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Em entrevista ao JP Ponto Final, o deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ) analisou a crise entre os Poderes, o papel do Congresso e o impacto das redes sociais na política. Ele detalhou a situação crítica da segurança no Rio de Janeiro e defendeu ações firmes contra o crime organizado. Júlio também discutiu educação, avanços legislativos e o uso da tecnologia na gestão pública.
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NotíciasTranscrição
00:00Salve, seja bem-vindo. Nós estamos falando diretamente dos estúdios da Jovem Pan aqui no
00:11Coração do Poder, no Planalto Central do Brasil. E vamos falar de política. Você sabe que a
00:17política decide a sua vida. A escola do seu filho, a casa que você mora e principalmente o futuro.
00:24Aqui tem de tudo, né? Brasília não tem uma fábrica espontânea de deputados e senadores.
00:30Você elege. Daí a importância de levar até você cada um dos deputados e senadores que
00:36habitam por aqui e que fazem o poder. Hoje a nossa conversa com o deputado Júlio Lopes.
00:41Deputado, muito obrigado por estar aqui nos estúdios da Jovem Pan.
00:45Zé, eu que agradeço. Uma enorme honra e oportunidade para mim estar aqui com você.
00:49Pois é, deputado. Nós estamos vivendo ali um momento de instabilidade ali entre a
00:54relação do governo com o Congresso Nacional, do Congresso com o Supremo Tribunal Federal.
01:00Até parece um título de filme, né? Poderes em Disputa. Como é que o senhor vê esse
01:05atual momento da política? O senhor já tem uma certa experiência aqui no Congresso Nacional.
01:12Olha, Zé, eu vejo que é mais um momento da vida brasileira. Não diferente de outras
01:16crises e de oportunidades que passamos. O que vai fazer a diferença é quando cada cidadão,
01:22como você que está nos ouvindo hoje, tomar e chamar a responsabilidade para você mesmo
01:26de mudar a sua própria vida e mudar o país. Escolha um bom candidato, esse candidato.
01:33Acredite que a responsabilidade da mudança está com você e vai acontecer a mudança.
01:38Pois é. Essa mudança, ela naturalmente, ela não é de uma vez por todas, assim como um corte, né?
01:45Ela vem aos poucos. Eu tenho notado que o próprio Congresso Nacional vem mudando o seu perfil.
01:51Então, um perfil totalmente diferente. Agrada o senhor essa tensão e esse jeito novo de fazer política?
01:58Olha, Zé, eu sou um cara de mais concórdia, até talvez pela idade, né? Eu sou uma pessoa, assim,
02:04do entendimento, da conversa e efetivamente hoje a política está muito beligerante, né?
02:12E está muito binária também. Uma coisa ou é branco ou é preto. E a verdade é que a vida não é assim,
02:18a política não é assim, as grandes decisões da vida não são assim.
02:23Nós, muitas vezes, no meio termo, na conversa, podemos encontrar oportunidades de nos desenvolvermos mais,
02:31de caminharmos mais, de termos mais acertos. Então, eu não sou nem lulista, nem bolsonarista,
02:38eu sou de centro, procurando um caminho junto com alguém que quer mudar de vida.
02:43Pois é. Esse novo caminho da política passa muito, muito pelas mídias sociais, né?
02:50É claro que ainda existem os tradicionais deputados que visitam as bases, que dão as caras lá pessoalmente,
02:55mas existem deputados aqui que não visitam nenhuma cidade e fazem apenas o trabalho através do celular.
03:01Não é nenhuma crítica, é apenas uma característica, né?
03:04O senhor tem andado bem pelas mídias sociais, deputado?
03:07Olha, Zé, eu tenho feito um esforço grande para aprender a me reestruturar em relação às mídias sociais
03:13e estou conseguindo um pequeno progresso.
03:15Na realidade, eu gosto muito de interagir, de visitar o interior, de estar cara a cara com a pessoa,
03:22com os meus eleitores, com aqueles que gostam efetivamente de política, sobretudo dos jovens, né?
03:27Eu, como sou professor, tenho, assim, uma paixão pela juventude.
03:31Agora mesmo tive uma oportunidade, Zé, de fazer algo incrível.
03:34Posso depois te mandar as fotos para disponibilizar aqui.
03:37Eu trouxe 60 jovens que são políticos aprendizes.
03:41Eles foram eleitos pela Assembleia Legislativa do Rio.
03:45São jovens que disputaram eleições legislativas representativas para se formarem para o futuro político.
03:52E aí eu trouxe 60 deles aqui para Brasília para mostrar como é que é o dia a dia na capital federal,
03:58para discutir com eles o futuro que eles querem construir.
04:02E são jovens com grande desempenho em matemática, em português, em história, em geografia.
04:07Um deles, o Alain, acaba de passar, inclusive, para uma universidade nos Estados Unidos, em primeiro lugar.
04:14E ele é aluno de um CIEP em Cabo Frio.
04:17Assim como outros que eu trouxe, que são campeões em física, por exemplo,
04:22e que são alunos da rede pública estadual do Rio de Janeiro.
04:25Então eu tenho essa ligação com a juventude, tenho essa ligação com meus eleitores,
04:30mas estou também procurando aprender a estar mais próximo das pessoas através das mídias sociais.
04:35O Sandro é melhor em qual mídia? Qual a plataforma?
04:38Olha, agora eu estou até avançando bem no Instagram e também no Facebook.
04:42Qual é a roupa?
04:45JulioLopes, arroba JulioLopes.com.br.
04:48O senhor interage lá?
04:49Sim, claro. A gente procura conversar, entender.
04:52E a gente tem avançado, a gente tem procurado a participação das pessoas,
04:56porque desde os primeiros dias em que eu me candidatei,
05:00eu acho que eu já te disse isso algumas vezes,
05:01eu sempre gosto de dizer para o cidadão, para a cidadã,
05:04que ninguém vai fazer mais por ele ou por ela do que ele mesmo.
05:08Quem transforma a vida do cidadão é o próprio cidadão, é a própria cidadã,
05:12querendo legar a seus filhos e a eles mesmos um futuro melhor, uma vida melhor.
05:16Eu acredito muito nisso, Zé.
05:18E procuro colocar que o sujeito só é capaz de mudar algo
05:22quando ele se atribui à responsabilidade de mudar.
05:25Na realidade, a questão da segurança pública hoje, que é a questão central do Brasil,
05:31cada cidadão brasileiro precisa se atribuir a uma parte da responsabilidade
05:35para que a mudança comece.
05:38Então a gente está fazendo um esforço muito grande
05:40para mostrar para os cidadãos, sobretudo no meu estado, Rio de Janeiro,
05:44o Rio, Zé, está meio assim numa apatia coletiva, está numa depressão coletiva.
05:49Ninguém mais acredita que é possível transformar a sociedade,
05:53que o Rio de Janeiro não pode vencer a criminalidade.
05:57E eu quero garantir a você, meu amigo, minha amiga, que nós podemos sim,
06:01desde que nós acreditemos.
06:02O Rio pode ser um exemplo.
06:03Nós vamos voltar a falar de segurança, deputado,
06:06mas eu queria explorar um pouco a sua profissão,
06:09de professor e empresário da área de educação.
06:14Eu, recentemente, fiz uma pesquisa sobre a educação
06:17e vi que, através do IPEA, tem dados importantes e estudos importantes
06:21mostrando que o aluno brasileiro não vai bem,
06:26nem na área privada, nem na área pública.
06:30Os nossos melhores alunos são compatíveis com os piores alunos da Europa.
06:36Eu atribuo a grande movimentação do ensino brasileiro,
06:40da educação do Brasil, a Paulo Renato, o Todos na Escola.
06:44E aí, houve um vácuo e um esquecimento, talvez, de colocar qualidade na escola.
06:51Por quê? Qual é essa deficiência?
06:53É método? Qual é o grande problema de educação no Brasil?
06:58Eu acho que o grande problema da identificação no Brasil
07:01é a identificação pessoal de cada aluno.
07:06Cada aluno é um.
07:07É uno.
07:08É uma pessoa diferente da outra.
07:10Minha mãe era professora e ela sempre me ensinou
07:21que a gente não vence dificuldade alguma
07:23quando a gente se entra na dificuldade.
07:26Todos nós, cidadãos humanos,
07:29temos potencialidades e temos dificuldades.
07:32Quando a gente se entra na possibilidade,
07:34quando a gente se entra na capacidade de cada um,
07:37a gente transforma a vida das pessoas.
07:40Porque todos nós, eu, você, cada um de nós,
07:42tem uma série de limitações.
07:44Tem coisas que não conseguimos transpor
07:46ou que não conseguimos fazer,
07:48habilidades que não temos.
07:50Em contrapartida,
07:51temos outros conhecimentos e capacidades
07:54que nos são inatos.
07:56E que com essas capacidades,
07:58nós podemos transformar,
08:00não só as nossas próprias vidas,
08:02mas a vida da sociedade em que atuamos.
08:04Pois é.
08:05E diante disso, a gente sabe,
08:07é um assunto que está meio esquecido
08:09diante da importância que a segurança pública tomou,
08:12que é a educação.
08:14O grande fator de mobilidade social é a educação.
08:18Faz a diferença.
08:19É um grande investimento.
08:21Olha, não há dúvida nenhuma
08:23de que nada transforma
08:24e tem mais capacidade de potência
08:27na transformação de uma sociedade
08:29do que a educação.
08:30Mas é absolutamente fundamental
08:32que a gente, para fazer educação,
08:35tenha segurança.
08:36Então, são coisas, José,
08:37que se entrelaçam.
08:39Porque um aluno não pode estudar
08:40se a comunidade dele para as aulas
08:42todo mês, três, quatro vezes.
08:44Se ele tem tráfego na porta da escola,
08:46se ele tem tráfego dentro da escola,
08:48se o professor não tem segurança
08:50de repreender um aluno.
08:52Então, é muito importante
08:53que haja uma transversalidade
08:54dessa questão da segurança pública
08:56também na educação.
08:58Nós precisamos muito de um ambiente seguro,
09:00e acho que a gente dizer
09:02que a gente vai resolver
09:03primeiro o problema da educação
09:05e depois da segurança pública
09:06está equivocado.
09:08Na realidade, a gente precisa
09:09de um ambiente de segurança
09:11para desenvolver educação de qualidade.
09:13É, na verdade, a segurança
09:15é tão importante
09:16que ela ultrapassa tudo.
09:17Ninguém faz investimentos
09:18em um país, em um estado,
09:20em uma cidade insegura.
09:22E nem investimento, nem educação,
09:25e absolutamente tudo.
09:27O Rio de Janeiro, deputado,
09:29está tomando, vamos dizer,
09:33uma proporção, tomando um lugar
09:35no Brasil e até no mundo,
09:37porque é a cidade mais famosa do Brasil,
09:40não é Brasília, é o Rio de Janeiro,
09:42que está invadindo a própria atividade,
09:46a vida econômica do Rio de Janeiro.
09:48Olha, Zé, o Rio tem hoje
09:50inacreditáveis 157 quilômetros quadrados
09:53sobre a gestão das milícias e do tráfico.
09:57Isso é absolutamente inconcebível,
09:59inaceitável.
10:00São 4,4 milhões de cariocas
10:04que vivem sobre o Tribunal do Crime,
10:08aonde o crime decide
10:09que lei impera naquela área
10:11e cercados por 13.800 barricadas
10:15que limitam o acesso da polícia,
10:19que limitam o acesso aos serviços públicos
10:21e aonde há cobrança de serviços públicos
10:25feitos por esses que dominam aquelas regiões.
10:29E ali eles exploram a água,
10:31eles exploram a internet,
10:32eles exploram a energia,
10:34eles exploram o gás.
10:36E, em geral, Zé,
10:38cobrando mais caro do que no asfalto,
10:40cobrando mais caro do que nas áreas aonde...
10:43Construíram um governo à parte.
10:44São um Estado independente,
10:46um Estado em que eles usurparam
10:47o monopólio da força,
10:49exercem a força
10:51e, no meu entendimento,
10:52Zé, isso é terrorismo.
10:54Não tem outra palavra a não ser terrorismo social.
10:58É o que está instalado hoje no Rio de Janeiro,
11:01em centenas de quilômetros do nosso Estado,
11:03e nós precisamos reagir com muita força,
11:06com muita pressão,
11:07porque eles não cederão esse Estado de volta
11:10sem serem coagidos a isso.
11:12Portanto, não há nenhuma esperança
11:14que nós possamos reaver essas áreas
11:16apenas com conversa, apenas com pedido
11:19ou entregando flores.
11:21Vamos ter de fazer uma reação armada,
11:24forte, estratégica, logística,
11:26para que recuperemos essas áreas.
11:28O senhor falou de barricadas,
11:29que são obstáculos colocados,
11:33barricadas de concreto, de pneus,
11:35de tambores e tal,
11:37e estão sendo retiradas essas barricadas,
11:40que são limites físicos do território
11:43tomado por bandidos, isso no Rio de Janeiro.
11:46Agora, tem uma novidade,
11:47é que essa situação do Rio de Janeiro
11:49está sendo suportada para o Brasil inteiro.
11:51Essa aqui é a grande questão.
11:53Inclusive para cidades do interior.
11:56É, na realidade, a questão é tão grave
11:58que aquela maldita MPF 635,
12:02ela causou uma situação anômala,
12:04em que toda a grande criminalidade
12:06fluiu para o Rio de Janeiro,
12:08lá instituiu praticamente
12:09que uma colônia de férias
12:11dos grandes bandidos brasileiros,
12:13e lá eles começaram então
12:15a dirigir o crime organizado no Brasil.
12:18E essa situação,
12:19agora nós estamos começando a reverter
12:20com essa Operação Contenção,
12:22em que morreram 95 bandidos, né?
12:25E a gente, pela primeira vez,
12:27começa a ir em cima do problema,
12:29onde você viu lá,
12:30vieram a falecer
12:31dezenas de bandidos procurados
12:33no Brasil inteiro.
12:35Dezenas de chefes,
12:37de milícias,
12:38de traficantes,
12:39que eram do Pará,
12:41que eram de Goiás,
12:43que eram do Maranhão,
12:44e que estavam lá no Rio de Janeiro
12:46dirigindo as atividades criminosas.
12:49Então, Zé,
12:49pela primeira vez,
12:50o Estado toma uma posição de força,
12:52de contundência,
12:54reage,
12:55e a gente começa a sinalizar
12:56um caminho em que a gente
12:57vai recuperar as coisas.
12:59Essas barricadas
13:00que a gente estava falando aqui agora,
13:02tem algumas barricadas
13:03que são fósseis,
13:04mediavais,
13:05quase aqueles que defendiam
13:07os castelos,
13:09onde você faz um foço,
13:12bota óleo naquele foço,
13:14quando a polícia vem,
13:15eles ateiam fogo no óleo
13:17e nos pneus,
13:18as coisas se incendeiam
13:20e, obviamente,
13:21essas áreas ficam intransponíveis
13:23para as forças da segurança,
13:26assim como para todos.
13:27Então, são áreas que precisam
13:29de muita tecnologia
13:30e de equipamentos pesados.
13:33Uma coisa que eu tenho lutado muito
13:35é para que as forças armadas
13:37cedam os equipamentos de largata,
13:39que são os grandes tanques,
13:41que são aqueles blindados
13:42em que o Exército e a Marinha
13:44têm, por exemplo,
13:46para poder transpor esses obstáculos.
13:48Porque, como são forços
13:49muito fundos,
13:50os carros de roda,
13:52eles caem dentro
13:53e não conseguem transpor
13:54aquele objeto.
13:55Na realidade,
13:56os carros de largata,
13:57os carros blindados do Exército,
13:59da Marinha, enfim,
14:00eles conseguem transpor
14:01porque eles sobem de largata
14:03e conseguem ultrapassar aquela área.
14:05E a gente precisa
14:06desses equipamentos
14:07que são o monopólio
14:08das forças armadas.
14:09Pois é, eu conversava
14:10com o secretário de Segurança Pública,
14:12Sandro Avelar,
14:13daqui do Distrito Federal.
14:14Ele é o presidente
14:15do Conselho Nacional
14:16dos Secretários
14:17de Segurança Pública.
14:19E ele me dizia
14:19que muitos chefes
14:21de facções
14:23monitorados
14:24por vários estados,
14:26o Acre,
14:28o Pará,
14:29e os telefones
14:30estavam apitando lá
14:31no Rio de Janeiro,
14:32mostrando claramente
14:33que lá se transformou
14:34em uma espécie
14:35de quartel general
14:36das facções criminosas.
14:39Mas,
14:40agora,
14:41recentemente,
14:41o Congresso
14:42votou na Câmara
14:44um projeto
14:45muito importante,
14:46aquele antifacção.
14:48Sem dúvida.
14:49Eu não acredito
14:50em bala de prata.
14:51Isso vai resolver
14:52o problema,
14:52mas é um avanço.
14:54Sem dúvida nenhuma,
14:55ninguém pode acreditar
14:56que existia...
14:57Falta o Senado.
14:57Foi aprovado na Câmara,
14:58faltou o Senado.
14:59Eu acho que vai ser aprovado
15:00no Senado com muita urgência.
15:02A gente não pode acreditar
15:03que uma só lei
15:04ou algo sozinho
15:06vai resolver o problema
15:08do tamanho que nós temos
15:09da criminalidade no Brasil
15:10e da questão
15:10da segurança pública brasileira.
15:12Por óbvio que não.
15:13Mas nós estamos avançando,
15:14meu amigo,
15:15minha amiga.
15:15Continue cobrando
15:16do Parlamento.
15:17Cobre de todos nós,
15:18deputados,
15:19senadores,
15:19governo,
15:20que você quer mais segurança,
15:22que você tem
15:23de ter mais segurança
15:24para atuar,
15:25para sobreviver,
15:26para andar,
15:27e nós vamos lhe entregar isso.
15:28Essa semana, Zé,
15:30nós aprovamos
15:31contribuições importantíssimas.
15:33A lei, por exemplo,
15:34que estabelece
15:34o banco de dados
15:35do DNA
15:36da criminalidade.
15:37Isso é muito importante
15:38porque todo crime grave
15:41tem DNA.
15:42O crime de estrupo,
15:44o crime de violência
15:45contra a vida,
15:46em geral,
15:47ele deixa o DNA marcado
15:48e aquele bandido
15:50que agora quiser
15:51progredir de pena,
15:52ele vai ter que ceder
15:53o seu DNA
15:54para poder ter progressão
15:55de pena.
15:56E assim,
15:57nós poderíamos desvendar
15:58milhares de crimes
15:59que ficaram ao longo do tempo
16:01encobertos
16:02pela falta de tecnologia
16:04ou pela falta
16:05de acurácia,
16:06de precisão
16:07na verificação do crime.
16:09Com o DNA,
16:10não tem dúvida,
16:11é 100% de acerto.
16:13Vai bater lá
16:13e vai ver
16:14é esse o criminoso
16:15e ele praticou
16:16crimes anteriores,
16:18assim, assim, assim,
16:18assim, assim.
16:19Então, Zé,
16:20nós estamos avançando.
16:20Agora mesmo,
16:21nessa semana também,
16:22o Senado aprovou
16:23o crime
16:24de dominação
16:25de território,
16:27botando uma pena
16:28de 3 a 5 anos
16:29com 2 terços
16:30de agravo
16:31caso esse crime
16:32seja praticado
16:33por organização criminosa.
16:35Então,
16:36se for uma organização criminosa,
16:37uma facção,
16:38esse crime ganha
16:39o dobro,
16:40praticamente,
16:41da pena
16:41e ele passa a ser
16:43um crime grave,
16:44o crime de obstrução
16:45de vias.
16:46Nós estamos avançando.
16:47Eu mesmo fiz uma proposição
16:48de uma legislação
16:49a 2646,
16:50que está com
16:51Paulo Bilinski,
16:52que é o presidente
16:52da Comissão de Segurança
16:54da Câmara,
16:55que agrava todas as penas.
16:57As penas de falsificação,
16:59várias e várias penas.
17:00E isso é muito importante,
17:02porque o bandido
17:02precisa sopesar
17:04quanto tempo
17:05ele vai passar
17:06na cadeia
17:06para pensar direitinho
17:08se ele quer continuar
17:09ou não
17:09com essa atividade.
17:10Pois é.
17:12E esse acerto
17:14de legislação
17:16é muito importante.
17:17Mas a segurança pública,
17:19deputado,
17:20está muito calcada
17:21no governo.
17:23Tanto é que
17:24a diferença
17:25em segurança pública
17:26é de Estado
17:27para Estado.
17:28Zé,
17:29eu quero dizer
17:29uma coisa para aqui,
17:30para os seus ouvintes,
17:31que eu tenho dito
17:32e acho que tenho conseguido.
17:33Quando eu digo governo
17:33estadual, né?
17:34Sem dúvida,
17:35mas eu tenho a impressão
17:36que tem algo
17:37que é determinante
17:37para essa questão.
17:39Nós não podemos
17:40permitir deixar
17:41que bandidos
17:42portem armas
17:43exclusivas do Exército,
17:45das Forças Armadas.
17:46Fuzis, por exemplo.
17:47No meu entendimento,
17:48qualquer cidadão
17:49que tirem o fuzil,
17:50que peguem o fuzil,
17:52ele tem que ser abatido
17:53na mesma hora.
17:54Porque assim é
17:54em qualquer lugar
17:55civilizado do mundo.
17:56Se você for a Londres,
17:57em qualquer praça
17:59em Londres,
18:00e pegar um fuzil
18:01onde os soldados
18:03andam desarmados,
18:04onde a polícia
18:05londrina não tem
18:06sequer uma arma,
18:07sequer um revólver,
18:08se você sacar
18:09um fuzil,
18:10você vai ser abatido.
18:12E assim você vai ser abatido
18:13se for no Canadá,
18:15se for nos Estados Unidos,
18:16se for na China,
18:17se for na França,
18:18na Alemanha,
18:19em qualquer lugar do mundo.
18:21Portanto,
18:21meu amigo,
18:22minha amiga,
18:22não dá
18:22para o cara
18:23estar portando fuzil
18:25e andando
18:26pelo Rio de Janeiro
18:27como se nada houvesse.
18:29Tem de ser abatido.
18:30E nós temos
18:31de tomar os fuzis
18:32que estão
18:33em posse das quadrilhas.
18:34Não tem outra maneira.
18:35É cercar as comunidades,
18:37fazer um cerco,
18:39se possível,
18:40com o apoio
18:40do Exército
18:41dos Fuzileiros Navais,
18:42e determinar
18:44a entrega
18:44dos fuzis.
18:45Porque baixando
18:46o potencial
18:47de letalidade,
18:48baixando o potencial
18:49ofensivo
18:50da criminalidade,
18:51a gente muda
18:52de patamar.
18:53Hoje,
18:54na Rocinha,
18:55no Vidigal,
18:56no Pavão Pavãozinho,
18:57tem mais fuzis
18:58do que no Exército.
18:59Então você não tem
19:00condição de transpor
19:01aquela barreira.
19:02Lá na Rocinha
19:03tem mais fuzil
19:04do que no Primeiro Exército.
19:06Como é que você pega
19:07todos os batalhões
19:08do Exército,
19:08tem lá na Rocinha
19:09700 fuzis.
19:10Como é que você enfrenta?
19:12Eu estou dando um dado,
19:13que é o dado da polícia,
19:14que é um dado que você,
19:15meu cidadão,
19:16minha cidadã,
19:17pode verificar.
19:18Nós temos 60 mil
19:19bandidos armados
19:21de fuzil no Rio de Janeiro.
19:22Como é que pode
19:23um troço desses, Zé?
19:24Nós temos 53 mil policiais,
19:27somando polícia militar
19:29e polícia civil.
19:30E 60 mil
19:31na criminalidade,
19:33atentando contra nós,
19:34nos assaltando,
19:35nos aviltando,
19:36nos esculhambando.
19:38Temos de reagir a isso.
19:39É uma demanda forte.
19:43O governador,
19:44Cláudio Castro,
19:45virou um popstar nacional
19:46depois dessa operação,
19:48né?
19:49Pode ser candidato
19:50à presidência.
19:51Ele disparou,
19:52olha,
19:52ele fez mais de um milhão
19:54e 500 mil
19:55pessoas passarem
19:57a segui-los
19:58em apenas 30 dias,
20:00e nem em 30 dias.
20:01Porque, de fato,
20:02ele foi no cerne da questão,
20:03essa operação contenção,
20:05ela mostrou a capacidade
20:06da polícia,
20:07sobretudo,
20:08de se pôr
20:09ostensivamente
20:10contrário ao crime.
20:11Mobilizados
20:122 mil e 500 agentes,
20:14a gente fez
20:15uma operação ali
20:16que foi um grande êxito,
20:17apesar de termos tido
20:19quatro óbitos
20:20e agora mais um.
20:21Acabou de falecer
20:22mais um dos
20:23soldados feridos
20:24em combate,
20:25que são verdadeiros
20:25heróis do Brasil.
20:27E a gente precisa,
20:28efetivamente,
20:29saudar essa operação.
20:30Muitos jornalistas
20:31dizem,
20:32ah, mas não adiantou nada
20:33porque amanhã
20:34tem outro bandido lá,
20:35não adiantou nada
20:36porque depois da manhã
20:36estarão lá
20:37outros criminosos.
20:39E aí eu tenho dito
20:40sempre,
20:40queria a sua reflexão,
20:42meu amigo,
20:42minha amiga,
20:42que você foi ao banheiro
20:44hoje,
20:45não foi?
20:46E vai amanhã de novo,
20:47não vai?
20:48É exatamente assim a vida.
20:49Temos de enfrentar
20:50a criminalidade
20:51todos os dias,
20:53todos os dias
20:53combatê-la,
20:54todos os dias
20:54enfrentá-la,
20:55todos os dias
20:56agir para mudar
20:58essa situação.
20:59Assim como temos
21:00que nos banhar
21:01todos os dias.
21:02Essa é a vida,
21:03não há outra solução.
21:04Eu costumo fazer a comparação
21:06da unha,
21:06a unha tem que cortar
21:07todo dia
21:08porque cresce.
21:09Deputado,
21:10dentro desse debate
21:11reacendeu a conversa
21:14sobre as mídias sociais,
21:16a regulamentação
21:16das novas tecnologias
21:18e principalmente
21:19das mídias sociais
21:20que estão soltas
21:21e são usadas
21:24evidentemente
21:24para o bem.
21:25Toda tecnologia é neutra.
21:26O avião é usado
21:28para transporte
21:29de passageiros,
21:31transporte de cargas
21:32e também para a guerra.
21:33Enfim,
21:34a tecnologia neutra
21:35precisa ser
21:37minimamente
21:38regulamentada.
21:39Por exemplo,
21:40quem está falando,
21:41ou seja,
21:42identificação
21:42do usuário.
21:44Não é o momento
21:45do Congresso Nacional
21:46minimamente ali
21:48não gosto
21:49nem de ouvir
21:50falar da palavra
21:51censura.
21:52Eu sou um profissional
21:53de comunicação,
21:54com censura
21:55eu morro,
21:56eu me acabo.
21:57Mas não é o momento
21:59de se pensar
21:59em uma regulamentação
22:01mínima?
22:02Eu, inclusive,
22:02faço parte
22:03da comissão
22:05que estuda
22:05o projeto
22:06de inteligência artificial.
22:09Eu uso muito
22:10inteligência artificial.
22:11Todos os dias
22:11uso para me instruir,
22:13uso para saber
22:14como me posicionar,
22:15uso para saber
22:16e para entender
22:17melhor as questões.
22:18Enfim,
22:19mas a gente tem que ter
22:19muito cuidado, Zé.
22:21Porque, por exemplo,
22:22as questões de A agora
22:24relacionadas à segurança
22:25pública,
22:26a gente tem
22:26a identificação facial,
22:28que é um enorme
22:29instrumento de segurança
22:30pública.
22:31A gente tem
22:31a identificação biométrica
22:33das mãos e dos dedos,
22:35que são enormes
22:36instrumentos de segurança
22:37pública.
22:38Mas também são
22:39e podem ser
22:40utilizados
22:41discricionariamente,
22:43erradamente,
22:44em racismo,
22:45em atividades
22:45inadequadas.
22:47Enfim,
22:47como você falou,
22:48toda tecnologia
22:49pode ser usada
22:51de forma inadequada.
22:52mas a gente tem que ter
22:53muito cuidado
22:53na hora de legislar
22:54também,
22:55para não diminuir
22:56a capacidade
22:57da criatividade
22:58do Brasil,
22:59não diminuir
23:00a capacidade
23:00da inventividade
23:01dos nossos
23:03criativos brasileiros,
23:04para que a gente
23:05possa evoluir,
23:07para que a gente
23:07possa ter o mesmo
23:08nível de ar
23:09que os Estados Unidos
23:10vai ter um dia.
23:11nós já estamos
23:12muito atrasados.
23:13A China,
23:14os Estados Unidos
23:14e outros países
23:15têm um patamar
23:16de tecnologia
23:17que ainda não dispomos.
23:19Mas eu queria
23:19chamar a sua atenção
23:20para nós
23:21não nos desvalorizávamos.
23:23Nós somos
23:23a oitava potência
23:25do mundo,
23:26a oitava economia
23:27do mundo,
23:28o quinto maior
23:29país do mundo.
23:30Temos 215 milhões
23:32de habitantes.
23:33Somos, portanto,
23:34protagonistas do mundo.
23:36Somos protagonistas
23:38e devemos agir
23:39como tal.
23:39não nos acovardarmos,
23:42não temos vergonha
23:43de nos posicionarmos
23:44e de queremos
23:45viver melhor
23:46e termos uma sociedade
23:47mais justa
23:48com menos crime.
23:49Mas, Zé,
23:50o senhor falava
23:50da inteligência artificial,
23:52um projeto que foi aprovado
23:54no Senado Federal,
23:56conversei com o senador
23:57Eduardo Gomes,
23:58que foi o relator lá,
24:00e existe um debate
24:01global
24:02sobre a inteligência.
24:03Há autores,
24:04como Yuval Harari,
24:05por exemplo,
24:06que dizem que é uma ameaça
24:07à própria humanidade, né?
24:09A inteligência até ganhando
24:11vida própria,
24:12tomando decisões
24:13e diminuindo a importância
24:15do sapiens,
24:16do homo sapiens.
24:17O senhor acredita
24:17nessa proporção?
24:19Pode ser assim?
24:20Olha, Zé,
24:20por óbvio,
24:21toda a tecnologia pode...
24:23Vai diminuir o número
24:23de empregos,
24:24mas vai criar outros, né?
24:27Não,
24:27não tem dúvida
24:28de que todas as projeções
24:30econômicas mostram
24:31que as sociedades futuras
24:32viverão muito melhor
24:34por causa da inteligência artificial.
24:35A inteligência artificial
24:37substituirá funções humanas
24:39hoje insalubres,
24:41funções humanas
24:42indevidas,
24:43funções humanas
24:44de cidadãos
24:44que poderão ser
24:46colocados
24:47numa outra situação
24:49e substituídos
24:51por máquinas.
24:52E isso
24:52será extremamente
24:53benéfico
24:54para a qualidade de vida
24:55no planeta.
24:56Mas, por óbvio,
24:57existem riscos,
24:58por óbvio,
24:59toda a tecnologia,
25:00como você bem falou,
25:02ela também atenta
25:03contra a vida,
25:04ela também pode atentar
25:05contra a nossa segurança.
25:07Temos de estar vigilantes,
25:08temos de estar atentos,
25:10mas temos de nos dispor
25:11a correr os riscos necessários
25:13para dominarmos
25:15e ampliarmos
25:16o uso da tecnologia.
25:18Pois é,
25:18durante o processo constituinte,
25:20até por,
25:21vamos dizer ali,
25:22resquícios
25:23de sentimentos
25:25da ditadura,
25:27da clandestinidade,
25:28houve toda
25:29uma resistência
25:30em unificar dados,
25:32em dificultar
25:33a identificação.
25:36E o senhor
25:37vem no sentido
25:37exatamente contrário,
25:39quer dizer,
25:39o mundo mudou.
25:40O senhor
25:41apresentou um projeto,
25:42aprovou uma lei
25:43muito importante
25:44de unificação
25:44de documento
25:45através do CPF,
25:47unindo todos os dados.
25:48Obrigado por ter lembrado.
25:50E agora,
25:51o senhor
25:51falando aí
25:52do DNA também,
25:53que é
25:54uma novidade
25:56incrível,
25:57reconhecimento facial,
25:58ou seja,
25:59acabou aquela história
26:00de clandestinidade,
26:01não tem mais
26:02lugar.
26:04Como é que o senhor
26:05vê esse paradoxo
26:06e esse debate
26:07de individualidade
26:10do ser humano?
26:10Então,
26:10a minha vida inteira,
26:12eu trabalhei,
26:12minha vida parlamentar,
26:14eu me dediquei muito
26:15à questão
26:15da identificação civil.
26:17Cada cidadão
26:18é uno
26:18e precisa ser
26:19unívoca
26:20e inequivocamente
26:22reconhecido
26:23e identificado.
26:25Sei que a palavra
26:25é um pouco complicada,
26:27mas ele quer dizer
26:27o seguinte,
26:28o cidadão
26:28é um só
26:29e ele precisa
26:30ser conhecido
26:32com todas as suas
26:33possibilidades
26:34e potencialidades.
26:36Assim,
26:37nós vamos avançar
26:38na educação,
26:38vamos avançar
26:39na saúde.
26:40Imagina,
26:41hoje,
26:42nós conseguimos,
26:42porque eu consegui
26:43que o Tribunal
26:44de Conta da União
26:44determinasse o cumprimento
26:46da minha lei
26:47junto ao Ministério
26:48da Saúde
26:49e nós estamos
26:50acabando
26:50com o cadastro
26:52do SUS,
26:53que era um cadastro
26:53inacreditável
26:54de 360 milhões
26:57de registros.
26:58Registros que acabavam
26:59atrapalhando
27:00todo o monitoramento,
27:02auditoria,
27:02controle de remédios,
27:04medificações,
27:04etc.,
27:05e passando para um sistema
27:07em que você
27:08será identificado
27:10plenamente.
27:11Em que toda a sua
27:12anamnese médica,
27:13ou seja,
27:13todo o seu histórico médico,
27:15tudo aquilo que aconteceu
27:16na sua saúde,
27:17na sua vida,
27:18vai estar à disposição
27:19do médico
27:20na hora em que você
27:21chegar num posto de saúde,
27:23na hora em que você
27:23chegar numa UPA,
27:24através do seu CPF,
27:26vai baixar
27:27todo o seu prontuário médico,
27:28seu tipo sanguíneo,
27:32as suas incidências,
27:33a pressão arterial média,
27:35enfim,
27:36você, por óbvio,
27:37vai ser medicado
27:37com muito mais velocidade,
27:38com muito mais qualidade,
27:40com muito mais assertividade.
27:41Portanto,
27:42meu amigo,
27:42minha amiga,
27:43estamos andando,
27:44o Brasil está avançando,
27:45nós agora teremos
27:47um sistema de identificação
27:48em que um número só
27:50será único e suficiente
27:52para identificar o brasileiro
27:53em todas as repartições públicas,
27:56na saúde,
27:56na educação
27:57e em todas as suas ações sociais.
28:00Muito bem,
28:01uma conversa boa
28:02com o deputado Júlio Lopes
28:03aqui nos estúdios
28:05da Jovem Pan e Brasília.
28:06Deputado,
28:07muito obrigado
28:08por tomar o seu tempo
28:09lá do Congresso Nacional
28:10e vir aqui
28:11para essa conversa.
28:12Obrigado.
28:13Olha,
28:13eu é que agradeço muito
28:14a Jovem Pan,
28:15que tem sido uma emissora
28:16de coragem,
28:17de posicionamento,
28:18de força,
28:19você é um grande jornalista
28:21e tem à frente
28:22dessa grande emissora
28:23um papel
28:24da maior relevância
28:25para o Brasil,
28:26expor as coisas
28:27como elas são.
28:28A gente está
28:29num mundo de fake news,
28:30um mundo de muita conveniência
28:32e a Jovem Pan
28:33tem se posicionado
28:34correta
28:35e assertivamente
28:36em favor do brasileiro.
28:37Obrigado pelo espaço.
28:39É isso,
28:39muito obrigado.
28:40Obrigado a você
28:41que nos acompanhou
28:41aqui no Ponto Final.
28:42A opinião dos nossos comentaristas
28:51não reflete necessariamente
28:52a opinião do Grupo Jovem Pan
28:54de Comunicação.
28:59Realização Jovem Pan
29:01Jovem Pan
29:02Jovem Pan
29:03Jovem Pan
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