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O CEO da Biomm, Heraldo Marchesini, explicou como a parceria com a farmacêutica chinesa Gan & Lee e a Fundação Oswaldo Cruz vai nacionalizar a produção de insulina glargina no Brasil. O acordo deve beneficiar 16 milhões de brasileiros com diabetes e reduzir custos no SUS.

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Transcrição
00:00O Ministério da Saúde formalizou com a empresa de biotecnologia Bion e a farmacêutica chinesa Gan Enli
00:06uma parceria para o desenvolvimento nacional da insulina glargina, que tem efeito prolongado para tratar pessoas com diabetes.
00:15Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, cerca de 10% da nossa população tem a doença, cerca de 16 milhões de pessoas.
00:24Sobre esse assunto, eu converso agora com o CEO da Bion, Heraldo Marquezine.
00:30Heraldo, boa tarde para você, obrigado pela gentileza aqui da entrevista.
00:33Antes de mais nada, queria te perguntar sobre esse modelo de parceria, uma PDP, uma parceria para desenvolvimento produtivo.
00:40Só para a gente deixar claro aqui, quer dizer, a Bion passa a fornecer esse tipo de produto para o Ministério da Saúde durante um período,
00:50ao mesmo tempo que ela vai transferindo tecnologia para que em breve o próprio SUS assuma essa produção.
00:57É isso?
00:59Boa tarde, Torce. Obrigado pelo convite.
01:03Sim, acho que você sintetizou, mas a gente pode expandir um pouco mais,
01:07dizendo que a Biomanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, também está nessa parceria,
01:13e ela receberá e será o guardião da tecnologia transferida, tanto para a Bion quanto para a Biomanguinhos.
01:21E essa parceria que nós temos com a Gany não é de hoje, né?
01:25Então, nossa fábrica, inaugurada já no ano passado e produzindo o Glagilin, que é a nossa marca de glagina,
01:31também já absorveu a transferência da Gany e já produz e é líder de mercado, inclusive,
01:39na produção e na comercialização de glagina.
01:43Então, essa parceria vai permitir que a produção seja totalmente internalizada no Brasil
01:49e, como você citou bem, um contingente de 16 milhões de pessoas que cresce, infelizmente, ano a ano.
01:57Então, o Brasil vai passar no futuro com essa transferência de tecnologia
02:02para poder fazer todas as etapas de produção dessa insulina tão importante.
02:07Quanto tempo dura essa transferência de tecnologia?
02:11Ela deve ser de 8 a 10 anos, mas ela já parte com uma interação,
02:18inclusive, a equipe de Biomanguinhos está essa semana já em Pequim,
02:24na fábrica da Gany com outros colaboradores da Biom.
02:28Então, é uma transferência de tecnologia que demanda tempo por questões de construção,
02:34por questões regulatórias, mas ela começou já imediata e relembrando, novamente,
02:41que a fábrica de Nova Lima já tem uma boa parte da tecnologia e já está operando.
02:46Então, é um processo que tem etapas, mas que vai ser cumprido e será, de novo, a verticalização da produção no Brasil.
02:57E o resultado disso para a vida das pessoas vai ser o barateamento dessa insulina aqui para o paciente brasileiro, é isso?
03:04Tem uma questão econômica que nós já, no nosso lançamento, nós já provemos um preço menor,
03:14nós temos uma política de acessibilidade aos biosimilares, que é o caso da insulina glagina,
03:20mas, sem dúvida, ao longo do tempo, ela tem uma redução até a escala que ela vai ganhar,
03:26e quanto maior a escala, o custo vai ser reduzido e a gente vai reduzir o preço.
03:32Mas, de uma maneira geral, acho que é importante um conceito estratégico para o país também,
03:39porque, em momentos geopolíticos atuais, a produção localizada é um fator de sucesso e de segurança nacional.
03:50É possível estimar de que magnitude seria esse barateamento na insulina para o consumidor final?
03:57Eu acho que, lembrando que a insulina glagina, ela foi recentemente incorporada no sistema único de saúde básico.
04:13Então, esse projeto vai fornecer pelo SUS o produto gratuitamente aos pacientes.
04:21Mas, sim, há uma previsão de redução que depende de variáveis econômicas também que estão no futuro.
04:30Mas, para os pacientes, ele estará disponível gratuitamente no SUS.
04:34E, até esse momento, o Brasil tinha uma dependência externa.
04:38De que tamanho para adquirir essa insulina?
04:41É, total.
04:43As insulinas são medicamentos que têm poucos atores,
04:53empresas que dominam grande participação de mercado
04:57e que estão em centros do Hemisfério Norte.
05:01Então, com a parceria da GANDI, nós podemos ampliar aqui
05:05e trazer para o Hemisfério Sul, no Brasil, a produção.
05:08E essa parceria com a GANDI, ela abre espaço para desenvolvimento de outros produtos no Brasil,
05:17também, além da insulina glagina?
05:20É, eu acho que é importante pensar que é uma plataforma tecnológica.
05:25A tua pergunta é muito boa, porque ela permite dizer
05:27que tem outros tipos de insulina que podem, eventualmente, no futuro,
05:32ser incorporados nesse programa
05:34e que tem uma base semelhante ou igual.
05:38Então, insulinas de ação rápida,
05:42insulinas de outras gerações futuras.
05:46O importante é ter a tecnologia e a plataforma instalada no Brasil.
05:51Agora, inevitável falar de guerra comercial
05:54quando a gente tem aí, como um dos agentes,
05:56uma companhia que é chinesa.
05:58Esse tarifácio de Donald Trump, nesse momento,
06:00de alguma forma, afeta essa parceria,
06:03afeta os custos da GANDI nessa parceria
06:07para desenvolvimento produtivo no Brasil?
06:09Afeta esse negócio, de alguma forma,
06:12essa parceria, de alguma forma?
06:14Não, até o momento, a gente não viu isso
06:17e também acho que não acontecerá,
06:19porque a produção na China
06:22se desenvolveu de uma maneira muito acelerada.
06:27Então, a fábrica do nosso parceiro da GANDI
06:30tem uma capacidade produtiva
06:32equivalente à metade da demanda mundial.
06:36E tem outros, tem uma cadeia de suprimentos
06:40já instalada na China que também gera isso.
06:44Pode, eventualmente, no futuro,
06:45nós vamos estar atentos sobre isso,
06:48mas eu acho que é bom lembrar
06:50que nós estamos com um parceiro muito sólido
06:52e que vai proporcionar ao Brasil
06:55um desenvolvimento semelhante.
06:58Queria aproveitar a sua presença aqui
06:59até para falar dos números da Bion também,
07:02que teve uma receita líquida no primeiro trimestre
07:05de quase 40 milhões de reais,
07:0739,6 milhões de reais.
07:10O que é que puxou esse desempenho
07:12e como é que está a projeção de vocês para 2025?
07:16Esse desempenho é basicamente
07:18o nosso crescimento no mercado brasileiro já instalado,
07:24ou seja, existe um mercado privado nas farmácias
07:27e existe um mercado público nos estados.
07:30Então, o GLAGELIN é o nosso grande motor do crescimento,
07:35é a insulina que tem várias vantagens
07:38em função da sua longa duração
07:40e que tem com a Bion um acesso maior
07:45com preços melhores.
07:48Então, esse resultado do primeiro trimestre
07:50demonstra esse crescimento,
07:52a gente chegou até perto de um terço do mercado,
07:56estava vendo antes de entrar na reunião
07:58os dados mais recentes
08:00e aí posso até dizer que ampliamos
08:03e chegamos à liderança do mercado
08:05no valor acumulado de janeiro até abril,
08:09então indica que nós temos,
08:11antes mesmo da parceria estar efetivamente em curso,
08:16já com o produto líder de mercado
08:18numa terapia tão importante.
08:21A nossa projeção futura,
08:23acho que vai muito além das insulinas.
08:26Nós temos um portfólio,
08:28nós recentemente lançamos o Bevacizumab,
08:31que é um biosimilar para câncer de coloretal,
08:35nós temos a aprovação na Anvisa também do Ranibizumab,
08:42que é um outro biosimilar na oftalmologia,
08:45e outra série de produtos biotecnológicos
08:48que nós temos a chegar a serem aprovados
08:54e que darão uma sustentação para a empresa,
08:58além da grande base que a gente tem na Gladina,
09:02e lembrando que nós também temos uma parceria
09:06com a Biocom da Índia
09:08para a comercialização de semaglutida,
09:12que é o GLP-1,
09:13e que há uma concorrência geral sobre essa molécula.
09:18Então a Bion está preparada
09:19e está operacional, com a fábrica operando,
09:22para ser uma líder de biotecnologia no Brasil.
09:25Heraldo Marquezine, CEO da Bion.
09:29Heraldo, muito obrigado pela gentileza aqui da sua entrevista
09:32e bons negócios para vocês,
09:34um bom resto de semana.
09:36Obrigado, Tucci.
09:37Obrigado pela entrevista.
09:38Obrigado, valeu.
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