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O Congresso Nacional derrubou 52 dos 63 vetos presidenciais à Lei de Licenciamento Ambiental. O programa Fast News deste sábado (29) conversou com o engenheiro agrônomo Eduardo Funari para analisar a decisão, afirmando que a medida visa simplificar e dar segurança jurídica para o desenvolvimento de infraestrutura básica, como o saneamento.


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Transcrição
00:00A derrubada dos vetos do presidente Lula nessa semana, como a gente já estava falando aqui,
00:05em relação ao projeto do licenciamento ambiental, gera muitas críticas e também dúvidas
00:12em relação justamente a esse projeto e o Brasil que saiu recentemente da COP,
00:17derrubada pelo Congresso nesta semana.
00:19Nosso entrevistado agora é o engenheiro agrônomo especialista em gestão ambiental, Eduardo Funari.
00:24Tudo bem, doutor? Como sempre, muito obrigado por atender a Jovem Pan. Muito boa tarde.
00:28Boa tarde, um prazer falar com vocês, Doutor Jovem Pan.
00:32Bom, queria ouvir o senhor, claro. É uma questão que vai trazer danos muito grandes a esse setor?
00:40Ou o senhor acha que isso ainda pode ser negociado? É possível amenizar o que o Congresso definiu nesta semana?
00:48Olha, Tiago, eu sou otimista com relação às medidas tomadas.
00:51Foram 52 pontos da lei de licenciamento geral ambiental que foram preservadas com a aprovação do Congresso
01:04e que a função dessas medidas tem a função de simplificar e dispensar alguns tipos de licenciamento ambiental.
01:12que nós temos uma lei hoje ambiental bastante rígida e punitiva no Brasil.
01:17Então, nós precisamos cuidar de procedimentos para cuidar do nosso, aumentando nossa segurança jurídica
01:25e cuidar do futuro do desenvolvimento social, ambiental e econômico do Brasil.
01:30Então, é fundamental que nós modernizemos, e quando a gente fala em modernizar nossas leis,
01:35é estimular o crescimento e desenvolvimento do país sem danificar o meio ambiente, né?
01:42É evidente que nós temos que tomar cuidado com a parte de proteção ambiental, com a parte das nossas florestas.
01:48Mas basta lembrar que hoje mais de 60% do território nacional hoje é coberto por matas naturais,
01:57principalmente a Amazônia, onde nós temos 90% da área de mata natural.
02:01Então, a retórica, a narrativa que estão se pondo, que essas liberações vão danificar e vão prejudicar
02:09e vão liberar a destruição e o desmatamento, não são verídicas.
02:13Porque nós temos leis que regulamentam tudo isso.
02:17E essas medidas tomadas, 52 medidas tomadas, têm a função de dispensar e simplificar o licenciamento ambiental,
02:24permitindo, por exemplo, que não aconteça o que aconteceu com o Roraima,
02:27que ficou 20 anos sem um linhão de transmissão por questões ambientais
02:31e não estava interligado ao sistema de energia do Brasil, né?
02:35Então, nós temos vários pontos de infraestrutura que necessitam de regulamentação,
02:42senão você não tem segurança jurídica para executá-las,
02:45como a parte do saneamento é a universalização do saneamento no Brasil, né?
02:49Hoje, 60% praticamente do Brasil não tem saneamento básico.
02:54E uma das medidas que está envolvida nessas 52 pontos é a liberação da execução dos saneamentos básicos
03:03em áreas protegidas.
03:04Porque não tem sentido, por exemplo, que nem aconteceu no COP30,
03:08onde mais de 25 mil pessoas participaram do evento,
03:12onde 60% da cidade de Belém não tinha saneamento básico.
03:15Então, nós estamos falando de proteção do meio ambiente
03:21numa área totalmente degradada em função de não existir saneamento básico.
03:25Então, é fundamental nós evoluirmos, nós buscarmos o nosso desenvolvimento,
03:30principalmente em infraestruturas básicas, como gasodutos, estradas,
03:35ampliação de áreas para nosso desenvolvimento,
03:40evidentemente protegendo o meio ambiente.
03:43E, para isso, nós temos leis muito fortes,
03:46uma estrutura regulamentada ambiental muito forte que pode proteger tudo isso.
03:51Doutor Eduardo, vou chamar a nossa comentarista, Maria de Carli,
03:54que faz a próxima pergunta, participa aqui da nossa conversa.
03:56Maria.
03:57Oi, Eduardo, boa tarde, tudo bom?
03:59A minha pergunta é sobre um pouco a COP30 e o seu resultado como um todo.
04:04A gente sabe que essa pauta da transição energética,
04:07do desenvolvimento sustentável, se perdeu um pouco há um tempo.
04:11Ela conversa apenas com o lado da narrativa política.
04:14Ela se perdeu, a direita já, por exemplo, viram um pouco as costas para isso,
04:18por conta de diversos problemas.
04:20E a COP comprovou por que esses problemas estão aí,
04:23por que muita gente torce o nariz para essa pauta.
04:25Veja, discute-se a questão de transição energética
04:28e não se chama as empresas de combustíveis fósseis para conversar,
04:32para sentar na mesa.
04:33Não há um plano para a gente desmamar da matriz de combustível fóssil.
04:38Então, eu queria ouvir de você o que o senhor achou dessa COP30,
04:43do seu resultado e da sua eficiência,
04:45como, de fato, implementar o que é previsto
04:50dentro de alguns dos documentos lançados por lá.
04:53Eu acho que tudo o que aconteceu na COP30 era previsível.
04:58Talvez o maior legado que tenha ficado
05:00é a criação do Fundo Amazônico,
05:02que é um fundo com grandes investimentos,
05:05tanto público como privado,
05:07onde vão poder se criar uma expectativa de valores altos
05:12para proteger e desenvolver projetos de proteção ambiental
05:15para nossas florestas.
05:17Eu acho que esse é o maior legado,
05:19a parte mais sólida que ficou da COP30.
05:22A transição energética é muito cedo.
05:25Eu acredito que, em função dos Estados Unidos e China
05:28não terem participado,
05:29e são os maiores poluidores,
05:31os maiores consumidores de petróleo do mundo,
05:33não terem participado desse evento
05:35e não apoiarem esse evento,
05:36já mostra que isso não poderia evoluir de forma eficiente.
05:41Doutor, voltando à questão do licenciamento ambiental,
05:45há um ponto, um dos itens dos vetos
05:47que foram derrubados do presidente Lula,
05:49um dos itens sobre os empreendimentos
05:52considerados de médio impacto.
05:53Ou seja, a partir de agora,
05:55esses empreendimentos também seriam facilitados.
05:58Agora, para o nosso público entender,
05:59o que é facilitar?
06:01É simplesmente liberar os empreendimentos
06:04exigindo menos compensações
06:06ou não necessariamente?
06:09Não necessariamente.
06:10Você tem, Tiago,
06:11a regulamentação dos órgãos federativos,
06:14os estados, municípios e o governo federal,
06:17normatizando isso.
06:19Então, muitas vezes,
06:19para você conseguir um licençamento,
06:21você fica muitos anos esperando os trâmites,
06:25você consegue uma aprovação municipal,
06:27mas não consegue uma aprovação do governo federal
06:29e assim por diante.
06:31Isso gera uma insegurança jurídica muito grande
06:34e a perda de investimentos
06:36em áreas importantes
06:37do nosso crescimento e desenvolvimento.
06:40Então, não necessariamente
06:41é um afrouxamento,
06:43é deixar desmatar,
06:44é destruir o que está preservado.
06:46Eu não entendo dessa forma
06:48e nós tivemos aí a Tereza Cristina,
06:50uma senadora,
06:52uma técnica,
06:53uma engenheira agrônoma,
06:53especializada no assunto também,
06:55que ela adiu de forma muito firme
06:57nesses pontos.
06:59Então, me parece bastante confiável
07:02essas medidas tomadas.
07:05Evidente que nós vamos ter que fiscalizar
07:07e para isso nós temos vários órgãos,
07:09Ministério Público e assim por diante,
07:11para evitar que isso encaminhe
07:13para coisas irregulares,
07:14para atitudes não regulamentadas
07:17dentro da legislação brasileira.
07:19Perfeito.
07:20Começamos com o Eduardo Funari,
07:21que é engenheiro agrônomo,
07:22especialista em legislação ambiental também.
07:25Muito obrigado pela sua entrevista
07:26mais uma vez aqui à Jovem Pan.
07:28Um bom fim de semana.
07:29Volte sempre.
07:30Igualmente. Obrigado.
07:31Obrigado.
07:32Obrigado.
07:33Obrigado.
07:34Obrigado.
07:35Obrigado.
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