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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu publicamente a prisão perpétua para crimes graves no Brasil, citando o sucesso da política de segurança de El Salvador. A proposta levanta o debate sobre o endurecimento das leis para combater a reincidência, mas esbarra na Constituição, que proíbe penas perpétuas. O Morning Show discute: a "punição máxima" é a solução ou um flerte perigoso com o autoritarismo?



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Transcrição
00:00Falando aqui tanto de prisões, né, pra cima, pra baixo, mas pelo visto
00:03quem tá afiando a bateria presidencial é o governador Tarcísio de Freitas
00:08apelando aí pra uma pauta que vem ganhando cada vez mais adesão
00:12no senso comum da sociedade brasileira e defendeu publicamente
00:15a adoção da prisão perpétua no Brasil, citando o exemplo
00:19de El Salvador, ali na ação da América Central, para alguns crimes, né?
00:25Alguns crimes. Conta pra gente.
00:26É, o evento era sobre investimentos, mercado financeiro, mas aí acabou entrando nesse tema
00:32e ele citou de que o Brasil precisa endurecer as leis e até defendeu a prisão perpétua
00:38naqueles casos mais graves, como homicídios, por exemplo.
00:41Ele atribui isso porque muitas vezes a pessoa vai presa, depois sai, vai presa de novo
00:46citando até uma condenação, aliás, uma punição, né, que foi dada a um ladrão de celular
00:53que ele foi preso 30 vezes e mesmo assim era liberado sempre.
00:58Eu acho que valeria a pena a gente puxar a capivara aqui e ver qual foi o recorde, né,
01:02de reincidências que a gente já tratou nesse programa aqui no último um ano e meio
01:06ou pouco mais. Eu acho que teve um sujeito que superou até 100.
01:10Dá pra fazer um ranking, né?
01:11Dá pra fazer. Opa! Tem o G4, enfim. O G4 da reincidência. É inacreditável.
01:16Mano Ferreira, mas querendo ou não, a realidade é tal que, de novo,
01:19a janela do discurso chegou a um ponto onde discutir prisão perpétua,
01:24que era impensável até poucos anos atrás, se torna absolutamente sensato
01:28na visão de muitos brasileiros.
01:30Mas o que eu acho impressionante, Marinho, é que, veja, há países democráticos
01:34que adotam a prisão perpétua pra alguns crimes, né?
01:37Nos Estados Unidos existe prisão perpétua em algumas situações.
01:42Mas há uma necessidade no Brasil do apelo a países autoritários no discurso
01:47na retórica política, que é algo que me preocupa muito.
01:51Porque, afinal de contas, citar El Salvador é o único país que conseguiu
01:56resolver problemas de criminalidade? Não. Não é.
02:00Então, a escolha por ficar citando El Salvador, que abandonou o Estado Democrático
02:06de Direito para impor uma ditadura que conseguiu, segundo os dados oficiais,
02:14e eles são difíceis de contestar, como em qualquer ditadura,
02:17reduzir os índices de criminalidade.
02:20Mas, ora, outros países democráticos também têm bons resultados em segurança pública.
02:26Por que essa tara no Brasil, que vem muitas vezes da esquerda,
02:30mas agora também da direita, de ficar tratando como benchmark de política pública
02:36países ditatoriais?
02:37Isso é um sintoma da cultura antidemocrática e antiliberal do Brasil.
02:44Mas, de novo, a gente tem todo um povo humilhado, uma crise sem precedentes.
02:49Então, para situações excepcionais, medidas excepcionais já começam a ser cogitadas,
02:54porque, pelo visto, do jeito que está rolando, não está dando muito certo.
02:57É, mas, de medida excepcional e medida excepcional, a gente chega na Venezuela.
03:02Então, a Venezuela é um caso de excepcionalidades que foram sendo aceitas
03:07até que a democracia morreu.
03:08Eu acho que a gente tem que parar, sim.
03:10Eu acho que, ah, ele fez um bom trabalho em segurança pública?
03:12Fez.
03:13Alguém já viu o tamanho de El Salvador?
03:15É...
03:16Vocês vão ficar...
03:17Surpresos que é um país, exato, é menor que a cidade do Rio de Janeiro.
03:21Então, eu acho que a gente tem exemplos internos muito mais positivos.
03:25O governador de estado de Goiás, meu estado, Ronaldo Caiado,
03:28fez um trabalho num estado que é mais de três vezes, assim,
03:33um estado comparativamente muito maior do que El Salvador.
03:37Proporcionalmente, um trabalho até melhor em relação à segurança pública.
03:41Ainda no Brasil, que tem toda essa estrutura burocrática,
03:44de governo federal, de vários tipos de ordenamento,
03:47ainda com isso, ele fez um trabalho maravilhoso em termos de segurança pública.
03:50Então, acho que nós temos exemplos internos muito positivos.
03:53E eu tomaria cuidado com essa lógica do Bukele,
03:55porque eu acredito na liberdade, na democracia e nesses valores que são muito caros.
04:00Então, quando a gente está falando de justiças e excepcionalidades,
04:03a gente não pode usar a venda ali, caindo, e não olhar para o coleguinha do lado.
04:08Venezuela é um problema, toda ditadura é um problema.
04:10Agora...
04:10Mas eu não ouvi nenhuma inovação institucional no que você está propondo,
04:13ou que você sugeriu aqui.
04:14Nenhuma...
04:15Nada novo.
04:16Você está falando que temos ilhas de excelência aqui no Brasil.
04:20Me aponte.
04:20O Rio Grande do Sul diminuiu 50%...
04:2473% de queda geral em relação a Goiás,
04:28numa estrutura muito maior, muito mais difícil.
04:30O começo da minha fala é mostrando como no próprio estado de Goiás
04:33existe uma queda de segurança,
04:35proporcionalmente no tempo, até mais forte.
04:38E aqui, sem as excepcionalidades.
04:39Ou seja, se sem as excepcionalidades se conquista isso,
04:42isso já seria muito positivo para o resto do país.
04:44Agora, o que a gente tem que ver?
04:46Que esse tipo de receita, que começa com vamos, vamos fazer assim,
04:50vamos passar por cima disso,
04:51ela pode ser positiva, fortuita,
04:54mas que ela sacrifica a democracia e a liberdade.
04:56Então, num país que a gente critica, muitas vezes,
04:58possíveis abusos e situações de abusos judiciais,
05:01essa virou a regra em El Salvador.
05:03Então, eu acho que não dá para bater palco.
05:04Vamos seguir o que o Mano falou.
05:06Agora, sobre a prisão perpétua.
05:08Eu acho que essa é uma excelente proposta
05:10para o nosso ordenamento jurídico.
05:11Eu acho que essa é uma excelente medida.
05:14Por quê? Porque isso coloca o foco de finalmente deixar de sair.
05:18Só que isso vai precisar de uma readequação
05:20do nosso sistema penal, vai dos nossos presídios.
05:24Eu acho que a gente tem que debater privatização.
05:26Mas isso é uma resposta que urge no Brasil.
05:29Penas mais duras e o criminoso saber que vai entrar
05:31e vai ficar o resto da vida lá.
05:33Inclusive, eu acho...
05:33Inclusive, eu acho...
05:34Sem possibilidade condicional,
05:35Bulgária, Eslováquia, a gente tem a Hungria também.
05:38Aí, país mais de linha dura, do leste europeu.
05:41Aí, o pessoal já começa a torcer o nariz, né?
05:43Mas lembrando aqui, a prisão perpétua de verdade
05:45é na dor das famílias, das vítimas,
05:48todo santo dia nesse país.
05:50E, sem dúvida alguma,
05:51algo definitivamente diferente precisa ser feito.
05:54Isso é a provocação que eu deixo aqui
05:55para a nossa bancária.
05:57David?
05:57Não, eu gostaria de destacar
05:59exatamente o que o governador disse.
06:01A gente tem um trecho separado.
06:02Vamos lá.
06:03A edição vai exibir agora.
06:05E aí, a mudança de legislação,
06:07ela é bem-vinda e ela é necessária.
06:09E eu defendo algumas mudanças
06:12que sejam até radicais.
06:14Que a gente comece a realmente enfrentar o crime
06:17com a dureza que o crime merece enfrentar.
06:20Eu não acho, por exemplo,
06:21nenhum absurdo você ter a prisão perpétua no Brasil.
06:24É, tá aí, né?
06:25Eu não acho nenhum absurdo.
06:26Você...
06:26Pronto, tá aí.
06:28Categórico, inconfundível,
06:29a declaração dele.
06:30Doutora Priscila Silveira.
06:31Marinho, eu vou aqui jogar mais uma pimentinha
06:34na nossa roda,
06:34porque eu acho plausível
06:36todos os dados aqui colocados
06:38da prisão perpétua.
06:39Eu não estou questionando
06:40a possibilidade de se diminuir
06:42estatisticamente,
06:43mas ali a gente esbarra
06:44numa questão mais de política,
06:46mesmo na fala do governador,
06:48tendo em vista que é uma cláusula pétrea, né?
06:50A maior parte da doutrina
06:52entende que o artigo 5º,
06:5447 da nossa Constituição,
06:56para que a nossa audiência entenda,
06:58que fala que o Brasil
06:59não vai adotar
07:00penas cruéis, degradantes,
07:03penas perpétuas
07:04e penas de morte
07:05apenas em caso de guerra declarada.
07:07Então, o artigo 60
07:08da nossa Constituição,
07:09ele traz garantias
07:11e liberdades fundamentais.
07:13E essa parte em específico
07:15estaria lá.
07:15Qual que é o desdobramento
07:16para chegar à conclusão
07:18de que eu entendo
07:18que ali é mais questão de política?
07:20Teria que ter
07:20uma nova Constituição.
07:22Teria que ter uma emenda
07:23a essa Constituição.
07:24Então, não é,
07:26embora eu entenda,
07:26plausível,
07:27justificável,
07:28ele chamar para o povo,
07:29porque o povo não aguenta mais
07:30a violência.
07:31Eu estou super partidária,
07:32eu acho que tem que mesmo,
07:33em Goiás especificamente,
07:34você chega lá,
07:35eu frequento Goiânia,
07:36você chega lá e fala
07:37aqui não vai ter vez para o bandido,
07:38as pessoas têm medo da polícia,
07:41não tem questão de roubo de celular.
07:42Então, eu acho que existem
07:44outros mecanismos
07:45mais plausíveis
07:46e verdadeiros
07:47para a gente sanar
07:48essa questão da criminalidade,
07:51como bem colocou aqui a Jess.
07:52Então, não estou dizendo
07:53que não possa acontecer
07:54a prisão perpétua
07:55e nem que eu sou contrária
07:56à existência dela,
07:57mas nós somos signatários
07:59de algumas convenções
08:00e alguns tratados
08:01que fazem com que isso
08:02faça parte,
08:03o que é cláusula pétrea
08:05para a nossa audiência
08:06também entender.
08:07Não pode ser assim
08:07modificado pelo governo do Estado,
08:09não pode ser assim
08:10modificado,
08:11assim,
08:12de forma fast food
08:14pelos nossos parlamentares.
08:15Tem que ter
08:16uma discussão
08:17mais aprofundada.
08:18E aqui eu só quero dizer
08:19que eu não sou contra,
08:20a favor,
08:21eu acho que tem que ter
08:22mecanismos para evitar
08:23essa criminalidade, sim.
08:24Eu acho que todo mundo aqui,
08:25pelo menos os cinco
08:25estão na mesma página aqui,
08:26a gente precisa
08:27de uma discussão mais profunda
08:28e que o debate precisa
08:29ser estimulado.
08:31Não tem jeito.
08:32O Comando Vermelho
08:33nasce em 1979.
08:35Leonel Brizola
08:35assume o Rio de Janeiro
08:36pela primeira vez em 83.
08:38Se cria raízes de fato
08:40no Rio de Janeiro,
08:40tomando as comunidades
08:41ali no início dos anos 90.
08:43Se olha o PCC,
08:44em 1993,
08:46ele é criado aqui
08:46em Taubaté, em São Paulo.
08:48Olha o que virou
08:48hoje em dia em 2025.
08:50A gente está falando
08:50de marcos constitucionais
08:51ali gestados
08:53mais ou menos em 1988.
08:55Ou seja,
08:55tem que analisar
08:56a trajetória histórica
08:57e a gente se atualizar
08:58também diante
08:59da realidade dura,
09:00crua e nua
09:01que muitas vezes
09:01os códigos estão mofados
09:03e não representam
09:04as ansiedades dos anseios
09:06e as urgências
09:06do nosso povo atualmente.
09:08Fica a provocação aqui
09:09que algo precisa ser debatido.
09:10Acho que está todo mundo
09:11na mesma página.
09:12Agora, o que vai acontecer?
09:13Vamos ver.
09:13Tem muita coisa a debater
09:13sem precisar criar
09:14uma nova Constituição
09:16enquanto se tem como referência
09:18um país autoritário.
09:19Há discordâncias.
09:20Há discordâncias.
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