Diante do risco de prisão em regime fechado do ex-presidente Jair Bolsonaro, a oposição e o Centrão se articulam para aprovar o projeto de redução de penas para os condenados de 8 de janeiro, o que pode beneficiar o ex-presidente em razão de sua condição de saúde. Entenda a nova ofensiva parlamentar e os bastidores das negociações no Congresso Nacional.
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00:00Porque diante do risco real de prisão em regime fechado de Jair Bolsonaro, a oposição e o Centrão articulam uma nova ofensiva para aprovar o projeto que reduz as penas dos envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro e pode beneficiar o ex-presidente.
00:16Apesar de insistir em uma anistia ampla, a direita quer evitar Bolsonaro na papuda, muito em razão de sua condição de saúde e sinaliza que pode ceder.
00:25Partidos do Centrão, por sua vez, tentam avançar com a iniciativa como uma forma de pressionar o ex-presidente a indicar um sucessor na disputa pela presidência.
00:35No Senado, o entendimento também mudou e parlamentares passaram a sinalizar que aceitariam discutir uma proposta de redução de penas.
00:45Segundo o presidente da Câmara, Hugo Mota, o projeto deve voltar à pauta da casa nos próximos dias.
00:51Você, Cristiano Beraldo, é possível, inclusive, conectar essa discussão dessa notícia, pele da anistia ou da dosimetria, a que nós tratamos há pouco, né?
01:02Em algum momento, essa situação se encontra.
01:05Enfim, queria que você discorresse sobre essa nova ofensiva de parlamentares para tentar avançar com o projeto de redução de penas.
01:14Sem dúvida alguma, quando acontece esse tipo de situação em que as relações entre Congresso e Governo ficam conturbadas,
01:24é um momento adequado para se fazer avançar matérias que o governo vem combatendo dentro do Congresso Nacional.
01:33Acho que a maior delas, a que tem maior simbolismo, sem dúvida alguma, é sim o PL da anistia.
01:39Por quê? Porque o governo, ele não está preocupado, se é justo ou não, manter presas aquelas pessoas do 8 de janeiro.
01:48Algumas estão lá com uma história bastante crível de que elas realmente não tinham absolutamente nada a ver com o quebra-quebra,
01:59com o que aconteceu, mas foram presas.
02:02Algumas foram condenadas a mais de 15 anos de cadeia, estão lá cumprindo pena,
02:08e o governo insistindo de que essas pessoas, né?
02:12Porque nós não estamos falando como aqueles marginais que foram presos, foram presos não, foram eliminados,
02:19corretamente eliminados pela Polícia do Rio, que estavam de uniforme de guerra no meio da mata armados.
02:25É, porque eles estavam defendendo o território, eles dominaram o território, acabaram com a soberania brasileira dentro daquele território,
02:35e eles estavam ali como soldados para preservar o controle daquele território.
02:41Quando você olha para o 8 de janeiro e as pessoas que foram presas, você não tem absolutamente nenhuma característica semelhante a essa.
02:49Aquelas pessoas que estavam ali, elas eram, e a gente viu isso repetidamente, pais e mães de família, avós,
02:59figuras que claramente não tinham condição de formar um exército capaz de se organizar para tentar tomar o poder, né?
03:11Destituir o poder que estava no Brasil.
03:15Então, você veja que o governo vai insistindo nessa narrativa porque ele quer um ganho eleitoral com isso.
03:22Para ele é estratégico e importante colocar essas pessoas que, obviamente, elas estão longe dos holofotes, né?
03:31A gente vai perdendo a lembrança e a memória até da imagem dessas pessoas que elas estão presas de incomunicáveis, né?
03:38De rede social, etc.
03:40E o governo quer emplacar cada vez mais essa narrativa.
03:43Se é aprovado o PL da Anistia, o governo sofre, sim, um baque, não do ponto de vista legal, não do ponto de vista, né, ali, da condução do governo,
03:55mas um baque político eleitoral tendo em vista as eleições do ano que vem.
04:00Talvez essa seja, sim, a melhor resposta que o Senado possa promover contra o governo em retaliação à indicação de Jorge Messias para o Supremo.
04:08Rápida parada para você que nos acompanha pela rede.
04:13Mas nós seguimos aqui debatendo com os nossos comentaristas.
04:16Mota, trata-se de uma oportunidade, talvez, única para avançar com o projeto da Anistia?
04:24Eu não sei responder essa pergunta, Canhato.
04:31Eu acho que, me parece, que a hesitação que a oposição tem demonstrado em relação a esse assunto
04:41colocou o país numa situação muito difícil.
04:47Durante algumas semanas, quase todo dia, a gente comentava esse assunto, né?
04:53Não, agora fulano disse que o projeto vai avançar.
04:57Agora o projeto voltou à pauta.
04:59Não, agora a oposição está unida em torno desse assunto.
05:04O Estado de Saúde Jair Bolsonaro já é conhecido há muito tempo.
05:09Eu acho difícil que isso seja uma razão para que a oposição agora se una e consiga aproveitar,
05:17aprovar um projeto de anistia que ela não teve, até agora, determinação, interesse, organização.
05:27Realmente eu não sei qual é a causa.
05:29Porque sempre me pareceu que esse projeto de anistia era uma das duas pautas
05:38que ia fazer com que a oposição dominasse o debate político.
05:43A outra é a segurança pública estar sendo muitíssimo bem aproveitada.
05:48Mas e a anistia?
05:49Como é que se deixou isso de lado?
05:52É evidente que a situação de saúde de Jair Bolsonaro é extremamente precária.
05:57Os responsáveis por esses processos não se importam com isso.
06:03Me parece às vezes que os parlamentares da oposição descobrem isso todo dia.
06:09Oh meu Deus, a situação de Jair Bolsonaro é grave.
06:13Precisamos fazer alguma coisa.
06:14Ela é grave há muito tempo.
06:17A situação de saúde de Jair Bolsonaro,
06:20a situação política de Jair Bolsonaro,
06:22a situação jurídica de Jair Bolsonaro,
06:25não só a de Jair Bolsonaro.
06:27Há inúmeros outros brasileiros nessa situação.
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