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Marcas chinesas como Oppo, Realme, Hisense e Midea avançaram no mercado brasileiro com tecnologia, inteligência artificial e preços agressivos. Em entrevista ao Real Time, o professor Thiago Muniz, da FGV, analisou o impacto dessas empresas frente às líderes coreanas e americanas.

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Transcrição
00:00Marcas chinesas como Oppo, Realme, HeSense e Midea avançam no mercado brasileiro de eletrônicos e eletrodomésticos.
00:08Apostando em tecnologia, preços competitivos e inteligência artificial,
00:12essas empresas disputam espaço com gigantes coreanas e americanas.
00:16Para analisar esse cenário, eu converso agora com o Tiago Muniz,
00:19que é professor de MBA de Marketing e Gestão Comercial da FGV.
00:23Bom dia para você, Tiago. Seja bem-vindo ao Real Time.
00:27Bom dia, obrigado pelo convite.
00:28Tiago, o que é que tem impulsionado a chegada e também a expansão dessas marcas chinesas no Brasil nos últimos anos?
00:36Um ponto bem importante para a gente entender é que essa expansão não é só devido ao diferencial competitivo
00:43que essas empresas conseguem trazer em comparado com as marcas que estão aqui,
00:47mas principalmente por uma vantagem competitiva que as marcas chinesas têm,
00:51se comparar com algumas empresas brasileiras e de outras regiões,
00:54que é de ponta a ponta conseguir tomar decisões muito rápidas sobre ciclos de atendizados.
01:01Quando a gente fala de varejo, a gente fala de atacado.
01:04Então, muitos concorrentes, eles precisam, a cada semestre, a cada trimestre,
01:08demorar semanas para analisar essas tendências de mercado que estão acontecendo,
01:13enquanto os chineses, eles conseguem, de uma forma mais prática,
01:16ver ciclos mais curtos e mudar essa estratégia.
01:18Então, não é só que as marcas chinesas têm produtos mais baratos,
01:22elas têm um modelo de operação baseado em dados que eles conseguem,
01:26com círculos mais curtos de decisão, ter decisões mais rápidas e assertivas,
01:31o que é muito interessante para operar no mercado brasileiro,
01:33que tem muita imprevisibilidade, vamos dizer assim.
01:36Tiago, eu queria que você falasse para a gente sobre o que mudou na credibilidade
01:40das empresas chinesas aqui no mercado do Brasil,
01:43porque até relativamente pouco tempo atrás, os produtos chineses eram vistos com muita desconfiança.
01:49A gente pega os carros, por exemplo, ninguém confiava muito em carros chinês
01:52e agora as montadoras estão chegando com tudo no setor de elétricos,
01:55então nem se fala, estão dominando o mercado aí.
01:58Eu queria que você falasse dessa jornada aí,
02:00de mudar a imagem de produtos chinês que antes era ruim
02:03para agora que parece que está surpreendendo bastante.
02:06Tem surpreendido bastante, principalmente do ponto de vista
02:10daquilo que os chineses conseguem, através desses ciclos curtos de aprendizado,
02:15com a ajuda da inteligência artificial, ter uma grande vantagem competitiva,
02:19que é justamente na experiência de compra.
02:21Então, a indústria chinesa consegue se destacar muito no sentido de conseguir,
02:26com esses ciclos curtos de aprendizado,
02:29usar a inteligência artificial para melhorar seu estoque,
02:33melhorar a logística, melhorar o design de produto.
02:35Então, se comparado com outras indústrias do restante do mundo,
02:38enquanto eu detendo de fornecedores, por exemplo,
02:40que vão me entregar o design do produto, vão me entregar o produto,
02:43e eu vou produzir, vou cuidar,
02:45outra empresa vai participar dessa cadeia sistêmica,
02:48me dando apoio,
02:49o chinês consegue, de ponta a ponta,
02:52desenhar uma estrutura em que, até com o uso da IA,
02:55essa experiência fica melhor.
02:56Então, essa percepção que vem mudando,
02:59vem muito dessa mudança de experiência que a gente tem
03:01quando a gente entra em um site de origem chinesa
03:03que traz uma boa experiência de compra
03:06e traz mais confiabilidade.
03:08Então, quando você que está assistindo a gente
03:09compra um produto na internet,
03:11um site chinês, um aplicativo chinês,
03:13em um, dois dias, o produto chega como você esperava,
03:17você começa a mudar a sua percepção de valor.
03:20Isso vai desde e-commerce,
03:22com produtos mais do dia a dia da gente,
03:24até grandes produtos,
03:26ou compras de maior complexidade,
03:28como, por exemplo, um carro.
03:29Então, eu acho que a grande sacada chinesa
03:31é focar nessa experiência do cliente
03:33e usar esses diferenciais tecnológicos
03:35para que, com esses ciclos de aprendizados mais curtos,
03:38eles melhorem e corrigem uma rota
03:40e até melhor do que outras empresas de mercado
03:43que a gente tem visto.
03:44Então, essa mudança não é por acaso.
03:46Quando eu começo a ter uma expectativa,
03:49uma promessa de uma entrega de um produto ou um serviço,
03:52e esse produto ou serviço é entregue melhor
03:54por essas empresas chinesas,
03:56a gente começa a perceber, justamente,
03:58que elas estão usando até melhor IA
04:00do que outras empresas que estão aí no mercado,
04:03que é usar IA para gerar valor,
04:05gerar aprendizado e melhorar a experiência do cliente.
04:08Então, eu vejo que está muito relacionado
04:10a ter uma experiência de compra
04:12como vontade competitiva.
04:14De que maneira você acha que
04:15essa experiência chinesa aqui no Brasil
04:18está fazendo com que as outras empresas
04:20que estavam aqui antes,
04:21as empresas coreanas, japonesas, americanas,
04:24de que maneira que elas estão se mexendo
04:25para enfrentar essa concorrência chinesa?
04:28Eu acho que o principal para lidar
04:30com essa concorrência chinesa
04:32é entender sobre os ciclos de aprendizado
04:34que a gente falou.
04:36Então, para a nossa audiência entender
04:40um pouquinho melhor do que a gente está querendo dizer,
04:42uma empresa tradicional,
04:43que trabalha com varejo,
04:44que trabalha com e-commerce
04:45ou em determinados outros mercados aqui no Brasil,
04:48ela, normalmente, acabou operando em siglos.
04:50Eu tenho uma área financeira,
04:51eu tenho uma área de gestão,
04:53eu tenho uma área de marketing,
04:54tem uma área, né?
04:55E essas áreas, elas vão,
04:56esses departamentos vão conversando entre si,
04:58analisando dados, muitas vezes, individualmente,
05:01para tomar decisões.
05:02Ou mesmo que esses dados
05:03estejam integrados de alguma forma,
05:06falta um letramento em dados,
05:07ou seja, uma capacidade na índice
05:09que é desses setores conversarem entre si
05:11e tomarem decisões mais rápido.
05:13Então, o que eu tenho visto muito no mercado,
05:16o que a gente tem visto muito aqui na academia também,
05:18observando esses movimentos aqui
05:20nas empresas brasileiras, coreanas,
05:22outras nacionalidades,
05:24é tentar ter operações mais integradas,
05:27onde, em vez de eu trabalhar marketing de um lado,
05:29logística de outro lado,
05:30venda de outro lado,
05:32a gente tem departamentos
05:33que conversam sobre os mesmos dados
05:35e tem um ciclo de decisão único.
05:38Então, por mais que você não tenha ainda
05:40uma vantagem competitiva
05:42ou uma infraestrutura tecnológica
05:43para lidar com essa concorrência chinesa,
05:46você se prepara
05:47para, pelo menos,
05:48você conseguir mudar os seus rituais de análise.
05:52Então, as empresas têm mudado muito
05:54a forma como elas tomam decisões.
05:55Em vez de eu ter decisões departamentalizadas,
05:58eu começo a ter um ciclo de decisão
06:00que envolve desde a produção,
06:02passando pelo marketing,
06:04pelo comercial, jurídico, logística,
06:06para gerar, então,
06:07essa melhor experiência,
06:08que é o que muitas vezes
06:09as empresas chinesas
06:10têm com excelência,
06:12usando o IA,
06:13usando esses aplicativos integrados,
06:15que eles conseguem ter isso
06:16de uma forma mais rápida na mão.
06:17Então, aqui nessas outras empresas,
06:20a gente opera com rituais
06:22que buscam ter essa competitividade
06:24e, é claro, também correr atrás da tecnologia
06:26para não ficar atrás das marcas chinesas.
06:29Que tipo de produto ou de tecnologia
06:31você acha que o brasileiro hoje
06:32só conheceu graças aos preços
06:34mais baixos das chinesas?
06:37Acredito que, principalmente,
06:39os produtos que estão relacionados
06:41àquilo que a gente chama
06:42de um conceito de cauda longa,
06:43que são aqueles itens
06:44que a gente não são os best-sellers,
06:46não são os produtos mais vendidos
06:48em suas determinadas categorias,
06:50mas que chamam a atenção
06:51de alguma certa forma
06:52do consumidor.
06:53Inclusive, as marcas chinesas
06:54se destacam muito
06:55pela live commerce,
06:57em que uma pessoa ao vivo
06:59demonstra produtos
07:00e gera essa consciência
07:02sobre um determinado produto ou serviço.
07:04Então, principalmente,
07:05itens de utensílio lá,
07:07certos tipos de eletrodomésticos,
07:09muitos suvelins
07:09que, muitas vezes,
07:10o brasileiro não tem muito acesso.
07:13As marcas chinesas,
07:13elas pulverizam
07:14porque elas têm
07:15uma grande produção,
07:17um grande volume de produtos
07:19de vários tipos
07:20de categorias diferentes,
07:22mas esses produtos,
07:23muitas vezes,
07:23eles não necessariamente
07:24têm uma grande quantidade
07:25de estoque,
07:26mas o brasileiro,
07:27por ser um povo também
07:28muito aberto
07:30a novas experiências,
07:31começa a consumir
07:33esse tipo de produto
07:34e esse tipo de serviço.
07:35Eu destaco também,
07:36principalmente,
07:37produtos de tecnologia
07:38que ajudam a gente
07:39a fazer algumas rotinas melhores
07:41de uma forma
07:42em que em outros sites
07:44a gente teria um pouco
07:45mais de complexidade
07:45para adquirir esses produtos,
07:46como, por exemplo,
07:47produtos relacionados
07:48à internet das coisas,
07:50alguns entesílios
07:51de residência,
07:52algumas coisas que vão,
07:54vai ser mais parte
07:54do dia a dia
07:55do lazer das pessoas.
07:57E também,
07:58muito daquilo
07:59que a gente vê
07:59no mercado
08:00que está relacionado
08:02a produtos
08:03que, muitas vezes,
08:04saem um pouco
08:05da rotina comum,
08:07que é, às vezes,
08:07aquele utensílio até
08:08de casa,
08:09como, sei lá,
08:09de cozinha,
08:11em que tem um formato
08:12diferente,
08:12um formato criativo,
08:13aquela coisa que,
08:14normalmente,
08:14a gente via no Instagram
08:15e fala,
08:16poxa,
08:16será que isso aqui existe?
08:18Normalmente,
08:18no site chinês,
08:19você vai encontrar
08:20e você vai ter confiança
08:21de comprar aquele tipo
08:22de produto
08:22e, às vezes,
08:23ter acesso àquilo
08:24que foge um pouquinho
08:26da regra,
08:26um pouquinho da caixinha,
08:27porque,
08:28mais uma vez,
08:29se eu tenho uma indústria,
08:30indústria brasileira
08:31e outras indústrias
08:32em que eu dependo
08:33de um fornecedor,
08:34eu, normalmente,
08:35preciso ter escala.
08:36E, quando eu tenho
08:37um chinês
08:38previsibilidade
08:39do que vai acontecer
08:40na tomada de decisão,
08:42não necessariamente,
08:43eu tenho que produzir
08:4410, 20, 30 mil
08:45produtos de uma vez,
08:46e sim uma quantidade mínima
08:48para que aquilo tenha agido,
08:49aquilo tenha movimentação
08:50de mercado
08:51e, assim,
08:51eu começo a reinvestir
08:52na minha produção.
08:53Então,
08:54quando a gente olha
08:54para esse ponto de vista,
08:56você tem muito mais acesso
08:58a inovar e experimentar
08:59objetos diferentes,
09:01eletrodomésticos diferentes
09:02e, principalmente,
09:03as pessoas que estão
09:04no dia a dia aí,
09:05inclusive,
09:05tem sírios dentro de casa
09:06e estavam experimentando
09:08coisas bem criativas
09:09e bem inusitadas também.
09:11Tiago Muniz,
09:11professor de marketing
09:12e gestão da FGV,
09:14muito obrigado
09:14pela participação
09:15hoje aqui no Real Time.
09:16Bom dia.
09:17Bom dia.
09:18Obrigado a vocês.
09:19e aí,
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