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Em entrevista ao programa JP Ponto Final, o Deputado Alberto Fraga (PL-DF) fez uma análise da atual conjuntura política e social do Distrito Federal. Ele destacou a segurança pública como prioridade no Congresso, anunciando projetos voltados à área e a criação da “Semana da Segurança Pública”. O parlamentar defendeu o cumprimento integral de penas e isolamento de líderes criminosos, ressaltando a necessidade de mais presídios federais.

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Transcrição
00:00Salve, seja bem-vindo. Chega aí, nós vamos falar de problemas importantes aqui para o país.
00:10O deputado Alberto Fraga, daqui do Distrito Federal, é o nosso convidado.
00:15Está aqui nos estúdios da Jovem Pan, no Planalto Central do país.
00:20A segurança pública é um assunto muito importante e que o deputado é da Comissão
00:25permanente da Câmara de Segurança Pública, foi presidente da comissão
00:30e, naturalmente, lida com esse assunto.
00:33É um coronel da Polícia Militar daqui do Distrito Federal e é uma epidemia.
00:38A violência no Brasil alcançou as pequenas cidades
00:42e é um assunto que está sendo discutido no Congresso Nacional.
00:45Vamos falar também de política. Você sabe, a política cuida da sua vida, né?
00:49A casa que você mora, a educação do seu filho e o seu futuro.
00:53Daí a importância de conhecer aqui as entranhas, o jeito de fazer política aqui no Distrito Federal.
01:00Deputado Alberto Fraga, muito obrigado por estar aqui nos estúdios da Jovem Pan.
01:05Eu é que agradeço essa oportunidade, Zé Maria. É um prazer estar aqui.
01:08Pois é. Eu disse que o senhor é um atuante lá na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados
01:15e que existe uma bancada muito forte lá chamada Bancada da Bala.
01:20E muita gente fala de forma pejorativa, né?
01:24E o senhor anda até com a lapela, né? Na lapela do bottom da bancada da bala.
01:29Quando eu sinto que a forma de falar é pejorativa, aí eu digo que prefiro ser da bancada da bala do que da mala, né?
01:37Então eu me orgulho muito de ser presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública
01:42e que as pessoas comentam que é a bancada da bala.
01:45Incomoda, não. O que importa é que a gente trabalha para uma sociedade mais segura
01:52e a gente sabe que esse assunto é um assunto recorrente da sociedade
01:56e que, lamentavelmente, o Congresso Nacional legisla por espasmos.
02:04Acontece um caso grave, aí vamos falar de segurança pública,
02:07quando na verdade deveria ser uma coisa mais constante.
02:10Pois é, o deputado Alberto Fraga, deputado federal aqui pelo PL do Distrito Federal,
02:16ele tem uma larga experiência, foi secretário aqui também do governo do Distrito Federal
02:21e a gente vai falar sobre muitas coisas.
02:23Mas antes eu queria explicar.
02:25O Congresso Nacional, ele tem subdivisões de poderes.
02:28E as comissões permanentes são muito importantes
02:31porque votam os projetos nas comissões permanentes
02:34e depois vai para o plenário principal.
02:37E a Comissão de Segurança Pública é muito atuante.
02:39O senhor conseguiu, inclusive, deputado Alberto Fraga,
02:43uma prioridade para oito projetos na área de segurança pública
02:47com o presidente da Câmara, o deputado Hugo Mota.
02:51Eu soube que houve uma negociação de bastidores para essa preferência.
02:55Por que ele aceitou aí, vamos dizer assim, essa prioridade desses projetos?
03:00Primeiro porque o presidente Hugo Mota colocou na sua agenda
03:04prioridade para os projetos de segurança pública.
03:07Isso é muito importante.
03:09Então, eu tive uma conversa com o Conselho Nacional do Secretário de Segurança Pública
03:14do Brasil inteiro e eles apresentaram uma proposta,
03:18algumas sugestões de projetos de lei.
03:22Ao contrário da PEC e da Segurança Pública do governo,
03:25que não traz nada de novo para melhorar a segurança pública no Brasil.
03:29Esses projetos que foram encaminhados para nós,
03:32eu levei até o presidente Hugo Mota e ele falou,
03:34Fraga, vamos botar esses projetos para votar.
03:37Então, vai ser votado na semana do dia 22, se eu não me engano, 22 a 23, nós vamos votar.
03:44O mais importante é dizer que nós fizemos, conseguimos, como presidente Hugo Mota,
03:49criar a Semana da Segurança Pública.
03:52São temas importantes para a sociedade.
03:54Agora mesmo nós estamos votando projetos inerentes à criança e também da educação.
04:02Então, isso é muito importante, a gente votar temas que são relevantes para a sociedade.
04:07E a segurança pública, em qualquer pesquisa de opinião pública,
04:11é o primeiro apelo do povo brasileiro.
04:13Então, estou muito satisfeito com esse posicionamento do presidente Hugo Mota
04:19e, com certeza, nós vamos avançar e avançar muito na segurança pública,
04:24na gestão do presidente Hugo Mota.
04:26É o seu ramo, né?
04:28O senhor trabalhou nisso há muito tempo, foi comandante de batalhão da Polícia Militar
04:32daqui do Distrito Federal em áreas que eram conflagradas.
04:36E era um militar ali de atura.
04:40Não era militar de ficar escondido atrás de escrivaninha, não.
04:43O que mudou, deputado, de lá para cá, essa luta com a criminalidade,
04:48essa organização criminosa que pegou uma polícia desorganizada?
04:52A verdade, Zé Maria, é que o crime organizado se organizou mesmo.
04:57E o Estado se ausentou.
05:00Na época que o senhor atuava, não era assim?
05:02Não, não tinha crime organizado, não tinha facções criminosas, né?
05:06Só tinha o PCC lá em São Paulo, mas o resto era crime de segurança pública.
05:12Hoje você tem o crime organizado atuando em vários segmentos da sociedade,
05:18como, por exemplo, na própria saúde, na construção civil, postos de gasolina.
05:24Então, o crime organizado verdadeiramente...
05:25Eu ouvi falar que inclusive no Congresso.
05:26Inclusive no Congresso, exatamente isso.
05:29Então, isso fez com que o Estado tenha que repensar a forma de agir.
05:35O grande problema que eu imputo hoje a essa violência descambada
05:40é a falta de punição.
05:42Nós temos que ter, levar a certeza ao marginal que ele vai ficar preso.
05:48Hoje, qual é o receio que o marginal tem ao cometer um crime?
05:52Nenhum.
05:53Hoje ele tira a vida de um cidadão e fica no máximo aí seis a oito anos preso?
05:58Está errado.
05:59Eu defendo o cumprimento integral das penas.
06:02Não adianta dar pena de duzentos anos, trezentos anos.
06:06Isso é bobagem.
06:07Vamos aplicar uma pena de vinte anos, mas que ele vai cumprir os vinte anos.
06:11Sete anos, mas que cumpra os sete anos.
06:12Vai cumprir.
06:13Entendeu?
06:14E aí onde vem aquela questão.
06:16Tire a visita íntima.
06:18Tire as tomadas dos presídios, para que não haja carregamento de celular.
06:23Porque o preso tem que entender o seguinte.
06:25Poxa, eu vou para a cadeia e lá eu não vou ter moleza.
06:28Por que é que ninguém quer ir para os presídios federais?
06:32Presídio federal, você não tem visita íntima, não tem tomada nas celas.
06:37O contato com o advogado é pelo parlatório ali, pelo vidro.
06:42Não tem contato físico.
06:44Ninguém quer ir para lá.
06:46Em consequência, por uma má gestão do governo federal com relação à segurança pública,
06:52você vê que nós temos cinco presídios federais.
06:54A capacitação desses presídios chega a 250 presos, né?
07:00Não tem nenhum presídio que tenha mais de 50 presos.
07:04Por que não?
07:05E os presídios estaduais estão super lotados.
07:08Vamos isolar, pegar os líderes de facções e vamos colocar nesses presídios federais.
07:13Eu ouvi aqui, deputado, críticas, inclusive de políticos daqui de Brasília,
07:18críticas duras sobre a construção ali no complexo da Papuda de um presídio federal.
07:23Dizendo que trouxe para cá representantes de crime organizado.
07:29Você acha que foi uma boa medida?
07:30Eu acho que isso é uma bobagem.
07:32Porque me digam uma fuga de um presídio federal.
07:35A não ser aquele de Mossoró, que foi...
07:37Aquele ali foi uma casa...
07:38Mas não tem.
07:39A população pode ficar tranquila...
07:41Aqui houve uma ameaça, né?
07:42Despreocupada.
07:42Uma ameaça de fuga do Marcola, que foi contida...
07:45Olha, Zé Maria, eu conheço.
07:48Eu acho que é um planejamento.
07:49Eu visitei o presídio federal de Brasília.
07:52É coisa de primeiro mundo.
07:54Estou te falando.
07:55Como é que é a rotina de lá?
07:56Não, o preso é trancado, sai para o banho de sol, mas normalmente eles são isolados.
08:03Não tem aquela coisa de ficar coletivamente.
08:07As celas são individuais, praticamente são individuais.
08:13Então, é um presídio que funciona verdadeiramente.
08:15Mas por quê?
08:16Porque lá não tem televisão.
08:19Ele não assiste televisão na cela.
08:22Ele fica sempre isolado.
08:25Tem cela lá que você toma o banho de sol dentro da cela.
08:28Tem lá as entradas previstas para isso.
08:31Então, é um regime que ninguém quer ir para lá.
08:37E aí, para você cumprir a pena lá, o juiz, o judiciário tem que aplicar o RDD,
08:44que é o regime disciplinário diferenciado.
08:48Mas o juiz tem que assinar.
08:50E muitos juízes, lamentavelmente, não têm a coragem para poder aplicar o RDD.
08:55Se aplicasse o RDD nos líderes de facções criminosas no Brasil,
09:01talvez diminuísse um pouco...
09:02Desmontava o sistema, né?
09:03Desmontava o sistema, né?
09:05Hoje, a gente, infelizmente, não tem isso.
09:08É inaceitável você saber que um preso de dentro do presídio comanda o crime organizado.
09:14É inaceitável isso, né?
09:15Com a tecnologia moderna, os telefones e celular não podiam ser bloqueados.
09:20Eu lembro que teve um negócio aí, uma ameaça, recentemente,
09:24e colocaram que tinha sido o Marcola, que tinha telefonado para mandar matar aquele delegado lá de São Paulo.
09:33E eu disse para um colega, é mentira.
09:37Eu tenho certeza absoluta que o Marcola está preso aqui no Presídio Federal de Brasília.
09:41Ele não tem acesso a telefone.
09:44Ninguém tem.
09:45Então, é um presídio que funciona.
09:48Agora, poderia fazer uma certa distribuição melhor.
09:53Por exemplo, o crime de tráfico de drogas.
09:56Para mim, é um crime federal, não é?
09:57Sim.
09:58Então, vai cumprir a pena o Presídio Federal?
10:02Não.
10:02Quem cumpre a pena nos presídios estaduais.
10:06É uma dicotomia aí.
10:07É uma certa disquebrança desse negócio aí.
10:10Ô, deputado, o que alguns teóricos estão dizendo é que o crime vai mudar.
10:14O crime não acaba, né?
10:15Mas, em grande parte, vai mudar.
10:17Porque hoje, um assaltante que entra num restaurante, num bar e aponta uma arma,
10:21ele não leva dinheiro.
10:23Ninguém tem mais dinheiro.
10:24Eu conheço empresários que me dizem que passam o final de semana inteiro vendendo
10:30e chegam lá com R$100, R$200 no caixa.
10:33Diante disso, há uma migração para crimes e golpes.
10:38Cibernéticos.
10:39Golpes.
10:39E é mais rentável e menos perigoso fisicamente.
10:44E, inclusive, a legislação não pune com rigor.
10:47Deixa eu te falar o que é que o crime organizado hoje está fazendo e fazendo com muita propriedade.
10:54Você sabe que o crime organizado disputa territórios.
10:57Correto?
10:58Sim, correto.
10:58Então, aquelas comunidades são disputadas no tiro e tal.
11:02É o primeiro movimento de chegada de uma facção.
11:04É isso aí.
11:05Exatamente.
11:06Mas por que eles disputam e dão tanto valor ao território e defendem com armas e etc?
11:12Porque, veja bem, todo cidadão precisa da internet, da luz, da água, construir sua casinha,
11:24melhorar uma reforma.
11:25Gás.
11:26Gás.
11:27Moto táxi.
11:27Moto táxi.
11:28Então, o que é que eles fazem?
11:30Você pode comprar.
11:31Você pode construir, fazer uma reforma na sua casa.
11:34Mas você tem que comprar o cimento dessa pessoa aqui.
11:36Ah, você...
11:38Padaria.
11:40Chega pro dono da padaria e fala, não, tudo bem.
11:43Você pode funcionar.
11:44Agora, o trigo você tem que comprar dessa pessoa aqui.
11:47E eles fazem isso.
11:48Aí é que vem a ironia.
11:50De forma legal.
11:51De forma legal.
11:52Mas eles tomaram conta do território ali e tudo que eles fazem...
11:58Você imagina uma comunidade com 200 mil pessoas pagando 50 reais porque tem que usar a internet.
12:04E isso pode ser mais lucrativo do que o tráfico de drogas.
12:08Eu não diria o tráfico de drogas, mas é muito lucrativo.
12:11Porque o tráfico de drogas realmente é muito lucrativo.
12:15Não é à toa que você vê o movimento deles é de bilhões.
12:19Nós já estamos falando de bilhões.
12:21Então, mas esse negócio de extorsão no território deles, isso também é muito rentável.
12:30Pois é.
12:31Há uma fala, eu não sei se é verdadeira, de que Brasília, o governo de Brasília, domina o presídio, a Papuda.
12:41E me disseram lá que é a duras penas e tentativas sempre de domínio do presídio.
12:48É verdade?
12:48O presídio aqui está livre das facturas?
12:50O que eu posso lhe dizer é que o sistema prisional de Brasília, ele não é tão ruim assim, não.
12:57Por quê?
12:58Porque nós tivemos aqui os agentes penitenciários, que hoje são policiais penais,
13:04oriundos da polícia civil, eram muito bem treinados.
13:07E você tem que ter ali aquele pessoal que mexe com o preso, ele tem que ter, primeiro, não pode se corromper.
13:15Porque é lamentável quando eu vejo uma notícia...
13:17São novos também, né?
13:18São novos também, né?
13:20Concursados.
13:20Concursados.
13:21Embora, essa semana teve um crime grave aí, assassinaram um policial penal, porque estava trabalhando no Uber,
13:29e foi assassinado por dois menores e um maior.
13:33Agora vem a notícia triste e vergonhosa para o Poder Judiciário.
13:37Esses marginais que foram presos, há 15 dias atrás, foram presos.
13:44E o Poder Judiciário, através da famigerada audiência de custódia, liberou esses marginais.
13:51Liberou os marginais e eles mataram um policial penal.
13:55A golpes de facão, né?
13:57Mostra o grau de maldade desse pessoal.
14:01Então, eu sempre defendi isso, penas duras.
14:04Se nós não endurecermos as penas, a tendência vai ser só piorar.
14:08Vamos voltar aqui para o sistema prisional brasileiro.
14:11Depois a gente fala da audiência de custódia.
14:14Acho muito bom o assunto no debate.
14:17Mas aqui, então, há um controle dos presídios.
14:20Sim, há um controle.
14:21Há um controle onde as lideranças são controladas.
14:27Pode ver que não tem rebelião, não tem fugas.
14:30Agora, eu não sei e não posso também afiançar.
14:35Dizem, as más línguas, que presídio que não tem rebelião é quando tem droga, mulher e dinheiro.
14:47Isso aí é um chavão que a gente carrega.
14:50Eu li um livro e disse que qualquer presídio se acha isso aí.
14:54A diferença é só o preço que se paga.
14:56É verdade, né?
14:57Agora, é sobre as audiências.
14:58Há um debate no Congresso Nacional sobre as audiências de custódia.
15:02Eu já tive a oportunidade de conversar com vários setores.
15:05E alguns deputados defendem bravamente a audiência de custódia, dizendo que é ali uma oportunidade para evitar injustiças.
15:15E o que eu vejo na média geral é de mudança no sistema das audiências.
15:22Não acabar com elas.
15:23Veja bem, a ideia, eu disse isso para o ministro Lewandowski, que foi quem criou essa audiência de custódia.
15:30Não é a lei federal.
15:32É uma resolução do CNJ.
15:36Portanto, não foi o Congresso que votou isso aí.
15:38Pois bem, a ideia é boa para evitar exatamente o que você falou.
15:43Evitar as injustiças, o cara ficar preso lá 30 dias.
15:47A lei é clara.
15:49Quando prendeu, tem até 24 horas para poder...
15:52Diante de um juiz.
15:53Diante de um juiz.
15:54Mas o que é que acontece?
15:56Os juízes, por sua vez, não estão fazendo o dever de casa.
16:00Que é, pelo menos, chegou aquele marginal ali, olha a vida pregressa daquele cara.
16:06Não.
16:06Então, a primeira pergunta que fazem para o preso é, você foi maltratado pela polícia?
16:12Ah, fui.
16:13Agora, em São Paulo, teve um caso recente.
16:16Prenderam uma quadrilha, três pessoas.
16:21Sequestrou cárcere privado de um casal de idosos.
16:25A polícia militar prendeu.
16:28Levou todo mundo para a delegacia.
16:30Chegou na delegacia, presos.
16:32Na audiência de custódia, a mulher falou que foi agredida pelos policiais.
16:38Sabe o que é que o juiz fez?
16:40Liberou todo mundo.
16:42Qual é a motivação desse policial, me diga?
16:44Hoje, nós temos dados que apontam que mais de 60% dos presos em flagrante são liberados na audiência de custódia.
16:53Isso é vergonhoso.
16:54Num país mergulhado na violência, num país mergulhado na insegurança,
17:00onde se assassinam mais de 40 mil pessoas por ano no país,
17:05e você tem um judiciário que não contribui com a polícia?
17:10Imagina o policial, como é que ele fica?
17:13Arrisca a vida dele para botar alguém na cadeia e o juiz solta.
17:17Eu escuto aqui, recentemente conversando com o sargento do DPN,
17:20me dizendo que já prendeu oito vezes o mesmo indivíduo.
17:24Quer dizer, na nona ele existe.
17:25Eu, sempre que eu dou entrevista, eu uso esse exemplo.
17:28Teve um caso, acho que foi no Mato Grosso,
17:32que a polícia prendeu 420 quilos de cocaína.
17:38Parou um carro e prendeu.
17:41Pois bem, foi levado ao juiz, o juiz liberou,
17:46porque disse que a abordagem foi ilegal.
17:49Aí eu pergunto, a droga...
17:53Tem que ser devolvida.
17:54Para quem?
17:56Mas é isso, porque a droga está ali.
17:59420 quilos de cocaína.
18:00A prisão foi ilegal.
18:01A prisão foi ilegal.
18:02E devolve essa droga para quem?
18:04Ou devolve para o preso?
18:07Mas tem um parecer ainda mais, vamos dizer assim,
18:12se não fosse cômico, né?
18:14Seria trágico.
18:15Seria trágico.
18:17Tem STJ, ministro do Superior Tribunal de Justiça.
18:23Quando ele estava apenando o preso,
18:26ele colocou lá, era tráfico de droga, traficante.
18:29Aí ele estava lá.
18:3015 anos, tráfico de droga.
18:32E ele estava com um fuzil.
18:36Aí o promotor perguntou,
18:38mas o senhor não vai apenar também,
18:40fazer cumulação de pena?
18:42Não vai apenar o uso, o porte ilegal da arma?
18:48Resposta do ministro.
18:49Não, porque esta arma é instrumento de trabalho do traficante.
18:53Durma com um barulho desse?
18:58Como é que você pode ter uma decisão dessa a nível ministro?
19:03Como é que fica a tropa que arrisca a vida?
19:07Para aquele pessoal do Rio de Janeiro, eu tenho uma pena daquele povo.
19:10Ô deputado, eu gosto muito de buscar exemplos em termos de segurança pública.
19:15O senhor está indo para os Estados Unidos, para uma reunião de polícias,
19:19uma reunião de polícias do mundo inteiro, para discutir exatamente assim,
19:24metodologias, critérios e principalmente técnicas e tecnologia na área de defesa.
19:32O senhor tem algum país que o senhor mira assim e fala,
19:34não, esse sistema de segurança deu certo?
19:38Olha, tem vários países que o sistema de segurança dá certo.
19:42Quando as leis são duras e o cumprimento das penas são cumpridas de forma integral.
19:49Agora, o sistema policial, como o brasileiro, só existe em Ganda.
19:57Então, nós temos que buscar a modernização.
20:01Nós sabemos que o inquérito policial hoje é uma peça que a gente precisa repensar.
20:06Primeiro, tem que ter valor jurídico.
20:08Se é por inquérito continuar existindo, tem que ter valor jurídico.
20:13O que não pode acontecer é como está acontecendo e continua acontecendo.
20:16O inquérito é feito pelo delegado e, quando se transforma em processo,
20:25aquilo que foi feito pela polícia é todo refeito na justiça.
20:30Então, para que faz o inquérito?
20:33É uma coisa que eu acho que isso não existe em lugar nenhum do mundo.
20:37Você acha que o policial tinha que fazer tudo?
20:38É, eu defendo um ciclo completo de polícia.
20:42Eu acho que você não pode ter duas meias polícia, que é o caso do Brasil.
20:48Estados Unidos tem 18 mil polícias.
20:52Mas todas elas, quando pegam a ocorrência, é quem leva ao juiz.
20:56Lá tem muita instância e muitos policiais.
20:59Mas no Brasil, não.
21:01Já falam de mais de 21 mil instituições.
21:04Porque lá é municipalizada.
21:05Aí você vê que no Brasil, a polícia militar prende, leva para o delegado,
21:11o delegado faz o flagrante, instaura o inquérito.
21:15Isso vai para o promotor, que oferece denúncia.
21:19Se a denúncia for aceita, começa-se o processo.
21:23Aí eu lhe pergunto, quem é que vai ser ouvido lá na presença do juiz?
21:26É quem prendeu aqui, que é a polícia militar.
21:29Então eu acho que esse caminho poderia ser encurtado.
21:32A grande verdade é que nós não podemos mais conviver com duas polícias.
21:37Nós temos que ter uma polícia única.
21:40Unificar as polícias.
21:41Ah, mas não dá certo.
21:43Dá certo, sim.
21:44É só fazer no modelo adequado.
21:47Nós podemos ter uma polícia única.
21:48Pode ter uma polícia única e ter um departamento,
21:52um batalhão de polícia fardada, que é ostensiva.
21:55E a de investigação.
21:56Treinado para isso, e outro, civil.
21:59E a unificação você faz no ingresso,
22:02para ser policial do Distrito Federal.
22:05Polícia do Distrito Federal se compõe de um departamento investigativo
22:09e de um departamento ostensivo.
22:12Mas os dois pertencem à polícia do Distrito Federal.
22:15Então se essa aqui falar mal desse...
22:17Polícia de trânsito, polícia de...
22:18Isso, vai estar tudo ali, né?
22:20Mas dentro de um...
22:22De um...
22:23Sistema de organograma, né?
22:25É, seguindo o organograma.
22:27E a unificação, ela acontece no ingresso.
22:30A partir do momento que você ingressa na polícia,
22:33vai fazer a academia.
22:35Quando você sair da academia, você vai para a rua.
22:39Se você é um bom policial de rua,
22:41você vai se tornar um bom investigador.
22:43E aí, ao longo dos anos, isso vai acontecendo.
22:46Hoje, realmente, não dá para você unificar
22:48e colocar, por exemplo...
22:51É...
22:52Vai ser a polícia única.
22:54Então, eu sou coronel da polícia.
22:57Eu sou bacharel em Direito.
22:58Então eu posso ser o delegado.
23:00Tá certo?
23:01Mas e o delegado de polícia?
23:04Ele teve o treinamento para ser militar?
23:06Não, não teve.
23:07Então não dá certo.
23:09Por isso que eu estou falando que tem que ser
23:10na entrada, na inclusão.
23:12Mas isso é muito difícil.
23:14Eu já conversei com alguns governadores
23:15que tentaram isso e não conseguem.
23:18Porque a competência não é do governador.
23:21A competência é da União.
23:23Isso é uma emenda constitucional.
23:24Mas a polícia é estadual, né?
23:26A polícia civil...
23:27Não, mas o ordenamento é federal.
23:30É porque a polícia militar, inclusive,
23:31é constitucionalizada, né?
23:33Exatamente.
23:34Exatamente.
23:34Ô, deputado, eu perguntei sobre um país
23:37e eu sei que integrantes da comissão
23:39que o senhor preside,
23:40Comissão de Segurança da Câmara,
23:41visitaram El Salvador.
23:43E eu recebi relatos lá, assim,
23:45de pessoas, de deputados,
23:48ficaram impressionados.
23:49Por que que não dá para aplicar
23:52aqui o que aconteceu com o Bukelela em Salvador?
23:55Porque o Bukele,
23:57o presidente de El Salvador,
23:58primeiro teve coragem.
24:00Coragem.
24:01enfrentou uma corte,
24:04a mais alta corte,
24:06parece que destituiu ou prendeu ministros.
24:10Teve coragem e apoio da população
24:12quando ele criou um presídio
24:15para 40 mil presos.
24:1740 mil presos.
24:20Está lá, né?
24:22Ele prendeu, acho que,
24:2340% da população de El Salvador.
24:25Compensação, ele tirou a média
24:27que El Salvador era um dos países
24:29mais violentos da América Latina,
24:31hoje está, né?
24:32É um dos mais seguros
24:34em virtude dessa atitude
24:37corajosa do Bukele.
24:38Lá o crime estava de tal forma dominando
24:42que os bandidos tinham orgulho
24:43de tatuar, né?
24:45É, é.
24:46E você chega neles lá,
24:47você chega neles lá,
24:49eu achei engraçado,
24:50porque aqui no Brasil,
24:51quando você vai fazer uma reportagem
24:52no presídio...
24:53Não, você foi lá em El Salvador?
24:54Foi, foi.
24:55Foi?
24:56Então, quando você chega...
24:57Visitou os presídios lá?
24:58Sim.
24:59Então, esse presídio mesmo,
25:00a cela lá é 300 presos numa cela.
25:03O banho é um tanque grande.
25:06É?
25:07E não tem esse negócio de se matarem, não.
25:10Porque se se matarem também, eu...
25:12Ah, não tem separação de gangue também, não.
25:14Não, não tem, não tem.
25:15Eles convivem.
25:16E aí, perguntei para um preso,
25:19falando-se,
25:20e aí, o que você acha desse tratamento?
25:23Sabe qual foi a resposta?
25:25Não, eu estou aqui porque eu mereço.
25:27Eu cometi um crime,
25:27eu tenho que pagar o meu crime.
25:29Aqui no Brasil,
25:31é aquela vitimização.
25:32Não, eu sou inocente.
25:34Você olha o cara filmando a cela,
25:35só vê as mãozinhas dizendo que é superlotação.
25:38Entendeu?
25:39E lá, ninguém reclama.
25:40Então, a atitude do Bukele,
25:43nós trouxemos agora recentemente,
25:44eu fiz um curso aqui,
25:46trouxemos o embaixador,
25:47o embaixador esteve aqui,
25:49foi visitar Goiás,
25:51que o Caiado está dando um exemplo para o Brasil,
25:54que se quiser fazer, faz.
25:56Eu fui visitar um presídio lá,
25:59onde o preso trabalha,
26:02onde as mulheres fazem camisas maravilhosas,
26:06a marcenaria lá funcionando com os presos,
26:10empresa participou de uma licitação,
26:13o preso, quando cumpre a pena,
26:15sai de lá com carteira assinada e vai para trabalhar.
26:19Coisa que acontece,
26:20não acontece no sistema prisional brasileiro.
26:21Mas ele começou o Caiado em Goiás,
26:25ele realmente reduziu os índices de criminalidade absurdamente.
26:29Absurdamente.
26:30Lá o criminoso saiu de Goiás ou foi para o cemitério.
26:36Ou muda de profissão ou muda de estado.
26:40Ele valorizou o policial.
26:42É verdade.
26:43Salário, não é só salário, mas...
26:45O material humano precisa ser valorizado.
26:48O Caiado, para você ter uma ideia,
26:51quando um policial atende uma ocorrência
26:53de alta complexidade e obtém êxito,
26:59o Caiado telefona pessoalmente para o cara.
27:02O policial se sente valorizado.
27:05Entendeu?
27:06E é por isso que hoje o estado de Goiás
27:09é um dos estados mais seguros do Brasil.
27:12Eu, deputado, tenho feito uma defesa que era isolada,
27:15agora eu vejo que muita gente está se preocupando com isso.
27:18O senhor foi um, vamos dizer,
27:24vou dizer que foi prejudicado por essa situação.
27:27Que o policial, quando entra, ele sabe do risco de vida,
27:30mas desconhece o risco jurídico.
27:34É, eu sei...
27:35Que é uma novidade.
27:36É uma novidade.
27:37Eu sempre lutei...
27:38O policial perde o emprego aos 45 anos,
27:41ele vai fazer o quê?
27:43Vai entrar para o mundo do crime.
27:45É o que vai acontecer.
27:46Então, quando você tem aí, estão querendo aprovar a morte ficta,
27:51eu tenho casos que me procuram no gabinete,
27:53de um policial com 28 anos de serviço.
27:57Cometeu um crime, como, por exemplo, foi acusado de tortura.
28:02É perda do cargo.
28:03Perda do cargo é a família.
28:09Pela morte ficta, a família recebe.
28:12É como se eles tivessem...
28:12Eles estão querendo acabar com isso.
28:14Então, além do policial não ter mais o que fazer,
28:17final de carreira,
28:18a família vai ser totalmente prejudicada.
28:21Quer dizer, um país que toma atitudes como essa
28:23e mantém um auxílio-reclusão para quem cometer o crime,
28:26é um país que não tem vergonha na cara.
28:29É um país que não respeita o cidadão.
28:31Deputado Alberto Fraga,
28:34presidente da Comissão de Segurança Pública
28:36da Câmara dos Deputados,
28:38nessa conversa boa aqui no Ponto Final.
28:39Deputado, muito obrigado.
28:41Eu que agradeço.
28:42Um forte abraço.
28:43Muito obrigado a você.
28:44Continua aqui na Jovem Pan.
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28:53não reflete necessariamente a opinião
28:56do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
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