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  • há 4 meses
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram maioria, nesta quinta-feira (15), para suspender a lei que determina um piso salarial da enfermagem, no valor de R$ 4.750. O caso, julgado de maneira virtual desde a última sexta-feira (9), já conta com nove votos, sendo seis deles favoráveis à liminar dada no dia 3 de setembro por Luis Roberto Barroso.

O sexto voto foi do ministro Gilmar Mendes, o decano da Suprema Corte. Em seu voto, Gilmar disse que a instituição da lei sancionada em agosto poderia representar violação à autonomia política, administrativa e financeira dos entes federados.

"A previsão constitucional do estabelecimento de piso salarial profissional não deixa de significar, no entanto, que o que está em jogo, de fato, é o sistema federativo", escreveu Gilmar. "É evidente o estado de penúria pelo qual atravessam alguns estados e municípios brasileiros e a dependência significativa desses entes em relação aos Fundos de Participação dos Estados e Municípios, para o atendimento de suas despesas básicas."

Além dele e Barroso, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes votaram pela proposta. Nunes Marques e Edson Fachin acompanharam a divergência de André Mendonça.

O julgamento vai até a noite desta sexta, com os votos de Luiz Fux e Rosa Weber sendo aguardados. Agora, pela decisão da corte, a União e o setor privado têm até 60 dias para explicar se o piso salarial não comprometerá as finanças públicas e a prestação de serviços.

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Transcrição
00:00Olha aqui, eu não quero acabar antes de falar sobre o piso da enfermagem.
00:04Teve uma solução para essa pendenga que já estava rolando há alguns dias.
00:12STF forma a maioria para manter a suspensão do piso da enfermagem.
00:18O último voto foi o do Gilmar Mendes, que formou um placar de 6 a 3.
00:236 mais 3, 9. Ainda tem dois votos que faltam, são os do Fux e a da Rosa Weber, a nova presidente da corte.
00:33O ex-presidente e a nova, que tomou posse há poucos dias.
00:41Vamos ver o argumento do Gilmar Mendes?
00:46Sobe um pouquinho mais a matéria, por favor.
00:48A previsão constitucional de estabelecimento de piso salarial profissional não deixa de significar
00:55que o que está em jogo de fato é o sistema federativo.
01:00É isso.
01:04Ali, no finalzinho do período legislativo, um pouquinho antes do recesso para as eleições,
01:13o Congresso aprovou esse antigo pleito dos enfermeiros.
01:21Vamos estabelecer um piso.
01:24Bolsonaro sancionou a nova lei.
01:28Agora, ninguém se preocupou em perguntar para os estados e principalmente para os municípios brasileiros
01:37se existe dinheiro para isso.
01:40Então, é a típica lei criada em Brasília
01:46para que o Brasil, dane-se, cumpra do jeito que você puder.
01:51Ou não cumpra.
01:53E daí depois são também os políticos que vão reclamar,
01:57porque estão levando processo de...
02:00Oh, meu Deus.
02:04Fui já parado.
02:05Gente, me ajuda.
02:08Improbidade.
02:09Processo de improbidade administrativa na cabeça,
02:12porque, enfim, não cumpriram com o piso.
02:15É uma maluquice.
02:17É uma maluquice.
02:19O Congresso deveria ser mais responsável,
02:22deveria ser melhor do que isso.
02:24Ou seja, deveria saber o que está dentro das possibilidades brasileiras.
02:33Digo e repetirei quantas vezes for preciso.
02:37Os enfermeiros merecem um piso, merecem ganhar bem.
02:42Eles foram uma das categorias que mais fez pelo país
02:46e que mais sofreu no país durante a pandemia.
02:50Isso não é um julgamento a respeito do mérito dos enfermeiros.
02:56Isso aqui é uma reflexão sobre como se faz política no Brasil.
03:02A aprovação da lei e a sanção pelo Bolsonaro
03:05foram pura demagogia.
03:09Daí você fala,
03:10ah, o STF foi lá e se meteu no que os outros poderes fizeram.
03:17O Bolsonaro disse isso outro dia.
03:20Principalmente quando ainda estava só na decisão do Barroso
03:25que suspendeu o pagamento do piso.
03:28Disse, ah, o Barroso aí se metendo de novo
03:31num assunto que foi aprovado pelo Congresso
03:34e sancionado pelo Executivo.
03:37O Supremo não se meteu, ele foi cutucado.
03:43Alguém foi lá e falou assim, isso aqui é constitucional?
03:47E eles foram lá e disseram,
03:49não tem fonte de recurso,
03:51ninguém sabe de onde vai sair esse dinheiro,
03:55a União não vai repassar,
03:56nem os estados vão repassar dinheiro para os municípios,
03:59para que eles cumpram com essa determinação,
04:01com esse piso novo.
04:02Então ninguém sabe como é que isso vai ser feito.
04:06A lei criou uma obrigação
04:07para entes federados,
04:10estados e municípios,
04:11sem dizer como é que essa obrigação pode ser cumprida.
04:14Isso não é o Supremo Tribunal.
04:16Mais uma vez,
04:17é preciso traçar linhas.
04:19O tempo todo a gente precisa traçar linhas no país.
04:22Isso não é o Supremo se metendo nos assuntos dos outros.
04:25Tanto que essa é uma decisão liminar.
04:26O que o Supremo disse,
04:28vamos olhar lá embaixo da matéria,
04:30por favor, lá no finzinho.
04:33É o último parágrafo mesmo.
04:38Pela decisão da Corte,
04:39a União e o setor privado têm até 60 dias
04:42para explicar se o piso salarial
04:43não comprometer as finanças públicas
04:45e a prestação de serviços.
04:47Eles disseram,
04:48pera lá,
04:49vamos ver se dá para cumprir isso.
04:51Então, não é o Supremo
04:54se metendo nos outros poderes.
04:58É o Supremo
04:59numa das melhores capacidades
05:03que ele pode ter,
05:04que é de ser prudente.
05:06Que é de avaliar se a política pública
05:08está sendo feita de acordo com a Constituição
05:10e com alguma lógica.
05:12Vamos traçar a linha, então.
05:14Atacar
05:15de maneira populista
05:17o Supremo
05:18porque ele suspendeu
05:20a validade dessa lei
05:23é, como eu já usei a palavra,
05:27populismo.
05:29O Supremo tem um monte de coisas
05:31pelo qual ele pode ser criticado.
05:34Mas essa não é uma delas.
05:38Então, foi um dia de traçar linhas,
05:40de contrastes.
05:41Legenda Adriana Zanotto
05:50e aí
05:56Obrigado.
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