Pular para o playerIr para o conteúdo principal
Mais da metade dos presos em flagrante são soltos nas audiências de custódia, que completam 10 anos em atividade no Brasil, gerando uma sensação de impunidade que afeta a rotina de 72% dos brasileiros, de acordo com o Datafolha. A bancada do Morning Show debate a fragilidade da Justiça e a falta de segurança jurídica que coloca o cidadão em risco.


Assista ao programa completo:
https://youtube.com/live/8zyYpFtvkvc?feature=share

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Baixe o AppNews Jovem Pan na Google Play:
https://bit.ly/2KRm8OJ

Baixe o AppNews Jovem Pan na App Store:
https://apple.co/3rSwBdh

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp:
https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

#JovemPan
#MorningShow

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Um levantamento mostra que mais da metade de presos em flagrante recebeu liberdade provisória
00:05nas audiências de custódia, que completou hoje, então, 10 anos de existência.
00:10Já vou começar com o João Bellucci, que disse que está indignado com essa notícia
00:13e a gente vai repercutindo junto com a nossa bancada.
00:16Pois é, David e todos os companheiros aqui da bancada realmente causam muito espanto, né?
00:20É possível alegar, olha, a audiência de custódia solta bastante porque a polícia prende mal,
00:24inclusive as autoridades brasileiras, na figura do ministro da Justiça, Levandoves,
00:28que chegaram a alegar isso, se solta bastante é porque foram efetuadas más prisões,
00:32mas eu discordo frontalmente da existência do Instituto.
00:36Por mais que se diga, vai verificar ali os requisitos da prisão, enfim,
00:39acho que já é o trabalho do delegado, acho que é mais um custo e lamenta-se muito esse número, né?
00:45A sensação tanto de insegurança quanto de não punição para crimes, ela é real, não é, David?
00:50A gente observa no dia a dia, não conheço ninguém que diga,
00:54não, o sistema de justiça brasileiro está funcionando a plenos vapores,
00:57quem cometeu crimes vai preso, não, tem sempre essa ideia que na minha visão é equivocada
01:02da ressocialização, já que você não ressocializa vítimas, né?
01:05A ideia é ressocializar o criminoso, o que ele pode fazer no máximo é pagar prestações,
01:10trabalhar na cadeia para indenizar quem foi vítima dos seus crimes e não, né?
01:15Sai da cadeia, lê, estuda meia dúzia de livros ali, faz resenhas toscas na cadeia e sai,
01:20diminui a sua pena e vai lá e quando é preso tem a tal da audiência de custódia
01:24para que ele fique tudo garantido e a gente teve uma audiência recente, né?
01:27Que os juízes perguntam, tá tudo bem?
01:29A temperatura do ar tá boa pra você, querido?
01:32Você quer um café, né?
01:33Então, a gente ainda tem esse tipo de indignação nas audiências de custódia, David.
01:37Sem dúvida, né?
01:39E a gente vê cenas dessas cada vez mais comuns, realmente,
01:42onde parece que as pessoas de bem não são tratadas da forma como devem,
01:46e aqueles que cometeram crimes nessas audiências de custódia recebem todos esses benefícios.
01:51Mano já ergueu o microfone.
01:53É, eu discordo dessa abordagem, assim.
01:55Eu acho que a gente precisa de um Estado democrático de direito com limites.
02:00O Estado limitado é o Estado que garante direitos fundamentais para as pessoas.
02:07Se a gente tem um Estado sem limite algum, a gente acaba alimentando o leviatã, né?
02:13A gente acaba alimentando um monstro que se volta contra as liberdades de todos nós.
02:18Por isso, ter a submissão de um preso à justiça, que ele veja um juiz, eu acho que é muito importante.
02:28Se a gente tá tendo muitas pessoas que acabam saindo soltas após a audiência de custódia,
02:36a gente precisa pensar como aperfeiçoar o modo como a audiência de custódia funciona,
02:42o tipo de informação que chega até o juiz para tomar aquela decisão,
02:47as prerrogativas também, quando que a gente pode ter prisões preventivas,
02:52a gente pode fazer todo esse debate.
02:54Mas a ideia de prender alguém sem que a pessoa veja um juiz por um tempo muito grande,
03:02eu acho que essa ideia é uma ideia ruim que acaba alimentando muitos abusos.
03:07É, ele vê o juiz, mas muitas vezes não vê ali uma cela de prisão, Mano Ferreira.
03:11Acho que a Ana Beatriz, o Gisualdo também querem falar sobre isso.
03:14Ana, fica à vontade.
03:15Obrigada.
03:15Não, o que eu queria colocar aqui é que, pela fala dos nossos colegas,
03:20a gente percebe que, mais uma vez, o principal problema que a gente se depara
03:26é a falta de segurança jurídica.
03:29Porque a gente tá aqui discutindo a questão da audiência de custódia,
03:32mas o fato é, na audiência de custódia, não existe grande objetividade,
03:38não existem requisitos muito concretos para que você mantenha ou não essas pessoas presas.
03:45E os que existem não são uniformemente aplicados.
03:49Então, quando a gente fala que existe um problema,
03:52este problema é muito mais como o Mano coloca de como essas audiências estão sendo feitas,
03:59de como elas estão sendo presididas, do que propriamente a existência do Instituto.
04:03E aí eu concordo com o Mano que eu acho muito prejudicial a um Estado democrático de direito
04:09que a gente prenda uma pessoa sem que ela passe minimamente por um juiz,
04:15diretamente pelo delegado, vai direto para a cadeia.
04:17Acho que isso não é saudável.
04:20E a gente tem que, para fazer essa análise, pensar não só
04:23ai, tá prendendo o bandido que roubou meu celular, mas no todo.
04:28Mas calma, assim, eu tô entendendo a análise de vocês,
04:31mas aí enquanto a gente vê que mais de 50% das pessoas presas em flagrante,
04:36cometendo algum crime, são liberadas na audiência de custódia,
04:38tem um outro dado também que eu gostaria de trazer para a nossa discussão
04:41sobre a forma como as pessoas têm visto a violência.
04:44Segundo dados do Datafolha, 72% dos brasileiros mudaram de alguma forma a rotina,
04:50né, a qual eles estavam habituados ali, por conta dessa insegurança.
04:54Então as pessoas estão indo para a rua sem alianças, sem o cordãozinho de ouro,
04:58o celular não é utilizado mais na rua.
05:00Aí a gente vê a instituição da audiência de custódia acontecendo e as pessoas inseguras,
05:04então alguma lógica a gente precisa reverter, precisa mudar.
05:06Mas isso é falta de policiamento, não é necessariamente a questão da audiência de custódia.
05:10Veja, eu não sou garantista não, pelo contrário.
05:12Mas não tem a questão também do policial prender muitas vezes e aí ficar...
05:15Mas aí o problema...
05:16Prendeu, acabou de prender e solta já de novo.
05:18É a lei que estabelece quais são os critérios para manutenção da prisão preventiva ou não.
05:23É isso que é feito na audiência de custódia.
05:25Primeiro, analisar se o preso foi eventualmente violado nos seus direitos,
05:28por exemplo, se ele foi agredido.
05:30Segundo, se avaliar se a prisão é proporcional.
05:32Para evitar, por exemplo, aquela velhinha que roubou um saco de açúcar,
05:36ela fique presa de forma indefinida.
05:39Porém, o que ninguém tem falado é que há cerca de 15 dias,
05:42e eu tenho um artigo publicado nisso no site Migalhas,
05:45mudou ou mudaram as regras da prisão preventiva.
05:49E agora ficou mais difícil.
05:50Aquele que é preso em flagrante,
05:53para que ele saia em liberdade,
05:55e isso é apurado na audiência de custódia,
05:57ficou mais difícil.
05:58Por exemplo, crimes com violência ou grave ameaça.
06:00Muito provavelmente agora na audiência de custódia
06:03não haverá a concessão da liberdade provisória.
06:06E o que o juiz faz em uma audiência de custódia?
06:08Aplica o que está no Código de Processo Penal.
06:10Portanto, endurecido agora o Código de Processo Penal,
06:13com essa lei de cerca de 15 dias atrás,
06:16a tendência é que nas audiências de custódia
06:18haja cada vez mais gente colocada em liberdade.
06:21Mas isso é o juiz aplicando a lei.
06:23O problema não é da audiência em custódia em si.
06:25São dos requisitos criados para manutenção ou não
06:28desses criminosos durante a audiência de custódia.
06:32E mais, foi criado também na audiência de custódia agora
06:34um ponto muito polêmico.
06:35Eu tenho outro artigo sobre isso, convido à leitura.
06:38A coleta obrigatória de material biológico.
06:41Aquele que é preso por crimes violentos ou de grave ameaça
06:44deverá se submeter na audiência de custódia
06:46à coleta de material biológico
06:48para que se forme um estudo,
06:50para que se forme um banco de dados mais apurados.
06:54Exatamente.
06:55É um outro ponto muito polêmico e muito interessante.
06:57Não, sabe o que eu ia comentar?
06:58Que a gente tem uma questão no Brasil, estrutural, por assim dizer,
07:02que prejudica a análise que uma audiência de custódia deve fazer.
07:06Então, para a gente ter noção,
07:08se você cometeu um crime num Estado
07:10que não é o que você está agora
07:12e depois você vai a uma audiência de custódia,
07:15muito provavelmente você será considerado réu primário.
07:19Porque as polícias brasileiras não têm,
07:22a justiça brasileira não tem um banco de dados unificado.
07:25é algo absolutamente básico e rudimentar.
07:29E isso mostra que o problema
07:30não é o instituto da audiência de custódia em si.
07:33O buraco é muito mais embaixo.
07:35Porque é algo que é absolutamente simples de você fazer,
07:39que é compilar vários bancos de dados ao redor do Brasil
07:42e parece que ninguém fala sobre isso.
07:45Ninguém tem interesse em fazer com que haja unificação de dados
07:48sobre crimes e criminosos no Brasil.
07:51Então, o que a gente está vendo aqui,
07:52eu entendo muito a insatisfação, a indignação das pessoas
07:56quando vêem pessoas saindo na audiência de custódia.
07:59Mas cabe a nós aqui apontar que o problema não é esse.
08:03Qual que é o problema, então?
08:04Qual que seria a solução viável
08:05para que a gente veja a segurança sendo implementada,
08:08que as pessoas não mudem os hábitos, então?
08:11Por exemplo, eu quando saio também,
08:13eu tomo esses mesmos hábitos
08:14que as pessoas realmente estão mudando na rotina.
08:17Não utilizo o celular na rua,
08:18que nem fui viajar no fim de semana.
08:19Aqui em São Paulo não uso o celular.
08:20Quando você tira o celular na rua,
08:22você fica até receoso.
08:23Eu olho do lado assim, do lado para o outro.
08:25Aí eu lembro, falo, pô, não estão em São Paulo.
08:27A solução é muito milagrosa, David,
08:28é deixar criminosos na cadeia,
08:30não tirá-los da cadeia.
08:32Essa é a solução que a humanidade sempre apresentou,
08:34mas ao longo dos anos...
08:35Depois do processo.
08:36É, depois do processo.
08:37Não, depende se é flagrante, não.
08:39Não, se é flagrante, não.
08:41Todo flagrante significa necessariamente
08:42que o indivíduo é culpado.
08:43Existem flagrantes forjados,
08:45flagrantes adulterados e flagrantes com...
08:46Ah, mas qual percentual, Jesus?
08:47Ainda que seja, ainda que seja um mínimo percentual...
08:51Não, mas ele não pode responder preso?
08:53Se ele é pego em flagrante, pode responder preso.
08:55Hoje, dependendo da gravidade do crime,
08:57ele vai responder preso.
08:58Não haverá mais a concessão da liberdade provisória,
09:00porque alterou a lei.
09:01E a lei parece agora um pouco mais proporcional,
09:03um pouco mais razoável,
09:05para manter a criminalidade grave,
09:07a criminalidade pesada, presa.
09:08Não, a lei é frouxa, mas também os...
09:10Desculpa, é um pouco injusto
09:12a gente colocar toda a responsabilidade
09:15sobre essa sensação de insegurança que a gente vive
09:17no Poder Judiciário ou na audiência de custódia.
09:20Porque a gente precisa, mais do que punir quem cometeu,
09:24é prevenir que os crimes aconteçam.
09:26E isso é feito como?
09:27A partir de treinamento de polícia,
09:28a partir de trabalho de inteligência.
09:31Então, a solução passa por isso.
09:33Preso também é importante.
09:34Claro.
09:34Quando a gente vê a porta giratória,
09:37o volume de gente que tem 30 passagens
09:40e continua tendo novas passagens,
09:43aí é um problema do judiciário.
09:45O judiciário brasileiro é muito bem pago
09:48para apresentar um serviço
09:51que está muito abaixo daquilo que a população merece.
09:54Inclusive, do ponto de vista do tempo
09:56que os processos demoram.
09:58Então, a gente precisa pensar
10:00como fazer com que o judiciário
10:02seja mais eficiente, mais rápido e menos caro.
10:06Mas, mano, o judiciário aplica a lei.
10:07Se a lei é falha,
10:08o problema não é com o judiciário em si.
10:10É a alteração da lei que é necessária.
10:12Mas se o juiz senta em cima do processo,
10:15não é a lei que está mandando ele sentar em cima do processo.
10:17É a liberdade provisória ter requisitos objetivos.
10:19Se esses requisitos objetivos são cumpridos,
10:22o juiz tem que colocar livre.
10:23O que nós temos que mudar é isso.
10:24Eu estou falando da demora nos processos.
10:26Quando o juiz escolhe,
10:28deixar lá no fundo da gaveta.
10:29Por mais caro que seja o nosso judiciário,
10:31e é caro, desproporcionalmente é caro,
10:34nós não temos nem 20 mil juízes no país.
10:36Nem 20 mil juízes.
10:37E hoje há um déficit de funcionários
10:40do Poder Judiciário gigantesco.
10:42Isso não dá, Gesualdo.
10:431,6% do PIB é o custo do nosso judiciário.
10:47É isso que eu estou falando da desproporcionalidade.
10:49Apesar de ser muito caro,
10:50e é, é desproporcional,
10:52nós não temos juízes suficientes ainda.
10:5420 mil contando ministros.
10:55Isso é dado estatístico.
10:57E o maior litigante do Brasil é o Estado.
10:59Sim.
11:00Mais 60% das ações, inclusive.
11:02Então tem algo que é o Estado que precisa resolver.
11:05Como diminuir a quantidade de litigância do próprio Estado
11:09para fazer com que o judiciário tenha
11:11menos processos acumulados.
11:15Então não dá para ficar colocando,
11:16ah não, agora o que a gente precisa para resolver
11:19é mais concurso,
11:21para aumentar o gasto com o juiz.
11:23Não dá.
11:23Não, pelo amor de Deus, não precisamos de mais discussão.
11:26Não é proporcional, gente.
11:27Já temos 210 milhões de habitantes,
11:28temos 20 mil juízes.
11:29É proporcional isso?
11:31O que eu acho...
11:31Ah, ótimo.
11:32Tem que diminuir um pouco, inclusive.
11:33Até a vigilamentalidade dos juízes brasileiros
11:35em grande parte é garantista mesmo.
11:37Mas vocês estão...
11:37Em todos os sentidos, inclusive na vida privada.
11:39Vocês estão esquecendo de uma coisa que é o seguinte, né?
11:42Quando a carta constitucional foi feita,
11:44depois do final da ditadura,
11:46o momento era de muita apreensão.
11:48Então, essa questão de acesso à justiça
11:52era muito cara para o constituinte.
11:54Então, todo mundo pode litigar para qualquer coisa
11:57o tempo inteiro.
11:58E o Brasil, por conta disso,
12:00sofreu uma crescente de judicialização de questões
12:03que não necessariamente precisariam ser levadas
12:06ao poder judiciário.
12:07As pessoas estão acostumadas a falar
12:09vou resolver na justiça, vou para a justiça,
12:11pelas coisas...
12:12Isso é ótimo.
12:13Não, é ótimo.
12:14Mas o que eu acho é assim,
12:16nós como Estado,
12:17diante de todas as falhas que a gente tem
12:19da ineficácia do nosso poder judiciário,
12:21e aí, Jesuado, é ineficaz.
12:23Mas a gente precisa criar mecanismos,
12:26por exemplo,
12:26quando a gente fala de transporte aéreo,
12:28que é uma questão que afeta muitas pessoas no país.
12:32Você vê uma série de iniciativas, por exemplo,
12:34para a resolução extrajudicial desses conflitos.
12:37As companhias aéreas recebem incentivo
12:40para resolver as questões com seus consumidores
12:42antes disso virar um processo.
12:44O que eu defendo aqui
12:46é que a gente tenha mais iniciativas como essas
12:48para tentar desafogar um pouco o poder judiciário
12:51sem precisar fazer mais concursos,
12:53sem precisar por mais dinheiro,
12:54porque o dinheiro tem,
12:55ele só não está sendo utilizado adequadamente.
12:57Não, mas aí a gente está falando
12:57de uma questão que eu acho que vocês
12:59não tocaram no ponto,
12:59do retrabalho que a polícia tem
13:01de prender e, muitas vezes,
13:02ter que voltar a prender aquele mesmo criminoso
13:04que, às vezes, tem 17 passagens pela polícia.
13:06Eu até quero fazer a pergunta
13:07para a nossa audiência,
13:08se você se sente seguro,
13:09se você já mudou algum hábito aqui,
13:11eu vou acompanhar no chat
13:11para saber se só eu estou tendo essa percepção,
13:13porque parece que vocês não estão tendo isso.
13:15É que parte da premissa
13:16é que o policial está sempre errado,
13:17essa cultura bandidólatra
13:18e o judiciário garantista.
13:20Quem tem que perguntar
13:21se tratou bem a polícia
13:22é para o bandido.
13:22Você tratou bem a polícia?
13:23Você agrediu a polícia?
13:24Não é o contrário.
13:25A autoridade policial é o Estado,
13:27é presumido que ele fez o trabalho correto.
13:30A defesa do bandido
13:31tem que provar o contrário,
13:32ainda mais crimes como flagrante,
13:34crimes hediondos,
13:35isso é bem óbvio.
13:36Só que aí, como o Jesualdo colocou,
13:37tem os critérios da lei.
13:39Mas esses critérios também
13:40pode se fazer uma interpretação mais dura
13:42para manter presa a pessoa também.
13:43O que a gente vê
13:44é que o judiciário
13:44tem uma sede em soltar as pessoas
13:46por uma cultura
13:47que está impregnada
13:48nesse judiciário.
13:49E a gente ouve o discurso
13:50de muitos juízes
13:51e observa o descolamento
13:53completo da realidade.
13:54É um discurso de
13:55como está numa torre de marfim
13:57falando para as massas
13:58quando não são afetados
13:59por esses problemas
14:00do dia a dia das pessoas.
14:02E os juízes falam
14:02como se estivessem
14:03num outro mundo.
14:04Vide os salários deles,
14:05os dois meses de férias
14:07e todos os outros penduricalhos
14:09para juízes.
14:10Por isso que eles vivem
14:10num outro mundo.
14:11Eu acho que o primeiro ponto
14:12também que deveria ser visto
14:13é a questão...
14:14Eu tenho passagens pela polícia?
14:15Qual que é o meu histórico?
14:16Porque eu sempre repito
14:17essa frase...
14:17Mas daí isso passa
14:18por compilar os dados de crime.
14:19O verdadeiro pedido de desculpas
14:21é mudança de atitude.
14:22Eu acho que assim,
14:23não existe outra forma
14:24de você pedir desculpas
14:25à sociedade
14:25do que você mudar
14:26a sua atitude.
14:27Aí você vê,
14:27a pessoa reincidindo no crime,
14:29ela não pediu desculpas
14:30de fato à sociedade.
14:31E tem outra coisa.
14:32Em análise de política pública,
14:34tem um conceito fundamental
14:35que se chama contability.
14:37Que quer dizer basicamente
14:38o seguinte.
14:39Qual é o grau
14:40de responsabilidade
14:42que aquela pessoa
14:43que toma a decisão
14:44vai ter
14:46caso a decisão
14:47que ela tomou
14:48gere efeitos negativos
14:49para a sociedade
14:49ou positivos.
14:51Para você incentivar
14:53o bom efeito
14:55e desincentivar
14:56o mau efeito.
14:58Qual é o grau
14:58de contability
14:59do judiciário brasileiro?
15:00Ou seja,
15:01o que é que muda
15:02na vida de um juiz
15:03quando ele manda
15:05soltar errado?
15:06Ou quando ele manda
15:07prender errado?
15:08Nada.
15:08Não muda nada.
15:10Ele continua
15:11simplesmente
15:12como se fosse
15:12a lei da gravidade
15:14ganhando mais
15:15conforme o tempo passa.
15:18O tempo passa
15:19ele ganha mais
15:20independentemente
15:21da qualidade
15:22das decisões
15:23que ele toma.
15:24E isso precisa mudar.
15:26O judiciário brasileiro
15:27ele precisa
15:28ser responsivo
15:30a critérios
15:31de qualidade
15:32para que a gente tenha
15:33uma prestação
15:35de serviço
15:36que seja minimamente
15:37coerente
15:38com o custo
15:39que esse serviço
15:40traz para a sociedade.
15:42Mas hoje
15:42o judiciário
15:43é quase
15:44uma casta
15:45intocável
15:46que decide
15:46como quiser
15:47e não tem
15:48consequência nenhuma
15:49para a vida
15:50do próprio juiz.
15:51Perfeito,
15:51além de não ter
15:52consequência
15:53se ele fizer
15:53muita besteira
15:54o judiciário
15:55decide
15:55vai para casa
15:56recebendo salário.
15:57Então é uma
15:58é completamente
15:59descolado
16:00da realidade
16:00o mundo dos juízes
16:02e ainda quando vai lá
16:02muitos dos juízes
16:03soltam bandidos
16:04e a sociedade fica
16:06poxa, a gente paga
16:06tanto para isso
16:07para ter bandido solto.
16:08Juízes não são demitidos
16:09são aposentados
16:11compulsoriamente
16:12com valores
16:13proporcionais
16:13recebimentos
16:14isso é absurdo
16:14fora férias
16:15de 60 dias
16:16são essas regalias
16:18que a gente é contrário
16:19mas não que o juiz
16:19tenha um bom salário
16:20para que ele dê
16:22tranquilidade
16:22para fazer um julgamento
16:23que o judiciário
16:24tenha estrutura
16:24que hoje não tem
16:26em que pese
16:26ser extremamente caro
16:28e é extremamente caro
16:29porque banca altíssimos
16:30salários
16:31de juízes
16:32e não dos funcionários
16:33de um modo geral.
16:34E aí a gente vê
16:35pouca efetividade
16:36em relação
16:36à análise
16:37desses dados
16:38a questão da
16:38residência criminal
16:39e com isso
16:40a população sofrendo
16:41tendo que mudar
16:41os seus hábitos
16:42então assim
16:42acho que esse que é o ponto
16:44de realmente haver
16:45uma alteração
16:46nas leis
16:46para que a lei
16:47esteja cumprida
16:47mas com mais rigor
16:49não de forma branda
16:50como a gente vê
16:50muitas vezes
16:51não sei se alguém
16:52compactua da mesma
16:53eu só acho que segurança
16:54passa necessariamente
16:55por polícia na rua
16:56e cada vez menos
16:57o estado de São Paulo
16:57tem isso
16:58basta ver que
16:59vou dar um dado aqui
17:00há 30 anos atrás
17:01nós tínhamos
17:02mais policiais
17:03do que temos agora
17:04policiais militares
17:05na rua
17:05do que temos agora
17:06a população aumentou
17:07e a polícia caiu
17:08vou dar um dado pessoal
17:09eu estava aqui
17:09nós estamos aqui
17:10na Paulista
17:11e hoje
17:12antes de chegar
17:13aqui na Jovem Pan
17:14eu estava andando
17:14pela rua
17:14e estava usando
17:15meu celular na rua
17:16porque tinha policial
17:17em cada esquina
17:18é o policial
17:19e tinha a polícia
17:21militar também
17:22isso traz segurança
17:23ao cidadão
17:23portanto segurança
17:25pública passa
17:25no primeiro momento
17:26pela polícia
17:27e infelizmente
17:28o número de policiais
17:29militares
17:30no estado de São Paulo
17:31diminuiu
17:31não fosse o aumento
17:32da GCM
17:33o problema seria ainda maior
17:35mas aí a gente vê
17:36em várias cidades
17:37Rio de Janeiro
17:38tem algumas cidades
17:38que você não consegue utilizar
17:39por exemplo
17:40qualquer coisa
17:40sem que os bandidos
17:42ajam
17:42às vezes até a polícia
17:43recomendou
17:43não usa o celular
17:44aqui nessa rua
17:45ou não deixa a pessoa
17:46da própria polícia
17:48eu já ouvi isso
17:48acho que o ponto é esse
17:49como a gente
17:50de alguma forma
17:51normalizou isso
17:53como se fosse
17:54uma premissa básica
17:55outro dia eu tava
17:56num carro de aplicativo
17:58e eu tava conversando
17:59com o motorista
17:59e ele falou
18:00exatamente sobre isso
18:01a passageira quis
18:02ir com o vidro aberto
18:03eu falei uma vez
18:04vamos pegar seu celular
18:05eu falei duas vezes
18:06vamos pegar seu celular
18:07ah imagina
18:08na terceira vez
18:09o moço de bicicleta
18:11passou e pegou
18:11o celular dela
18:12então assim
18:13bandido
18:13é o moço de bicicleta
18:15enfim
18:15o bandido
18:16pegou o celular dela
18:17e aí ela ficou brava
18:19e disse que São Paulo
18:19era uma cidade
18:20muito violenta
18:21e ele falou assim
18:21poxa mas eu te avisei
18:22várias vezes
18:23a gente de alguma forma
18:24tá normalizando
18:26que a gente não pode
18:27sair de celular na rua
18:28que eu não posso sair
18:29pra correr no parque
18:30de manhã
18:30com a minha aliança
18:31de casamento
18:31e isso é muito traumático
18:33porque como a gente
18:34vai criar os nossos filhos
18:36num ambiente
18:36que a gente não tem
18:37liberdade de andar na rua
18:39que a gente não pode
18:39usar os nossos pertences
18:41que a gente não pode
18:41parar um carro
18:42sem ser num estacionamento
18:43de 50 reais
18:44porque a gente tem medo
18:45que alguém vai roubar
18:46ele na rua
18:47isso é muito doloroso
18:48como sociedade
18:48e aí o criminoso
18:49que cometer muitos crimes
18:51ele ganha uma série de TV
18:52pra ainda ter um
18:53grande fã clube
18:54e tem uma série
18:56de questões
18:56que a gente precisa
18:57avaliar também
18:58sobre a percepção
19:00de que onde existe
19:01o crime organizado
19:02agindo
19:03também tem
19:03o favorecimento
19:04da segurança pública
19:05por exemplo
19:05já citei aqui no programa
19:06alguns lugares
19:07que você vai
19:08onde as facções
19:10não deixam
19:11que as pessoas
19:12sejam roubadas
19:12pra você estimular o turismo
19:14e com isso também
19:14eles terem lucro
19:15então assim
19:15olha a inversão de valores
19:16que a gente vive atualmente
19:18pois é
19:19mas a gente não pode
19:20também entrar
19:21numa narrativa
19:22como se os bandidos
19:24fossem pacificadores
19:25porque
19:26em muitos lugares
19:28territórios
19:29em que os bandidos
19:30são
19:31quase
19:31estalam uma espécie
19:33de monarquia
19:34praticamente
19:34onde
19:35o morador
19:37ele é submetido
19:38a toda a série
19:39de arbitrariedades
19:40pela simples vontade
19:42do bandido
19:42há lugares
19:44no Rio de Janeiro
19:45em que
19:45o chefe do morro
19:47ele escolhe
19:48qual é
19:49a mulher
19:49qual é a filha
19:51que ele vai
19:52namorar
19:53e a mulher
19:55obviamente
19:55não tem escolha
19:56diante disso
19:57então
19:57há crimes até
19:58sexuais
19:59cometidos
20:00por esses bandidos
20:01em nome
20:02desse lugar
20:03que eles se colocam
20:04como se fossem
20:05os grandes guardiões
20:07da comunidade
20:08aqueles que estão
20:09garantindo a segurança
20:10o bem estar
20:11colocando
20:12algum serviço
20:13de vez em quando
20:14dar uma cesta básica
20:15dar algum tipo
20:16de serviço
20:17para tentar
20:18ter uma imagem
20:18positiva
20:19mas tendo
20:21como base
20:22da sua ação
20:23o crime
20:24a violência
20:25e a gente não pode
20:26normalizar isso
20:27a gente precisa
20:28tratar
20:30bandido
20:30como bandido
20:31e polícia
20:32como polícia
20:33e a gente não pode
20:35ter uma imagem
20:36que a gente não pode
20:37ter uma imagem
20:37e a gente não pode
20:38ter uma imagem
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado