:15Eu acho que vem melhorando, eu acho que vem melhorando.
16:17A minha sensação é que, lá atrás,
16:19a gente tinha que se masculinizar até,
16:21e que, hoje em dia, a gente não precisa mais.
16:24Nossa, eu vou te contar uma história, Cris.
16:25Eu acho que, quando eu comecei na minha carreira,
16:27quando eu era gerente, né,
16:28logo que eu fui para a Europa,
16:31eu via as mulheres que estavam lá em cima,
16:34as vice-presidentes, né,
16:35e elas todas, entre aspas, né,
16:38pareciam homens,
16:39porque você se vestia com aquele terno, né,
16:42o terno preto, o terno azul escuro, né,
16:46super sisudo, super sério,
16:49sem maquiagem nenhuma, né?
16:52Normalmente os cabelos curtos.
16:54Curtos, né?
16:55Então, não era necessariamente,
16:57você não estava sendo mulher, assim, sabe, feminina.
17:00E eu me lembro que, quando eu entrei na Avon,
17:04e eu entrei na Avon,
17:05e a primeira grande reunião que eu fui
17:07foi, tipo, o meu primeiro mês de empresa,
17:09que era o Senior Leaders, né,
17:11eram, tipo, os 120 maiores vice-presidentes da empresa,
17:14e a CEO da companhia, que era uma mulher,
17:17ela entrou no palco,
17:18ela falou durante as primeiras duas horas,
17:20e ela estava com um vestido preto, assim, lindo,
17:26apropriado para a ocasião,
17:27mas um vestido, assim, certo no corpo,
17:30de salto alto, com uma sandália, assim,
17:35um sapato aberto, unha vermelha, colar de pérola,
17:40batom vermelho, cabelo feito, maquiada.
17:43Falei, gente, é uma mulher feminina, né,
17:48mas exercendo o cargo,
17:50e ela é a líder desses 120 líderes e executivos
17:55que estão aqui.
17:55Eu acho que foi a primeira vez
17:57que eu vi uma mulher daquele jeito,
17:59e eu fiquei, eu fiquei, assim,
18:02hipnotizada, sabe?
18:04Porque realmente era diferente,
18:07era diferente.
18:08Isso é incrível.
18:10A sua forma de liderar mudou ao longo dos anos?
18:13Aí, a partir desse momento aí que você diz,
18:15ah, você foi para a Europa,
18:16todas as mulheres se vestiam como homens,
18:18pareciam homens.
18:20Aí, na Avon, opa,
18:21já temos uma mulher que é uma mulher,
18:23e aí a gente vai mudando.
18:25O que você mudou na sua forma de liderar
18:28e qual é a cultura que você pretende implementar
18:31dentro da PR?
18:32Eu acho que com a maturidade, né, Cris?
18:35Eu estou com 52 anos
18:37e eu acho que a maturidade traz calma,
18:41traz tranquilidade,
18:43traz uma série de coisas
18:45que no início da carreira, né,
18:47às vezes a gente...
18:48É uma questão, às vezes, até de autoconfiança, sabe?
18:50De você ter que se provar para si mesma,
18:53para os outros.
18:55Então, eu acho que a maturidade
18:57traz coisas muito boas,
18:59mas eu acho que a maternidade também.
19:01Eu acho que depois que eu me tornei mãe,
19:04eu consegui colocar as coisas em perspectiva
19:07e, às vezes, olhar para os problemas
19:09do escritório
19:11com o tamanho que eles devem ter, né?
19:15Porque aquilo ali não é...
19:17O mundo não vai acabar, né?
19:19Eu tenho um problema para resolver aqui
19:21no negócio, no escritório.
19:22Então, eu acho que essas duas coisas.
19:25Sobre a cultura da empresa,
19:27eu acho que hoje a gente precisa
19:28de uma cultura onde as pessoas
19:30sejam protagonistas, né?
19:33A gente criou na PR agora
19:35um time de liderança,
19:37que é o que a gente chama do N-2, né?
19:39Então, temos o comitê executivo,
19:41são os que reportam direto
19:43para o comitê executivo
19:44e esse time de liderança
19:46é aquele meio da empresa
19:48que vai fazer a roda girar.
19:51As pessoas precisam ser protagonistas
19:53de uma mudança, né?
19:54Então, eu acho que o comitê executivo
19:56está ali para guiar,
19:58para suportar,
19:59para treinar
20:01essa nova geração de líderes,
20:04mas esses líderes
20:05são aqueles líderes
20:06que realmente vão fazer
20:07a mudança acontecer
20:08e as pessoas precisam
20:10exercer protagonismo, né?
20:12Aproveitando que você falou
20:13dessa palavra,
20:14a gente está chegando
20:15ao fim do nosso quadro,
20:16porque passa muito rapidinho
20:17e eu sempre termino
20:19com a mesma pergunta.
20:20O que significa para você
20:22ser protagonista da sua história?
20:24Eu acho que tomar decisões
20:26e ficar em paz com elas, sabe?
20:30Eu, nesse negócio dessa vida aqui
20:33de mulheres, né?
20:34Que subiram na carreira,
20:36a gente sempre fala
20:37de ter balanço
20:38da sua vida pessoal e profissional.
20:40eu tive uma mentora
20:42no início da minha carreira
20:43que falou para mim,
20:44Danieli,
20:45você pode ter tudo,
20:47mas não ao mesmo tempo.
20:49Então, ao longo da sua vida,
20:51vai ter épocas
20:52que você vai estar
20:53no pico da sua carreira,
20:55mas talvez sua saúde
20:56não esteja tão boa
20:57ou épocas onde
20:58sua vida pessoal
20:59vai estar ótima,
21:00mas a carreira
21:01está mais ou menos
21:02e você tem que olhar
21:03a coisa com um prazo
21:04mais longo, sabe?
21:06Que interessante isso!
21:07e eu acho que
21:09eu tomei várias decisões
21:11às vezes na minha vida,
21:13tanto pessoais
21:14quanto do ponto de vista
21:15da minha carreira,
21:17onde eu disse não
21:17para coisas,
21:19mas eu disse não
21:20porque naquele momento
21:21outra coisa
21:22era mais importante
21:23para mim
21:23e eu fiquei em paz
21:25com aquilo, sabe?
21:27Então, eu não fico
21:29remoendo na minha cabeça
21:30mas e se eu tivesse ido?
21:31E se eu tivesse aceitado?
21:32E se eu tivesse feito?
21:34E se eu não tivesse falado?
21:35e se eu, sabe?
21:37Tomou a decisão
21:38e é isso
21:38e aí o caminho mudou
21:40dali para frente, sabe?
21:41Eu acho que para mim
21:42o protagonismo é isso,
21:43é você ser um pouco
21:44dona da sua vida
21:45e das suas decisões.
21:46Maravilha!
21:47Muito obrigada!
21:47É um prazer
21:48te receber aqui, Ana!
21:49Passa muito rápido!
21:51Uma delícia!
21:51Nossa, foi assim!
21:53Né?
21:54Acabou!
21:54Acabou!
21:55Obrigada!
21:56Obrigada a você!
21:57Daqui a pouco eu converso
22:04com o Simão Pedro de Lima
22:05diretor-presidente executivo
22:07da Esco Cacer
22:08a cooperativa
22:10dos cafeicultores
22:11do Cerrado
22:12A gente vai falar
22:13sobre os impactos
22:14que a tarifa de 50%
22:15já provoca
22:17para os exportadores
22:18brasileiros de café
22:19É logo depois do intervalo
22:21então fique aqui
22:22no Times Brasil
22:23licenciado exclusivo
22:24CNBC
22:24líder mundial em negócios
22:26Agora, no Brasil
22:27eu volto já já
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