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Comentarista do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC e presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, Pedro Lupion criticou o Plano Safra 2025/2026 em entrevista ao Real Time. Para ele, juros elevados, cortes no seguro rural e tentativa de taxar LCAs ameaçam o setor. Ele defende alternativas privadas e mais segurança para o crédito agrícola.

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Transcrição
00:00O Plano Safra 2025-2026, anunciado ontem pelo governo federal, recebeu críticas dos produtores rurais.
00:13E é sobre esse anúncio que nós vamos conversar agora com o notável da Times Brasil e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, o deputado federal Pedro Lupion.
00:24Oi Pedro, bom dia, seja bem-vindo ao Real Time.
00:27Bom dia, prazer estar com vocês mais uma vez.
00:31Obrigada Pedro.
00:32Bom, para a gente começar, uma das críticas dos produtores rurais é em relação aos juros elevados, que aumentam o custo da produção e também reduzem a competitividade aqui no Brasil.
00:45Como resolver essa armadilha da Selic?
00:47Bom, vamos lá. Primeiro a gente tem que ressaltar que o prejuízo todo ao plano safra é devido a esse aumento de carga tributária.
00:57Esse aumento da Selic, que está completamente descontrolado, desenfreado, justamente por causa de uma política má administrada do governo, no que tange aos contas públicas.
01:09E isso gera um custo enorme, gigantesco, para o crédito agrícola.
01:14A nossa preocupação hoje é que, enquanto ele aumenta menos de 1,5% de valor real do volume total de crédito disponibilizado, a taxa de juros aumentou quase 5 pontos comparada com a equalização passada.
01:27Então, isso custa, custa bastante e é juro mais caro, é dinheiro mais caro para a gente financiar a nossa safra.
01:36Agora, Pedro, é isso que você estava falando, né? O fato da Selic estar aí a 15% é um descompasso e afeta muito a formação do plano safra, não?
01:46Não, sem dúvida. A preocupação é justamente com a equalização dos juros.
01:50Pior ainda, o governo ontem anunciou, numa peça de propaganda sem precedentes, tentando buscar algum discurso ou uma narrativa positiva sobre esse plano safra completamente incipiente,
02:02colocando uma situação de dividir ainda a liberação dos recursos equalizáveis, ou seja, aquilo que custa para o governo,
02:09que são aqueles recursos necessários para equalizar os juros, ou seja, para deixar o juro mais barato,
02:14lá na boca do caixa, lá no banco, lá com o gerente do banco, na hora de pegar o crédito,
02:18dividir ainda em dois semestres, liberar metade nesse semestre e metade no próximo semestre.
02:23Ou seja, o produtor não vai conseguir acessar, a gente precisa de alternativas ao plano safra,
02:28para isso nós temos fiagros, temos as LCAs, temos outras linhas de crédito específicas do setor privado,
02:35que o governo também está tentando taxar.
02:37Nós derrubamos a taxação dos fiagros na última sessão do Congresso,
02:41vamos derrubar a taxação das LCAs com essa medida provisória,
02:45então a gente está trabalhando, tentando salvar o crédito e deixar com que esse 1,2 trilhões de reais,
02:52que é o grande montante da agropecuária brasileira, não seja prejudicado.
02:56Bom, você citou aí, deputado, nessa sua outra resposta,
02:59essa questão justamente da tributação das LCAs, as letras de crédito do agronegócio.
03:05Como que isso poderia ser resolvido, então?
03:07Porque é mais um entrave ao financiamento da produção.
03:11Para você ter uma ideia e que os nossos, quem está nos assistindo,
03:15consiga entender o volume disso, 43% do financiamento da última safra saiu das LCAs.
03:22Isso foi praticamente 479 bilhões de reais que saíram justamente das LCAs,
03:29que é um fundo, é uma modalidade de investimento do investidor comum,
03:35com um ticket de até 15 reais, que ele pode chegar lá para o gerente do banco,
03:39fazer um investimento diverso e colocar nas LCAs.
03:42Por que ele é tão atraente e tão atrativo?
03:44Porque ele não é tributado.
03:46Agora que o governo quer tributar em 5% os rendimentos das LCAs,
03:49eles passam a não ser mais tão atraentes para o investidor,
03:53e isso pode gerar um prejuízo enorme para o nosso setor.
03:55É por isso que nós vamos trabalhar, e já estamos trabalhando,
03:58pela derrubada desse trecho da medida provisória apresentada pelo governo.
04:01Agora, um outro ponto de questionamento é sobre a equalização dos juros do plano safra.
04:09Caiu em relação à safra anterior.
04:12Isso deve desestimular ainda os produtores a buscar esse crédito?
04:18Falta alternativa.
04:20O produtor está meio preso a essa necessidade do juro equalizado.
04:24Infelizmente, diminuiu o dinheiro de investimento,
04:26diminuiu as linhas para investimentos,
04:28o juro ficou ainda mais caro e ninguém citou sequer.
04:33Foi falado sobre o tema seguro rural, que é tão importante e tão necessário
04:37para justamente baratear o crédito,
04:38para deixar as operações financeiras mais seguras nas instituições.
04:42Então, fica essa preocupação das linhas todas mais caras,
04:46os juros todos mais caros,
04:48porém, a grande preocupação e a grande falta da presença do seguro
04:53nesse plano safra que nos causou espanto e assombo.
04:57E quanto às renúncias fiscais atribuídas ao setor,
05:01os números do governo batem?
05:03Claro que não.
05:04É uma narrativa completamente falsa.
05:06Para você ter uma ideia, eles colocam como renúncia do setor
05:08R$ 88 bilhões, que são renúncias da tributação diferenciada da cesta básica.
05:15Isso não é uma questão do setor agropecuário.
05:17Aliás, isso é uma questão social, é uma questão de Brasil,
05:20é uma questão para o consumidor final.
05:22Isso não pode ficar na conta do produtor rural,
05:24até porque o produtor rural compra também a cesta básica nesses produtos.
05:28Então, é um discurso completamente absurdo,
05:31como também colocam na nossa conta a questão da diferenciação tributária
05:36dos insumos agropecuários,
05:37que são justamente os insumos usados para produzir.
05:40Produzir justamente aquilo que gera 1,2 tri de riquezas para o país.
05:45Ou seja, que causa o aumento do PIB, que puxa a balança comercial,
05:48que gera 30% dos empregos.
05:51Então, quando o governo fala em renúncia,
05:52o governo está querendo falar justamente em buscada onde tem algum recurso
05:57dado a sua irresponsabilidade fiscal e a incapacidade total desse governo
06:02de resolver as contas públicas.
06:03Por isso também, né, essa quantidade de críticas que a gente tem visto aí
06:08desde o anúncio, não?
06:09Não, e não sou só eu criticando, não é só a FPA criticando,
06:14todas as entidades ligadas ao setor agropecuário estão criticando.
06:18Desde o setor de armazenagem, o setor de máquinas,
06:20o setor de sementes, o setor de trigo, de milho, de soja, de pecuária,
06:24todo mundo com críticas contundentes justamente
06:27porque, infelizmente, ontem foi feito um anúncio
06:30especificamente de propaganda, né,
06:34um anúncio só para justificar que tinha feito algo,
06:37mas completamente incipiente relativo ao tamanho da nossa sala.
06:41Deputado, agora tem a questão ainda, né,
06:43você também mencionou do seguro rural,
06:46porque houve um corte de quase 500 milhões de reais
06:48entre o bloqueio e também o contingenciamento de recursos, né,
06:54e isso desagradou o campo.
06:56Como é que vai ficar, então, essa questão do seguro rural
06:59que foi lançado nessa terça-feira, hein?
07:02Veja, isso vem mais de longe ainda.
07:04Tem o corte do Proagro, que são os seguros obrigatórios
07:06das operações financeiras, das pequenas operações financeiras,
07:10quase 40%, depois esse corte absurdo do seguro rural
07:15nas últimas duas semanas, e agora a falta total, total,
07:19da presença do seguro sequer no discurso do próprio ministro
07:24ou na apresentação desse plano safra.
07:25Isso é resultado de um governo que não tem dinheiro para fazer isso,
07:29ou seja, não consegue colocar, alocar recursos necessários para o seguro.
07:34E o seguro simplesmente é a garantia das instituições financeiras
07:37que vão ter o pagamento daquele crédito, né,
07:40ou seja, quanto mais inseguro o mercado, mais caro fica o crédito.
07:46Nós estamos mudando a lei, já estamos lá no Senado,
07:48a ministra Tereza Cristina, a senadora Tereza Cristina,
07:50fazendo a lei de seguro lá no Senado,
07:52para a gente conseguir colocar efetivamente uma nova lei de seguro no Brasil,
07:59baseado no modelo americano, no modelo mexicano,
08:01em que a gente mitiga riscos e principalmente,
08:04quanto melhorar a pólice, obviamente mais barato o crédito.
08:06É o que nós estamos tentando, sem apoio ainda do governo,
08:09mas trabalhando bastante para suprir essa demanda,
08:12essa necessidade.
08:13Para você ter ideia, de 2015 a 2025,
08:15não chegou a 7 bilhões de reais a execução de seguro agrícola no Brasil,
08:19ou seja, dá menos de 1 bilhão por ano.
08:21Essa última safra, nós apresentamos os números necessários
08:24de praticamente 5 bilhões de reais de seguro
08:27para conseguir resolver os problemas do Brasil.
08:30Nós temos problemas sérios de safras no Rio Grande do Sul,
08:335 safras, aliás, 5 anos já de prejuízo de safra aqui no Paraná,
08:37no Mato Grosso do Sul e tantos outros estados
08:39que precisam de um seguro eficiente e que foi simplesmente ignorado.
08:43Muito obrigada, deputado federal Pedro Lupion,
08:46sempre muito disposto a conversar com a gente,
08:49aqui ao vivo no Real Time.
08:51Um bom dia para você, uma ótima semana, deputado.
08:55Bom dia, muito obrigado e que Deus nos ajude aí
08:58a sustentar esse agro brasileiro.
09:00Grande abraço.
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