- 12/07/2025
Em entrevista a José Maria Trindade no JP Ponto Final, o deputado federal Coronel Tadeu (PL-SP) falou sobre a segurança pública, a importância dessa pauta em Brasília e a alta da violência no Brasil.
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp:
https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
#PontoFinalComTrindade
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp:
https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
#PontoFinalComTrindade
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00Salve, seja bem-vindo. O Ponto Final vai mostrar aqui as conversas, os bastidores e as entranhas da política.
00:12Nós aqui falamos de política. Política é decidir a sua vida, a casa que você mora, a escola do seu filho e o seu futuro, né?
00:20Nós estamos aqui no Planalto Central do país, nos estúdios da Jovem Pan, aqui em Brasília.
00:25E vamos falar com o deputado Coronel Tadeu, deputado federal pelo PL de São Paulo.
00:31Deputado, muito obrigado por estar aqui nos estúdios da Jovem Pan.
00:35Eu que agradeço, Zé. Uma satisfação estar com você participando do seu programa. Obrigado pela oportunidade.
00:40Pois é. E o senhor é um especialista num assunto que está em alta na política, né?
00:45Porque a política, ela atende a demanda de todos nós, do Brasil inteiro.
00:52E parece que agora virou o grande debate, que é a segurança pública, né?
00:57O senhor sabe por que, de repente, a segurança pública tomou tanta importância na política por aqui?
01:02Bom, primeiro, porque a segurança não está bem mesmo, né?
01:05A gente percebe que, pelo Brasil afora, que ela apresenta alguns déficits, né?
01:10E a população cobra. Eu sempre que acompanhei a política, eu sempre percebi esse tema da segurança,
01:17estando no pódio. Educação, saúde e segurança.
01:21Às vezes troca um pouco essa ordem, mas a segurança, ela sempre esteve presente.
01:25Eu acompanho política desde 1986, mais precisamente.
01:30E olha, em todas as campanhas políticas, ela sempre esteve presente.
01:33E parece que o momento, parece que essa sensação de impunidade que a gente está percebendo no país
01:39tem feito com que esse tema fique mais acalorado, principalmente aqui na nossa casa,
01:44no Congresso Nacional, onde nós produzimos as leis.
01:48Deputado, eu uso um termo, assim, que pode parecer exagerado,
01:51mas eu acho que há uma epidemia de violência no Brasil.
01:56Eu tenho contato, conversado com prefeitos, com representantes de prefeitos,
01:59e eles me dizem que a violência interiorizou.
02:03Ou seja, aquela cidade de 20 mil habitantes,
02:06prosaica, das pessoas sentadas na calçada, de janela aberta, já não existe mais.
02:10Ou seja, alastrou.
02:13Eu posso continuar usando esse termo, epidemia?
02:16Pode, pode sim.
02:17E principalmente pelos últimos acontecimentos, né?
02:21As cidades crescem, a população cresce, o número de criminosos cresce.
02:26E a gente não tem percebido.
02:28O principal índice que eu uso pra poder retratar isso é o número de homicídios.
02:34Claro que nós já estivemos muito piores, né?
02:36Nos anos 80, 90, nós batemos mais de 100 mil homicídios por ano.
02:40Mas a diminuição agora...
02:42Na guerra, né?
02:42Exatamente.
02:44Mas hoje ainda está alto.
02:45Está entre 40 e 50 mil.
02:47É muito alto.
02:48Isso é superior a qualquer guerra do mundo.
02:51Basta ver a comparação do que está acontecendo entre Israel e a faixa de Gaza,
02:55entre a Ucrânia e a Rússia, que a gente vai ver que não chega nem perto desse número.
02:59Então o Brasil, ele constantemente está em guerra.
03:01O Rio de Janeiro acaba produzindo um mau exemplo pra todo o país.
03:05A gente vê lá que o crime organizado comanda o Rio de Janeiro.
03:09A polícia militar, ela tem dificuldades pra poder agir e fazer o seu papel.
03:15E em alguns estados, às vezes, você tem alguns casos pitorescos.
03:18Como eu lembro aqui daquele sujeito de Goiás que saiu migrando de fazenda em fazenda,
03:23fugindo e demorou.
03:25Deu trabalho pra polícia conseguir pegar o sujeito ali.
03:28Acho que foi em 2021, 2022.
03:31Deu trabalho.
03:32E aí você vê nas notícias, né?
03:35Criminosos, traficantes, contrabandistas sendo soltos, sendo presos em flagrantes
03:40e depois ganhando a liberdade, às vezes, em algumas horas.
03:44E isso vai tirando cada vez mais a autoridade do policial no país.
03:48Eu me incomodo muito com isso.
03:50Como policial e como cidadão brasileiro, eu nem sei mais qual é o coração que bate forte.
03:55Se é o de cidadão brasileiro ou se é por ter sido policial 30 anos.
03:59Era tão instinto, né?
04:00Isso me incomoda demais.
04:03Pois é.
04:04E qual é a origem?
04:05O que aconteceu pro crime organizado ficar tão organizado assim?
04:09Aos poucos, Zé Maria.
04:10A avaliação que eu faço é que, aos poucos, a lei foi sendo afrouxada.
04:15Aquela coisa de apertar o nó da corda mesmo, esse nó não está tão forte como antes.
04:21E a própria lei permite algumas brechas.
04:24Se a gente vê o histórico dessa lei de execuções penais que nós temos no Brasil,
04:29eu poderia dizer assim, num palavreado bem chulo, é uma vergonha.
04:35Isso é uma vergonha ter uma lei de execução penal do jeito que é.
04:38É visita íntima, é auxílio reclusão, é saidinha de Natal, saidinha de Páscoa, de Dia das Crianças.
04:45E muitas vezes você vê algumas aberrações.
04:47O sujeito sai, por exemplo, no Dia das Mães e nem mãe ele tem.
04:51Ou seja, alguma coisa que está sendo feita...
04:53Então, que matou a mãe e sai...
04:55Eu também chego até o ponto, né?
04:57O sujeito matou a mãe e é beneficiado com a saídinha do Dia das Mães.
05:01O sujeito matou a família e é beneficiado com a saídinha de Natal e Ano Novo.
05:07Então, você acaba ficando desacreditado, né?
05:11Então, agora, quem produziu essas leis, infelizmente, sai ali do Congresso Nacional.
05:15Mas, veja bem, deputado, há o argumento de que é preciso adaptar, né?
05:19Nós vamos encontrar com esse cidadão que foi preso e tal ali na esquina, né?
05:23Não seria o caso de fazer essa adaptação depois de cumprir a pena?
05:28Quer dizer, eu acho necessária a adaptação.
05:30Mas eu acho que tem que ser depois de cumprir a pena.
05:32Eu acho que eu estou 100% com você.
05:34O sujeito recebeu uma pena, cumpre a pena.
05:38E tem mais, né?
05:40Cumpre trabalhando, ressarcindo o Estado, ressarcindo a vítima, né?
05:46E aí, tentando produzir algum dinheiro para a família dele, que ficou aqui do lado de fora.
05:50Porque hoje nós é que pagamos essa estadia dele.
05:53A estadia é boa, não é boa?
05:54E cara, né?
05:55É muito cara.
05:56Às vezes, mais caro em determinados lugares aí, são mais caros do que você educar uma criança.
06:01Então, eu prefiro muito mais canalizar esse dinheiro para a educação de uma criança.
06:05O custo varia, mas em média é 25 mil por mês.
06:10Exatamente, é muito caro.
06:11Será que uma criança custa tudo isso?
06:12É 25 mil reais para cada preso, né?
06:13Pois é.
06:14Será que uma criança custa tudo isso?
06:15Então, não é mais fácil canalizar, focar em outras coisas.
06:20E olha, oportunidade não falta.
06:21Eu converso com empresários em São Paulo que todos adorariam ter uma parte da sua produção,
06:27seja lá o que for, sendo canalizada, por exemplo, por um presídio, fazendo com que o preso trabalhasse,
06:33ficaria mais barato para o empresário, ele conseguiria até competir com produtos estrangeiros.
06:39E isso ajudaria o preso, porque ele está trabalhando e ele está ressarcindo o Estado.
06:43O senhor é o coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
06:45Sim, do Estado de São Paulo.
06:45Ralou muito em viatura, né?
06:47Trinta anos.
06:48Trinta anos de viatura.
06:49É, pelo menos até o posto de major ali, eu ia muito para a rua.
06:53Depois a gente acaba, infelizmente, abraçando algumas funções administrativas.
06:59Então, cai para trás da mesa, né?
07:01Muito contra gosto, mas trabalhar na rua é muito mais...
07:05Como é que o senhor viu, o senhor deve ter percebido, assim, a evolução e a diferença do crime, né?
07:10Quando o senhor viu, assim, a mudança do tipo de crime e do criminoso também?
07:15Hoje está diferente.
07:17Sim.
07:18Depois da Constituição de 88, eu acredito que a sociedade teve que se adaptar a essa nova norma,
07:25que ela é muito mais, diria assim, flácida, né?
07:29Parece que a Constituição de 67 era um pouco mais rígida, ela apertava mais.
07:34E a Constituição de 88 veio com algumas brechas.
07:37Algumas garantias exageradas, né?
07:39Exato.
07:39Essas garantias é que me preocuparam.
07:42E o que aconteceu foi que a gente viu esse afrouxamento acontecendo aos poucos, né?
07:47Em especial do ano 2000 para cá.
07:50Muitas coisas foram aprovadas após o ano 2000.
07:54E aí, onde, infelizmente, está escrito na lei, não vou nem aqui tecer críticas ao judiciário,
08:02porque às vezes ele tem que cumprir a norma que está escrita.
08:04O juiz tem que aplicar a lei.
08:06Exato, o que está escrito na lei.
08:07Então, tudo começou aqui dentro do Congresso Nacional.
08:10Então, é oportunidade, eu pelo menos agora como deputado, eu tenho a oportunidade de começar a rever algumas coisas,
08:16aquilo que vem, não só de dentro da minha concepção, como do meu eleitor, né?
08:24Que pede essas mudanças.
08:26Então, o que a gente tem feito é apresentar propostas para ver se a gente consegue voltar um pouco no tempo
08:32e ser um pouquinho mais duro com o marginal, né?
08:35Ser, realmente, fazer com que ele cumpra a pena que já estaria de bom tamanho.
08:40Deputado, eu, isso é uma tese de observação, eu tenho a impressão que o crime vai mudar muito, vai migrar.
08:46Hoje, um assaltante que ele vai assaltar um restaurante, um bar, como antigamente, chegava com revólver, né?
08:55Agora com a pistola, o último modelo.
08:58Mas ele não leva dinheiro, não tem mais dinheiro, né?
09:00Se ele chegar num restaurante, ele vai levar 50 reais, 100 reais.
09:04Eu conheço restaurantes que tem o final de semana inteiro, não chega com 200 reais, é tudo dinheiro eletrônico.
09:10Mas eu não estou dizendo que o crime acabou migro.
09:13Então, os golpes estão dando muito mais dinheiro e não tem tanto risco assim.
09:18Isso não diminuiria o crime violento?
09:21Quer dizer, continua sendo crime, mas não com o uso de arma, mas um computador como arma.
09:26É, a tecnologia faz com que o crime migre.
09:29Isso, desde os anos 70...
09:30Isso já está acontecendo, né?
09:32É, isso vai acontecer porque o que você falou, não tem dinheiro em espécie.
09:35Mas o crime cibernético, ele vai acabar avançando cada vez mais.
09:40É o golpe no WhatsApp, é o golpe do cartão de crédito e por aí vai.
09:44Toda sorte de crimes que vai mexendo com a tecnologia.
09:48Tanto a favor do bandido como contra ele.
09:50Os bancos ficam aí em guerra o tempo todo, evitando isso.
09:54Mas tem alguns crimes que eles são, assim, originários do comportamento humano.
10:00São aqueles crimes passionais.
10:01E o número de homicídios fala isso.
10:03O celular, o celular virou uma mercadoria.
10:06Tem celular de 10 mil reais que, de repente, você pode vender no mercado negro aí a 2, 3 mil reais.
10:11É um valor absurdo, né?
10:13E isso acontece.
10:14O próprio carro, é claro que as polícias aí acabam tendo que se virar de todas as formas
10:20para tentar fiscalizar ou vigiar cada vez mais o roubo de carro.
10:27Mas ele existe ainda.
10:28Então é um patrimônio grande.
10:29uma picape no interior, por exemplo, no interior de São Paulo,
10:33você não pode deixar uma picape de 200, 300 mil reais solta pelas ruas
10:39porque você vai perder o carro e ele vai fazer dinheiro com aquilo.
10:43Então tem algumas coisas que ainda vão se perpetuar.
10:46Mas essa migração, ela está acontecendo.
10:48E isso pode reduzir o número de crimes violentos e tal, mas continua sendo crime do mesmo jeito.
10:57É preciso que a legislação se antecipe exatamente aos bandidos.
11:01Eu, recentemente, fiquei surpreso.
11:04Um amigo meu que tem um restaurante que implantaram lá uma maquininha falsa
11:10e ele faturando e mandando dinheiro para a conta do bandido.
11:15E a diferença era uma letra maiúscula.
11:18Era o mesmo nome, só que tinha as letras maiúsculas.
11:22E era outra conta ainda.
11:24Eu fiquei surpreso com esse tipo de golpe.
11:26Veja bem, você está vendendo, passando uma maquininha e está mandando dinheiro para outra conta.
11:31Mas a segurança pública é muito mais do que isso.
11:34E a gente vê que os presídios são dominados.
11:39Brasília é um caso raro que há uma luta lá.
11:42Me disseram que é uma luta diária para evitar que o crime organizado tome conta do presídio.
11:48É, realmente há essa fragilidade mesmo.
11:51Em São Paulo existe.
11:53Claro que São Paulo é um estado muito bem vigiado.
11:55Eu não conheço, não domino muito bem o sistema penitenciário do Brasil.
11:59Certa vez eu fui visitar pela Comissão de Segurança Pública os presídios lá do estado de Alagoas.
12:05E lá vi que em alguns presídios eles estavam apertando mesmo.
12:08Estavam apertando a vigilância, evitando o celular, essas comunicações de dentro do presídio para fora.
12:14Aquelas ordens que os líderes davam para os seus comparsas aqui fora fazer determinadas ações.
12:20Então eu vi que eles estavam muito empenhados em deixar o sistema um pouco mais sério.
12:25Mas é difícil, porque precisa investir nessa área, principalmente na área de tecnologia.
12:30Hoje nós temos uma população carcelária absurda.
12:34São quase 700 mil presos do Brasil todo.
12:36Você manter todos eles guardados ali, sendo vigiados 100% do tempo, não é tarefa fácil.
12:43O próprio preso ele danifica às vezes um sistema de vigilância, um sistema de alarme,
12:48o sistema de tranca das celas.
12:50Então há diversas ocorrências que acontecem que o dia a dia do presídio ele não é fácil.
12:56Ele carece de investimento mesmo.
12:57É interessante que uma das críticas que eu mais escuto do sistema de segurança
13:02é sobre a audiência de custódia.
13:04A audiência de custódia solta muito.
13:08Isso não seria positivo?
13:09Quer dizer, dá a chance para o preso se defender?
13:16Você me deu uma deixa agora.
13:20Você me deu uma oportunidade de falar do projeto que eu apresentei há duas semanas atrás.
13:25Eu fico inconformado com isso.
13:28E a notícia é que...
13:29Deputado, eu conheço um policial que disse que já prendeu a mesma pessoa oito vezes.
13:34Pois é.
13:36É debochar da autoridade do policial quando a audiência de custódia faz um negócio desse.
13:42É debochar, é simplesmente desmoralizar a autoridade policial.
13:47E eu falo isso porque convivo aí.
13:48Polícia militar, polícia civil, polícia penal e guardas municipais, né?
13:53Nós vemos o esforço que todas essas instituições estão fazendo 24 horas por dia
13:58para tentar trazer um pouco de segurança para a sociedade.
14:02Aí o juiz solta na audiência de custódia.
14:05Então eu não gosto muito.
14:07Isso fica atravessado na minha garganta.
14:09E olha que nós aprovamos isso em 2019.
14:12Eu dei o meu voto sim ao pacote anticrime.
14:14Na época lá do então ministro da Justiça, Sérgio Moro.
14:18Votei sim a favor.
14:20E hoje eu sou um deputado arrependido de ter aprovado essa alteração no Código de Processo Penal no artigo 310.
14:27E apresentei esse projeto pedindo para acabar com a audiência de custódia.
14:31Vamos encerrar com isso.
14:33Não dá para a gente ser tão leniente, tão frouxo com o bandido.
14:36E soltar ele 24 horas depois dele ter sido pego com 500 quilos de cocaína, por exemplo.
14:41É, um absurdo.
14:43Eu estava sozinho, mas já tem muita gente falando sobre isso.
14:47É sobre o grande risco policial.
14:50Quando o policial entra na carreira, ele sabe que está ali embutido o risco de vida.
14:56O que ele não sabia é sobre o risco jurídico.
14:58O policial hoje é um dos profissionais mais perseguidos juridicamente, né?
15:05E eu imagino que um policial de 40 anos, se ele for expulso, ele perdeu o emprego, ele não sabe fazer absolutamente nada.
15:14A não ser policial, quer dizer, é uma mão de obra preparada para o crime.
15:19Além, evidentemente, do drama pessoal.
15:21Quer dizer, há que se cuidar disso.
15:22Principalmente em uma audiência, José.
15:25Esses dias, já faz um tempo, eu tive a oportunidade de ver uma audiência sendo feita
15:32onde o juiz ameaçou prender o policial em flagrante.
15:38Eu não estava entendendo muito bem aquela situação, mas era uma audiência comum dessas várias criminais.
15:46E o juiz admoestou mesmo o policial militar, ameaçando de prendê-lo se ele tentasse repetir a atuação que ele teve na rua
15:57para colocar o sujeito atrás das grades.
15:59Ou seja, o bandido foi preso em flagrante.
16:02O juiz considerou essa ação policial errada.
16:05Eu não sei aonde ele viu o erro.
16:07E na própria audiência, ele quase que reverteu.
16:11Ele prendia o policial e soltava o bandido.
16:13Aí eu falei assim, poxa, eu não estou vendo.
16:16Está aí nas redes sociais para todo mundo ver.
16:18Então, é uma inversão de valores muito grande.
16:21Como é que você ensina para o policial?
16:24Então, eu falei assim, olha, o policial vai ficar com medo de agir daqui a pouco.
16:27E ele não pode.
16:28Ele precisa ter.
16:29Ele já tem o conhecimento jurídico da função dele.
16:34Ele precisa agir em flagrante de elite.
16:36É dever dele.
16:37Está escrito na lei.
16:38Mas, de repente, o sujeito começa a ficar com receio de agir dentro do que a lei permite que ele faça
16:45para não sofrer uma consequência negativa em relação a uma autoridade judiciária.
16:53No caso, o juiz que ameaça prender.
16:55Então, você não pode deixar o policial com essa confusão na cabeça.
16:58Você tem que realmente investir nele e dizer para ele, você está certo.
17:02Continue agindo certo.
17:03Porque quem está errado é o juiz que está fazendo isso.
17:06Pois é.
17:07E agora o senhor, deputado federal, um articulador de leis aqui na Comissão de Segurança Pública.
17:15Há uma atuação muito forte de vários profissionais de segurança pública.
17:19Mas há um relacionamento que está em debate, que é esse relacionamento do Congresso com o Supremo Tribunal Federal.
17:26Como é que o senhor está vendo essas disputas e essas forças ali antagônicas dos dois poderes?
17:32Com muita apreensão.
17:34Porque desde que eu me entendo como policial, como bacharel em direito,
17:41eu sempre vi a figura do Supremo Tribunal Federal dessa instituição apenas como uma guardiã da Constituição.
17:49Assim como diz todos os manuais de direito.
17:52E, infelizmente, de uns anos para cá, já não é de hoje, eu tenho visto uma mudança nessa característica do Supremo Tribunal Federal,
18:04decidindo questões que deveriam ter sido decididas dentro da Casa das Leis, que é o Congresso Nacional.
18:12Eles decidindo como se eles tivessem as leis na mão e eles vão decidir de acordo com a cabeça deles.
18:19E isso realmente me decepciona muito.
18:22Eu respeito muito o Supremo Tribunal Federal, mas, ultimamente, eles têm entrado em algumas searas
18:28que realmente não está previsto em lugar nenhum.
18:32E isso desmoraliza a Casa do outro lado da rua, que é justamente o Senado e a Câmara.
18:39Acredito que isso é, sim, uma invasão de poder, uma usurpação de poder.
18:44E eu acredito que o Supremo deveria ter muito cuidado com isso, porque pode causar uma instabilidade institucional muito grande.
18:53Existem três casos, o Poder Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
18:57Eles precisam se respeitar.
18:59É preciso ter uma atenção e um carinho muito especial para não entrar na seara do outro.
19:04E, ultimamente, isso tem acontecido.
19:06Pois é, esse deveria ser o equilíbrio, né?
19:09A gente sabe que, deputado de interior, casos aí do interior, onde o juíza não é só o Supremo, não, né?
19:17Mas é a Constituição que garante, é a Constituição que dá esse poder ao Judiciário.
19:22Os juízes cumprem as leis, não tiram decisões da cabeça deles.
19:26É verdade.
19:27No interior é muito comum, eu já vi em vários municípios, também ter a Praça dos Três Poderes,
19:32assim como é aqui em Brasília.
19:34É a Prefeitura, a Câmara Municipal e o Fórum.
19:37E, às vezes, ali sai uma confusão entre eles e fica aquela coisa indigesta para todos eles,
19:46para o juiz da comarca, para o prefeito e para os vereadores, né?
19:50Às vezes, alguma confusão bem pontual ali, bem...
19:53Questões municipais acabam tendo esse tipo de instabilidade.
19:57E isso não é para acontecer.
19:59O senhor chegou aqui no Congresso Nacional agora, você já teve um mandato, né?
20:03É porque a Carla Zambelli saiu do país, né?
20:08O caso da Carla, ela está condenada há 10 anos.
20:13Isso não é pouco, né?
20:15Isso é mais do que um homicídio simples, né?
20:17Como é que o senhor vê? Foi um erro judicial? O que aconteceu?
20:21Bom, o erro aconteceu, né?
20:23Tem aquela história da arma, né?
20:25Que todo mundo viu, aquela cena dela correndo com a arma.
20:28E esse ainda nem foi decidido.
20:29Esse está em fase de recurso.
20:32E depois teve esse fato do hack.
20:35O hack já está transitado e julgado.
20:37Exatamente.
20:37Esse está transitado e julgado.
20:39Não há mais recurso, não tem...
20:40É cumprir a sentença.
20:42Cumprir a sentença.
20:42Então, o que aconteceu com a Carla?
20:44Ela, diante dessa turbulência toda, ela optou por não ir presa.
20:48Ela optou por sair do país.
20:50O senhor conversou com ela?
20:51Tem conversas com ela?
20:52Eu conversei antes, antes dela sair do país.
20:55E ela tomou a decisão.
20:57Ela...
20:57Eu acho que fica muito clara essa situação que se ela voltar para o país,
21:01ela vai ter que cumprir uma pena atrás das grades.
21:05E ela decidiu, então, ir embora.
21:07Eu acredito, Zé, que ela vai simplesmente retomar a vida dela
21:12em outro lugar.
21:13Ela não deve voltar mais para o país.
21:15Eu acho que a coisa...
21:16É uma decisão pessoal, né?
21:18Que ela tomou.
21:19Não tem como ela tocar a vida aqui atrás das grades,
21:24mesmo que seja por um certo tempo,
21:25porque depois vai haver a progressão de regime.
21:28Mas ela resolveu ser...
21:30Recomeçar do outro lado do mundo.
21:33Então, eu acho que é isso que ela está fazendo.
21:34Então, para ela, eu acho que a vida política deve ter encerrado.
21:37Deputado, o projeto de anistia, né?
21:40Ele começou, assim, forte.
21:42Houve uma defesa muito grande de fora daqui de Brasília, do Congresso.
21:47E o PL está dizendo que vai voltar a pressionar o presidente da Câmara
21:51para colocar em votação.
21:53Você acredita ou esse assunto morreu?
21:55Não, não morreu, não.
21:56Aliás, nós tivemos aí recentemente a manifestação
22:00e a pauta era justamente o PL da anistia.
22:03Eu ouso em falar que nós temos votos para aprovar na Câmara Federal
22:09essa anistia.
22:11Nós temos mais de 257 votos.
22:14Eu acredito que hoje nós estamos numa situação muito confortável
22:18em relação a esses votos.
22:21Só resta ver se no Senado existe essa mesma disponibilidade,
22:25se os senadores estão dispostos a votar esse PL da anistia.
22:30O que o senhor acha que tem que anistiar?
22:34Porque quando você coloca na balança a própria imagem da justiça,
22:39a primeira coisa quando eu falo em justiça que me vem à mente
22:42é justamente a imagem do símbolo da justiça que é a deusa de Temes,
22:47aquela balança mostrando o equilíbrio.
22:49Eu não lembro se foi em 2015 ou 2016.
22:52Nós tivemos cenas piores com o MST, o Movimento Sem Terra,
22:57pedindo a queda do Michel Temer, depredando praticamente toda a esplanada
23:02dos ministérios.
23:04Uma situação muito pior do que eu vi no dia 8 de janeiro
23:07e não aconteceu absolutamente nada.
23:09Eles foram condenados, pagaram, foram condenados apenas bem leves,
23:15pagaram os serviços, pagaram as vidraças, os que foram presos.
23:19Os que foram presos.
23:19O problema agora, a diferença é que esses condenados agora
23:24são condenados por cinco crimes.
23:27Pois é, mas...
23:28Ainda apenas de 17 anos.
23:30Aí vem a minha discordância.
23:31O que roubou a bola do Neymar, pegou isso.
23:35Enfim, o que sentou na cadeira do ministro Alexandre.
23:39Então são várias condenações.
23:41Sim, e são crimes diferentes do que aconteceu lá em 2015 e 2016.
23:46E o comportamento é o mesmo.
23:49Então aí é que eu acho um descompasso, aí é que eu discordo dessas decisões.
23:54Não que eles não tivessem que ser punidos,
23:56mas há fatos, inclusive, de pessoas que não fizeram absolutamente nada disso
24:02e estão presas com penas altíssimas, acima de 14 anos.
24:08Então há esse desequilíbrio.
24:10E isso me incomoda.
24:11Como bacharel em direito, como policial, como deputado federal,
24:17isso não entra na minha cabeça ter uma disparidade tão grande.
24:21Existe um ânimo por trás dessa sentença que eu acho muito pesado.
24:26E acho que isso pode ser corrigido.
24:28E o PL da anistia, acredito eu, é o remédio que não tira a pena.
24:32Ele simplesmente anistia.
24:34Vai ficar registrado no arquivo pessoal dessa pessoa
24:38que ela cometeu isso e foi condenada há tantos anos.
24:41Mas ela vai ser colocada em liberdade.
24:45Então eu acho isso...
24:46Até acho que o PL ainda não faz a justiça que deveria ter sido feita,
24:50porque a gente não pode mexer nessa pera.
24:53Ela vai continuar existindo.
24:55Mas pelo menos a pessoa está em liberdade.
24:57O senhor é um dos poucos aqui que não trocou o nome.
25:01Continua coronel com o coronel no seu nome.
25:03Eu vi cabos, sargentos, capitães que tiraram o nome.
25:10O senhor não vai tirar o nome?
25:11Não.
25:12Meu nome político é Coronel Tadeu.
25:14Eu iniciei na política como Coronel Tadeu
25:17e por mim eu tenho muito orgulho de ostentar esse nome.
25:21Fico satisfeito que as pessoas me reconheçam como um membro da Polícia Militar.
25:26Eu tive uma carreira.
25:27Eu gostei muito da carreira que eu fiz dentro da Polícia Militar do Estado de São Paulo
25:31e ostento com muito orgulho isso.
25:34Eu não teria razão nenhuma de suprimir o termo coronel do nome político e deixar apenas Tadeu.
25:41Eu olho para trás pelo que eu realizei dentro da corporação e fico muito satisfeito.
25:46Eu tenho certeza que a população gosta de saber.
25:48Quem for olhar a minha ficha, por onde eu passei, batalhão de choque, batalhão de policiamento,
25:53trabalhei a vida toda defendendo a sociedade paulista,
25:57eu acredito que eu tenho os meus admiradores que são os eleitores.
26:01Tive 98 mil votos em 2018 e tive quase 70 mil em 2022.
26:10Então isso para mim é motivo de orgulho de continuar ostentando esse nome político, o Coronel Tadeu.
26:15Pois é. E um capitão assumiu a segurança pública do Estado de São Paulo, o Derrite.
26:22Como é que o senhor viu essa experiência?
26:23Que geralmente teóricos, intelectuais, que lidam com segurança pública.
26:28E o Derrite é um homem ali como o senhor, de viatura, de trabalho braçal ali mesmo.
26:34Como é que o senhor viu a experiência dele?
26:36Eu imagino que deva ter sido muito difícil para o Derrite assumir a Secretaria de Segurança Pública.
26:44Por quê? Historicamente sempre foi uma pessoa oriunda do judiciário.
26:50Para não dar aquela confusão entre polícia civil e polícia militar.
26:54No Rio de Janeiro, certa época, eles resolveram.
26:56Criaram a Secretaria da Polícia Militar e a Secretaria da Polícia Civil.
26:59E a Secretaria de Segurança Pública.
27:01É, exatamente.
27:02E nós tivemos aí recentemente um oficial general, que foi o general Campos,
27:07que comandou a Secretaria de Segurança Pública.
27:10Eu não consigo voltar no tempo e enxergar um secretário de Segurança Pública
27:17que tivesse sido membro da Polícia Militar.
27:20Nós tivemos o governador Fleury, que foi secretário de Segurança,
27:24mas ele veio oriundo do Ministério Público.
27:26Ele já era procurador de justiça.
27:29Isso na época até incomodou um pouco.
27:31Depois nós tivemos o doutor Ferreira Pinto, que também era do Ministério Público.
27:36O Alexandre, o ministro Alexandre.
27:37O ministro Alexandre, mas historicamente sempre veio ali.
27:41E quando você coloca um policial militar, isso realmente ficou um pouco pesado.
27:49Exatamente, a ciumeira.
27:51Então, o governador Tarcísio foi corajoso em escolher o Derrit,
27:56que vem fazendo um bom trabalho à frente da Secretaria da Segurança Pública.
28:01E em pouco tempo ele conseguiu acalmar esses ânimos.
28:04Você acredita na possibilidade de unificação da polícia?
28:07Militares, civil?
28:08Não, não acredito.
28:10Eu acho que eu não vou estar vivo.
28:12O governador me falou assim, não aposta nisso não, porque nunca vai acontecer.
28:14Por que é tão difícil?
28:17Primeiro, são funções completamente diferentes.
28:20E elas estão bem sedimentadas na Constituição.
28:23Polícia Judiciária e a polícia ostensiva.
28:26Teria que partir das próprias corporações essa possibilidade de unificação.
28:31Eu até acredito que há condição de se fazer a polícia ostensiva e também a polícia judiciária
28:38por apenas uma instituição.
28:40Sem sombra de dúvida, isso é possível, é viável.
28:43Um batalhão de polícia civil, um batalhão pode...
28:46E o termo circunstanciado que está...
28:48Como nos Estados Unidos, lá tem, eu acho que 21 mil polícias.
28:52Ela tem vários tipos de polícia, né?
28:55Polícia municipal e todas elas se interagem e convivem.
28:59Sem nenhum problema, convivem muito bem, até porque todas podem fazer o trabalho de
29:03polícia judiciária.
29:05Aqui teria que partir das instituições, elas enxergarem que isso é possível e isso
29:09até traria uma melhoria na prestação de serviços, né?
29:13Como eu estava falando, o termo circunstanciado, onde o policial atende na rua e dali vai direto
29:18para o judiciário, mas infelizmente ainda nós não temos essa disposição.
29:23Isso seria uma lei estadual, já que a polícia é estadual?
29:26Desculpa, eu não entendo.
29:27Isso seria uma lei estadual ou não?
29:29Não, tem que mudar na Constituição.
29:30Aqui a gente tem que fazer uma mudança no artigo 144, redigir um texto que permita que
29:36as instituições possam fazer as duas funções.
29:39Aí eu acredito que sedimentaria essa questão.
29:41E a outra questão também polêmica que vem aí a reboque é a questão da polícia municipal.
29:46Tem gente que gosta da guarda municipal, tem gente que não gosta, mas é uma realidade
29:51hoje.
29:52Os municípios que têm condição de ter a sua guarda municipal ou a sua polícia municipal,
29:59eles estão investindo, porque sabem que o Estado não consegue suprir toda a necessidade
30:04de segurança.
30:05A verdadeira segurança pública tem que ir para o município mesmo.
30:08É lá que todos conhecem.
30:10O que acontece é o chão da fábrica.
30:13Exatamente.
30:14Deputado, muito obrigado.
30:15Foi uma conversa muito boa aqui no Ponto Final.
30:18Obrigado por estar aqui nos estúdios da Jovem Pan, no Planalto Central do país.
30:23Eu que agradeço pela oportunidade.
30:25Muito sucesso a você, ao seu programa.
30:27Estarei sempre sendo seu fã e assistindo todos os programas que você produz aqui na
30:32Jovem Pan.
30:32Obrigado.
30:33E eu acompanho o seu trabalho na Câmara.
30:35É isso.
30:36Muito obrigado e siga aqui na Jovem Pan.
30:38A opinião dos nossos comentaristas não reflete necessariamente a opinião do Grupo Jovem Pan
30:50de Comunicação.
30:55Realização Jovem Pan News.
Recomendado
32:00
|
A Seguir