A repórter correspondente Louise Maiana, direto de Washington, detalhou a nova investigação aberta pelos EUA contra o Brasil. O governo Trump acusa o país de prejudicar empresas americanas com políticas digitais, tarifas preferenciais e falhas no combate à corrupção e ao desmatamento. Mariana Almeida comentou sobre o assunto no Agora desta quarta (16).
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00:00Os Estados Unidos lançaram uma investigação contra o Brasil com base em uma legislação que busca apurar práticas comerciais injustas.
00:09Nossa correspondente Luísa Imaiana traz as informações direto de Washington.
00:15Olá a você, olá a todos. Pois é, essa notícia de uma certa forma pegou a todos de surpresa,
00:21mas a gente não pode negar que quando o presidente Donald Trump enviou aquela carta endereçada especificamente ao presidente brasileiro,
00:29ele havia falado bem nas linhas finais desta carta que havia essa possibilidade de abrirem uma investigação com base na seção 301,
00:38que se refere à lei de relações comerciais, uma lei publicada lá em 1974.
00:45E agora a gente vê aí a confirmação dessa investigação, eu tenho documentos aqui em mãos,
00:51é o documento oficial do escritório de representante comercial aqui dos Estados Unidos e a carta diz o seguinte,
01:02que essa investigação vai procurar determinar se atos, políticas e práticas do governo do Brasil relacionados ao comércio digital e serviços de pagamento eletrônico,
01:12as tarifas injustas e preferenciais, interferência, anticorrupção, proteção da propriedade intelectual, acesso ao mercado de etanol e desmatamento ilegal,
01:23são irracionais ou discriminatórios e sobrecarregam ou restrigem o comércio dos Estados Unidos.
01:30Nesse mesmo documento a gente tem aqui uma fala do embaixador Greer, que é justamente o secretário de comércio aqui dos Estados Unidos,
01:37e ele diz o seguinte, abre aspas, sob a direção do presidente Trump, estou lançando uma investigação da sessão 301
01:45sobre os ataques do Brasil às empresas americanas de mídia social, bem como outras práticas comerciais desleais
01:53que prejudicam empresas americanas, trabalhadores, agricultores e inovadores em tecnologia.
02:01Vale a gente também lembrar que nessa mesma carta que eu cheguei a comentar,
02:04que foi a carta que o presidente Donald Trump enviou ao presidente Lula,
02:08ele se utiliza de três argumentos para dizer que precisa aplicar essa tarifa de 50%.
02:14Ele começa defendendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, dizendo que existe uma caça às bruxas contra o ex-presidente Bolsonaro.
02:21Ele também fala sobre a atuação do Supremo Tribunal Federal em relação às big techs,
02:27impedindo aí, impondo algumas regras para o uso das redes sociais, por exemplo.
02:31E por último, fala sobre essa deslealdade segundo o governo americano que existe entre o comércio brasileiro e o comércio americano.
02:42E agora a gente vê aqui nessa carta que fala sobre essa investigação, ele falando sobre todas essas questões,
02:49a questão da mídia social, a questão da corrupção.
02:52Então a gente vê como esses documentos estão interligados.
02:56O presidente Donald Trump voltou a falar sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro,
03:02desta vez com um tom um pouco diferenciado, tentando se manter um pouco mais distante.
03:07Ele sim enalteceu o trabalho do ex-presidente brasileiro,
03:11dizendo que ele é um homem íntegro, justo, que defendia os interesses do povo brasileiro,
03:17mas deixou claro que eles não são amigos.
03:20A gente, inclusive, separou um trecho dessa fala do presidente Trump a respeito do ex-presidente Jair Bolsonaro.
03:28Vamos acompanhar.
03:29Olha, o presidente Bolsonaro é um bom homem.
03:32Eu já conheci muitos primeiros ministros, presidentes, reis e rainhas.
03:36E eu o conheço.
03:38O presidente Bolsonaro não é um homem desonesto.
03:41Ele ama o povo do Brasil.
03:43Ele lutou muito pelo povo do Brasil.
03:45Ele negociou acordos comerciais contra mim para o povo do Brasil.
03:50E ele foi muito duro.
03:52E foi duro porque queria fazer um bom negócio para seu país.
03:56Ele não é um homem desonesto.
03:58Acredito que isso é uma caça às bruxas.
04:00E não deveria estar acontecendo.
04:03Veja, ele não é como um amigo meu.
04:05Ele é alguém que eu conheço.
04:07E eu o conheço como um representante de milhões de pessoas brasileiras.
04:11São pessoas excelentes.
04:12Ele ama o país e lutou muito por essas pessoas.
04:16E eles querem colocá-lo na cadeia.
04:19Acho que isso é uma caça às bruxas.
04:21E acho que é muito lamentável.
04:23E ninguém está feliz com o que o Brasil está fazendo porque Bolsonaro era um presidente respeitado.
04:29Muito respeitado.
04:32Mariana Almeida, muito bom dia para você.
04:34Tudo bem?
04:35E nossa analista aqui do Agora, como você está nesta quarta-feira?
04:38Tudo bem, Eric.
04:38Bom dia para você.
04:39Bom dia para todo mundo que nos acompanha aqui no Agora.
04:41Mariana Almeida, a gente está vendo aí mais uma incursão de Bolsonaro, uma incursão comercial contra o Brasil.
04:49E ele foi questionado...
04:51De Donald Trump.
04:52E eu falei o quê?
04:53Bolsonaro.
04:53É que ele está envolvido na temática, mas neste caso foi Donald Trump.
04:57Desculpa, Donald Trump.
04:58Eu já confundi o Trump com o Putin e agora com o Bolsonaro.
05:00Me desculpe, o Trump.
05:02Mais uma incursão de Trump comercialmente falando contra o Brasil.
05:05E nesta coletiva, ou em uma coletiva lá na Casa Branca, Trump foi perguntado o porquê de colocar 50% de tarifas contra produtos brasileiros.
05:15E a resposta dele foi interessante.
05:17Ele disse, porque eu posso.
05:18A gente vê que é o viés, o tom mais político do que realmente econômico, né, Mariana Almeida?
05:23É, esse é o grande lamento, né, assim, em relação a todo esse capítulo que a gente está vivendo da questão comercial dos Estados Unidos e Brasil.
05:30Porque tem um assunto que é a questão de abertura comercial, onde o Brasil realmente nunca foi exatamente o primeiro da classe, assim.
05:38Então, o Brasil tem alguns aspectos na forma como ele construiu as suas relações comerciais que são bastante protecionistas e que haveria o que discutir.
05:45A questão é que não é isso que está no centro, nem é isso que parece que vai aparecer também em relação a essa investigação que está sendo aberta agora.
05:52Como você estava trazendo, Eric, o que, no fim, ou como se empacota a fala a partir do que os Estados Unidos estão colocando, é muito mais político, né?
06:00E um político que também não vem com um debate mais robusto do ponto de vista de política, com P maiúsculo, assim.
06:07É um político que fica raso também, com opiniões como essa que você citou, Donald Trump.
06:12Por que você está fazendo isso? Porque eu posso.
06:14Isso acaba sendo um reforço muito grande, uma visão em cima da qualidade e da decisão da figura pública, Donald Trump, versus qualquer institucionalidade.
06:24É isso que preocupa.
06:25Porque isso aparece nessa fala, aparece na outra fala dele também, quando ele se manifesta em relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
06:33Como ele se manifesta?
06:34Com a opinião dele.
06:35Não, ele é um homem muito bom, eu conheço, não sou amigo, mas ele é um homem muito bom.
06:40São opiniões soltas, que não é o centro da questão, não é se é bom, se é ruim.
06:45Inclusive, não é ele, Donald Trump, nem eu, Mariana, que temos que fazer isso.
06:48Tem um sistema de justiça, tem uma lógica institucional que paira e que é isso que ele parece o tempo inteiro questionar,
06:55como se a opinião de uma pessoa pudesse sobrepor a construção institucional.
07:00E a gente, historicamente, sabe que é difícil fazer a construção institucional.
07:02As instituições não são livres de erros, não são isentas de cometer seus problemas.
07:07Mas elas são transparentes, elas são abertas e elas minimamente organizam esses seus erros com base em algum regramento.
07:14E é isso que, de alguma maneira, facilita diálogo, facilita avanço, facilita alternância de poder.
07:18Então, o jeito que Donald Trump faz esse trabalho acaba sendo muito negativo para a lógica de convivência coletiva.
07:27E aí, no caso específico agora, com o Brasil em relação à questão comercial,
07:30se não é uma institucionalidade, se não é uma regra escrita, se não tem um campo aí aberto de onde vai ser o debate,
07:37vai depender de um homem, outro homem, quem é bom, quem é ruim, quem é bom de negociação, quem é ruim de negociação,
07:43e não do que poderia ser realmente bom do ponto de vista da economia, das bases que a gente conhece,
07:47e do que é concreto e que pode ser debatido com dados, com evidências,
07:51para chegar numa solução melhor para todo mundo,
07:53porque tem muita gente envolvida por trás desse debate de alguns homens.
07:58É, até porque, Ana Mari, você pode gostar ou não dessa ação judicial contra o ex-presidente Bolsonaro,
08:03pode concordar ou não, só que existem leis, e as leis foram feitas para serem cumpridas.
08:08Você pode discordar, mas tem que respeitar a lei e tem que segui-las.
08:13E aí, o Donald Trump invade um ambiente que não é o dele,
08:17e usar isso perigosamente como instrumento de ameaça ou chantagem.
08:22Olha, porque aí você acaba tornando uma ingerência dentro de um país que é soberano.
08:28Pois é, e assim, a gente tem um assunto, que é isso, que é o assunto do debate político, da polarização.
08:32A gente sabe que tem uma questão e tem um debate para ser feito e analisado aqui.
08:36Mas o ponto é que o efeito acaba sendo por outro caminho.
08:39Aí você usa a questão econômica e isso tem muito efeito, não é só uma fala.
08:42Não são 50%, ah, vou colocar 50% de tarifa ali.
08:46A gente está assistindo diversos embarques de mercadorias brasileiras que iriam nos Estados Unidos sendo interrompidos,
08:51decisões de tomada de produção aqui no Brasil também sendo refeitas.
08:55Isso tem impacto no quê? No trabalho, no salário, nas famílias.
08:58Então, é uma cascata aí de efeitos concretos na vida de muita gente
09:02e que estão sendo usados para uma coisa que não tem a ver diretamente com o trabalho dessas pessoas.
09:07Está ruim o produto? Está indo mal?
09:09Por acaso os preços ficaram inacessíveis?
09:13Tem alguma questão do ponto de vista produtivo ou de qualidade de consumo que mudou?
09:16Não. O que tem é um debate político, pouco nítido, inclusive, pouco transparente
09:23e que está sendo usado para quê?
09:26Para afetar as relações comerciais e afetar isso que demora tanto para construir,
09:30que é a estrutura produtiva, organização de relações.
09:32Os comerciantes brasileiros com os Estados Unidos, é difícil construir a relação, demora.
09:36E aí, de repente, muda completamente a forma disso em função de um debate político pouco claro, pouco nítido
09:44e que a gente não sabe exatamente até onde cada um dos atores que estão envolvidos está disposto a ir.
09:49Marialmente, então vamos direto à Brasília com a repórter Fernanda Sete
09:52para saber como o governo brasileiro recebeu a notícia desta investigação.
09:58Oi, Fernanda. Muito bom dia para você.
10:01O Palácio do Planalto já se manifestou sobre o assunto.
10:04Como que está o clima por aí ou a repercussão deste caso aí em Brasília?
10:09Seja bem-vinda ao Agora.
10:10Muito obrigada, Eric Klein.
10:14Pois é, mais um desafio para o governo federal com o anúncio, com essa carta do representante comercial
10:22Jameson Green, representante dos Estados Unidos.
10:25Pois é, o impacto foi grande aqui em Brasília.
10:29E será, assim como eu falei, uma quarta-feira ao longo da semana e também de muitos desafios para o governo.
10:36agora terá que tratar, além de tentar dialogar, resolver essa negociação das tarifas com os Estados Unidos,
10:44até o dia 31 de julho, agora tem mais esse desafio para enfrentar.
10:49Mas só para a gente contextualizar, Clay, vale a gente ressaltar que o governo do presidente dos Estados Unidos,
10:56Donald Trump, abriu nesta terça-feira ontem uma investigação contra o Brasil
11:02por suas práticas comerciais e também ataques às empresas americanas de redes sociais.
11:09Essa investigação foi comunicada ao presidente Lula por meio de uma carta, como eu falei,
11:18enviada pelo representante comercial Jameson Green.
11:21Então, foi realmente um impacto grande aqui em Brasília, com mais essa dos Estados Unidos.
11:28Além do tarifácio, o prazo que já está chegando ao fim, agora mais esse desafio para o governo federal.
11:35Mas, além disso, nessa carta afirma o seguinte, que o Washington também vai investigar o comércio digital do Brasil
11:44e também os serviços de pagamentos eletrônicos, que segundo o governo americano,
11:50isso aí pode, essas duas questões prejudicam sim as empresas americanas.
11:56E essa investigação é para avaliar se, de fato, tanto o comércio digital quanto os serviços de pagamento
12:02prejudicam, de fato, os americanos.
12:06Além disso, nesta carta está falando também o seguinte, que o governo de Trump também vai investigar as tarifas preferenciais injustas.
12:16Segundo o Jameson Green, o Brasil concede às exportações alguns benefícios a parceiros comerciais,
12:24sem citar quais são esses parceiros.
12:27Além disso, também na carta acusa o Brasil da questão da incapacidade para aplicar medidas anticorrupção
12:35e de transparência.
12:37E não para por aí não, viu, Klein?
12:39Na carta ainda está mencionando a questão do etanol, que o governo Trump se queixa, de fato,
12:45porque o Brasil abandonou a sua disposição para oferecer um tratamento praticamente livre de tarifas ao etanol americano.
12:54Fecha aspas, foi exatamente as palavras usadas por Jameson Green nesta carta enviada ao presidente Lula.
13:01E outra questão também, ele finaliza a carta falando o seguinte, que assegura que o Brasil parece não aplicar de forma eficaz
13:09as leis e regulações desenhadas para deter o desmatamento ilegal.
13:15Outro ponto também mencionado na carta foi com relação ao desmatamento aqui no Brasil.
13:22Segundo a carta, o desmatamento nessa lei ambiental aqui do país, ela mina a competitividade dos produtores americanos
13:32de madeira e produtos agrícolas.
13:35Pois é, será uma quarta-feira aqui de muito trabalho.
13:38Com certeza o governo vai se manifestar.
13:42Hoje o presidente Lula tem uma reunião com representantes de diversos bancos públicos.
13:47O vice-presidente Geraldo Alckmin segue com as reuniões, ouvindo aí o setor produtivo,
13:53mas com certeza é mais um desafio para o governo federal, além de negociar aí as tarifas com os Estados Unidos.
14:02Clay?
14:03E ontem, depois da reunião do governo federal, do vice-presidente Geraldo Alckmin,
14:09com representantes do setor produtivo e da indústria, o vice-presidente disse que o governo não pretende pedir o adiamento
14:17da entrada em vigor da tarifa de 50%.
14:21Ele quer resolver o Palácio do Planalto, quer resolver este caso até o dia 1º de julho.
14:27Como é que fica essa situação?
14:28Será que o governo vai sofrer pressão, por exemplo, dos empresários para que negocie esse adiamento?
14:32Pois é, essa questão do adiamento, Clay, de 90 dias foi um assunto colocado ali na mesa de discussão,
14:42tanto na reunião com o setor produtivo, que aconteceu ontem pela manhã,
14:46tanto na reunião que aconteceu com o setor do agropecuário brasileiro.
14:50Essa questão foi um pedido dos representantes do setor produtivo,
14:56mas Geraldo Alckmin enfatizou diversas vezes que não pretende ampliar esse prazo para 90 dias,
15:03que a ideia do governo é, de fato, tentar resolver o mais rápido possível,
15:08seguir nessa linha de negociação, de diálogo com os Estados Unidos
15:12e resolver a questão da tarifa até o dia 31 de julho.
15:16Mas sim, foi mencionado, foi colocado ali na mesa de discussão,
15:20foi pleiteado pelos representantes do setor produtivo essa ampliação do prazo,
15:25mas Geraldo Alckmin enfatizou diversas vezes que a ideia do governo
15:29não é pedir que o prazo seja estendido.
15:33Como eu falei, é, de fato, resolver na base das negociações e do diálogo
15:38até o dia 31 de julho, já que as tarifas entram em vigor a partir do dia 1º de agosto.
15:47Outra questão também que o Geraldo Alckmin enfatizou durante as suas falas,
15:51tanto após a reunião com o setor da indústria de manhã,
15:54quanto após a sua fala, depois da reunião com o setor do agronegócio brasileiro,
16:02ele falou que essa taxação de produtos brasileiros afeta não só o país,
16:09mas também o dia a dia dos americanos, com a alta de itens básicos,
16:14como o café e a carne.
16:16Geraldo Alckmin colocou também que além desses impactos diretos do Brasil,
16:20que essa tarifa de 50% pode causar ao setor produtivo,
16:25a tarifa também prejudica o consumidor americano.
16:30Foi uma fala que Geraldo Alckmin, como eu falei,
16:32ele falou tanto na parte da manhã quanto também à tarde.
16:36Além disso, Alckmin falou que vai continuar ouvindo o setor produtivo,
16:41se reunindo com o setor produtivo, inclusive esta quarta-feira também será de muitas reuniões
16:48aqui em Brasília para tratar dessa questão das tarifas de 50%,
16:54que tudo indica que entrará em vigor no dia 1º.
16:59Mas hoje a agenda do vice-presidente Geraldo Alckmin,
17:02que é o coordenador do grupo de trabalho,
17:05que está articulando com o setor produtivo,
17:07integrante do governo, é 11 horas, ele terá outra reunião
17:11aí com o setor produtivo da indústria.
17:15E às 14 horas, Geraldo Alckmin vai se reunir com o presidente da Federação
17:20das Indústrias de Santa Catarina.
17:23E às 15 horas, ele terá uma outra reunião,
17:26dessa vez com a Câmara Americana de Comércio para Brasil,
17:31a Anchan Brasil.
17:33Então, mais uma quarta-feira de muitas reuniões.
17:35Eu estarei lá no Ministério do Desenvolvimento,
17:38Indústria, Comércio e Serviços para essa reunião
17:41que começa às 11 horas, acompanhando de perto
17:43esses desdobramentos, essa articulação junto ao setor produtivo.
17:48Inclusive, nós separamos um trecho da fala do vice-presidente,
17:52ministro e coordenador do grupo de trabalho, Geraldo Alckmin,
17:55onde ele afirma que a prioridade do governo
17:58é, de fato, resolver essa questão do tarifaço
18:02até o dia 31 de julho e que, a princípio,
18:05estender o prazo para 90 dias não é uma opção do governo.
18:09Vamos conferir a fala dele.
18:11Uma reunião bastante proveitosa.
18:14Pudemos ouvir deles reiterar o compromisso do diálogo,
18:21que é o compromisso do presidente Lula,
18:24de promover o diálogo,
18:26de trabalharmos juntos para reverter este quadro.
18:32Houve uma colocação aqui da questão que o prazo é exíguo
18:36e pedindo um prazo maior, mas a ideia do governo não é pedir
18:42que o prazo seja estendido, mas é procurar resolver até o dia 31.
18:49Então, o governo vai trabalhar para tentar resolver
18:53e avançar nesse trabalho nos próximos dias.
18:58E todos eles se comprometeram a participar e trabalhar com seus congêneres.
19:05Exportam para os Estados Unidos, tem importadores lá,
19:09ou vice-versa, importam dos Estados Unidos.
19:12Cadeia integrada, às vezes você tem cadeias integradas.
19:17Então, trabalharmos também os empresários americanos,
19:21mostrando que isso tem um prejuízo não só para o Brasil,
19:24mas também um prejuízo para a população americana,
19:29porque há uma complementariedade econômica.
19:33Aliás, um fato importante, de janeiro a junho,
19:39cresceram 4,3% as nossas vendas para os Estados Unidos,
19:45mas as vendas dos Estados Unidos para o Brasil cresceram mais de 11%.
19:49Aumentou até o superávit deles em relação à balança comercial de bens e de serviços é ainda maior.
20:01Mariana Almeida, parece que o governo brasileiro não quer sucumbir à tarifação de Donald Trump
20:06e não quer estender esse prazo, apesar dos apelos, dos pedidos dos empresários,
20:11que queriam mais tempo para planejar esse novo cenário.
20:15A ideia do Palácio do Planalto é conversar e tentar resolver até 31 de julho.
20:19A gente sabe que já está um ambiente complicado para alguns setores aqui no Brasil
20:23e a gente observa lá nos Estados Unidos também, por exemplo, compradores de café,
20:28eles estão tentando desembarcar a mercadoria o mais rápido possível,
20:30justamente para evitar essa taxação, porque senão o preço vai explodir por lá,
20:35deste produto que é muito consumido pelos norte-americanos.
20:39Pois é, e uma das principais questões que o vice-presidente Geraldo Alckmin está tentando colocar em movimento,
20:44a reunião de ontem foi um marco para isso, é criar uma rede de múltiplos setores e de múltiplos interesses
20:50em torno da negociação para que se altere essa situação, que de novo é uma situação que não tem uma base econômica concreta,
20:58logo, a estratégia é, se cada um falar com os seus pares, digamos assim, trazendo para a mesa também
21:05aqueles que vão ser prejudicados do lado norte-americano em relação a essa tarifa,
21:09isso pode aumentar o caldo, aumentar o volume de pessoas aí que vai negociar com diferentes argumentos
21:14e pressionar para uma mudança de atitude.
21:16E aqui eu acho que é interessante porque talvez vá ao cerne da temática de comércio, né?
21:21Porque o que Donald Trump sempre usa e agora está em voga em relação ao tema com o Brasil é o quê?
21:28Os Estados Unidos estão sendo prejudicados, então é uma relação dual, onde alguém prejudica o outro
21:34em função do quê? De um comércio. Então, toda vez em tese que o Brasil vende, ele prejudica os norte-americanos.
21:40Toda vez que os norte-americanos vendem, prejudicaria o Brasil.
21:42Estou super simplificando, mas a tese esticada aqui do que ele está dizendo fica parecendo que é isso.
21:48Quando não, no fundo, no fundo, o comércio, mesmo um comércio deficitário, que é o nosso caso com relação aos Estados Unidos,
21:53ou seja, a gente mais compra do que vende para lá, o comércio, ele tende a poder beneficiar ambos os lados.
22:00Isso é o que a teoria econômica construiu ao longo de vários séculos, a possibilidade de que...
22:05Como que você beneficia os dois lados?
22:06Porque se a gente conseguir produzir tudo de maneira mais eficiente, ou seja, procurando as vantagens
22:12comparativas, para falar de uma teoria mais original, bem original, no sentido do começo mesmo da economia em relação a isso,
22:19se procurar as vantagens, a especialização, aquilo que cada um sabe fazer, você vai conseguir produzir mais e mais barato
22:24e todo mundo pode se beneficiar disso.
22:26É disso que se trata, entender quais são as relações construídas, o que está estabelecido e que pode gerar benefício.
22:32Preço do café mais baixo para os Estados Unidos.
22:33É o Brasil vendendo.
22:35O consumidor americano vai se prejudicar de tomar o café mais barato?
22:38Qual que é o benefício dessa tarifa adicional?
22:39E já está aumentando a inflação por lá nos Estados Unidos, já já a gente vai mostrar esse índice mais detalhado,
22:45subindo e também no acumulado do ano já teve também um acréscimo, então liga o alerta também nos Estados Unidos.
22:50Esse alerta está ligado desde o Liberation Day lá no 2 de abril, que é o efeito de sobrepreço,
22:56porque de novo é a essência da questão comercial.
22:58Livre comércio deveria trazer preços mais baixos.
23:01Quando você interfere no livre comércio, você aumenta preço.
23:04Isso é o que diz a teoria.
23:05Donald Trump colocou outra camada, que é a camada de quem é o malvado e quem é o bonzinho
23:10num comércio com uma percepção de que todo mundo que vende mais seria malvado.
23:16No caso brasileiro é particularmente interessante porque é invertido e ainda assim o Brasil estaria prejudicando.
23:21Então todas as bases minimamente lógicas que a gente tenta construir acabam caindo
23:25e no fim das contas o que a gente tem é o que a gente está falando aqui desde o começo do jornal hoje também é o que?
23:30É uma questão política difícil de pegar, difícil de ter certeza até onde vai,
23:34o que dificulta enormemente a negociação.
23:37Afinal de contas, o que dá para levar para a mesa que convenceria Donald Trump de que o caminho não é esse?
23:42É, você falou que na teoria aumenta o preço e na prática também a gente está observando um aumento dos preços por lá.
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