Mesmo sob risco de novas tarifas, Fernando Haddad confirmou tratativas com os EUA por um acordo bilateral. Julia Lindner analisou a estratégia diplomática do governo, enquanto Lula reforçou a soberania do Brics e a parceria com a Índia.
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00:00Apesar das ameaças de Donald Trump, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo brasileiro está em negociações com os Estados Unidos para fechar um acordo bilateral.
00:11Então a gente vai direto a Brasília conversar com o repórter Eduardo Geyer.
00:14Geyer, boa noite pra você. O que já se sabe sobre essas negociações?
00:21Oi Cris, boa noite pra você, boa noite a todos que nos acompanham.
00:25Em meio a essas ameaças de Donald Trump de impor então uma tarifa de 10% sobre os países ligados ao BRICS, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou hoje que há negociações por um acordo comercial entre Brasil e os Estados Unidos.
00:41Vamos lembrar que a Casa Branca impôs uma tarifa de 10% sobre todas as exportações brasileiras e de 25% sobre as exportações de aço e de alumínio.
00:51E desde então o Brasil tenta negociar uma forma de modular essas tarifas, mas até agora não tem nem cheiro de um entendimento por aí, Cris.
01:01Essas negociações são comandadas pelo Itamaraty e pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
01:10Mas como eu disse, por enquanto não tem nada à vista.
01:13O ministro hoje da Fazenda, então Fernando Haddad, afirmou que a equipe está mobilizada nessas negociações, mas que toda fala de Trump tem um grau de incerteza que precisa ser considerado.
01:24O ministro lembrou que a política comercial dos Estados Unidos tem sido muito marcada por adiamentos e também por vai e voltas, foi essa expressão até que ele utilizou de idas e vindas,
01:34e que, portanto, é preciso ter cautela com qualquer informação que vem dos Estados Unidos sem uma confirmação prática, ou seja, uma medida oficializada em lei.
01:44O ministro também afirmou que o Brasil tem relações comerciais com todos os blocos econômicos do mundo e que isso vai continuar.
01:53Ou seja, apesar da ameaça de Trump, o Brasil vai continuar aprofundando a sua relação, principalmente com o BRICS.
02:01Essa conversa se deu hoje em um encontro com jornalistas em frente ao Ministério da Fazenda.
02:06Cris, volto contigo.
02:08Obrigada, Gair, pelas suas informações.
02:11Eu converso agora com a nossa analista de política, Júlia Lindner.
02:14Júlia, boa noite para você.
02:16O que tem por trás dessa fala do Haddad sobre as negociações com os Estados Unidos?
02:23Cris, boa noite para você, boa noite para todos que nos acompanham.
02:26A gente vê que a todo momento o governo vem tentando fazer quase que um jogo duplo.
02:31Se de um lado o presidente Lula é quem responde diretamente a Trump, aos anúncios que ele faz,
02:36inclusive ontem também ao que ele falou em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro,
02:40os outros integrantes do governo sempre aparecem para reforçar o discurso do Itamaraty,
02:45que é dessa abertura para o diálogo, as negociações que têm acontecido principalmente entre os técnicos
02:51e também essa disposição de avançar para um entendimento.
02:54Então, hoje Haddad cumpriu esse papel, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin,
02:59tem feito isso com frequência e o que eu ouvi do Itamaraty é realmente isso,
03:03que o Brasil quer mostrar essa abertura, mas que por enquanto realmente essas tratativas
03:07estão nesse campo mais técnico, elas não avançaram para o campo político,
03:11para essas autoridades do primeiro escalão.
03:13Então, tem muitas conversas acontecendo, segue uma expectativa também de uma trégua
03:18por parte de Donald Trump, então, do lado dos técnicos,
03:21tem uma expectativa de que as negociações vão avançar e de que vai ter mais tempo
03:25para poder ir negociando, até porque na avaliação dos negociadores,
03:29o Brasil não é exatamente uma prioridade, nem para o lado bom, nem para o lado ruim,
03:34até porque a gente vê por essas cartas que o presidente Donald Trump enviou,
03:37o Brasil não está nessa lista e, por enquanto, também não tem uma perspectiva
03:41de um aumento das tarifas que foram impostas inicialmente,
03:44mas também não tem uma perspectiva de um acordo para baixar essas tarifas
03:48ou mesmo aquelas tarifas que foram impostas para aço e alumínio,
03:51que seria uma das prioridades também do governo brasileiro.
03:54Então, de uma maneira geral, é muita cautela, como o Itamaraty tem sempre frisado,
03:59essa disposição de esperar para ver o que Trump vai fazer de fato
04:02e também essa expectativa de que as negociações vão continuar ainda por muito tempo.
04:07Cris?
04:08Júlia, muito obrigada, viu, pelas suas informações.
04:11Em encontro com o primeiro-ministro indiano, o presidente Lula voltou a responder
04:15às ameaças de Donald Trump.
04:17Lula também aproveitou a ocasião para reforçar a parceria entre Brasil e Índia.
04:22Eu volto a conversar com o nosso repórter Eduardo Geyer, que acompanhou essa agenda.
04:26Geyer, o que mais podemos destacar desse encontro?
04:31Oi, Cris.
04:32Então, hoje o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, fez uma visita oficial de Estado ao Brasil
04:37com o objetivo de ampliar a relação comercial, política e também econômica.
04:43Brasil e Índia são dois países fundadores do BRICS, tem uma relação política importante,
04:49mas a relação comercial ainda é pequena.
04:50A gente está falando aí de 12 bilhões de dólares, é um valor considerado pequeno
04:54na balança comercial brasileira.
04:56Então, o que o Brasil quer é expandir essa pauta exportadora para a Índia,
04:59que hoje está muito focada em açúcar, em petróleo,
05:02para realmente atingir esse mercado que é de mais de um bilhão de pessoas.
05:07Hoje, o presidente Lula, após a reunião que teve com Narendra Modi no Palácio da Alvorada,
05:12falou, por exemplo, em ampliar a presença da Embraer em território indiano.
05:17Embraer que já instalou, inclusive, um escritório em Nova Delhi.
05:21O presidente Lula também falou em fortalecer o acordo comercial entre Mercosul e a Índia
05:28e agradeceu o presidente, ou melhor, o primeiro-ministro Modi,
05:32olha só, pela abertura dos mercados indianos às exportações de frango e de algodão aqui no Brasil.
05:37Um outro ponto destacado pelo presidente Lula nessa visita do Premier da Índia
05:42foi a questão do etanol.
05:44O presidente chamou a Índia, olha só, de o mercado de bioenergia que mais cresce no mundo
05:49e elogiou a decisão do governo indiano de elevar para 20% a mistura do etanol na gasolina.
05:56Aqui no Brasil, a partir do dia 1º de agosto, a mistura de etanol na gasolina vai a 30%
06:01e o Brasil quer exportar cada vez mais etanol também para a Índia.
06:05Agora, na seara política, Cris, falando bastante de economia, na seara política,
06:10o presidente Lula voltou a defender a entrada do Brasil e da Índia no Conselho de Segurança da ONU
06:15e também defendeu o que ele chamou de soberania do BRICS.
06:20Ele disse que não aceita a reclamação feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
06:24contra a reunião do BRICS e nem essa taxação de 10% que viria de modo adicional
06:29a todos os países que são ligados ao bloco.
06:31Vamos ouvir então esse novo recado do presidente Lula ao presidente americano Donald Trump,
06:36desta vez após uma reunião com o premier da Índia, Narendra Modi.
06:40Nosso fluxo comercial de 12 bilhões de dólares não está à altura das nossas economias.
06:48Quando estive na Índia há 20 anos, tínhamos como perspectiva chegar a 15 bilhões de dólares.
06:55Estamos terminando de acelerar essa meta, estamos determinados a acelerar essa meta,
07:02triplicando esse valor em curto prazo.
07:04Desde a cúpula do G20 em Nova Delhi, em setembro de 2023,
07:10mais de 70 missões brasileiras de promoção comercial e de investimento foram ainda.
07:16No mesmo período, recebemos aqui 40 visitas técnicas de ano.
07:22O Conselho Empresarial que criamos nessa visita vai multiplicar canais entre empresários
07:28e conexões entre cadeias produtivas.
07:31Agradeci ao primeiro-ministro Modi a recente abertura do mercado indiano para frango e o algodão brasileiro.
07:42A ampliação do acordo do Mercosul-Índia pode contribuir para reduzir as barreiras tarifárias
07:48e não tarifárias que ainda destruem o nosso comércio.
07:51O Brasil e a Índia têm um potencial extraordinário,
07:55por isso nós reivindicamos o direito de participar no Conselho de Segurança da ONU.
08:00Não é possível mais a gente ver a ONU enfraquecida,
08:07a ONU não sendo levada em consideração,
08:10e os membros do Conselho de Segurança da ONU,
08:13os membros fixos do Conselho,
08:15que venderiam o primário pela paz,
08:18são exatamente aqueles que mais estimulam a guerra.
08:21Foi assim na Guerra do Iraque, foi assim na invasão da Líbia,
08:24foi assim na Ucrânia e está sendo assim em muitos outros países.
08:29É, portanto, a paz que vai nortear o comportamento da relação Brasil-Índia.
08:37A paz, o desenvolvimento e o combate à dificuldade.
08:41Por isso nós não aceitamos nenhuma reclamação contra a reunião dos BRICS.
08:48Por isso que nós não concordamos quando ontem o presidente dos Estados Unidos
08:54ensinou que vai taxar os países dos BRICS.
08:57E nós não queremos paz, nós não queremos contencioso.
09:00o que nós queremos é fazer com que os nossos países possam competir.
09:05Por isso nós também queremos dizer ao mundo que nós somos países soberanos.
09:11Não aceitamos intromissão de quem quer que seja
09:15nas nossas decisões soberanas,
09:19do jeito que nós cuidamos do nosso povo,
09:22e nós defendemos o multilateralismo,
09:25porque foi o sistema que, depois da Segunda Guerra Mundial,
09:29permitiu que o mundo chegar a um estado de harmonia
09:33que está sendo deformado hoje com o surgimento do extremo.
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