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NotíciasTranscrição
00:00:00Olá, vocês que nos acompanham sabem da tragédia que ocorreu no Rio de Janeiro essa semana e que estamos debatendo em vários programas da Jovem Pan, como no Visão Crítica.
00:00:16Já fizemos isso duas vezes e vamos hoje no Só Vale a Verdade discutir esse tema que é um tema tão complexo que assustou o Brasil, assustou o mundo, a proporção dos fatos que lá ocorreram, que é a questão do crime organizado dominando parcela do território nacional, desenvolvendo essas atividades ilícitas, tráfico de drogas, equação sobre a população, impedindo a livre circulação das pessoas e, por outro lado, ação repressiva do Estado,
00:00:42no caso particular do fato ocorrido nessa semana que está terminando, da ação da Polícia Civil, da Polícia Militar e até, ao menos nesse momento, o que se sabe que o número de mortos são de 121 mortos, dos quais 4 seriam policiais e os outros 117 civis supostamente, eu digo supostamente, em caixa alta, vinculados a organizações criminosas e, no caso, a organização criminosa específica,
00:01:12naquele local da parte do Rio de Janeiro ao Comando Vermelho. Foi algo que se repercutiu no mundo inteiro e, certamente, vai trazer prejuízo. Eu fico pensando no campo econômico, turístico, que turista vai pensar duas vezes ao Rio de Janeiro no final do ano ou ao Carnaval,
00:01:29mas a questão é muito mais complexa do que a questão turística e da chegada de estrangeiros ao Brasil. Envolve a questão da segurança pública.
00:01:38E hoje o nosso convidado, o Coronel José Vicente, já esteve conosco, ex-secretário nacional de segurança, mestre em psicologia social.
00:01:47E a nossa conversa com o Coronel José Vicente, nós brincamos sempre, Coronel, é que, a partir de um certo momento, nós temos uma espécie de meridiano imaginário aqui,
00:01:58como se fosse o editor de exilhas. E, para nós, nós sempre dizemos, a partir desse momento, só vale a verdade, Coronel.
00:02:06Eu pergunto ao senhor. Estive lendo mais material hoje, todos esses dias, para tentar compreender, primeiro, a questão local,
00:02:17para depois expandir para a questão nacional. Primeiro, o fenômeno carioca. Um pouco fluminense, que se estende a Baixada,
00:02:25a São Gonçalo, do outro lado da Bahia, mas, especialmente, ao fenômeno carioca.
00:02:30Não causou estranheza ao senhor, por exemplo, o funcionamento de serviços municipais em plenos, naqueles momentos de combate,
00:02:39que deveriam ter sido preservados, por exemplo, escolas, serviço público em geral.
00:02:45Segundo alguns, as pessoas, na hora, foram surpreendidas por aquilo.
00:02:49Por outro lado, também, não causou surpresa. Eu vou citar vários fatos, mas só mais um,
00:02:54para depois entendermos um pouco a operação militar, para depois discutir a questão mais estrutural da segurança pública.
00:03:01O número de fuzis apreendidos, que eu imaginei, pelo que se falava, que seria um número muito maior.
00:03:07E parece que o número de fuzis apreendidos é inferior ao número de mortes nessa tragédia que lá ocorreu.
00:03:12Eu poderia dar outros exemplos que passariam, se a questão se a tropa foi treinada ou não,
00:03:18a questão da autópsia, que vai revelar o melhor, certamente, como é que essas mortes ocorreram.
00:03:22E até o nome daqueles que lá faleceram, que hoje estão surgindo a história de cada um,
00:03:29mas nós não sabemos do conjunto.
00:03:32Eu vou chamar de vítimas do enfrentamento, com todas as aspas possíveis,
00:03:37que nós não estamos aqui para glorificar o crime organizado, nada disso,
00:03:41mas para fazer uma discussão que não é política panfletária,
00:03:44como faz o governador do Rio de Janeiro, que só falta ser candidato ao Prêmio Nobel da Paz.
00:03:49Nós estamos vendo cada Prêmio Nobel ultimamente, então nós estamos discutindo seriamente.
00:03:54E porque também, legalmente, existe, se há resistência por parte daquele frente à polícia,
00:04:00a polícia tem que reagir, mas precisa ver de que forma também isso ocorreu.
00:04:05Nós não sabemos ainda o conjunto dos fatos.
00:04:07Eu pergunto ao senhor como primeira questão.
00:04:09Houve, na leitura que o senhor tem, com as informações que o senhor tem agora,
00:04:15um planejamento no sentido científico de ocupação de uma região e cumprir mandatos judiciais,
00:04:21destaca-se da forma como deveria ser feita,
00:04:25dentro da tradição de outras operações que já foram feitas por outras polícias estaduais,
00:04:30como, por exemplo, em certos momentos da história de São Paulo?
00:04:32São duas questões aí.
00:04:34Uma questão é o planejamento, outra é a execução do que estava no plano.
00:04:38Perfeito.
00:04:39O bom plano, qualquer área de negócio ou numa área policial,
00:04:43ele já prevê, de certa forma, o sucesso da operação.
00:04:46O bom plano é aquele que é facilmente implantado, ou implantado com relativo sucesso.
00:04:52O que nós percebemos, de maneira geral, pela declaração,
00:04:55a gente não tem cópia do plano, mas pela declaração das autoridades,
00:04:58que esse plano foi bem concebido.
00:05:00Ele foi antecedido de um longo período de avaliação,
00:05:04levantamento de informações, chamada inteligência da polícia.
00:05:08Tanto assim que conseguiram evidência suficiente para que o juiz emitisse
00:05:12mais de, em torno de 150 mandados de busca e apreensão,
00:05:15dando os endereços onde, possivelmente, estariam criminosos,
00:05:20materiais, drogas, armas, etc.
00:05:22E também instruíram cerca de 69 mandados de prisão de criminosos aí,
00:05:29então, procurados.
00:05:30A partir daí, foi feito um plano durante dois meses, é o que consta.
00:05:34E depois, a execução desse plano.
00:05:37Mas a gente prevê algumas coisas que falharam aí.
00:05:40Um, o diálogo que não foi muito à frente com a Polícia Federal.
00:05:43Consta que houve esse relacionamento, tentando obter alguma coisa.
00:05:48A Polícia Federal tem insumos importantes de inteligência.
00:05:50inteligência quer dizer informações sobre criminosos, informações sobre drogas,
00:05:54fluxo de drogas, etc, etc.
00:05:57Mas falhou uma primeira etapa, você mencionou aí,
00:06:01a questão de prever as consequências da operação em si.
00:06:06Aquilo é igual um terremoto, o epicentro ali na Penha, complexo do Alemão,
00:06:11mas e as repercussões, em geral, para as comunidades vizinhas e para toda a cidade,
00:06:16que acabou acontecendo, o que seria previsível que acontecesse.
00:06:20Não, terroristas, eu quero transformar em terroristas, mas os membros da facção não gostaram da história
00:06:28e acabaram fazendo um pouco de terrorismo na cidade.
00:06:33Isso porque acabaram, no momento de pré-rush da cidade, quase o final do dia,
00:06:40acabaram fazendo interrupções do trânsito de mais de 20 vias da cidade.
00:06:44Inclusive, grandes artérios, como a Avenida Brasil, a linha vermelha e amarela.
00:06:48Isso causou muito impacto. Muitas escolas fecharam, empresas fecharam,
00:06:53soltaram mais cedo os seus funcionários e criou-se um clima de terrorismo na cidade,
00:06:57de pânico na cidade. Aí houve falha porque a prefeitura não foi notificada.
00:07:02E a prefeitura tem um bom sistema de coordenação de problemas graves do município,
00:07:08inclusive de trânsito. Tem um centro de operações para isso.
00:07:11E não foram comunicados, não pediram essa colaboração, inclusive, da prefeitura por essa parte.
00:07:17Ela tem agência de trânsito, tem guarda municipal, tem estruturas para colaborar,
00:07:22foi pega de surpresa. Isso foi ruim.
00:07:24Por outro lado, a execução, ela acabou sendo gravemente comprometida,
00:07:31porque, no meu entendimento, houve falha na execução,
00:07:33no controle das ações da tropa.
00:07:38Isso acabou acarretando, inclusive, os excessos que, no meu entendimento, aconteceram.
00:07:44O primeiro falha grave dessa operação é a morte de quatro policiais.
00:07:50Dois, pelo menos, foram praticamente no começo da operação, em torno das nove horas.
00:07:54Isso costuma, inclusive, incrementar um ânimo vingativo nos policiais.
00:07:58Isso é normal, e não só no Rio, e não só no Brasil.
00:08:02Esse é um problema.
00:08:04Um problema de controle dessa tropa policial a partir daí.
00:08:08Quando anuncia a morte de um policial, aquilo provoca um choque na estrutura policial.
00:08:14É necessário, inclusive, ter o preparo da tropa para essas coisas antes de começar a operação.
00:08:20E algumas coisas começam a aparecer, como, por exemplo,
00:08:24o que eu chamo de insucesso da operação,
00:08:26além da morte dos policiais,
00:08:28Um dos policiais mortos tinha apenas 40 dias, praticamente, de trabalho na Polícia Civil.
00:08:34Praticamente, um estagiário, e vai para uma ação dessa,
00:08:38onde era previsível um confronto pesado.
00:08:41É sempre importante ressaltar que havia criminosos fortemente armados,
00:08:45tanto que foram prendidos mais de 90 fuzis.
00:08:48Fuzis são armas de guerra,
00:08:50utilizadas por exército e atividade de guerra.
00:08:52São usados especialmente no Rio de Janeiro para controle de territórios.
00:08:57Controle e conquista de territórios.
00:09:00É guerra mesmo.
00:09:02Então, o ambiente era guerra.
00:09:04Tanto que nós tínhamos lá um batalhão de choque da PM,
00:09:07tinha um batalhão de operações especiais da PM,
00:09:10e tinha ainda uma coordenadoria de recursos especiais,
00:09:13que é quase um batalhão de choque da Polícia Civil.
00:09:15Mas tinha dois batalhões do policiamento, que nós chamamos de territorial,
00:09:19que cuidam do patrulhamento de bairros,
00:09:21que não tinham tanto preparo também para esse tipo de confronto.
00:09:25É necessário até verificar que treinamento, que preparo,
00:09:28além do treinamento, o preparo para essa operação.
00:09:31É muito diferente, eu já comandei batalhão por muito tempo,
00:09:34e em alguns momentos que a gente ia fazer uma reintegração de postos, por exemplo,
00:09:38se irá o pessoal do policiamento numa atividade,
00:09:40uma ação tática como essa,
00:09:42o comportamento é diferente.
00:09:44Não tem o preparo, o mesmo preparo de quem já está
00:09:47frequentemente fazendo esse tipo de ação.
00:09:51E aí nós tivemos algumas coisas,
00:09:52que tem muitas perguntas a serem respondidas,
00:09:55que mostram deficiências operacionais graves.
00:09:58Como é que deixaram 60 corpos numa mata?
00:10:00Isso eu não entendi.
00:10:01Não dá para entender, porque se houve morte,
00:10:04cada morte precisa de uma preservação.
00:10:06Ah, mas o local é muito difícil,
00:10:08difícil acesso de fazer preservação.
00:10:10Alguma estrutura de contenção precisaria ser feita
00:10:13para preservar o local.
00:10:15Preservar quer dizer manter o local como está,
00:10:17com os corpos ali no chão,
00:10:20para que viesse depois a perícia dar uma olhada
00:10:22nas condições que essas pessoas morreram.
00:10:25Porque isso manda a lei.
00:10:28Não é que o policial pode optar ou não por isso.
00:10:31É mandatório, como se diz.
00:10:33É preciso preservar o local para fazer a perícia.
00:10:36A polícia do Rio está acostumada a não fazer isso.
00:10:38É muito frequente acontecer.
00:10:40Acaba arrastando o cadáver, tirando o local.
00:10:43Às vezes, sob a desculpa de que esse cadáver,
00:10:45na verdade, a pessoa está gravemente ferida
00:10:48e morre no caminho do hospital,
00:10:49quando já morreu, na verdade.
00:10:51Que é fraude processual também.
00:10:53Então, há muitas coisas erradas,
00:10:55mas o que mais me chama a atenção
00:10:57é uma operação policial com 121 mortos.
00:11:01É uma calamidade.
00:11:02A gente retroage um pouco no tempo.
00:11:04E vamos verificar, se não me engano,
00:11:06em 1993,
00:11:08nós tivemos o famoso episódio da Candelária.
00:11:12São 21 mortos colocados lado a lado,
00:11:14ali na Candelária,
00:11:16depois da morte de um ou dois policiais.
00:11:19Foi uma ação vingativa da polícia
00:11:21e os corpos estavam lá.
00:11:21E daí, nós temos,
00:11:24esses décadas depois,
00:11:25repete-se o mesmo problema.
00:11:27Com uma infinidade imensa de 20.
00:11:29Ah, mas eram bandidos.
00:11:31Não é porque é bandido
00:11:31que é natural que ele tenha sido morto.
00:11:34A polícia tem um compromisso com a lei.
00:11:36E tem um compromisso com a ética profissional.
00:11:39Ele é bandido,
00:11:40mas eu só vou atirar
00:11:41se houver realmente uma situação
00:11:43de confronto, de legítima defesa.
00:11:46Então, todas as declarações,
00:11:49nada de sobriedade por parte das autoridades,
00:11:51que até festejam o sucesso da operação,
00:11:54descontada a morte dos policiais,
00:11:57pareceu até um problema menor
00:11:58e não é um problema menor.
00:12:00E esse é um contexto,
00:12:02enfim, acaba sendo vergonhoso.
00:12:04Mais vergonhoso do que isso,
00:12:07só vendo os políticos
00:12:08querendo tirar uma vantagem política
00:12:10de uma situação trágica como essa.
00:12:13É, lembrar que,
00:12:15a quem nos acompanha,
00:12:16no Rio de Janeiro,
00:12:17o Esquadrão da Morte,
00:12:18anos 60,
00:12:19quando ele surge,
00:12:21com a morte do investigador Lecoque,
00:12:24por um bandido chamado
00:12:25Cara de Cavalo,
00:12:26que era como ele era conhecido,
00:12:28há toda uma perseguição.
00:12:30A partir de então,
00:12:32cria-se a organização paramilitar,
00:12:35do Esquadrão da Morte,
00:12:37que chega a ter símbolos,
00:12:39bandeiras,
00:12:39até porta-voz,
00:12:40e aí começa a criar
00:12:43seus tribunais do crime
00:12:45e matar bandidos.
00:12:47Isso estendeu a São Paulo.
00:12:49Não podemos esquecer,
00:12:51e aqui tivemos um promotor,
00:12:52um homem muito firme
00:12:54para combater o Esquadrão da Morte
00:12:56aqui em São Paulo,
00:12:57Hélio Bicudo.
00:12:58Leiam o livro
00:13:00Meu Depoimento
00:13:01sobre o Esquadrão da Morte,
00:13:03porque aquilo que começou lá no Rio
00:13:05chegou também a São Paulo,
00:13:07e aqui houve também
00:13:08uma associação
00:13:09com a repressão política
00:13:10no Departamento
00:13:11de Ordem Política e Social.
00:13:14O delegado de então,
00:13:16Sérgio Paranhos Fleury,
00:13:17estava envolvido
00:13:18no Esquadrão da Morte,
00:13:20de acordo com a condenação
00:13:22feita pelo doutor
00:13:24Hélio Bicudo,
00:13:25que era o acusador,
00:13:26daí que surgiu a lei Fleury,
00:13:28que vocês já devem ter ouvido falar,
00:13:30e a vinculação
00:13:32com a repressão política,
00:13:33e aí tem inúmeros exemplos.
00:13:35Se eles forem ao Dópez,
00:13:36ao Largo General Osório,
00:13:37visitem lá o museu
00:13:39para ver o que foi
00:13:39a repressão política.
00:13:40Mas lembrar que tinha esse pé
00:13:42com o Esquadrão da Morte,
00:13:44e aí tem uma literatura
00:13:45que também eu citei
00:13:46o Hélio Bicudo,
00:13:47mas há uma literatura
00:13:48grande sobre isso,
00:13:50inclusive um livro
00:13:51do Percival de Souza,
00:13:52que eu estou me lembrando agora,
00:13:54o importante jornalista policial,
00:13:56é um belo trabalho também
00:13:57sobre o Esquadrão da Morte.
00:13:58Mas para voltarmos aqui
00:14:00ao caso Carioca,
00:14:03o triste caso Carioca,
00:14:04que é a questão
00:14:07que nós precisamos saber,
00:14:09coronel,
00:14:10que eu fico pensando,
00:14:11já foi examinada
00:14:12as câmeras corporais,
00:14:13por exemplo,
00:14:14porque há uma exigência
00:14:15legal para isso.
00:14:17Mais informações,
00:14:18porque o número
00:14:19de fuzis,
00:14:20muitas vezes recolheram
00:14:21o fuzil,
00:14:21mas não o cadáver.
00:14:24Houve, então,
00:14:24portanto,
00:14:25uma alteração,
00:14:26provavelmente,
00:14:26da forma como
00:14:27aquela pessoa foi morta,
00:14:29em combate ou não.
00:14:31Será que todos foram mortos
00:14:32em combate?
00:14:33Essa autópsia que pode,
00:14:34presumo eu,
00:14:35não sou especialista,
00:14:36pergunto ao senhor,
00:14:37é que poderia dizer.
00:14:38Então,
00:14:39há uma série de fatos
00:14:40que ainda,
00:14:41no momento,
00:14:41causam estranheza
00:14:42e já querem comemorar
00:14:44algo que sequer
00:14:45não sabemos
00:14:46o conjunto dessa operação,
00:14:48se ela foi um êxito,
00:14:49foi um sucesso,
00:14:50ou, na verdade,
00:14:51conduziu a uma tragédia
00:14:53que pode se reproduzir
00:14:54a um novo enfrentamento
00:14:56muito mais violento
00:14:57num futuro
00:14:58até a curto prazo
00:15:00e há uma reação
00:15:01da população
00:15:02de entender
00:15:02que os milicianos
00:15:04são seus defensores
00:15:05frente ao estado opressor,
00:15:07né?
00:15:08É,
00:15:08o que assusta
00:15:09a gente,
00:15:11são duas questões
00:15:11interessantes.
00:15:13Um,
00:15:14que a população
00:15:14oprimida pela,
00:15:16até nesse contexto,
00:15:17ela é oprimida
00:15:18pelos traficantes
00:15:20que comandam
00:15:21as comunidades.
00:15:21São centenas de comunidades.
00:15:23Não é só a Penha
00:15:24e o Complexo do Alemão.
00:15:25tem centenas.
00:15:28Elas acabam
00:15:29apoiando a morte
00:15:30desses criminosos.
00:15:33Isso gera,
00:15:34naturalmente,
00:15:34um potencial político
00:15:36muito positivo
00:15:37pra quem defender
00:15:38essas mortes.
00:15:40Nós temos políticos
00:15:41que cansaram
00:15:42de reivindicar
00:15:44prestígio heróico
00:15:46porque mataram.
00:15:47Não,
00:15:47eu matei mesmo.
00:15:49Caramba!
00:15:51E isso parece natural
00:15:52para uma população
00:15:53amedrontada,
00:15:54parece natural
00:15:55que bandidos morram
00:15:56antes dele
00:15:57do que eu.
00:15:59A pesquisa
00:15:59que já foi feita
00:16:00sobre essa ação
00:16:02no Rio de Janeiro
00:16:02mostra que 80%
00:16:03da população
00:16:04das favelas
00:16:05aprovaram a operação.
00:16:07Não é de estranhar
00:16:08quando houve
00:16:09aquela matança
00:16:10no Carandiru
00:16:11em novembro
00:16:12de 1992
00:16:13em São Paulo,
00:16:14foi feita
00:16:15uma pesquisa
00:16:15por telefone
00:16:16e a população
00:16:17aprovou em massa
00:16:19a morte
00:16:19daquelas pessoas.
00:16:21A gente
00:16:21que é da polícia,
00:16:23eu acabo
00:16:24ficando
00:16:24numa posição
00:16:25antipática
00:16:25com a polícia,
00:16:26mas eu tenho
00:16:27compromisso
00:16:27com a verdade
00:16:28aqui com você.
00:16:29Eu,
00:16:30uma questão
00:16:30de integridade
00:16:31pessoal,
00:16:32eu faço
00:16:34a minha crítica
00:16:34livre disso.
00:16:36Cansei de ver
00:16:37pessoas que estiveram
00:16:38no Carandiru
00:16:39falando
00:16:39de policiais
00:16:41metralhando
00:16:41presos
00:16:42atrás das grades.
00:16:43isso foi
00:16:44objeto
00:16:45de processo,
00:16:46então não estão
00:16:46falando novidade
00:16:47aqui.
00:16:48Assim como
00:16:49ao longo
00:16:49da história
00:16:50dos meus
00:16:5030 anos
00:16:51na polícia
00:16:52mais outros
00:16:5232 que já
00:16:53estão fora
00:16:53da polícia,
00:16:55as narrativas
00:16:56que a gente
00:16:56ouve
00:16:57de barbaridade
00:16:58policiais
00:16:59falando como
00:16:59se fossem
00:17:00coisas naturais.
00:17:02E esses heróis
00:17:03depois,
00:17:03de unidades
00:17:04heróicas
00:17:05depois vão
00:17:05pedir os votos
00:17:07das pessoas,
00:17:08eu quero esse
00:17:08cara aí
00:17:09que eu estou
00:17:09precisando dele.
00:17:11Então nós
00:17:11temos essa
00:17:12situação,
00:17:13população
00:17:13aplaude,
00:17:14na verdade o
00:17:15aplaude é
00:17:15compreensível
00:17:16que são uma
00:17:17população
00:17:18intimidada.
00:17:20E agora
00:17:21o proveito
00:17:23político
00:17:23disso,
00:17:24que é uma
00:17:24coisa vergonhosa,
00:17:25é vergonhosa
00:17:26a ação
00:17:26que mata
00:17:27muita gente.
00:17:28É vergonhosa
00:17:29uma ação
00:17:29que não conseguiu
00:17:30proteger
00:17:31seus policiais
00:17:32a ponto de
00:17:32quatro morrerem.
00:17:34Parece só quatro
00:17:34no meio
00:17:35do 121,
00:17:36é muita coisa.
00:17:37Eu sempre coloco
00:17:38fracassou a operação
00:17:40que o policial
00:17:40morreu.
00:17:41A operação
00:17:42no Jacarezinho
00:17:43no Rio de Janeiro,
00:17:43uma favela
00:17:44de 40 mil
00:17:44habitantes,
00:17:46um policial
00:17:46morreu logo
00:17:47na entrada,
00:17:48daí mataram
00:17:48mais 27
00:17:49na operação
00:17:50que seguiu.
00:17:51Um fracasso
00:17:52também.
00:17:53Mas o que a gente
00:17:54percebe
00:17:55de maneira
00:17:55geral,
00:17:57o Vila,
00:17:58é que Rio de Janeiro
00:17:59é um modelo
00:18:01um pouco
00:18:01do que acontece
00:18:02muito no Brasil.
00:18:03A polícia
00:18:04brasileira
00:18:04mata seis mil
00:18:05pessoas por ano,
00:18:07supostos
00:18:08confrontos.
00:18:08ah,
00:18:10mas são bandidos.
00:18:11Mas uma sociedade
00:18:12minimamente
00:18:13civilizada
00:18:15não pode pensar
00:18:15assim.
00:18:17Matar pessoas
00:18:18é uma coisa
00:18:19muito grave,
00:18:20mas são bandidos.
00:18:21Tudo bem,
00:18:21há contexto
00:18:21que é inevitável
00:18:22o uso da força.
00:18:24O treinamento
00:18:25que um policial
00:18:25tem,
00:18:26um treinamento
00:18:26padrão,
00:18:27tem aqui em São Paulo,
00:18:28no Brasil,
00:18:28no exterior,
00:18:30um indivíduo
00:18:30vai atacar um policial
00:18:31pode atacar
00:18:32com a barra de ferro
00:18:33um pedaço de pau.
00:18:34O policial
00:18:34vai treinar
00:18:35para dar dois tiros
00:18:36no tórax
00:18:36do opositor.
00:18:38É uma defesa
00:18:39aceita
00:18:40dessa forma.
00:18:41Por que dois tiros?
00:18:41Porque ele pode errar um.
00:18:42É muito rápido isso.
00:18:44E por que o tórax?
00:18:45Não atira na perna.
00:18:46Porque tem um espaço
00:18:47maior que tem
00:18:48na sua frente.
00:18:49Então,
00:18:50é uma coisa lógica.
00:18:52Então,
00:18:52essa é uma situação,
00:18:53o perigo
00:18:54que o policial
00:18:54enfrenta no seu dia a dia.
00:18:56Ponto.
00:18:57Essa prerrogativa,
00:18:59essa defesa
00:18:59o policial tem.
00:19:00mas não faz sentido
00:19:02você deliberadamente
00:19:03ou por erro
00:19:05de planejamento
00:19:06você matar pessoas
00:19:08que poderiam ter evitado.
00:19:12Porque esse é um conceito
00:19:13praticamente de barbárie
00:19:15na mão do Estado.
00:19:18Nós não podemos
00:19:18consentir nisso.
00:19:20O Rio de Janeiro,
00:19:22os bandidos perigosos,
00:19:23muito armados,
00:19:24mas como é que
00:19:24esse pessoal
00:19:25chegou nesse ponto?
00:19:27O chefe da Polícia Civil
00:19:28que chamou os mortos
00:19:29de narcoterroristas,
00:19:33ele já se sabe
00:19:33que está sendo cogitado
00:19:34para ser candidato
00:19:35ao governo do Estado.
00:19:36Ele falou sobre
00:19:37o impacto
00:19:38de uma picada
00:19:39de mosca azul
00:19:40aí, pelo jeito.
00:19:42Ele vem,
00:19:44coloca como
00:19:44narcoterroristas,
00:19:46mas também
00:19:47nessa fala
00:19:47da Polícia Civil
00:19:48diz que
00:19:49se sabe
00:19:49que naquela área
00:19:50entram 10 toneladas
00:19:52de drogas
00:19:53por mês.
00:19:54Entram 50 armas
00:19:56em média
00:19:56por mês
00:19:57daquela região.
00:19:58Se sabe
00:19:59que entra
00:19:59tudo isso,
00:20:00como é que
00:20:00não sabe
00:20:01como entra
00:20:02para bloquear
00:20:04o acesso?
00:20:06Nós temos,
00:20:07portanto,
00:20:07um conjunto
00:20:08muito grande
00:20:09de problemas
00:20:09que vem se acumulando
00:20:11especificamente
00:20:11do Rio de Janeiro.
00:20:13Eu tenho
00:20:13uma teoria,
00:20:15para mim é muito válida,
00:20:16desses 62 anos
00:20:18vinculados à segurança,
00:20:19que é o seguinte,
00:20:21por que
00:20:21chegou nesse ponto?
00:20:24Chegou nesse ponto
00:20:25de policial ter que
00:20:26entrar nessa região
00:20:28fortemente armado,
00:20:30perder quatro policiais,
00:20:32matar uma quantidade
00:20:34imensa de bandidos,
00:20:35eram pessoas,
00:20:36mataram,
00:20:37sabe lá ser legalmente,
00:20:38ou duvido que seja
00:20:38legalmente,
00:20:39100% nesse caso.
00:20:42Mas,
00:20:42como é que o Rio
00:20:43chegou nesse ponto?
00:20:45Porque a polícia
00:20:45deixou,
00:20:47com sua inércia,
00:20:48ineficiência,
00:20:48incompetência,
00:20:50deixou o crime
00:20:52tomar conta
00:20:53grande parte
00:20:54do estado
00:20:54do Rio de Janeiro.
00:20:56Cresceu
00:20:57sob seus olhos.
00:20:58O artigo 144,
00:21:00parágrafo 1 da Constituição,
00:21:01dá lá para a Polícia Federal
00:21:02prevenir e reprimir
00:21:05o tráfico
00:21:06ilegal
00:21:07de drogas
00:21:08e afins.
00:21:10Está sendo feito?
00:21:12A droga está chegando
00:21:13em quantidades industriais,
00:21:1410 toneladas
00:21:15só nessa região
00:21:15do Rio de Janeiro,
00:21:16de mediações
00:21:17dessa área de operação.
00:21:19Então,
00:21:20todas essas falas,
00:21:21chega algum momento,
00:21:22começa a criar
00:21:23crise de segurança.
00:21:26Crise,
00:21:27toda crise,
00:21:28seja no comércio,
00:21:29na indústria,
00:21:30na área política,
00:21:31ela avisa
00:21:32que vem chegando,
00:21:33dá pequenos sinais.
00:21:34Nesses primeiros momentos,
00:21:35você consegue evitar.
00:21:38Quando ela cresce mais,
00:21:39os meios que você tinha
00:21:40para evitar
00:21:40não são suficientes
00:21:41para você administrar mais.
00:21:43Isso está acontecendo
00:21:44no Rio de Janeiro
00:21:44e em boas partes do Brasil.
00:21:46No caso do Ceará,
00:21:48no caso da Bahia,
00:21:49alguns estados
00:21:50até que estão indo bem
00:21:51porque conseguiram evitar
00:21:52que essa coisa acontecesse.
00:21:54São Paulo
00:21:54deu uma resposta
00:21:55vigorosa
00:21:55contra o PCC
00:21:56aqui em 2006
00:21:57quando a polícia
00:21:58foi atacada.
00:21:59Evitou que a coisa
00:22:00escalasse muito
00:22:01em termos de domínio
00:22:02de território.
00:22:04As facções
00:22:04acabam,
00:22:05como é o caso
00:22:06do PCC mesmo,
00:22:07comando vermelho
00:22:08em outras praças,
00:22:09acabam verificando
00:22:10que é melhor
00:22:10sair
00:22:11desse enrosco,
00:22:13dessa encrenca
00:22:13de briga
00:22:14campal com a polícia
00:22:16e vamos ganhar dinheiro.
00:22:18Nós vivemos
00:22:19uma operação
00:22:19aqui em São Paulo,
00:22:20Carbono,
00:22:22Carbono tem outro nome lá?
00:22:24Oculto.
00:22:25Carbono Oculto.
00:22:26As polícias acham
00:22:27os nomes bonitinhos
00:22:28para essas operações,
00:22:29muito criativas.
00:22:31Já se vê
00:22:31numa outra escala
00:22:33do crime
00:22:34mais estruturado
00:22:35junto com
00:22:36os fraudulentos
00:22:37de sempre.
00:22:38Achar oportunidades.
00:22:40Crime,
00:22:41seja o batedor
00:22:41de carteira,
00:22:42agora é um batedor
00:22:43de carteira mais,
00:22:43é ladrão de celular,
00:22:44seja o traficante,
00:22:47ele trabalha em cima
00:22:47das oportunidades
00:22:48que aparecem.
00:22:50Altas oportunidades
00:22:51e baixo risco.
00:22:53Como é que você
00:22:53administra a segurança?
00:22:54É preciso reduzir
00:22:55oportunidades,
00:22:56é preciso aumentar o risco.
00:22:57Eu aumento o risco
00:22:58quando aumenta a pena,
00:22:59quando aumenta a eficiência
00:23:00policial.
00:23:01Deu controle.
00:23:02Nós estamos em cidade
00:23:03do interior de São Paulo?
00:23:04Claro, existem outros fatores,
00:23:06mas o fato é que
00:23:07nós temos padrões
00:23:08praticamente americanos
00:23:10nas cidades
00:23:11do interior de São Paulo.
00:23:12Muitas também
00:23:13no Rio de Santa Catarina,
00:23:14na Minas,
00:23:15mas algumas dessas regiões
00:23:17são extremamente
00:23:18problemáticas,
00:23:19os instrumentos
00:23:19habituais
00:23:20não conseguem mais
00:23:21controlar.
00:23:24Justamente sobre isso,
00:23:26pegando esse gancho
00:23:27político,
00:23:27Coronel,
00:23:28acho que de um lado
00:23:29eu até já disse,
00:23:31o Brasil provavelmente é,
00:23:34precisa ter estudos,
00:23:35mas pelo pouco
00:23:36que eu conheço,
00:23:37no mundo ocidental,
00:23:38como democracia,
00:23:40onde os legislativos,
00:23:42tanto na esfera municipal
00:23:44e estadual federal,
00:23:45tem o maior número
00:23:45de representantes
00:23:46das polícias civil,
00:23:48militar e das forças armadas.
00:23:50Não há nenhum país
00:23:51na América Latina,
00:23:53por exemplo,
00:23:53que tenha um tão grande
00:23:55número de representantes.
00:23:56Portanto,
00:23:56a insegurança pública,
00:23:58não a segurança,
00:23:59a insegurança é um ativo
00:24:00eleitoral que dá voto.
00:24:02E 99,99 desses eleitos
00:24:05pouco fazem
00:24:06para construir
00:24:07uma política
00:24:07de segurança pública,
00:24:10porque a segurança
00:24:11tira voto
00:24:11e o que dá voto
00:24:12é a insegurança.
00:24:14É um negócio inacreditável,
00:24:15isso é Brasil,
00:24:16isso não ocorre na Argentina,
00:24:17não ocorre no México,
00:24:19o México passa
00:24:19uma situação muito difícil,
00:24:22especialmente na região
00:24:22centro-norte,
00:24:23com os cartéis,
00:24:24mas esse é um fenômeno
00:24:25aqui do Brasil,
00:24:26precisa entender por quê.
00:24:28Basta ver
00:24:28o Congresso Nacional,
00:24:30dar uma olhada
00:24:31na Câmara dos Deputados
00:24:32e nas Assembleias Relativas
00:24:33e na Câmara dos Vereadores.
00:24:35Então,
00:24:36é um ativo eleitoral
00:24:37que dá voto
00:24:37e os oportunismos
00:24:39estão aí aparecendo,
00:24:40como nós estamos vendo
00:24:41nesse dia,
00:24:42de gente irresponsável,
00:24:44dizendo,
00:24:44eu vi um deles dizendo,
00:24:45chega de proteger o bandido,
00:24:47ninguém aguenta mais,
00:24:49ninguém está falando
00:24:49em proteger bandidos.
00:24:51Estamos querendo
00:24:52o cumprimento da lei,
00:24:53não ter território
00:24:54liberado
00:24:56sob controle
00:24:56do crime organizado
00:24:57e interesses econômicos
00:25:00vide a operação
00:25:01Carbono Oculto
00:25:03que é onde circula
00:25:05esse dinheiro,
00:25:06que não é no complexo
00:25:07do Alemão,
00:25:08não é no complexo
00:25:10ali da Penha,
00:25:11não, não,
00:25:12em outros locais
00:25:13e bilhões de reais.
00:25:16E aí,
00:25:17como é que fica?
00:25:17Por isso que essa operação
00:25:19siga o dinheiro
00:25:20e o Carbono Oculto
00:25:21é muito bem feito,
00:25:23nós teremos daqui a pouco
00:25:24surpresas
00:25:25para saber
00:25:26como é que esse dinheiro
00:25:26circula.
00:25:27e aí eu vi uma declaração
00:25:28coronel,
00:25:30duas delas,
00:25:31a primeira
00:25:31de um especialista
00:25:33em segurança pública
00:25:34e que eu achei,
00:25:37desculpe até,
00:25:37não devo fazer
00:25:39a interpretação,
00:25:39dar a resposta
00:25:40da minha pergunta,
00:25:41que disse assim,
00:25:42olha,
00:25:42o Rio está virando
00:25:43a Colômbia,
00:25:44o Brasil está virando
00:25:45uma Colômbia.
00:25:46É verdade isso?
00:25:48O Rio,
00:25:49alguma coisa parecida
00:25:50com isso.
00:25:51É que na Colômbia
00:25:52você tinha territórios
00:25:53dominados na floresta,
00:25:54nas FARC,
00:25:55e no Rio
00:25:56você tem território
00:25:57dominado em áreas
00:25:58urbanas,
00:26:00áreas urbanas
00:26:01que são densamente
00:26:02policiadas,
00:26:03supostamente,
00:26:04as florestas não são.
00:26:05Então,
00:26:06a situação é diferente
00:26:07nesse sentido,
00:26:08mas de qualquer maneira,
00:26:10ali você tinha,
00:26:11no caso das FARC,
00:26:12era terrorismo puro,
00:26:13que tinha uma ideologia
00:26:14por trás disso,
00:26:15tinha uma busca de poder,
00:26:16então,
00:26:17há muitas diferenças aí.
00:26:19Aí não há busca de poder,
00:26:20não tem ideologia,
00:26:21ideologia é só dinheiro mesmo.
00:26:22e essas fracções,
00:26:24elas têm várias camadas,
00:26:26porque se você pega um PCC,
00:26:28o pessoal está ganhando dinheiro
00:26:29do mercado financeiro,
00:26:31ou na exportação de droga,
00:26:33ele importa a droga,
00:26:35estamos em três países,
00:26:36produtores da cocaína,
00:26:37Bolívia,
00:26:38Peru e Colômbia,
00:26:39importa,
00:26:40atravessa o Brasil,
00:26:41pelos portos,
00:26:42compra mil dólares o quilo,
00:26:44e vende 80 mil lá no Japão.
00:26:46É um grande negócio,
00:26:47o negócio é fazer dinheiro.
00:26:48depois esse dinheiro traz aqui
00:26:51para ser lavado nas fintechs.
00:26:53Até um tempo atrás,
00:26:54as fintechs eram de pouco controle,
00:26:55criando-se oportunidade.
00:26:57Aparece oportunidade,
00:26:58o crime vem.
00:27:00Mas não se pode imaginar
00:27:01que haja uma distribuição
00:27:03desses lucros
00:27:04com a camada mais baixa
00:27:06que está vendendo maconha na favela.
00:27:09Não está.
00:27:10É para os tubarões das facções.
00:27:13Tubarões do PCC
00:27:14que estão ganhando dinheiro
00:27:15nas altas cortes
00:27:17lá do grande tráfico internacional.
00:27:20Essa é a situação.
00:27:22Ora,
00:27:22quando nós chegamos aqui embaixo,
00:27:24mas será que é só
00:27:25Rio de Janeiro o problema?
00:27:27Claro que não é.
00:27:28O que nós vemos hoje
00:27:30é que a cópia
00:27:31do modelo criminoso
00:27:33acabou se disseminando
00:27:34pelo Brasil.
00:27:35E você tem a expertise
00:27:37das grandes facções do Sodeste,
00:27:38que são duas,
00:27:39São Paulo e Rio de Janeiro,
00:27:40que estão se filiando
00:27:42buscando as estruturas locais,
00:27:46como o grande todo negócio faz.
00:27:48Eu tenho uma rede de supermercado
00:27:49de São Paulo,
00:27:50eu pego uma redinha lá do Ceará,
00:27:52vamos fazer um negócio,
00:27:53vou comprar o seu supermercado.
00:27:54O Comando Vermelho
00:27:55está se associando
00:27:56com um tal de GDE,
00:27:57Guardiões do Estado,
00:27:58que é uma facção malvada,
00:28:01cruel,
00:28:01violenta do Ceará.
00:28:03Estão espalhando o terror no Ceará.
00:28:05Ele se associa,
00:28:06a cálculo hoje
00:28:07é que o Comando Vermelho
00:28:09só não está no Rio Grande do Sul,
00:28:10praticamente.
00:28:11Ele está em todos os estados.
00:28:13O PCC é a mesma coisa.
00:28:15Então, o espalhamento
00:28:16dessas facções
00:28:18mostra que
00:28:19houve muita falha
00:28:20no sistema de contenção.
00:28:22O sistema de contenção
00:28:23tem várias camadas também.
00:28:24O primeiro é a polícia.
00:28:27Claro, você tem a fronteira
00:28:28que devia ter muito mais jeito
00:28:29cuidando com as forças armadas.
00:28:31Não tem.
00:28:31Existe um sistema
00:28:32de inteligência da fronteira
00:28:33que foi bolado
00:28:34já há uns 10 anos
00:28:35e não recebe verba
00:28:37para cuidar das fronteiras.
00:28:38As fronteiras estão devassadas.
00:28:40Entra as drogas,
00:28:42entra o contrabando,
00:28:42entra a arma,
00:28:44munição
00:28:44e isso é incumbência
00:28:47do governo federal.
00:28:48E o governo federal,
00:28:49de maneira geral,
00:28:50coloca o abacaxi da segurança
00:28:52na responsabilidade
00:28:54do Estado.
00:28:55O problema é do Estado
00:28:56que tem a Polícia Civil e Militar.
00:28:57Espera aí,
00:28:58mas e a droga que entrou?
00:29:00E a...
00:29:01todo o armamento que entra?
00:29:03De quem que é isso?
00:29:03É do governo federal.
00:29:04O governo federal
00:29:06tem algum plano
00:29:06para conter isso?
00:29:08Não tem.
00:29:10Essa PEC não resolve?
00:29:11Não é um caminho,
00:29:12na verdade,
00:29:13ou não?
00:29:13Não,
00:29:13o governo...
00:29:15O ministro da Justiça,
00:29:17Lewandowski,
00:29:18ele saiu do Supremo,
00:29:20onde...
00:29:21Supremo é assim,
00:29:22o ministro decide,
00:29:23ele aperta o Enter
00:29:24a decisão
00:29:26e todo mundo cumpre.
00:29:28O ministro da Justiça
00:29:29aperta o Enter,
00:29:29ninguém cumpre.
00:29:30Vamos fazer...
00:29:33Vamos fazer uma PEC
00:29:34para a segurança,
00:29:34vamos mostrar que nós
00:29:35estamos fazendo alguma coisa.
00:29:37Ele foi reciclar
00:29:38uma estrutura
00:29:40de lei legislativa,
00:29:43foi feita no governo
00:29:44Michel Temer,
00:29:44não tem uma lei.
00:29:46Não,
00:29:46essa lei,
00:29:47ela não pegou.
00:29:48Então,
00:29:48vou botar na Constituição
00:29:49para ver se pega.
00:29:51E aí,
00:29:51botou mais uns penduricalhos.
00:29:53Vamos transformar
00:29:54a Polícia Rodoviária Federal
00:29:56em Polícia Viária Federal,
00:29:58para também cuidar
00:29:59de segurança de ferrovias.
00:30:01Mas ferrovia precisa
00:30:01de segurança?
00:30:03Antigamente,
00:30:03tinha a Central do Brasil,
00:30:04que era uma empresa
00:30:06pública federal.
00:30:08E tinha uma Polícia Rodoviária,
00:30:09uma Polícia Ferroviária Federal,
00:30:11que está até aparecendo
00:30:11na Constituição,
00:30:13de 88.
00:30:15Há também as vias aquáticas.
00:30:19Caramba,
00:30:20que grande mudança é essa?
00:30:22Mas vai dar capacidade
00:30:23de coordenação
00:30:24do governo federal.
00:30:26Mas o Ministério da Justiça
00:30:27é para fazer coordenação.
00:30:29Aliás,
00:30:30devia ser feito
00:30:30como fez no governo Temer,
00:30:32que foi um bom momento
00:30:33dos últimos 25 anos,
00:30:36criou o Ministério
00:30:37da Segurança Pública.
00:30:39Qual é a função?
00:30:39Coordenação.
00:30:41Nós temos uma complexidade
00:30:42tão grande,
00:30:43esse caso do Rio de Janeiro
00:30:44mostra,
00:30:45mostra o retrato,
00:30:46abriu uma janela,
00:30:47escancarou uma janela
00:30:48para a crise
00:30:49de segurança do país.
00:30:51E o governo federal
00:30:53não tem resposta
00:30:54para dar.
00:30:55O que eu estou fazendo?
00:30:55ele corre agora
00:30:58para assinar
00:30:59alguns projetos de lei,
00:31:01vão acelerar
00:31:01a tal da PEC
00:31:02da Segurança,
00:31:03tem um projeto
00:31:04que é bom,
00:31:05falo que o governo
00:31:06vai mandar segunda-feira
00:31:08para o Congresso,
00:31:09criando novos meios
00:31:11de criminalizar
00:31:13membro de facção criminosa,
00:31:15da organização criminosa
00:31:17qualificada,
00:31:18para possibilitar
00:31:21melhorias
00:31:22em processais criminosos,
00:31:24condená-los
00:31:24a penas mais graves.
00:31:27Porque aí
00:31:27é uma outra camada
00:31:29de instrumentos
00:31:30para a contenção
00:31:31do crime geral
00:31:32e das facções também.
00:31:34Existe uma norma
00:31:35que é uma caixinha
00:31:36de ferramenta
00:31:37de como processar
00:31:38esse bandido
00:31:39quem cometeu um crime.
00:31:40Essa norma
00:31:41de 1941,
00:31:43Código de Processo Penal.
00:31:45O Maurício Danóide,
00:31:46que é um professor
00:31:46nessa área
00:31:47da Universidade de São Paulo,
00:31:48do Lago São Francisco,
00:31:49que ele fala,
00:31:50o instrumento
00:31:51que está ali
00:31:51não responde mais
00:31:52ao desafio
00:31:53da criminalidade
00:31:54do século XXI
00:31:54no Brasil.
00:31:56Precisa reformar
00:31:58e se arrasta.
00:32:00Isso faz parte
00:32:01da caixa de ferramenta.
00:32:03Não é só melhorar
00:32:04a polícia.
00:32:05A polícia do Rio
00:32:06tem algumas eficiências,
00:32:08mas tem principalmente
00:32:09ineficiências.
00:32:12Você tem uma ideia,
00:32:14uma reportagem
00:32:15só no jornal Globo,
00:32:16um terço praticamente
00:32:16da polícia civil
00:32:17está nas delegacias
00:32:18distritais
00:32:19onde se controla
00:32:20mais o crime.
00:32:21Está todo mundo
00:32:22por aí.
00:32:23Polícia Militar
00:32:23está pedindo
00:32:24socorro de efetivos,
00:32:26mas tem quase
00:32:263 mil PMs
00:32:27que estão trabalhando
00:32:28fora da segurança pública.
00:32:30Disposição
00:32:31de órgãos variados.
00:32:33Então,
00:32:33tem essas barbaridades.
00:32:35Mas,
00:32:35quando nós falamos,
00:32:36pensamos imediatamente
00:32:37em melhorar a política?
00:32:38Precisa.
00:32:39Mas nós precisamos
00:32:40melhorar
00:32:41essa caixa de ferramenta.
00:32:42Nós precisamos
00:32:43que o Conselho Nacional
00:32:44de Justiça
00:32:45faça algum trabalho
00:32:46com os juízes
00:32:47para garantir
00:32:48aquilo que
00:32:49é um grande drama
00:32:50nosso,
00:32:51que é a questão
00:32:51da impunidade.
00:32:54Nós tivemos um caso,
00:32:56ficou famoso,
00:32:56estava no jornal
00:32:57do Globo do Rio de Janeiro,
00:32:58depois repercutiu
00:32:59em outras mídias.
00:33:01O sujeito
00:33:01foi preso
00:33:0286 vezes.
00:33:05Não foi preso
00:33:06como suspeito,
00:33:06foi preso roubando,
00:33:07foi preso furtando,
00:33:08preso de flagrante.
00:33:09Toda aquela formalidade
00:33:11leva para o juiz,
00:33:13o juiz tem 24 horas
00:33:14para dizer
00:33:15se ele deve ficar preso,
00:33:16responder em liberdade,
00:33:17ficar preso.
00:33:18Responde em liberdade.
00:33:19Ou então prende,
00:33:19fica dois meses
00:33:20e volta para a rua.
00:33:22Isso chama-se impunidade.
00:33:23É fácil ser criminoso aqui.
00:33:26Daí você tem
00:33:27um outro problema
00:33:28que é a competência
00:33:30da polícia
00:33:31esclarecer o crime
00:33:32que você não conseguiu
00:33:33prender o bandido.
00:33:35O crime mais grave
00:33:37e mais fácil esclarecer,
00:33:38por incrível que pareça,
00:33:38é o assassinato,
00:33:40o homicídio.
00:33:41Uma pesquisa feita
00:33:43junto aos ministérios públicos,
00:33:45vamos ver
00:33:45os crimes cometidos
00:33:47no último ano e meio.
00:33:50Quantos chegaram
00:33:50ao Ministério Público
00:33:51como esclarecidos?
00:33:53A taxa do Brasil
00:33:54é em torno de 40%.
00:33:56Então a chance
00:33:57no Brasil
00:33:58de matar,
00:33:59de ser alcançado,
00:34:00é 60%.
00:34:01O Rio de Janeiro
00:34:03é 70%,
00:34:04mais de 70%.
00:34:05E essa polícia poderosa
00:34:08que foi lá
00:34:08dar tiro
00:34:08com o uniforme
00:34:09de combatente
00:34:10do Afeganistão,
00:34:12que todo mundo
00:34:13se fantasia
00:34:13de milico agora,
00:34:15ela não consegue
00:34:15esclarecer homicídios
00:34:17no mínimo
00:34:17de competência
00:34:18que deveria ser.
00:34:20Então esse é
00:34:21um outro drama
00:34:22que a gente tem,
00:34:22polícias deficientes,
00:34:25polícias que têm
00:34:26baixo índice
00:34:27de tecnologias.
00:34:30Então nós estamos
00:34:31com um conjunto
00:34:32de problemas
00:34:32muito grande,
00:34:33como é que a gente
00:34:34vai enfrentar
00:34:34tantos problemas assim?
00:34:35Podemos ficar horas aqui,
00:34:36só temos uma hora
00:34:38para dimensionar
00:34:40as questões.
00:34:40Mas para quem está
00:34:42nos vendo,
00:34:43nos assistindo,
00:34:43nos ouvindo
00:34:44com a sua paciência,
00:34:47é importante ressaltar
00:34:48que tem uma série
00:34:48de questões.
00:34:49Como é que você resolve
00:34:50um pacote tão grande
00:34:51de problemas?
00:34:52Você precisa ter
00:34:53um planejamento.
00:34:54A ideia de ter um plano
00:34:55é um plano que vê
00:34:56todas essas questões,
00:34:58faz um balanço
00:34:59daquilo que é mais urgente,
00:35:01o que eu preciso fazer
00:35:02de imediato,
00:35:03médio e longo prazo,
00:35:05que investimentos
00:35:05que eu faço,
00:35:06eu preciso de que tecnologias,
00:35:08quantos policiais
00:35:09eu preciso para cada
00:35:11tamanho de cidade,
00:35:13que suporte
00:35:14que o governo federal
00:35:15pode dar para os governos
00:35:16estaduais.
00:35:18Isso aí,
00:35:19aquela velha história
00:35:20que se diz,
00:35:21quem não sabe
00:35:21para onde vai,
00:35:22não sabe se está chegando.
00:35:24Esse é o problema
00:35:25da segurança do país.
00:35:27E nós temos
00:35:27um problema agora
00:35:28que é o problema
00:35:29que vai contaminar
00:35:30muito esse debate,
00:35:31que é extremamente
00:35:32urgente e importante,
00:35:34urgência e importante
00:35:35dar prioridade para as coisas.
00:35:37Só que a urgência
00:35:38e a importância
00:35:39já está contaminado
00:35:41pelo calendário eleitoral
00:35:43que já começou.
00:35:45Então,
00:35:45tudo que se fala,
00:35:46tudo que se faz,
00:35:47está todo mundo de olho,
00:35:48quantos votos eu vou ganhar
00:35:49ou vou perder.
00:35:51Pegando esse gancho rápido
00:35:52da segurança,
00:35:53do Ministério da Segurança Pública
00:35:55criado no governo Temer,
00:35:57que foi extinto
00:35:58no governo Bolsonaro
00:35:59e continuou
00:36:00sem existir
00:36:01no governo Lula.
00:36:01David,
00:36:02nós fazemos questão
00:36:03que é a questão
00:36:04que não é político
00:36:05partidário
00:36:06a favor de A ou do B,
00:36:08nós estamos discutindo
00:36:08a questão geral
00:36:09da segurança pública,
00:36:10tanto que foi lembrado
00:36:11pelo coronel
00:36:12o caso da Bahia
00:36:13é escandaloso
00:36:13e o PT governa
00:36:15há cerca de 20 anos
00:36:16aproximadamente a Bahia
00:36:18e os índices
00:36:19são aterradores.
00:36:20As cidades,
00:36:21entre as cidades
00:36:22mais violentas,
00:36:23o número de cidades baianas
00:36:24presentes nessa triste lista
00:36:26é muito grande
00:36:27e é inacreditável
00:36:29como é que a questão
00:36:30lá é enfrentada.
00:36:31O caso do Ceará
00:36:32é gravíssimo também,
00:36:34inclusive agora
00:36:35teve uma operação
00:36:36que foi saudada
00:36:37ontem
00:36:38pelo governador
00:36:39do Ceará
00:36:40e que teve também
00:36:42saudação de Cláudio Castro
00:36:44que agora é o nosso
00:36:44futuro Prêmio Nobel
00:36:46da Paz.
00:36:48Então, veja,
00:36:49um é do PT
00:36:50e o outro é do PL.
00:36:52Então, veja como
00:36:52essa questão é complicada
00:36:54e está cheio,
00:36:55recheado
00:36:55de oportunistas
00:36:57que não sabem
00:36:57absolutamente nada,
00:36:59é uma questão
00:36:59de estudo
00:37:00e de aprender
00:37:00com os outros países.
00:37:03E justamente
00:37:03no caso do Ministério
00:37:05da Associação
00:37:05Pública
00:37:06não foi uma experiência
00:37:06exitosa?
00:37:07Não deveria ser recriado?
00:37:09Foi uma experiência
00:37:10muito exitosa,
00:37:11devia ter continuidade,
00:37:13mas aqui no Brasil
00:37:14a gente não dá
00:37:15continuidade
00:37:16em boas coisas
00:37:16como não deram
00:37:17continuidade
00:37:17nas UPPs
00:37:19no Rio de Janeiro,
00:37:21que era um grupo
00:37:22contingente
00:37:22de policiais militares
00:37:23para fazer a segurança
00:37:24do dia a dia
00:37:25daquela população
00:37:26que merece
00:37:27a mesma segurança
00:37:28dos bairros
00:37:28do Ricos,
00:37:29do Lemblon
00:37:29lá de Ipanema.
00:37:32Policiamento constante,
00:37:33para que não venha
00:37:34mais o malandro
00:37:35a azucrinar
00:37:37a vida das pessoas,
00:37:38ladrãozinho de rua
00:37:39e os traficantes grandes.
00:37:41Então,
00:37:42esse trabalho
00:37:43de descontinuidade
00:37:45ocorreu,
00:37:46infelizmente,
00:37:47uma experiência
00:37:48muito boa
00:37:48começou,
00:37:49mas foi só criar
00:37:50o Ministério
00:37:51da Segurança Pública.
00:37:53Uma série de medidas
00:37:53foram tomadas
00:37:54nesse curto espaço
00:37:55do governo
00:37:56do Temer.
00:37:58Eles fizeram,
00:37:58por exemplo,
00:37:59uma política nacional
00:38:00de segurança pública.
00:38:01O que é uma política
00:38:01nacional?
00:38:02É um conjunto
00:38:03de programas.
00:38:04Fizeram um plano
00:38:05nacional
00:38:06para a segurança
00:38:07pública,
00:38:08prevendo medidas
00:38:09para estancar
00:38:10a nossa grande
00:38:11hemorragia
00:38:12de homicídios
00:38:12do país.
00:38:13Ainda é dramática,
00:38:15continua sendo dramática.
00:38:16Como, por exemplo,
00:38:17melhorar a capacidade
00:38:19de equipar
00:38:21as perícias
00:38:22dos Estados,
00:38:23que ajudam muito
00:38:23no processo
00:38:24de esclarecimento
00:38:25de crimes violentos.
00:38:27Treinamento,
00:38:28bancos de dados,
00:38:29um conjunto
00:38:30muito grande
00:38:31de medidas,
00:38:31tem centenas
00:38:32de questões,
00:38:34inclusive áreas
00:38:35de negociação
00:38:37e trabalho
00:38:38junto com
00:38:38legislativa
00:38:39para ajudar
00:38:40na formulação
00:38:41de projetos
00:38:42de lei.
00:38:43Então,
00:38:43todas essas questões
00:38:44estavam sendo
00:38:45previstas,
00:38:46por isso que nós
00:38:47falamos num grande
00:38:47plano,
00:38:48o plano tem que ser
00:38:48abrangente para essas
00:38:49questões.
00:38:50Mas,
00:38:51o que nós preferimos
00:38:52e o nosso congresso
00:38:52acaba entrando
00:38:54nessa coisa também,
00:38:55é fazer projetos
00:38:58de impacto.
00:39:00Então,
00:39:00está correndo agora
00:39:02um projeto
00:39:02de impacto
00:39:03do deputado
00:39:04para fazer,
00:39:06comparar
00:39:06o membro
00:39:08de facção
00:39:09de crime organizado
00:39:10a terrorista.
00:39:11porque terrorismo
00:39:14tem uma pena
00:39:14grave.
00:39:15Tem tanta
00:39:16bobagem
00:39:16envolvida nisso,
00:39:17não vou falar bobagem,
00:39:18insensatez,
00:39:19para falar mais bonito.
00:39:22Porque,
00:39:22veja o seguinte,
00:39:22o terrorismo aqui
00:39:24é um crime
00:39:24contra a União.
00:39:26Quem vai
00:39:26investigar isso?
00:39:27Polícia Federal.
00:39:28Polícia Federal tem braço,
00:39:29nem cuida do tráfico
00:39:30tropecente,
00:39:31vai cuidar
00:39:31de briga
00:39:33de facção.
00:39:35Então,
00:39:35as manchetes
00:39:35que estão hoje
00:39:36pelo mundo,
00:39:37o crime organizado
00:39:39no Rio de Janeiro,
00:39:39mata quatro policiais,
00:39:40passarão a ser
00:39:41terroristas,
00:39:43matam quatro policiais
00:39:44no Rio de Janeiro.
00:39:45Quem vai investir
00:39:45num país cheio
00:39:46de terroristas?
00:39:47Porque não vamos
00:39:47resolver o problema
00:39:48desses terroristas.
00:39:50A partir de agora
00:39:51passa a ser terrorismo.
00:39:52Sai na imprensa
00:39:52terrorista brasileiro
00:39:53domina o Rio de Janeiro.
00:39:54Vão continuar dominando.
00:39:57Inclusive,
00:39:57o que,
00:39:58como o coronel
00:39:58já destacou,
00:39:59é que a inteligência
00:40:01hoje é um produto
00:40:02muito raro,
00:40:03no Brasil muito escasso.
00:40:05O grupo terrorista
00:40:06quer tomar o poder.
00:40:08Isso é o básico.
00:40:09No manualzinho,
00:40:10na primeira página
00:40:11já está escrito isso.
00:40:13E esses grupos
00:40:14criminosos
00:40:15aqui no Brasil
00:40:16não podem ser
00:40:17considerados
00:40:18no sentido jurídico
00:40:19terrorista
00:40:20que não se coloque
00:40:21em momento algum
00:40:22a tomada do poder.
00:40:23Aí você vai dizer assim,
00:40:23o que é o poder?
00:40:24É a prefeitura,
00:40:26não só o governo
00:40:27do Estado,
00:40:27mas é o poder
00:40:28lá em Brasília.
00:40:29E que,
00:40:30pelo que nós
00:40:30conhecemos até agora,
00:40:32as organizações
00:40:32criminosas
00:40:33não estão rumando
00:40:34a Brasília
00:40:34para tomar o poder
00:40:35e já tem algum
00:40:36candidato a ditador.
00:40:37Então,
00:40:38convenhamos,
00:40:38vão ser um pouquinho
00:40:39mais inteligentes,
00:40:40menos desonestos
00:40:41e discutir
00:40:42seriamente a questão.
00:40:45Caso do Rio,
00:40:46de São Paulo também,
00:40:47mas o Rio,
00:40:47até pela geografia
00:40:48da cidade,
00:40:49isso é mais complicado.
00:40:50Eu,
00:40:51quando eu vou ao Rio,
00:40:52a primeira vez
00:40:53que eu vi
00:40:54alguma fazenda,
00:40:54eu fiquei,
00:40:55sinceramente,
00:40:55assustado pela extensão
00:40:56e pela proximidade
00:40:58de outras áreas
00:40:59onde estão presentes
00:41:00as classes médias.
00:41:01Bem,
00:41:02existe o consumo
00:41:03de drogas.
00:41:04Então,
00:41:04só existe,
00:41:06se eu estiver errado,
00:41:06me corrija,
00:41:07coronel,
00:41:07o comando vermelho,
00:41:09o comércio de drogas,
00:41:10o aviãozinho
00:41:11que leva droga
00:41:12porque tem o consumidor.
00:41:14A pergunta é,
00:41:16a polícia não vai resolver
00:41:17o problema do consumidor,
00:41:18que não é tarefa da polícia,
00:41:20convenhamos,
00:41:20nem a civil,
00:41:21nem a militar,
00:41:22nem a polícia federal.
00:41:23Como é que não se enfrenta
00:41:25a questão do consumidor?
00:41:26Como é que nós não conseguimos
00:41:28estabelecer uma política
00:41:29anti-drogas?
00:41:30que você retira mercado
00:41:33dessas organizações criminosas.
00:41:35Sabemos que elas estão
00:41:35em outras áreas,
00:41:37mas a sua área mãe,
00:41:38de grande parte delas,
00:41:39é o tráfico de drogas,
00:41:41especialmente da cocaína
00:41:42e para consumo interno.
00:41:43Dizem alguns
00:41:44que no caso do crack,
00:41:45o Brasil seria o primeiro
00:41:47ou o segundo maior
00:41:47consumidor de crack.
00:41:49Como é que não se resolve
00:41:51essa questão?
00:41:51Porque dessa forma,
00:41:53você ao retirar a demanda,
00:41:55é óbvio que eu estou dizendo,
00:41:57você não tem oferta.
00:41:58Por que não aprender
00:41:59com experiências
00:41:59de países vizinhos
00:42:01aos nossos,
00:42:03ao nosso,
00:42:04como por exemplo,
00:42:04o Uruguai,
00:42:05que já tem mais de uma década
00:42:07de política em relação a isso,
00:42:08aprender.
00:42:09Porque se não,
00:42:11se você retira
00:42:12aquele consumidor
00:42:14que é o que sustenta
00:42:16as organizações criminosas,
00:42:18eu usei até um dia
00:42:18uma referência
00:42:19que era comum
00:42:20nos anos 50, 60,
00:42:22no Rio de Janeiro,
00:42:23politicamente falando.
00:42:24Ah, um dia o morro
00:42:25vai descer
00:42:26e vai tomar asfalto.
00:42:27no sentido
00:42:28de que os pobres
00:42:29iam descer
00:42:29e tomar o poder.
00:42:30A capital era
00:42:31o Rio de Janeiro,
00:42:32a sede era o Palácio
00:42:33do Catete.
00:42:34Isso nunca ocorreu
00:42:35e nunca ocorrerá.
00:42:36Tem até sambas recentes,
00:42:38o dia que o morro descer
00:42:39e não ser carnaval.
00:42:40Samba é até bonito,
00:42:41mas é uma glorificação
00:42:43no fim,
00:42:44se você olhar
00:42:45na essência
00:42:46de ações
00:42:46do crime organizado.
00:42:47Bem,
00:42:48na minha leitura,
00:42:49eu pergunto ao senhor,
00:42:50e aí,
00:42:50que política
00:42:51anti-drogas
00:42:52que nós temos?
00:42:53Olha,
00:42:53essa política
00:42:54deveria estar,
00:42:55é importante,
00:42:56fazer alerta
00:42:57em relação ao consumo,
00:42:59a relação ao consumo
00:43:00excessivo,
00:43:01ter estruturas
00:43:03de atendimento
00:43:04de pessoas
00:43:04que já estão
00:43:05profundamente envolvidas
00:43:06com o uso da droga.
00:43:07Mas o que acontece,
00:43:09Vila,
00:43:10é que já existe
00:43:11um público
00:43:11muito grande
00:43:12que consome
00:43:12moderadamente a droga.
00:43:14já perceberam,
00:43:16por exemplo,
00:43:17aparecer médico
00:43:18em relação a isso,
00:43:19que a maconha
00:43:20é menos viciante
00:43:21do que o cigarro.
00:43:22A nicotina,
00:43:23que não tem tanto
00:43:24na maconha,
00:43:25ela pesa muito
00:43:26em viciar.
00:43:28O cérebro humano
00:43:29tem aquela cérebro
00:43:31setorzinha
00:43:32que fala
00:43:33gostei de troço,
00:43:34quero mais.
00:43:35O ser humano
00:43:36tem uma propensão
00:43:37a brincar
00:43:38com essa história
00:43:39de mexer
00:43:39com a sua consciência.
00:43:41bebida alcoólica,
00:43:43por exemplo.
00:43:44O tratamento
00:43:44de bebida alcoólica
00:43:45é pior ainda
00:43:46do que das drogas,
00:43:48que o álcool é livre.
00:43:50O que o sistema,
00:43:51a indústria
00:43:52de bebida alcoólica
00:43:53recorde impostos
00:43:54não paga
00:43:55os gastos
00:43:56que o sistema de saúde
00:43:57tem com os alcoolizados
00:43:59de todo tipo,
00:44:00os acidentes de trânsito
00:44:01e tudo mais.
00:44:03Então,
00:44:03esse é um grande desafio
00:44:04que todas as sociedades têm,
00:44:06mesmo mais evoluídas.
00:44:08Só que algumas sociedades
00:44:09têm mais controle
00:44:10e a nossa sociedade
00:44:11tem baixíssimo controle
00:44:12da sociedade brasileira,
00:44:13de tudo.
00:44:15É só ver a quantidade
00:44:16de mortes e feridos
00:44:18no trânsito.
00:44:19Nós matamos 40 mil,
00:44:21mas no trânsito
00:44:22mata mais 35 mil
00:44:24por ano.
00:44:25Aqui em São Paulo,
00:44:27se mata 20 vezes mais
00:44:29do que as mortes
00:44:30em assalto,
00:44:31no trânsito.
00:44:33Então,
00:44:33é uma sociedade
00:44:34de baixo controle
00:44:35e essas questões
00:44:36do uso da droga
00:44:38acabam sendo
00:44:39muito problemáticas.
00:44:41Então,
00:44:41esse é um problema,
00:44:42é um desafio
00:44:43que nós vamos passar
00:44:44por décadas,
00:44:46por séculos.
00:44:47É uma questão
00:44:48de realmente
00:44:49reduzir danos
00:44:50o máximo possível,
00:44:52criando os máximos
00:44:53controles possíveis,
00:44:55dando a maior
00:44:55possibilidade
00:44:57de contenção
00:44:59nas nossas estruturas
00:45:00sociais e policiais.
00:45:02os americanos
00:45:03com todo o dinheiro
00:45:04não conseguiram.
00:45:05Despejaram bilhões
00:45:06de dólares na Colômbia
00:45:07para reduzir
00:45:08a produção
00:45:10de cocaína.
00:45:11Não conseguiram.
00:45:12Agora,
00:45:13o Trump está jogando
00:45:13o maior porta-aviões
00:45:15do mundo
00:45:15ali nas portas
00:45:17da Venezuela.
00:45:18Fizeram a guerra,
00:45:20as drogas,
00:45:20não funcionou.
00:45:22Isso é um enorme drama
00:45:23que nós vamos passar
00:45:24por muito tempo.
00:45:25E no caso
00:45:27coronel
00:45:28dessas áreas
00:45:30conquistadas,
00:45:31territórios
00:45:32que é inaceitável,
00:45:33territórios conquistados
00:45:34pelo crime organizado
00:45:36em várias cidades
00:45:37do Brasil,
00:45:38é um problema,
00:45:39como nós estamos falando,
00:45:40é um problema nacional.
00:45:42Na Amazônia
00:45:43é gravíssimo
00:45:44esse problema.
00:45:45Se agrava
00:45:46a cada dia.
00:45:48Quando é que o Estado
00:45:49vai estar presente?
00:45:50Por exemplo,
00:45:51na segunda maior cidade
00:45:52do Brasil
00:45:54ou em outras
00:45:55grandes cidades,
00:45:56em cidades médias,
00:45:57e quando eu falo
00:45:58o Estado está presente
00:45:59e é quem nos acompanha,
00:46:00é ter uma escola,
00:46:01ter um posto policial,
00:46:03uma UPP
00:46:03que esteja integrada
00:46:05realmente com a população,
00:46:08é a presença
00:46:09do posto de saúde,
00:46:10em suma,
00:46:11das estruturas de Estado
00:46:12ocupando aquele espaço
00:46:15que o crime organizado
00:46:17tem em vista
00:46:17a ausência do Estado
00:46:19acabou ocupando.
00:46:20Quando é?
00:46:21Porque afinal,
00:46:22se nós tivermos
00:46:22um plano
00:46:23que dificulta
00:46:24a chegada
00:46:24de armas.
00:46:26Na fronteira seca
00:46:27são enormes
00:46:28no país,
00:46:28mas além
00:46:29de via marítima,
00:46:30via aérea,
00:46:31dificulta a chegada
00:46:33de drogas,
00:46:33mas tem essa questão
00:46:34central
00:46:35que tem regiões
00:46:36que são abandonadas
00:46:37pelo Estado,
00:46:38inclusive na segunda
00:46:39maior cidade
00:46:39do Brasil.
00:46:41Há uma experiência
00:46:42interessante aqui,
00:46:43aqui em São Paulo,
00:46:45o Jardim Ângela,
00:46:46em 1998,
00:46:47era considerado
00:46:48uma das áreas
00:46:48mais violinhas
00:46:49do Brasil.
00:46:49chegou a ter
00:46:51120 mortos
00:46:52por semi-habitantes,
00:46:53que é uma medida
00:46:54que a gente usa
00:46:55internacionalmente
00:46:55aqui também.
00:46:57Então,
00:46:58198 mortos
00:46:59em 1998.
00:47:00Eu estava no Instituto
00:47:00Fernando Brodel,
00:47:01eu estava fazendo
00:47:02essa pesquisa lá.
00:47:03Tinha 250 mil
00:47:04habitantes,
00:47:04aproximadamente,
00:47:05Jardim Ângel,
00:47:05Capão Redondo,
00:47:06na Zona Sul
00:47:07da capital.
00:47:09Nós passamos
00:47:10já de lá
00:47:11para cá,
00:47:1230 anos
00:47:12praticamente,
00:47:14essas 200 mortes
00:47:16praticamente,
00:47:16caíram para 15.
00:47:19E a população
00:47:19aumentou 70 mil.
00:47:21Tem 330 mil
00:47:22habitantes lá,
00:47:23com 15 mortes.
00:47:25São poucas
00:47:25cidades do Brasil
00:47:26que tem.
00:47:27É um bairro
00:47:27de classe pobre,
00:47:29popular,
00:47:30com todos os problemas
00:47:31que tem,
00:47:32com a mesma legislação,
00:47:34com o mesmo problema
00:47:35de droga,
00:47:36jovens submetidos
00:47:37à questão
00:47:38de dificuldade
00:47:39de escola,
00:47:39etc, etc.
00:47:40Mas só 15 homicídios.
00:47:42Então,
00:47:42é possível acontecer.
00:47:44O que aconteceu lá?
00:47:45A polícia
00:47:46triplicou os efetivos.
00:47:48E havia um conjunto
00:47:49muito grande
00:47:50de organizações sociais
00:47:52para idosos,
00:47:53para crianças,
00:47:53ambientais,
00:47:54que a represa
00:47:55fica ali perto.
00:47:57E, de repente,
00:47:57você melhora
00:47:58o ambiente.
00:48:00Tem droga correndo?
00:48:01Tem.
00:48:03O cara,
00:48:04eu levei lá
00:48:04um sujeito
00:48:05que foi o chefe
00:48:06da Polícia Nova York
00:48:07no tempo
00:48:07da grande reforma
00:48:08da Polícia Nova York.
00:48:10Ele foi comandando
00:48:10a polícia
00:48:11há quatro anos.
00:48:12Eu levei ele
00:48:12no posto policial lá
00:48:13nos anos 2002,
00:48:16alguma coisa assim,
00:48:16já estava começando
00:48:17uma mudança.
00:48:18Tinha um policialzinho
00:48:19de 23 anos.
00:48:20Eu quero conversar
00:48:21com esse cara aí.
00:48:22O cara,
00:48:23o chefão,
00:48:23acabou de aposentar,
00:48:24o Lou Anemone.
00:48:26Ele começou a fazer
00:48:27perguntas,
00:48:28traduzindo,
00:48:29o policial respondendo
00:48:30tudo.
00:48:31Como é que você faz
00:48:31se o bandido
00:48:32está procurando,
00:48:32tem um retratinho
00:48:33do bandido,
00:48:34ele fugiu para o Paraná,
00:48:35todo de olho nele.
00:48:36E se vier o cidadão
00:48:37te procurar,
00:48:37o que você faz?
00:48:38Vem um cara aqui,
00:48:39uma senhora
00:48:40com um cachorro doente.
00:48:41eu liguei
00:48:42um veterinário
00:48:43voluntário
00:48:44para atender.
00:48:45A gente não pode
00:48:46deixar ninguém
00:48:46sem resposta.
00:48:48O policial,
00:48:49isso,
00:48:49em 2002,
00:48:50por aí.
00:48:52Ele falou,
00:48:53José,
00:48:53eu gostaria de ter
00:48:54ficado na Polícia
00:48:55de Nova York.
00:48:55É isso que eu preciso.
00:48:58Então,
00:48:58existem soluções.
00:49:00A maioria dos policiais
00:49:01que trabalham,
00:49:02trabalham com dificuldades,
00:49:04baixos salários,
00:49:05e mesmo assim,
00:49:06são muito dedicados.
00:49:09Como eu dei batalhar
00:49:10mais de cinco anos e meio,
00:49:11sempre me surpreendi muito
00:49:13com a garra do policial,
00:49:14com toda a sua dificuldade.
00:49:16Naquela época,
00:49:16não tinha pistola,
00:49:18não tinha ar-condicionado,
00:49:19a viatura.
00:49:21Não deu nos acuda.
00:49:22Mas,
00:49:23o apego do policial
00:49:24à sua profissão,
00:49:25é uma coisa que é até
00:49:26descuidado pelos seus chefes.
00:49:29Eles gostam de fazer
00:49:30isso que estão fazendo.
00:49:32O que não pode
00:49:32é chefiar mal
00:49:34esse pessoal,
00:49:35dar más condições,
00:49:37e deixar a coisa crescer.
00:49:39Mas,
00:49:40quando você vê
00:49:40estados como Minas Gerais,
00:49:42por exemplo,
00:49:42São Paulo,
00:49:44Santa Catarina,
00:49:45toda a tua região sul
00:49:46aqui,
00:49:46está indo bem,
00:49:47Minas,
00:49:48Distrito Federal,
00:49:49é uma cidade-estado,
00:49:50tem 3 milhões de habitantes,
00:49:52está resolvendo bem
00:49:53a sua situação.
00:49:54Goiás está melhorando,
00:49:55Mato Grosso do Sul
00:49:56começa bem,
00:49:56tem um bom índice
00:49:57de esclarecimento de homicídios,
00:49:59Mato Grosso do Sul.
00:50:00Mas,
00:50:00o melhor estado
00:50:01é Santa Catarina,
00:50:03onde é exigido
00:50:03um curso superior
00:50:04para soldado.
00:50:06Onde o soldado
00:50:06começa com um salário
00:50:07de 10 mil reais,
00:50:08praticamente.
00:50:09o que é inexecuível
00:50:11para outros estados,
00:50:12né?
00:50:13Mas,
00:50:13você veja o seguinte,
00:50:14o estado de São Paulo
00:50:16é o segundo pior estado
00:50:17em gasto per capita
00:50:18de segurança.
00:50:19Podia gastar mais.
00:50:22O Rio de Janeiro
00:50:22gasta mais que o dobro
00:50:23per capita
00:50:24por segurança
00:50:25do que São Paulo.
00:50:27E está nessa draga
00:50:28que está.
00:50:30Muitos estados
00:50:31gastam mais.
00:50:31Muitos estados
00:50:32têm muito mais...
00:50:33o Rio de Janeiro
00:50:33tem 20% mais efetivo
00:50:35do que São Paulo
00:50:36na proporção
00:50:36com a população.
00:50:38São Paulo deve ser
00:50:39o 25º pior efetivo
00:50:40policial do Brasil.
00:50:42O 26º efetivo
00:50:43pior efetivo
00:50:44policial do Brasil
00:50:44é a Santa Catarina,
00:50:45que faz muito
00:50:46com menos.
00:50:49Então,
00:50:50o que nós percebemos
00:50:50que era,
00:50:51em termos de estados,
00:50:52faz muita diferença
00:50:53uma gestão
00:50:54positiva,
00:50:57propositiva,
00:50:58inovadora.
00:50:58aqui em São Paulo,
00:51:00enquanto os governos
00:51:01iam mudando,
00:51:02a PM se desenvolveu
00:51:03muito,
00:51:03Vila.
00:51:04Ela chegou a um ponto,
00:51:05começou um desenvolvimento
00:51:06tecnológico aqui,
00:51:07que um diretor da Microsoft
00:51:09falou, olha,
00:51:09as duas polícias
00:51:10mais desenvolvidas
00:51:11em tecnologia do mundo
00:51:12é a Polícia Nova Iorque
00:51:13e a PM de São Paulo.
00:51:15E hoje tem um sistema
00:51:17muito avançado
00:51:18que foi oferecido
00:51:19para os estados,
00:51:20um banco de dados
00:51:21todo articulado,
00:51:22os estados
00:51:23não querem pegar.
00:51:24Santa Catarina
00:51:25tem um bom sistema também,
00:51:27mas são avanços
00:51:28avanços
00:51:29que às vezes
00:51:30nem são copiados
00:51:31do estado para outro.
00:51:32Esse é o papel
00:51:33do Ministério
00:51:34da Segurança Pública,
00:51:36levar boas práticas
00:51:37de um local
00:51:38para outro,
00:51:39que nem sempre
00:51:40é necessariamente
00:51:40questão de dinheiro.
00:51:42É interessante
00:51:43isso que o senhor falou,
00:51:44muito interessante.
00:51:45Agora,
00:51:46por fim,
00:51:47que nós já estamos
00:51:47indo lá para o final
00:51:48da nossa conversa aí,
00:51:50muito interessante,
00:51:51Coronel,
00:51:52a questão
00:51:53de curto prazo
00:51:55do poder de armamento
00:51:56dessas organizações
00:51:58criminosas,
00:51:58armamentos que chegam,
00:52:01alguns vêm do Oriente Médio,
00:52:03outros vêm da Europa,
00:52:05armamentos dos Estados Unidos,
00:52:06foi aprendido até agora
00:52:08no episódio do Rio,
00:52:09fuzil do Exército Argentino,
00:52:11eu estava lendo
00:52:11os jornais da Argentina
00:52:13e tinha até a foto
00:52:14do fuzil,
00:52:15que é de onde foi,
00:52:16de Rosário,
00:52:17tinha até o brasão
00:52:18da República Argentina,
00:52:19que é muito bonito,
00:52:20por sinal,
00:52:20o brasão,
00:52:21que é o brasão
00:52:22do Clube dos Jacobinos,
00:52:23lá de 1793,
00:52:24o Barrete Frígio e tal.
00:52:26Bem,
00:52:27a pergunta é,
00:52:29usando drones
00:52:30o Comando Vermelho,
00:52:31eu fiquei,
00:52:31quando eu li,
00:52:32acompanhei,
00:52:33vi os vídeos,
00:52:34fiquei assustado,
00:52:35quer dizer,
00:52:35eles têm,
00:52:36portanto,
00:52:36hoje,
00:52:37um poder de acesso
00:52:38a armas do mercado
00:52:39internacional de forma
00:52:40clandestina,
00:52:41algumas vezes,
00:52:41presumo até de forma legal,
00:52:43mas a maior parte
00:52:43de forma clandestina,
00:52:44como é que é possível
00:52:46enfrentá-los agora,
00:52:47quando nem sempre
00:52:47a polícia tem o mesmo
00:52:49poder de fogo
00:52:50do que o crime organizado?
00:52:53Se fala muito
00:52:54a tal da inteligência,
00:52:55inteligência não é
00:52:56boada de cristal,
00:52:56inteligência é informação.
00:52:59Quando se fala em guerra,
00:53:00a guerra depende
00:53:00de dois insumos,
00:53:02informação e energia,
00:53:04como se diz.
00:53:05Energia,
00:53:05basicamente,
00:53:06é movimentação
00:53:07e é arma.
00:53:09A inteligência é fundamental
00:53:11para uma polícia moderna.
00:53:12Nós estamos falando
00:53:13de um código velho,
00:53:14que não existia
00:53:15nem em vídeo,
00:53:16na época,
00:53:17era só cinema,
00:53:18mas a inteligência
00:53:20é justamente
00:53:20para definir,
00:53:21escuta,
00:53:21onde estão
00:53:22as nossas prioridades?
00:53:23Preciso de informação.
00:53:24Onde que eu começo primeiro?
00:53:26Onde é mais importante?
00:53:28Por onde está entrando
00:53:28a droga?
00:53:30Claro,
00:53:30não dá para vigiar
00:53:31toda a fronteira,
00:53:3217 mil quilômetros,
00:53:33a distância daqui é Tóquio.
00:53:35Pouca gente dá conta disso,
00:53:37a fronteira do Brasil.
00:53:39Mas a fronteira
00:53:39da Rocinha
00:53:40deve ter 80 metros
00:53:42e está entrando
00:53:44e saindo drogas
00:53:45de quantidades industriais.
00:53:47Onde eu começo primeiro?
00:53:49Bom,
00:53:50já fizemos um grande ataque,
00:53:51pelo menos.
00:53:52Será que vai voltar
00:53:54o Comando Vermelho
00:53:54naquela região,
00:53:55na Penha,
00:53:56do Complexo do Alemão?
00:53:58Não pode entrar mais.
00:53:59Que estrutura
00:54:00eu posso fazer
00:54:00para conquistar esse território?
00:54:02Qual é o próximo território,
00:54:04além desse?
00:54:04É de Manguinhos?
00:54:05É da Pedreira?
00:54:07Tem uns nomes
00:54:08que começam a aparecer
00:54:08familiares
00:54:09para o Brasil inteiro,
00:54:10do Rio de Janeiro.
00:54:10Por isso que se fala
00:54:12quando vai fazer
00:54:13um planejamento,
00:54:14qual é a solução?
00:54:16A primeira solução é
00:54:17vamos identificar
00:54:19a prioridade
00:54:20dos problemas.
00:54:22Só identificando,
00:54:23é qualquer área,
00:54:24né, Vila?
00:54:24Eu preciso identificar
00:54:25os problemas,
00:54:26aquele que são mais graves
00:54:27e mais urgentes
00:54:28para começar por ele.
00:54:29Quais são os recursos
00:54:30necessários
00:54:30e como eu uso
00:54:31esses recursos
00:54:32para eliminar
00:54:33ou mitigar,
00:54:34reduzir o problema.
00:54:35isso chama-se
00:54:36planejamento.
00:54:37Esse escritório
00:54:38que está sendo montado
00:54:39no Rio de Janeiro,
00:54:40eu estou otimista
00:54:41em relação a ele.
00:54:41É o mínimo que eu precisava fazer.
00:54:43Uma estrutura
00:54:43de entendimento
00:54:44entre o âmbito federal
00:54:46e o estadual.
00:54:47O que se espera
00:54:48desse escritório,
00:54:49naturalmente,
00:54:50vamos fazer um diagnóstico
00:54:51do que está acontecendo.
00:54:52Ô, chefe da polícia,
00:54:54tem uma estrutura
00:54:55de uma empresa até
00:54:56que faz planejamento estratégico
00:54:57para ser ideado
00:54:58no Rio de Janeiro,
00:54:59ela chama
00:55:00essa meia dúzia
00:55:01de cara que entende.
00:55:03Depois chama mais 20
00:55:04dos que estão vendo
00:55:05lá no chão de fábrica,
00:55:07que nem sempre
00:55:07o chefão é o que conhece
00:55:08o problema.
00:55:10Eu vi um planejamento
00:55:11desse,
00:55:11chegou uma hora
00:55:11e tinha 600 pessoas
00:55:13contribuindo.
00:55:14A primeira contribuição
00:55:15é diagnóstico.
00:55:17Houve uma grande greve
00:55:18na Bahia da PM,
00:55:19o governador me chamou,
00:55:21comecei a conversar
00:55:22com os policiais.
00:55:23Conversei com 40 PMs
00:55:24de soldado de manhã,
00:55:2540 à tarde,
00:55:26no outro dia 50 sargentos,
00:55:28fui conversando
00:55:29com todas as escalas.
00:55:31Fiquei sabendo
00:55:31de coisas arrepiantes
00:55:32que o comando não sabia.
00:55:34uma sargento,
00:55:35uma senhora,
00:55:36né?
00:55:38Coronel,
00:55:38nós estamos aqui,
00:55:39é a nossa revolta
00:55:40da chibata,
00:55:41estamos cansados
00:55:41de tomar tapa na cara.
00:55:43Putz.
00:55:44Isso é comum
00:55:45na disciplina militar.
00:55:48E o Supremo
00:55:49ainda falou,
00:55:49a disciplina militar,
00:55:51a prisão militar
00:55:52das PMs
00:55:53é regular,
00:55:54é normal,
00:55:55é constitucional.
00:55:57Você não consegue
00:55:58prender o cara
00:55:59que foi solto
00:55:5986 vezes
00:56:01na justiça,
00:56:02mas você prende
00:56:03o policial
00:56:03porque a bota
00:56:04estava suja.
00:56:06Está preso
00:56:06três dias,
00:56:07quatro,
00:56:08como assim?
00:56:09Então,
00:56:10faz parte
00:56:10da realidade
00:56:11nacional também
00:56:12essa questão.
00:56:14O assédio moral
00:56:15contra os policiais
00:56:16é um drama
00:56:18das nossas polícias
00:56:19de maneira geral.
00:56:21Então,
00:56:21há muito por fazer,
00:56:22Vila,
00:56:23no final das contas.
00:56:24E nós
00:56:25não estamos fazendo
00:56:26nem nas pequenas coisas,
00:56:28como tratar bem
00:56:28um policial,
00:56:29no seu difícil
00:56:30meio de trabalho,
00:56:31como também
00:56:32pensar em como
00:56:33tanta droga,
00:56:34tanta arma
00:56:35entra pelo Brasil
00:56:35e se espalha
00:56:36pelo Brasil
00:56:37fomentando,
00:56:38dando poder
00:56:39para as facções
00:56:40que atormentam
00:56:40a sociedade brasileira.
00:56:42Será que o governo
00:56:43vai ter juízo?
00:56:44Falei,
00:56:44gente,
00:56:45vamos deixar,
00:56:46pelo menos,
00:56:47não sei se eu vou
00:56:48renovar meu mandato,
00:56:49mas vamos deixar
00:56:49um plano decente
00:56:50de segurança
00:56:51para quem vier
00:56:52governar o Brasil
00:56:53em 2027?
00:56:54Espero que essa
00:56:55seja a ideia.
00:56:57Estamos indo
00:56:58para o final
00:56:59do nosso encontro,
00:56:59mas ainda temos
00:57:00alguns segundos.
00:57:03Não quero idealizar,
00:57:05achar que é uma maravilha,
00:57:06mas o episódio
00:57:07aqui de São Paulo
00:57:08da Cracolândia,
00:57:09da forma como
00:57:10foi enfrentada
00:57:10recentemente,
00:57:12mostra muito
00:57:13do que o senhor
00:57:13está dizendo.
00:57:15Ou seja,
00:57:15um trabalho conjunto,
00:57:17prefeitura,
00:57:17governo de estado,
00:57:19polícia,
00:57:19assistência social,
00:57:21trabalho médico,
00:57:22trabalho repressivo,
00:57:23presença do
00:57:24Ministério Público
00:57:25e aquele território
00:57:27liberado,
00:57:28que era uma coisa
00:57:29inaceitável
00:57:30na maior cidade
00:57:31da América do Sul
00:57:32e não existe.
00:57:33Foi possível fazer.
00:57:35Isso foi uma persistência,
00:57:36é um mérito que tem
00:57:37o prefeito
00:57:38e o governo
00:57:38de São Paulo,
00:57:39que colocou
00:57:40o vice-governador
00:57:41para fazer essa
00:57:42coordenação pelo Estado.
00:57:43E como você mencionou,
00:57:44tem a parte
00:57:45que percebe,
00:57:46Polícia Civil,
00:57:47Polícia Militar,
00:57:47a Guarda Civil
00:57:48Metropolitana,
00:57:49a Guarda Municipal
00:57:50aqui de São Paulo,
00:57:51e mais todas as
00:57:51estruturas de saúde
00:57:52e assistência social.
00:57:53todas as pessoas
00:57:56nas ruas,
00:57:57todas elas foram
00:57:58diariamente
00:57:59consultadas,
00:58:00de alguma maneira
00:58:01abordadas.
00:58:03A operação
00:58:04contra o crime
00:58:05organizado
00:58:05na área financeira
00:58:07envolveu
00:58:09nove instituições,
00:58:11informalmente até,
00:58:12não tinha nenhuma
00:58:13estrutura,
00:58:14você faz isso,
00:58:15faz isso,
00:58:16principalmente através
00:58:17da liderança
00:58:17do Ministério Público
00:58:18de São Paulo.
00:58:19O presidente
00:58:20até falou,
00:58:20nós fizemos,
00:58:21nós vírgula,
00:58:22o Ministério começou
00:58:23tudo aqui,
00:58:24chamou a Polícia Federal,
00:58:25a Receita Federal,
00:58:27começou a haver
00:58:28problemas,
00:58:29foram conversando,
00:58:30se entendendo,
00:58:30montaram uma
00:58:31operação muito exitosa.
00:58:34Nós temos ainda
00:58:35muitas estruturas
00:58:36com capacidade,
00:58:37como é o
00:58:38Ministério Público
00:58:38de São Paulo
00:58:39e muitos
00:58:39Ministérios Públicos
00:58:40pelo Brasil.
00:58:41O Ministério Público
00:58:42do Rio Grande do Sul
00:58:43está com um sistema
00:58:44avançadíssimo,
00:58:46dos melhores do mundo
00:58:47de inteligência artificial,
00:58:49que São Paulo
00:58:49não tem ainda.
00:58:50mas o Banco de Dados
00:58:51da Polícia
00:58:52de São Paulo
00:58:52é um dos melhores
00:58:53do mundo.
00:58:54Então é necessário
00:58:55começar a triangular
00:58:56essas boas práticas,
00:58:58boas estruturas,
00:58:59porque a gente tem
00:59:00coisa para ser aproveitada.
00:59:01E essa ideia
00:59:02de um planejamento,
00:59:03escuta,
00:59:03o que nós podemos usar
00:59:05com o que temos agora,
00:59:06sem depender da lei?
00:59:09Que liderança?
00:59:09Normalmente,
00:59:10não vão precisar achar,
00:59:11o velho problema,
00:59:12o grande insumo
00:59:13é saber
00:59:14atrair lideranças.
00:59:16Exato.
00:59:17Lideranças competentes.
00:59:18O que é a ideia
00:59:18de liderança?
00:59:19inspirar pessoas
00:59:20para que dê o melhor
00:59:21de si.
00:59:23E isso é um artigo,
00:59:25não é tão raro assim,
00:59:26tem muita gente boa
00:59:27trabalhando.
00:59:28Nós falamos do Complexo
00:59:29da Penha,
00:59:29do Alemão,
00:59:30parece que não tem nada,
00:59:32André,
00:59:32mas tem programas
00:59:33sociais fabulosos.
00:59:35O Complexo da Maré
00:59:36tem uma liderança social
00:59:37que faz trabalho
00:59:38com crianças,
00:59:39com idosos,
00:59:40extraordinário.
00:59:41Tem que convocar
00:59:42essas pessoas
00:59:43para participar
00:59:43desse processo.
00:59:44vocês vejam,
00:59:46vocês que nos acompanham,
00:59:47quão complexa
00:59:48essa questão,
00:59:49mas como alternativas
00:59:51são possíveis
00:59:52de serem construídas.
00:59:53Foram apresentadas
00:59:55várias aqui
00:59:55nessa nossa conversa
00:59:57com o Coronel José Vicente,
00:59:59experiências com vários,
01:00:00com êxito,
01:00:01outras que tiveram problemas
01:00:02e precisam aprender,
01:00:03nós aprendemos
01:00:05onde tiveram os problemas
01:00:06e porquê,
01:00:07e discutir seriamente,
01:00:09sem politicagem barata,
01:00:11sem panfletarismo,
01:00:11sem eleitorarismo,
01:00:14de última hora
01:00:15para eleitorarismo,
01:00:16entre aspas,
01:00:17para 2026,
01:00:19sem querer aparecer
01:00:20na televisão
01:00:20para fazer frases bombásticas,
01:00:22sem lacrar na internet.
01:00:24Vamos discutir
01:00:25isso seriamente.
01:00:26E esse é o papel
01:00:26do Sobalho,
01:00:27a verdade,
01:00:28agradecendo muito
01:00:29a presença
01:00:29do Coronel José Vicente
01:00:31e convidando vocês
01:00:32próxima sexta-feira
01:00:33mais uma conversa
01:00:34às 22 horas.
01:00:35Até.
01:00:41A opinião dos nossos comentaristas
01:00:47não reflete necessariamente
01:00:49a opinião do Grupo Jovem Pan
01:00:51de Comunicação.
01:00:56Realização Jovem Pan
01:00:58Jovem Pan
01:00:59Jovem Pan
01:00:59Jovem Pan
01:00:59Jovem Pan
01:01:00Jovem Pan
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