O indicado de Lula ao STF, Jorge Messias, intensificou a busca por votos no Senado enquanto o relator da CCJ, Weverton Rocha (PDT-MA), sinaliza relatório favorável. Mesmo assim, Messias teria pedido ajuda a senadores para tentar adiar a sabatina marcada para 10 de dezembro, com receio de não alcançar os 41 votos necessários. Segundo bastidores, Davi Alcolumbre — que defendia a indicação de Rodrigo Pacheco — teria se recusado a recebê-lo.
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00:00Tem vários assuntos relacionados à Brasília, inclusive o relator da CCJ sinalizou que vai defender a indicação de Jorge Messias ao STF, o relator da CCJ no Senado Federal.
00:16O Weverton Rocha, o senador do PDT do Maranhão, ele admitiu que deve apresentar o relatório favorável na próxima quarta-feira.
00:24Ele é o vice-líder do governo na casa, o que, segundo a avaliação de muitos, reduz as possibilidades de apresentar um parecer contrário a um indicado pelo presidente da República.
00:35Parece óbvio, né? Enquanto isso, Messias mantém aquela tradicional romaria, o beijamão pelos gabinetes dos senadores em busca de votos.
00:44Ele precisa do apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores para ter a indicação confirmada.
00:51Mesmo com todo esse processo, ele teria pedido ajuda de alguns senadores para tentar convencer Davi Alcolumbre a adiar essa sabatina.
01:00Ela está prevista para o dia 10 de dezembro.
01:02Ele teria medo de não conseguir o número de votos necessários.
01:07E Davi Alcolumbre, que defende a indicação de Rodrigo Pacheco, teria se recusado a recebê-lo.
01:13Informação de bastidor, né?
01:14Você, Mota Jorge Messias, teria feito um pedido para que os senadores ajudassem nesse processo da sabatina.
01:23E há um entendimento de que talvez não dê tempo, até 10 de dezembro, de convencer o número suficiente de senadores a votarem pró-Messias.
01:33Então, o governo, inclusive, quer adiar isso para o ano que vem.
01:36Caniato, eu acho muito improvável qualquer resultado diferente da aprovação.
01:48Não importa o prazo que seja dado.
01:52Na minha opinião, essa celeuma toda, em torno dessa indicação, me lembra o título de uma peça de Shakespeare.
02:02Muito barulho por nada.
02:06Essa indicação é mais uma peça.
02:09Ela não é um ato isolado.
02:11Ela é uma peça que se encaixa num cenário, um processo de transformação das instâncias mais altas do judiciário em atores políticos.
02:24Esse é um processo que alimenta a si mesmo.
02:27Quanto mais esse processo avança, mais rápido ele acontece.
02:35E eu acho que é exatamente isso que está acontecendo agora.
02:40Eu acho que a chance do indicado não ser aprovado é menor do que a chance de Tarcísio não ser candidato.
02:50Pois é, um bom paralelo.
02:52Você, Davila, como avalia essas várias movimentações?
02:57Há quem coloque em dúvida a aprovação de Jorge Messias?
03:01Tem a questão que envolve o prazo para fazer esse processo de convencimento?
03:05E há a tentativa de alguns integrantes do governo de adiarem essa avaliação dos senadores para o ano que vem?
03:12Olha, a indicação de Jorge Messias retrata a vergonha e a imoralidade que hoje existem nas nossas instituições.
03:26Onde você já viu uma Suprema Corte, juízes da Suprema Corte, fazer campanha para alguém querer ser ministro?
03:34Não existe nenhuma Suprema Corte no mundo isso.
03:37Onde já se viu o presidente do Senado a querer escolher um ministro supremo?
03:42Isso é uma competência única do presidente da República.
03:45Ou seja, é a esculhambação institucional no país.
03:49É isso que nós vemos.
03:51Uma indicação deveria ser baseada, como a gente sabe, em notório saber jurídico.
03:57Hoje, ministros são indicados com notória conexão política e afinidade ideológica.
04:03Está tudo errado, não tem critério, não tem respeito à instituição.
04:09E pior, canhato, isso é exposto diariamente na imprensa.
04:13Imagina um presidente do Senado em algum país civilizado que tem democracia,
04:18falar assim, não gostei daquele nomeado.
04:19Não, você não fala isso.
04:21Você sabatina e vai votar a favor ou contra.
04:23Não existe isso.
04:24Como é que você chega?
04:25Tem ministro supremo lá fazendo lobby.
04:27Nós preferimos o senador Rodrigo Pacheco.
04:30Isso não existe.
04:31Não tem nenhuma Suprema Corte do mundo que tem membros da Suprema Corte
04:35que tem uma atitude desse tipo.
04:38É uma vergonha.
04:40Isso mostra a degeneração institucional no Brasil.
04:43O desrespeito do limite aos poderes é um Brasil que, infelizmente,
04:49está à deriva de um total desrespeito às instituições.
04:54Isso reflete na escolha do membro do Supremo Tribunal Federal.
04:57Isso reflete no julgamento dos manifestantes de oito de janeiro.
05:01Isso reflete no julgamento de Jair Bolsonaro.
05:03É o país da arbitrariedade.
05:05Cada um acha que manda e não está nem aí com o outro
05:08ou com o freio contrapeso do poder.
05:11É uma vergonha o que está acontecendo no Brasil.
05:14Estamos detonando a credibilidade das instituições democráticas no país.
05:18No âmbito da comunicação do jornalismo, delegado Palombo,
05:23nós escutamos algumas figuras apontando para a possibilidade de Jorge Messias não ser aprovado,
05:30que seria inédito para a maior parte dos jornalistas.
05:34Afinal, o episódio único de não aprovação aconteceu há muito tempo.
05:40Eu queria que o senhor trouxesse essa expectativa do Congresso Nacional,
05:45principalmente dos deputados, que não votam, não participarão do processo,
05:50mas palpitam um pouco.
05:51Há essa leitura da possibilidade de não aprovação?
05:56Eu concordo com o Motta e concordo com o Dávila.
05:59O Dávila definiu, numa palavra, o que se tornou hoje a política e a justiça brasileira.
06:06Uma esculhambação.
06:07Esse é o termo perfeito, Dávila.
06:11Estão esculhambando tudo.
06:13Juiz não pode dar palpite em escolha de ministro.
06:18Senador também não pode dar.
06:20Mas é claro, tem os interesses pessoais.
06:23Eu quero fulano.
06:24Aliás, a gente tem que lembrar que o presidente atual, em campanha,
06:29falou que era um absurdo escolher um amigo.
06:32E não foi assim.
06:34Já é a segunda escolha.
06:36Escolhe um amigo.
06:37E é lógico, né?
06:39Eu gostaria que não passasse.
06:42Já vou dar minha cara a tapa aqui.
06:44Mas vai passar.
06:45Que tudo é negociado.
06:48O que eles vão negociar?
06:50Será que teremos senadores com firmeza para falar
06:53esse não?
06:56Será que teremos?
06:58Tem poucos.
06:59Mas será que são suficientes para impedir a entrada?
07:04O que será que vai acontecer nesse meio termo?
07:08O que será que vai ser negociado?
07:10Cargos?
07:11Emendas?
07:13Como é esse beija-mão?
07:15Ele vai lá e fala o quê?
07:16Se todo mundo já conhece ele.
07:18Como é essa conversa de impede ouvir?
07:21Tenho curiosidade.
07:23Que a vida pública dele está aí.
07:25Para quem quiser ver.
07:27Como de todos os outros.
07:29Eu acho que nem deveria ter isso.
07:31Estou fazendo campanha política.
07:33Vou convencer lá o senador.
07:34Vou passar lá para tomar um café.
07:36Fui muito bem recebido.
07:37Parece piada.
07:40Esculhambação total.
07:42A vida pública está aí.
07:43O currículo está aí.
07:44As posições dele estão aí.
07:46Coloca ele lá.
07:47E faz a sabatina.
07:48Mais uma sabatina decente.
07:49Agora, quem é que vai ter coragem?
07:52Como é que funciona isso?
07:54Vocês querem saber como é que funciona?
07:56Você é aliado do governo?
07:58É, aliado do governo.
07:59Estou falando no nome de ninguém aqui.
08:01Então, tá.
08:02Quantos cargos você tem na República?
08:03Quantos cargos você tem no Estado?
08:04Você é aliado mesmo?
08:05Ah, então tem que votar favorável, hein?
08:08Porque se não, os carguinhos, ó.
08:11Acaba.
08:12Game over nos seus cargos.
08:14Emenda.
08:16Criaram lá agora, no final do ano, lá.
08:17Emenda Panetone.
08:20Quem você acha que vai receber?
08:22Você acha que é o delegado Palumbo?
08:24Que fala o que tem que falar?
08:26Ou que vai contra o próprio partido?
08:28Não vou chegar nem perto disso.
08:30É assim que funciona.
08:32Agora o Mota está certo.
08:34Infelizmente, Mota.
08:34Eu estou contigo.
08:36Você está certo.
08:38É muito difícil ele não entrar como próximo ministro.
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