Como uma produtora de eventos gratuitos fatura? Fundador da Novo Traço destrincha

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No Jornal Times Brasil, Rafaello Ramundo, fundador da produtora cultural Novo Traço, falou sobre a previsão de faturamento de R$ 70 milhões em 2025 com festivais gratuitos pelo país. Ele explicou a importância dos patrocínios, o impacto econômico local e o cuidado com a curadoria dos eventos.

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00:00Nosso assunto agora é o mercado de festivais gratuitos.

00:04Comigo aqui no Jornal Times Brasil, Rafaelo Ramundo.

00:07Ele é fundador da Novo Traço, produtora cultural por trás de alguns dos maiores eventos de graça do país.

00:14E que projeta faturamento de 70 milhões de reais em 2025.

00:19Rafaelo, boa noite.

00:20Boa noite, Cris.

00:21Obrigada por ter aceitado o nosso convite.

00:22Obrigado a você por ter me trazido aqui.

00:24Eu quero começar falando exatamente sobre essa perspectiva, essa expectativa de faturamento de 70 milhões de reais para 2025.

00:33Isso é com patrocinador, é isso?

00:35É.

00:35O nosso objetivo é cuidar das pessoas.

00:39É tentar de alguma maneira, através da cultura, do entretenimento, modificar a vida das pessoas para melhorar.

00:45A gente achou uma lacuna que é a lacuna do bolso das pessoas.

00:50Existem muitos festivais que são pagos.

00:52Você tem uma quantidade enorme.

00:54Ano passado foram quase 400 festivais que aconteceram no Brasil.

00:57Mas eu estou de olho no público que não tem o recurso para pagar os ingressos, que tem numa média de mais ou menos 400 reais.

01:06E aí o cara consome mais 400 reais dentro de um festival.

01:09Eu quero falar com essas pessoas.

01:11Então, para a gente se conectar com essas pessoas, a gente precisa de quem financia esse sonho, quem se aproxima.

01:20Então, os patrocínios são fundamentais para a gente.

01:22A gente tem algumas marcas no Brasil inteiro suportando os nossos festivais, entendeu?

01:26E tem alguma métrica de retorno financeiro de marca que vocês conseguem apresentar?

01:31Olha, num festival, o que a gente tem são as análises que acontecem normalmente pelas prefeituras,

01:37que mexem um pouco com o que aconteceu na economia durante a presença do nosso festival.

01:45Então, taxa de ocupação dos hotéis, taxa de ocupação dos restaurantes.

01:51A gente tem um incremento grande.

01:52Por exemplo, no ano passado, a gente fez o Bijavã na Praia de Copacabana, no Team Music Festival.

01:56Levamos quase 600 mil pessoas para lá, duas semanas depois da Madonna.

02:01E aí você tem uma felicidade enorme por parte do comércio local e da rede hoteleira por conta disso.

02:09Um número exato é difícil de medir num evento desse tamanho, entendeu?

02:12E além desse retorno para as marcas, que é claro que ela está lá com a marca dela,

02:19num lugar que pode ter até 600 mil pessoas, como você disse, em relação ao Ajavã.

02:24O investimento das empresas pode ser abatido de imposto de renda, por exemplo?

02:28Sim, sim, sim.

02:28O Brasil é um país que vive de incentivo fiscal nas mais diversas indústrias e a indústria da cultura idem.

02:35Então, as empresas usam muito das leis de incentivo à cultura, sejam elas municipais, estaduais ou federais.

02:42E isso é uma ajuda tremenda para o nosso mercado.

02:45Como é que você começou nessa área?

02:47Eu comecei há 18 anos atrás. A Novo Traço está fazendo 18 anos esse ano.

02:52Na verdade, um pouquinho antes, trabalhando com marketing esportivo.

02:57E aí eu resolvi fundar essa empresa que eu queria que fosse a empresa dos meus sonhos.

03:01Eu queria mexer com a vida das pessoas, queria que as pessoas que trabalhassem comigo fossem muito felizes ali.

03:06Que eu conseguisse ganhar muito dinheiro ali, que eu conseguisse ajudar e prestar serviço para as marcas,

03:11fazer elas crescerem também.

03:12E desde sempre com essa ideia de eventos de graça?

03:16Sempre.

03:17Aí eu acho que é missão de vida, Cris.

03:19Assim, eu quero ajudar as pessoas, eu quero gerar emprego, quero gerar renda.

03:23E quero gerar entretenimento.

03:24A gente fala sobre muita coisa.

03:25Eu estou vendo aqui você discutindo, falando sobre Estados Unidos, China, tarifa, inteligência artificial.

03:31E assim, as pessoas às vezes querem um carinho, elas querem uma conexão com a marca mais íntima.

03:37E a música e a cultura fazem isso.

03:40O que esses 70 milhões de reais, que é a previsão de faturamento para esse ano,

03:45representam dentro do mercado cultural como um todo?

03:48Ele é, assim, a Novo Tração, ela é um player importante no mercado nacional.

03:55A gente atua do norte.

03:56Esse ano a gente vai produzir no Macapá, para você ter noção, um festival lá.

04:00E no Rio Grande do Sul.

04:01Então, a gente vai rodar o Brasil inteiro fazendo isso.

04:04Eu acho que diante do mercado de cultura que vem crescendo muito,

04:08ele não é tão grande assim, mas a gente vem de um crescimento exponencial dos últimos anos.

04:17Porque eu acho que as marcas estão começando a entender a Novo Tração com a capacidade criativa,

04:22de criar para elas e criar produtos que as ajudem, auxiliem, a tangibilizar os ativos delas

04:30e conectá-las com o público.

04:33Então, eu acho que a Novo Tração tem esse valor.

04:35E eu acho que as marcas têm entendido isso cada vez mais.

04:38Quais são os principais eventos que você faz?

04:39Você já citou o Djavan, que foi Team Festival.

04:42Isso.

04:43No Rio de Janeiro.

04:43A gente tem um festival lindo chamado Festival Tropicana,

04:46que é um festival de música e cinema, que a gente roda pelo Nordeste Brasileiro.

04:49A gente vai a Teresina, a gente vai a Macapá, a gente vai para Fortaleza.

04:53A gente leva música e cinema para as pessoas, sempre de graça para as pessoas.

04:57A gente tem um festival Enel Por Você, que a gente roda o interior do estado do Rio de Janeiro,

05:02também com música e ações ligadas à sustentabilidade,

05:07porque são ações ligadas àquela marca.

05:09Então, a gente também está à disposição do que interessa para os valores daquela marca.

05:15Então, a gente tem o Enel Por Você, o Prudential Concert, que é um festival lindo,

05:18que a gente une a orquestra sinfônica com grandes artistas populares.

05:21Vamos rodar seis cidades esse ano.

05:23A agenda do segundo semestre está, assim, abarrotada.

05:27Como é que você define o perfil das atrações, a duração, o local e, principalmente,

05:32o tipo de evento que é mais adequado para cada uma das empresas?

05:35Como juntar as duas pontas?

05:38Essa pergunta é muito legal, essa pergunta é muito interessante, Cris,

05:40porque a curadoria tem que ter ligação com o que faz sentido por um contexto.

05:47Existem marcas que defendem determinados valores.

05:50Muitas delas defendem, hoje em dia, a equidade, a diversidade, inclusão, essas coisas.

05:57Então, você precisa ter, numa curadoria artística, uma história que seja contada no palco

06:03e que tangibilize isso para o público.

06:06Então, o artista que está ali, ele precisa acreditar nesses valores.

06:10Porque se você tem artistas que não comungam com os valores daquela marca,

06:13não faz sentido você colocar esse artista naquele palco.

06:17Talvez em outro, para uma outra marca que converse com ele, entendeu?

06:20É isso.

06:21Então, esse trabalho é minucioso.

06:23Eu adorei que você fez essa pergunta.

06:25Porque normalmente não me fazem.

06:27É.

06:27Normalmente não me fazem.

06:28E eu gosto muito de falar da questão da criatividade,

06:31da gente a serviço da criação para a marca.

06:34É.

06:34E é um trabalho de curadoria também, você saber como conectar uma ponta à outra.

06:39Sim.

06:40Essa junção do público com o artista e fazer o artista, através da sua música,

06:47levar os recados da marca e fazer as pessoas saírem desse festival melhor do que entraram,

06:55é um objetivo que a gente tem.

06:56Sempre vai ter um evento que seja bom para a marca?

07:01Qualquer marca deveria apostar?

07:03Claro, tendo o perfil da marca, conversando com o propósito da marca,

07:08mas sempre vai ter um match?

07:09Sempre.

07:10Sempre vai ter um match.

07:11A gente está vivendo a era da inteligência artificial.

07:13Nós usamos como ferramenta dentro do nosso negócio, mas a gente trabalha com ao vivo.

07:19Você não consegue criar memória, seja ela familiar ou com amigos,

07:23se você não conviver.

07:25Então, você precisa criar o espaço.

07:28Diziam na pandemia que o novo normal seria o digital.

07:31Ele é.

07:31Ele virou.

07:32Mas as pessoas vão às ruas.

07:34Os festivais estão cada vez mais lotados.

07:36Então, sempre haverá um espaço, um festival que funcione para uma marca.

07:41E é fundamental que as marcas comprem essa ideia e entrem nessa com a gente.

07:45Rafael, muito obrigada.

07:47Um prazer te receber.

07:48Obrigado.

07:48Prazer todo meu.

07:48Desejo muito sucesso.

07:50Prazer todo meu, Cris.

07:50Que você faça muitos eventos de graça para as pessoas.

07:53Muito obrigado, Cris.

07:54Obrigada.

07:55Prazer enorme.

07:55Boa noite.

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