- anteontem
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NotíciasTranscrição
00:00:00só vale a verdade. Olá, hoje no
00:00:08Só Vale a Verdade nós temos um
00:00:09entrevistado que tem uma longa
00:00:10história na segurança pública
00:00:12aqui de São Paulo. Exerceu
00:00:13diversas funções na polícia
00:00:15civil e hoje é o secretário
00:00:16adjunto de segurança pública
00:00:18aqui do estado de São Paulo.
00:00:20Não só na área de segurança
00:00:21pública, também é um grande
00:00:23torcedor e acompanha para e
00:00:25passo as ações do meu time, que
00:00:28é o time dele também do
00:00:29Santos Futebol Clube. Então
00:00:30agradeço muito o delegado Oswal
00:00:31Nico Gonçalves ter aceito o meu
00:00:33convite. Muito obrigado. Eu que
00:00:34agradeço, pra mim é uma honra
00:00:36estar com o senhor aqui, porque
00:00:37eu sou seu fã de carteirinha.
00:00:39Obrigado, obrigado. Delegado,
00:00:42a partir de agora, como nós
00:00:43sempre falamos, só vale a
00:00:44verdade. Sempre, pode deixar.
00:00:46Delegado, Nico, São Paulo vive
00:00:48uma crise de segurança pública?
00:00:50Olha, nós estamos conseguindo
00:00:52baixar todos os índices de
00:00:53criminalidade, mas o que a gente
00:00:54não consegue é transmitir essa
00:00:56sensação de segurança, que é
00:00:58muito difícil. Eu vou falar uma
00:01:00coisa, por exemplo, lá em Nova
00:01:02York, o Juliane fez um, conseguiu
00:01:04baixar trinta por cento nos índices
00:01:06de criminalidade no centro de
00:01:07Nova York, fizeram uma estátua
00:01:08pra ele no século. Aqui nós já
00:01:10conseguimos baixar mais de sessenta
00:01:11por cento, hoje você consegue
00:01:13andar no centro da cidade,
00:01:14retomamos vários territórios,
00:01:16praça Presa Isabel, praça da
00:01:18Sé, vários locais, mas a gente
00:01:20não consegue transmitir essa
00:01:22sensação de segurança pra sociedade.
00:01:24Não é porque em alguns lugares
00:01:26falta iluminação, em alguns
00:01:27lugares iluminação e a presença
00:01:30ostensiva da polícia? Olha, nós
00:01:32estamos com a operação delegada no
00:01:33centro, todo dia mais de trezentos
00:01:34homens trabalhando, dá pra andar
00:01:37seguro no centro, tem lugar que a
00:01:39iluminação não é adequada, né?
00:01:41Mas eu posso garantir pro senhor
00:01:43Vila, que baixou todos os índices no
00:01:45centro de São Paulo. Agora, até na
00:01:46Praça da Sé, onde tem, nessa
00:01:48catedral, tem um lanche de domingo,
00:01:50convido a todos passar por lá,
00:01:52visitar os sinos, é, é, tá, outra,
00:01:55outra coisa, vou dizer assim, nós
00:01:56conseguimos baixar bastante. E ali
00:01:57perto é o pátio do colégio, como é
00:01:59que tá? Faz tempo, eu tô
00:02:00perguntando pro senhor, porque faz
00:02:01tempo que eu não passo lá, como é
00:02:02que tá o pátio? Tem uns passeios que
00:02:03o pessoal, várias obras lá de
00:02:05brecherê, tem uns passeios que é
00:02:07guiado à noite, sempre tem um
00:02:09segurança por perto, o pessoal consegue
00:02:11alguns grupos, eu vejo alguns
00:02:13grupos de turistas, já retomando
00:02:15esse passeio no centro de São
00:02:16Paulo, no centro histórico. Bem,
00:02:17falar do centro de São Paulo, tem
00:02:19de falar, inevitavelmente, da
00:02:21Cracolândia. O Brasil inteiro, é,
00:02:23ouviu falar da Cracolândia e tem
00:02:25uma ideia que a Cracolândia existe
00:02:27até hoje, é, cada vez ela se
00:02:29expande mais. Eu pergunto ao
00:02:31delegado Nico, a Cracolândia, ela
00:02:33continua se expandindo, tem mini
00:02:34Cracolândias, é, pela cidade de
00:02:37São Paulo, mas naquela região
00:02:38original, ali, próxima à estação
00:02:40Júlio Presta, Antiga Rodovela,
00:02:42como é que tá a situação?
00:02:43Olha, nós temos que agradecer
00:02:44muito ao governador Tarcísio e
00:02:45ter a coragem de ter, ah, colocado
00:02:48as forças de segurança na, na, na
00:02:49favela do Moinho, acabando com a
00:02:51favela do Moinho, tá
00:02:52reestruturando, isso acabou com um
00:02:54pouco do tráfico que tinha na
00:02:55Cracolândia. Quando eu comendo a
00:02:56que tinha, desculpe, eh, delegado,
00:02:59a favela do Moinho, qual a ligação
00:03:00que ela tinha com a região da
00:03:02Cracolândia? Ela, ela, ela, ela
00:03:04fornecia drogas pra lá, vamos
00:03:05dizer, era um grande reduto do, do, do
00:03:07Leão do Moinho e passava a droga
00:03:09pra, pra, pra aquela região.
00:03:11Perfeito. E, que nós
00:03:12conseguimos asfixiar aquele lugar. Sim.
00:03:15E parou a droga e que diminuiu
00:03:16muito. E, ah, eu posso falar aqui no,
00:03:18no, no, no, no começo da nossa
00:03:20gestão, nós tínhamos um núcleo duro
00:03:22de dois, duas mil, quinhentas pessoas,
00:03:23duas mil. Hoje não temos cem e quase
00:03:26nenhum lugar, nenhum mais tem no
00:03:27centro, porque muita gente, ah,
00:03:30procurou atendimento com a falta de
00:03:32droga, procurou atendimento médico e
00:03:34esses trabalhos sociais que estão
00:03:35tendo pra prefeitura, né? E outra
00:03:37também é a segurança também que
00:03:38aumentou bastante. Então, algum
00:03:40migrou pra algum lugar, pra outro,
00:03:41mas cê não vê, que nem quando foi
00:03:43construído aquele murão lá que
00:03:44dividia, certo? Onde tem aquela cena
00:03:46aberta dos usuários, hoje não se vê
00:03:48mais. Eu pergunto ao delegado, é, é
00:03:52inevitável que a gente vê isso na, na
00:03:54imprensa, no dia a dia, as pessoas
00:03:57falam, grime organizado em São Paulo.
00:04:00A, a, a segurança pública, em
00:04:01particular a polícia civil do qual o
00:04:03senhor é oriundo e há tantos anos,
00:04:05qual, como é que se faz o combate ao
00:04:07crime organizado e a organização
00:04:09criminosa mais conhecida do Brasil e
00:04:12hoje, de acordo com o, o, o doutor
00:04:15Lincoln Gakia, o PCC, pra dar o nome,
00:04:18é, não é uma simples organização
00:04:20criminosa, é uma máfia, tá em vinte e
00:04:22seis países. Verdade. Como é que é
00:04:24isso aqui no estado de São Paulo? É
00:04:25difícil, mas aqui em São Paulo, eu vou
00:04:26dizer uma coisa, viu? Ela não tem
00:04:27bandido de nome que se cria aqui. Eu
00:04:29não conheço, como em outros estados,
00:04:31né? Que fala que ele é o, a polícia
00:04:33não entra naquela área porque é
00:04:35dominada pelo tráfico. É, aqui nós
00:04:38não temos isso. Eu não, eu garanto
00:04:40você que não tem lugar que a polícia
00:04:41não frequente. E nós estamos fazendo
00:04:43uma asfixia na parte financeira do
00:04:45crime, né? É por onde a gente tem
00:04:47que pegar. Temos aprendido vários
00:04:49membros dessa organização criminosa
00:04:52com dinheiro e mandando pra cadeia.
00:04:54Então aqui em São Paulo, eles não se
00:04:56criam, eles estão, estão de outro
00:04:57estado, atuam aqui, mas aqui em São
00:04:59Paulo, eu garanto pra você, o combate
00:05:01tá sendo efetivo. Eu aproveito pra
00:05:04lembrar um, agora uma, no caso da
00:05:07favela do, nós temos, pra quem nos
00:05:08acompanha e não é de São Paulo, nós
00:05:11temos duas grandes favelas ou as
00:05:13pessoas gostam de mudar de nome,
00:05:14chamar de comunidades. Eu prefiro o
00:05:16nome original que não é mudando o
00:05:17nome, que muda as condições de vida
00:05:18das pessoas. Uma é Heliópolis e outra
00:05:21Paraisópolis. Paraisópolis é numa, numa
00:05:23área do Morumbi, que é considerada uma
00:05:25área de elite, isso que é próximo ao
00:05:29estado, do estádio do São Paulo, isso
00:05:31pra quem não é aqui da cidade. Em
00:05:34Paraisópolis houve um incidente grave,
00:05:36recente da ação da polícia. Eu
00:05:37pergunto ao senhor, como explicar
00:05:40aquilo? Quer dizer, eu vi as imagens,
00:05:43é algo muito dolorido. Como, que
00:05:47protocolo existe pra impedir que ocorra
00:05:49um fato tão grave como aquele? Olha, a
00:05:51polícia militar atende mais de 53 mil
00:05:54ocorrências dia, dia. Alguma pode fugir do
00:05:57protocolo e quando foge do protocolo, é
00:05:59prontamente atendida pra nossa
00:06:02corrigidoria, pras corrigidorias da
00:06:03polícia civil, militar, da corrigidoria
00:06:06tecossientífica, né? A gente não aprova
00:06:08determinadas condutas, tanto é que o
00:06:11pessoal foi atuado, flagrante pela
00:06:13própria polícia militar. Quem, quem, quem
00:06:17fez a solicitação foi a própria polícia
00:06:19militar, através das nossas câmeras que
00:06:21viu que o comportamento não foi
00:06:23adequado, não foi, fugiu do protocolo e as
00:06:26pessoas têm que responder pelo que
00:06:27fez. Mas o que eu te garanto, são
00:06:29cinquenta e três mil ocorrências,
00:06:30cinquenta e duas no mês, no dia
00:06:32seguinte cinquenta e quatro mil, noventa e
00:06:34nove vírgula nove por cento são bem
00:06:36sucedidas. Agora, acontece alguma que
00:06:38foge do protocolo, as providências
00:06:40são sempre tomadas. E as câmeras, o senhor
00:06:43citou as câmeras, eu aproveito e
00:06:44perguntar, o senhor é favorável? Eu sou a
00:06:46favor. E o que, o que elas demonstraram
00:06:48até agora, em termos de utilidade, tanto
00:06:51no combate ao crime, como no caso da
00:06:53eventual violência policial ou na
00:06:55violência contra o policial, como é que
00:06:57é isso? Exatamente, ó, as câmeras tá
00:06:58sendo de muita valia, tem gente que logo
00:07:01pra se defender, chega em juízo, fala
00:07:02apanhei do policial, o policial forçou e
00:07:04as câmeras aqui na prova pro policial
00:07:06também, que aquele policial do bem, que
00:07:09tem aquilo como conduta, serve de
00:07:11defesa pra ele mesmo. E serviu agora
00:07:13também, até quando ele agiu errado,
00:07:15também foi. Então eu sou a favor das
00:07:17câmeras, tanto é que estamos aumentando
00:07:19agora, mais, com compra quase de mais
00:07:21dois mil câmeras. Deixa eu perguntar
00:07:23pro senhor, eh, na polícia militar,
00:07:26quantos, eh, quantos componentes da
00:07:28polícia? Noventa e seis mil. Meu
00:07:30Deus, noventa e seis mil. É maior do
00:07:31que muitas cidades no Brasil, né?
00:07:33Noventa e seis mil, é, eu acho que
00:07:34esse é o número, porque hoje eu tive
00:07:35comandante Coutinho. Sim. E ele me
00:07:38falou alguma coisa em torno de noventa e
00:07:40seis mil. Noventa e seis mil, tá. Ah, o
00:07:42senhor é da polícia civil e tem uma
00:07:43longa história na polícia civil. Há um
00:07:45conflito entre polícia civil e polícia
00:07:47militar? Eu digo isso porque eu vi o
00:07:49noticiário, alguns delegados
00:07:50protestando e o senhor que tem uma
00:07:52longa história da também da sua
00:07:54família na polícia. É, como é que é
00:07:56isso? Há um conflito entre polícia
00:07:57civil e polícia? Olha, eu vou falar
00:07:58uma coisa, quando eu assumi como
00:08:00delegado geral. Sim. O governo
00:08:02Rodrigo Garcia, ele me convidou pra ser
00:08:04delegado geral de polícia. Primeira
00:08:05coisa que eu fiz, eu fui no
00:08:07comandante da polícia militar e
00:08:08falei, vamos trabalhar junto. Foi, eu
00:08:10fui assim, eu vi o pessoal do Garra,
00:08:13no grupo dele da polícia civil, do
00:08:14GER, saindo junto com o pessoal da
00:08:16Rota pra o mesmo fim, assim, os
00:08:17bandidos, prender os bandidos, né? E
00:08:19nós fizemos várias operações
00:08:21juntas. Então, uma coisa que eu me
00:08:23recordo, que eu tenho isso com
00:08:24orgulho, né? O quando eu fui numa
00:08:27missão, numa comunidade de
00:08:28Paralisópolis, quando o pessoal da
00:08:30Rota me chamou de lado, falou,
00:08:31eu quero me falar com o senhor.
00:08:33Doutor, eu quero me falar com o
00:08:34senhor. O que que é? O que que ele
00:08:36quer comigo? Aí me chamaram do lado,
00:08:37só os praças, só os soldados, me
00:08:39deram uma camisa da Rota e falou,
00:08:41olha, o senhor tá integrando as
00:08:42polícias, o senhor tá fazendo
00:08:43história. Por causa do senhor, meu
00:08:45comandante tá aqui, meu comandante
00:08:46anterior nunca vinha aqui na na na
00:08:48missão. Hoje o meu comandante tá
00:08:50vai porque o senhor acompanha o seu
00:08:51pessoal, então o pessoal vem e hoje
00:08:52ele sabe meu nome e eles me deram
00:08:54uma camisa da da da Rota e eu tenho
00:08:57isso com o maior com o maior carinho,
00:08:58porque eu fui homenageado pelos
00:09:00soldados antes de uma missão, que eu
00:09:02promovi sempre, não de agora, eu
00:09:04agora tô com o Instagram, gente chama
00:09:06delegado Nico, pode falar que é
00:09:08arroba delegado Nico, eu tô contando
00:09:09histórias, o senhor é especialista
00:09:12nisso desde 1979 de casos de
00:09:14policiais. Eu fui a primeira, o
00:09:16primeiro entrevistado do Jacinto
00:09:17Figueira Júnior no Homem do
00:09:19Sapato Branco e lá eu já promovi a
00:09:21União das Polícias. Se vier essas
00:09:23postagens que eu fiz, a de 79, 80,
00:09:2681, o Wagner Montes aí, todo o
00:09:28pessoal que já faleceu, o Marcelo
00:09:29Rezende, tudo começando, o César
00:09:31Atalho novinho na rua com a gente e
00:09:34eu promovia desde aquela época de
00:09:3581, 82, a integração das polícias.
00:09:38Eu sempre saía junto com a polícia
00:09:39militar e não é de agora. E agora com o
00:09:41secretário, eu procuro sempre essa
00:09:44aqui, nós precisamos muito dele, tô
00:09:45aprendendo muito com a polícia
00:09:46militar e eles com a gente. E o
00:09:48Derrite tá fazendo essa, esse papel,
00:09:51às vezes não é compreendido como a
00:09:52gente acha que tinha que ser, né? Mas
00:09:54a gente procura muito a integração. E
00:09:56o caso desse, do, do. Perfeito. O
00:09:59sargento que atirou, deve tá sofrendo
00:10:01muito também, porque não era o resultado
00:10:02que ele queria, ele não saiu da,
00:10:04eu vou trabalhar hoje, vou matar um
00:10:06policial civil, não existe isso aí. Foi
00:10:08uma, uma tragédia, sabe? Uma
00:10:10tragédia, porque ontem eu fui no, no
00:10:12inteiro, fui entregar a bandeira pro
00:10:14pai, você não sabe, eu não conseguia
00:10:15dormir à noite. Fiquei com isso na
00:10:16cabeça, porque nós policiais, nós
00:10:19saímos da sociedade, não caímos
00:10:20policial de casa, nós temos
00:10:21sentimentos também. E eu, antes de
00:10:23dormir, vinha aquela imagem do pai,
00:10:25eu entregando a bandeira, fuxa, eu
00:10:27fui até dormir sem essa, pensou como
00:10:28tá sentindo o que atirou também, né?
00:10:31O policial civil tava lá no hospital,
00:10:33mais de cinquenta policiais
00:10:34militares foram, mas se matricularam
00:10:36pra dar sangue, eu tava lá, você
00:10:37entendeu? Eu vi isso aí. Então foi uma
00:10:39fatalidade, ninguém queria esse
00:10:41resultado, né? Mas infelizmente
00:10:42aconteceu, como já aconteceu
00:10:44anteriormente com a polícia civil
00:10:45também, mas não é isso que tá tendo
00:10:47briga, fala assim, ó, viemos aqui pra
00:10:49pra tirar no policial. Foi uma falha
00:10:51de comunicação e que infelizmente
00:10:53deu essa tragédia. Deixa eu
00:10:55perguntar, o senhor citou, eu acho
00:10:56que é importante, uma vez eu tava
00:10:58lá na, ali na, no comando geral da
00:11:00polícia militar, lá na, no metrô
00:11:02Tiradentes, lá da escola
00:11:04Politécnica, antigamente, e, e aí eu
00:11:08fiquei, eles mandaram pra almoçar e
00:11:10eu fiquei acompanhando lá todo o
00:11:11trabalho que eles fazem, já faz
00:11:13algum tempo. E o que me chamou
00:11:15atenção, além de eu tava até
00:11:16conversando com um amigo pouco
00:11:17antes, essa questão, como os
00:11:19coronéis tinham uma grande
00:11:20experiência internacional,
00:11:21inclusive, conhecendo experiências
00:11:23de outros países, e tinha naquele
00:11:24dia duas missões estrangeiras
00:11:26acompanhando o trabalho da polícia
00:11:27militar, é, de São Paulo. E alguns
00:11:29coronéis com quem eu tava
00:11:30conversando eram favoráveis da fusão
00:11:32entre polícia militar e polícia
00:11:34civil. Ah, mais do que uma
00:11:36colaboração, uma fusão, como em
00:11:38outros países, nós somos uns poucos
00:11:40países que, assim, importantes, que
00:11:42cê tem duas polícias, que muitas
00:11:44vezes concorrem entre si. Qual a
00:11:46opinião do senhor? Eu acho que é
00:11:47muito importante, eu ainda, antes
00:11:48de aposentar, eu gostaria de ver a
00:11:50as duas polícias falando no mesmo
00:11:51rádio, entendeu? No mesmo rádio,
00:11:53nós temos o Cupom, temos o Cepol,
00:11:55falando em rádios distintos. Sim. Porque
00:11:57um caso falando no mesmo rádio,
00:11:58evitado essa tragédia que
00:11:59aconteceu, quando o policial da, o
00:12:02policial entrou por um lado, o
00:12:03policial militar pelo outro e se, e
00:12:05deu essa, essa fatalidade, né? Então
00:12:07eu quero que um dia ainda que a
00:12:09polícia converse no mesmo rádio e
00:12:11as missões são integradas. Hoje
00:12:12nós fazemos missão com junto com a
00:12:14polícia militar, com o GAECO,
00:12:16sempre integrada. Mas, é, que eu
00:12:19falo, né? Eu quero um dia, antes de
00:12:20aposentar, ver os dois falando na
00:12:21mesma canaleta que a gente fala.
00:12:23É, as pessoas muitas vezes não
00:12:25entendem, delegado, e eu muitas vezes,
00:12:27é, em certa época também não
00:12:28compreendia, nós vamos fazer um
00:12:30boletim de, por exemplo, aquele
00:12:31boletim que precisa ser feito na
00:12:33delegacia. É bom lembrar que hoje
00:12:34pela internet, boa parte dos crimes,
00:12:37né? É possível já fazer o próprio
00:12:39boletim, o que significa um grande
00:12:40avanço, mas quando eles chegam, eh, no
00:12:42distrito policial, muitos se
00:12:43encontram, ou poucos funcionários, ou
00:12:46os equipamentos muito antigos, uma
00:12:48demora no atendimento, isso eu tô
00:12:50dizendo que as pessoas reclamam pra
00:12:51mim, não é o que aconteceu comigo,
00:12:52não, mas é o que as pessoas falam
00:12:54tudo isso, e, e sentem, eh, e não
00:12:57entendem, eh, até onde vai o papel da
00:13:00polícia militar, naquele crime, com,
00:13:02e, eh, acontecido, e até onde é o
00:13:04papel da polícia civil, o que
00:13:06distingue as duas? Qual é a função
00:13:07da polícia civil, qual é a função da
00:13:09polícia militar? A polícia militar
00:13:11cuida do policiamento preventivo
00:13:13especializado, eles têm a, a, de, de,
00:13:16de prevenir que não aconteça o
00:13:18crime, mas depois que o crime
00:13:19aconteceu, ele passa a ser
00:13:20investigado pela polícia civil, que
00:13:22parte de investigação, essa é a
00:13:24principal de, eh, diferença entre os
00:13:26dois. Contra ao efetivo, que você
00:13:29falou, nós tivemos um grande tempo
00:13:31sem concurso, desde a panelia pra cá,
00:13:33não teve concurso, hoje pra você
00:13:34formar um policial, você demora um
00:13:36ano, um ano e meio pra formar um
00:13:37policial. Tem uma academia, né? É,
00:13:39uma academia de polícia, como tem a
00:13:40do Barro Grancos, tem a academia da
00:13:41polícia, você demora um ano, um ano e
00:13:44meio pra formar um policial, né? Você
00:13:45abre um concurso e quando chega no
00:13:47final, não é todos que, que, que,
00:13:49quando viram a realidade do que a
00:13:50polícia não, não firma. Fizeram um
00:13:52concurso agora, aprovaram trezentos e
00:13:54cinquenta delegados, tomou posse só
00:13:56duzentos e cinquenta, que muita gente
00:13:57decide sair no caminho, porque a gente
00:13:59quer concurseiro, sabe? Quando vir a
00:14:02realidade, falou assim, ó, eu vou
00:14:03embora e não fica até, até o fim, né?
00:14:06Então demora muito. Ou, e no governo
00:14:08Tarciso agora, né? Fazer um
00:14:10problema do governo, porque eu não sou
00:14:11político, mas foi a maior, a maior
00:14:12contratação de policial que existiu na
00:14:15história, foram quatro mil e quinhentos
00:14:16no começo do governo Tarciso. E
00:14:18estamos repondo, mas tem muita
00:14:19aposentadoria, aposentadoria já
00:14:21ficava velho, eu tenho também, daqui
00:14:23dois, três anos eu aposento, então
00:14:25tem que ter essa substituição. E a
00:14:28gente tá vendo também, eu tô vendo,
00:14:29isso vou falar de coração mesmo, que
00:14:31tem pouco policial raiz, sabe? Que
00:14:32gosta de ser policial. Eu desde
00:14:34menino sabia que queria ser
00:14:35policial. Eu engraxava sapato na
00:14:37delegacia do Ipiranga, os policiais
00:14:39ganhavam um dinheirinho pra limpar as
00:14:41viaturas, passar pretinho no pneu, eu
00:14:43não queria ser médico, juiz, promotor,
00:14:45não queria, eu queria ser policial e
00:14:46servir, sabe? Então eu tenho, eu gosto
00:14:48de ser policial. Eu, quando minha
00:14:51mulher me ajudou, eu passei no primeiro
00:14:52concurso, eu, como investigador de
00:14:55polícia, eu vibrei, porque é aquilo
00:14:57que eu queria, eu desejava ser
00:14:59policial. Hoje em dia, o pessoal não é
00:15:01tão assim, apaixonado pela causa,
00:15:03sabe? Quando chega, vem a realidade, que é
00:15:05difícil, né? Não tem mais aquele
00:15:07policial raiz que tinha no meu tempo.
00:15:09Então, as vagas estão sendo
00:15:11preenchidas, há uma defasagem que é
00:15:13difícil, a gente entende a situação do
00:15:15governo, mas aí, a gente tem que ter
00:15:18vinte e seis mil homens, não consegue
00:15:20ter isso. Hoje tem quanto,
00:15:22aproximadamente? A Polícia Civil deve
00:15:23estar com uns vinte e dois mil, vinte
00:15:25mil. Então tem umas quatro. Esse
00:15:26número não é exato. Sim, sim, mas
00:15:27aproximadamente é um número grande.
00:15:29Então, uma defasagem de vinte a
00:15:31trinta por cento. Sim. E isso
00:15:32interfere muito. Apesar que a
00:15:33eletrônica também tem ajudado muito.
00:15:35Hoje a gente faz quase dez mil
00:15:37BO por dia eletrônico. Sim. Entendeu?
00:15:39Então, é um grande número. Então, os
00:15:41números são enormes, né? Mas houve a
00:15:43contratação no começo do governo, né? E a
00:15:45gente tá formando policiais. Agora tem
00:15:47uma turma de peritos que entrou, são
00:15:49duzentos e cinquenta peritos que
00:15:50começaram a ingressar agora, semana
00:15:51passada, na academia. Me falaram, é o
00:15:54seguinte, uma vez conversando com o
00:15:56pessoal, porque eu eu eu gosto muito de
00:15:58conversar com as pessoas, até pra
00:15:59sentido o que elas estão achando do
00:16:00dia a dia e tal. Então, eu converso com
00:16:02muita gente todo dia, delegado, mas aí
00:16:05uma pessoa fala assim, pô, tem muitas
00:16:06empresas de segurança, tem umas
00:16:08empresas de segurança em todo lugar, tem
00:16:10muita segurança privada e essa pessoa
00:16:12me diz, porque não há uma efetiva
00:16:14segurança pública. A fala foi essa. Eu
00:16:17pergunto ao delegado, não tem muita
00:16:19segurança privada em São Paulo ou no
00:16:23Brasil? Falar São Paulo que é o estado
00:16:24mais importante da federação. Não é um
00:16:27exagero e alguém pode falar assim,
00:16:29olha, isso existe porque não tem
00:16:31segurança pública. Eu sei que a
00:16:34relação é um pouco panfletária que
00:16:36fazem, mas eu pergunto ao senhor, não é
00:16:38um número grande, muito grande e tem um
00:16:40controle também sobre essa segurança
00:16:42privada de armas? Eles não são
00:16:45treinados em um ano e meio numa
00:16:46academia tal qual na Polícia Civil, por
00:16:48exemplo. Isso aí é esse controle exercido
00:16:50pela Polícia Federal, que controla todas as
00:16:52empresas de segurança. Eu não sei em
00:16:53quantas tem, mas hoje o pessoal, por
00:16:56causa dessa insensação que dá pra gente,
00:16:58faz de tudo pra dar certo, né? E não
00:17:00consegue transmitir a sensação, então o
00:17:02pessoal que pode procura contratar uma
00:17:04empresa, principalmente dos condomínios,
00:17:06mas isso é regido pela Polícia Federal.
00:17:08Sim, agora, mas tem, eu tava conversando
00:17:13com amigos, mas um pouco antes da gente
00:17:14começar aqui, hoje a gente caminha por
00:17:18São Paulo, aqui na Avenida Paulista
00:17:19também, em outros locais, tem agora um
00:17:21sistema de câmera que acompanha, eu não
00:17:24sei detalhá-lo assim, tecnicamente, eu
00:17:27queria conversar isso com o senhor, e que
00:17:28vai acompanhando, fotografando pessoas
00:17:30aqui e vai encontrando, aquele é um
00:17:32foragido, esse não sei o que, como é que
00:17:34é isso que é uma novidade? Eu sei que, no
00:17:37caso brasileiro, nessas proporções, porque
00:17:39tudo, pra quem tá nos acompanhando em
00:17:40outros estados, tudo é maior em São
00:17:42Paulo, é a maior cidade do Brasil, é o
00:17:45estado mais populoso, é o estado que tem
00:17:47maior número de eleitores, é o estado
00:17:48mais rico, é o estado que também tem
00:17:49muitos problemas sociais, e que também
00:17:52o mundo do crime tá presente, onde há
00:17:54muito dinheiro, e muito dinheiro aqui.
00:17:55Então, por isso que eu tô
00:17:56perguntando ao delegado, essa questão
00:17:59das câmaras, isso me parece uma
00:18:01novidade nessas proporções, né? Nós
00:18:02estamos aí com o serviço do
00:18:05Muralha Paulista, você entendeu? Que é uma
00:18:06proteção de câmaras, o estado todo, né?
00:18:08Vários municípios já aderiram e estão
00:18:10aderindo ainda, junto com a nós,
00:18:12usando o banco de dados da polícia,
00:18:14né? Pra procurar uma pessoa procurada.
00:18:16Eu vou dizer o que que nós estamos
00:18:18fazendo muito no estado de futebol, o
00:18:19Palmeiras foi o primeiro que a gente
00:18:21colocou o ingresso facial, então a
00:18:23pessoa vai entrar, colocou o rosto
00:18:24lá, se a pessoa deve pra, pra, pra
00:18:26polícia, tá procurado. Eu fiz uma
00:18:28implantação na Vila Belmiro, do seu
00:18:30time, um jogo lá, é, num jogo do
00:18:33Santos, que esteve lá, eu, eu levei o
00:18:35a tecnologia e o nosso banco de dados
00:18:38lá, lá. E naquele dia do jogo, nós
00:18:40conseguimos pegar cinco pessoas que
00:18:42eram procurados pra justiça, que
00:18:43eram devedores procurados e assaltantes
00:18:46de banco, um deles, outro é por
00:18:48pedofilia, conseguimos lá, o pessoal lá,
00:18:50e outra gente, quando a gente prende na
00:18:52catraca eletrônica, a pessoa, a gente
00:18:54não faz aquele escândalo, espera a
00:18:55pessoa sair, o ingresso dele não passa,
00:18:58a gente pega aí que tá com um
00:18:59probleminha, vem aqui e tal, e leva
00:19:00reservado pra não fazer alvoroço. Mas
00:19:03funciona, funciona bem. E agora, eu
00:19:06sei que o estádio do Corinthians
00:19:07também começou a semana passada, em
00:19:09vários eventos de massa, nós estamos
00:19:12colocando, quando colocando o nosso,
00:19:15nosso banco de dados. E aqui na, nas
00:19:18ruas de São Paulo, nas ruas mais
00:19:19importantes? A prefeitura também tem o
00:19:21smartphone, câmera, que tá, que tá. E aí é um
00:19:24trabalho conjunto com a? Tem, a
00:19:26prefeitura usa o nosso banco de dados
00:19:27também, quando tem um procurado também,
00:19:29eles pegam, apresentam pra gente, então, e o
00:19:31trabalho tá sendo integrado.
00:19:33Interessante, eu lembrei, não tem
00:19:34diretamente a ver com o delegado tá
00:19:36dizendo, mas tem relações, é, da
00:19:39questão do, da Vila Belmiro, dos
00:19:40santistas que estavam devendo pra
00:19:42justiça, vão usar mais essa linguagem,
00:19:44tem um grande filme argentino chamado
00:19:45Segredo dos Seus Olhos, e com o
00:19:48Ricardo Darin, que é um grande ator, e
00:19:50eles vão, estão atrás de um criminoso e
00:19:52vão descobrir que ele era torcedor do
00:19:54RACI, encontram ele no jogo do RACI,
00:19:56que era o time do meu avô, inclusive,
00:19:58então, São Paulo, ele disse o tal, mas
00:20:02é, mas vamos lá, a, a, São Paulo é um
00:20:05estado, eu nasci no interior, no
00:20:07Rio Preto, é um estado muito grande,
00:20:09como é que se, se estrutura a
00:20:11segurança pública no estado de São
00:20:13Paulo, que a gente fala muito da
00:20:14cidade de São Paulo, tem a região
00:20:16metropolitana, são quase três dúzias de
00:20:18países, de cidades, perdão, e, e no
00:20:21conjunto do estado? Ah, nós temos
00:20:23presença da polícia em todos, todos
00:20:25lugares do estado, né, entre a polícia
00:20:26civil e a polícia militar, né, é duro,
00:20:29porque, como você falou, as dimensões
00:20:30são grandes, às vezes tem um delegado
00:20:32que atende duas cidades ao mesmo tempo,
00:20:34né, o plantão, mas temos policial
00:20:36militar em toda a cidade. Sim, é,
00:20:39porque, ah, nós temos várias regiões do
00:20:42estado de São Paulo, e regiões
00:20:43seccionais, regionais. E regiões
00:20:46metropolitanas muito grande, outro dia
00:20:48eu tava, passei por Sorocaba, fazia um
00:20:50tempo que eu não passava por lá, eu
00:20:52fiquei impressionado com o crescimento
00:20:53da região, realmente é uma coisa
00:20:55fantástica, né, como esse estado, ele
00:20:58se desenvolve em locais onde há crise,
00:21:01tempo depois volta a crescer, é o, é,
00:21:04aquilo que eu sempre falo sobre, por
00:21:05exemplo, o Vale do Paraíba, foi café,
00:21:07depois foi Cidades Mortas, lembrando
00:21:09Monteiro Lobato, hoje é uma grande área
00:21:10de tecnologia, é tão incrível como São
00:21:13Paulo tem essas. Eu falo mais de 50 mil
00:21:15com esse dia atendido, sabe? Ixi. É
00:21:17muita coisa. É muita coisa, é, é,
00:21:19antigamente, o delegado tava falando, me
00:21:24lembrei, que nos distritos policiais
00:21:26também tinha uma espécie de mini, não é
00:21:28a denominação correta, mini casas de
00:21:30detenções, tinha mini presídios, tal,
00:21:32isso era uma confusão danada, isso não
00:21:34existe mais. Não, antigamente eu, quando
00:21:36eu entrei na polícia, os presídios
00:21:38ficavam na própria delegacia de polícia,
00:21:40o delegado de plantorista trabalhava com o
00:21:42delegado, dois investigadores, um carcereiro
00:21:44e um escrivão, e atrás dele um, mais de
00:21:47cem presos, que ele tinha que olhar. Era
00:21:50difícil, hoje já não tem mais presos em
00:21:52delegacia, a gente tem o SAP, né, que é o
00:21:54sistema nosso que cuida, tem o cadeão
00:21:56aqui, que o pessoal pega, vai pra uma
00:21:58triagem primeiro, certo, pra depois ser
00:22:01distribuído. Nós temos uma quantidade
00:22:03muito grande de presos, né, quase 230 mil.
00:22:05Ixi, é muita gente, é. Eu me lembrei
00:22:08agora, tinha uma corrigidoria da polícia
00:22:10civil, eu tô dizendo, tinha, porque não sei se
00:22:12era no mesmo lugar, na Brigadeiro
00:22:14Tobias, e uma vez, há muitos anos atrás,
00:22:17acho que nos anos 80, olha que faz tempo,
00:22:19era o doutor Guilherme Santana. É, eu
00:22:21conheci, o filho dele veio trabalhar
00:22:23comigo há muito tempo. Eu lembro, houve um
00:22:25problema, eu fui procurá-lo e, e olha,
00:22:27isso foi em 1986. Falecido, Guilherme Santana,
00:22:30eu cheguei a trabalhar com ele. Então, e
00:22:31houve toda a triagem, e a questão foi
00:22:33solucionada ali. Se alguém tem algum
00:22:35problema, que tem alguma questão que
00:22:36envolve a polícia civil, por exemplo,
00:22:38tem uma corrigidoria, ele pode ir em
00:22:40algum lugar? Na rua da Consolação, em
00:22:41Esquina Capaulista, aqui pertinho. Ah, tá.
00:22:43Tem um prédio da corrigidoria, onde são,
00:22:45tem um delegado de plantão lá, 24 horas,
00:22:48equipes operacionais da corrigidoria,
00:22:50pra tomar o produto de atendimento. Se
00:22:51alguém tiver alguma coisa, tá fácil, como
00:22:53tem na Polícia Militar, como tem na,
00:22:55em todo lugar. Temos a corrigidoria
00:22:57nossa, que é muito atuante, inclusive.
00:22:59O delegado fez referência ao início
00:23:02de vida, a questão de trabalhar com
00:23:03engraxar, tá lá na Polícia. Grosso
00:23:06modo, assim, não é uma, como dizia
00:23:08antes, o primeiro programa na TV
00:23:10Tupi, que contava a vida das pessoas,
00:23:11chamava Esta é a Sua Vida. Ah, Luiz
00:23:13Cunha, faz tempo isso. Mas, não é aqui o
00:23:16Esta é a Sua Vida, mas eu gostaria de
00:23:17perguntar, como é que foi a sua, a sua,
00:23:20a sua carreira profissional? Ó, eu, eu,
00:23:22assim, eu dei sorte, sabe, eu dei sorte
00:23:24porque eu queria ser policial, fui
00:23:26trabalhar no, no, no, consegui trabalhar
00:23:28onde eu queria, que era no décimo
00:23:30sétimo distrito Ipiranga. E eu me
00:23:33lembro do meu primeiro dia de
00:23:34trabalho, e eu vou contar pra você. Eu
00:23:36cheguei, eu, o delegado titular, que
00:23:39era o doutor Milton Pereira Santos, já
00:23:40falecido, e falou, o que que você quer
00:23:41trabalhar? Eu falei, eu gosto de Ronda,
00:23:42eu gosto de trabalhar na rua pra
00:23:43servir. Ele falou, então, você vai
00:23:44trabalhar na Ronda, você vem aqui no dia
00:23:46seguinte, você vai trabalhar das sete da
00:23:48noite e às seis da manhã na Ronda
00:23:49Digital. Porque só tinha cinquenta
00:23:51delegacias em São Paulo e tinha uma
00:23:53viatura que a Ronda Digital ficava
00:23:55à disposição do delegado. Até eles
00:23:57gozavam da gente, vocês ficam lá pra ir
00:23:59comprar pizza pro delegado, foi comprar
00:24:00lanche, não. É uma Ronda que servia
00:24:02bem. Sim. A região do distrito, você
00:24:05não podia sair da Ronda, daquela área
00:24:07de circunstituição do distrito. Então,
00:24:10eu falei, pô, que legal, eu vou
00:24:11trabalhar onde eu quero. Então, eu
00:24:14tinha que entrar às sete da noite, eu
00:24:15cheguei às quatro horas da tarde pra
00:24:16trabalhar. E fui lá me metendo pra ver
00:24:20como é que funcionava. Agora eu sou
00:24:21polícia, pô laxão no peito. Eu falei,
00:24:24vou passar. Então, eu comecei a ver os
00:24:25policiais mais antigos e eles estavam
00:24:28ouvindo um garoto, um garoto de oito
00:24:30anos, que estava contando uma história
00:24:32e descreveram um rapaz que tinha
00:24:33abusado desse garoto junto com o
00:24:35irmão. O irmão, ele matou o irmão e
00:24:38ele se fingiu de morto. Numa indústria
00:24:41abandonada na rua Juntas Provisórias do
00:24:43Bairro do Piranga. Uma firma de aço que
00:24:45tinha falido só do terreno. Então, ele
00:24:47estava contando que o rapaz abusou dos
00:24:49dois. Jogou uma pedra na cabeça dele,
00:24:52ele estava ainda com ferimento, ele se
00:24:54fingiu que tinha morrido e o irmão ele
00:24:55matou. E eu fiquei com aquilo na cabeça.
00:24:58E ele contava lá, assim, olha, o rapaz que
00:25:00fez isso, ele estava com um bonezinho
00:25:01vermelho, andava meio tortinho, assim,
00:25:03assim, assim, assim. Eu fico aqui na
00:25:05cabeça, esse menino na cabeça, eu fico
00:25:07muito encucado porque eu quero ajudar.
00:25:09Aí eu fui pra ronda noturna. Aí os
00:25:13policiais dizem, fica lá atrás.
00:25:15Entendeu? Eu fui lá atrás. E os dois
00:25:18policiais espertão lá na frente,
00:25:20antigão, né? E eu lá atrás. Moleque,
00:25:22você quer entrar na polícia? Sai fora,
00:25:24começaram a me dar. Tudo bem, aí eu tô
00:25:26andando pela rua, seu bueno, junto com os
00:25:27policiais. Você sabe que aí eu vejo um
00:25:30cara com bonezinho verde, meio tortinho,
00:25:32falei pros policiais, olha, pode ser aquele
00:25:33cara lá que o cara falou. Cala a boca,
00:25:35moleque, você entendeu, né? Aí eu falei,
00:25:37pode ser o cara, né? Isso é um primeiro
00:25:40dia de trabalho. Pode ser o cara. Ele falou,
00:25:43não, o menino lá falou, eu percebi, eu
00:25:45tava lá de tarde, ele falou que tinha
00:25:46conhecido. Aí a viatura parou na rua, seu bueno,
00:25:48com a dor de julho, eu saí desse do
00:25:50carro. E ele, esse rapaz, tinha entrado
00:25:53numa farmácia. Quando eu tava voltando
00:25:56na farmácia, ele tava saindo da
00:25:57farmácia. Aí eu perguntei, pessoal, o que
00:25:58que ele comprou aqui na farmácia? Não
00:25:59comprou nada, nem se pesou, porque
00:26:01antigamente a farmácia tinha uma
00:26:02balança. Isso, exato. Como não? Vai, vai, vai.
00:26:05Aí eu comecei a andar atrás dele, sabe?
00:26:07E ele apertava o passo. Aí os
00:26:09policiais viram, conseguiam aprender,
00:26:11você tá atrapalhando, você entendeu?
00:26:13Porque os policiais tinham interesse deles,
00:26:14lá de dar praia pra cá. E eu seguramos
00:26:17o cara levando pra delegacia. Falei, pode
00:26:19ser o cara. O cara negava. Vou processar
00:26:21vocês, sabe? Tudo bem. Quando eu
00:26:23cheguei lá, eu tinha um Fusca 67. Eu
00:26:25peguei meu Fusca e o menino que tinha
00:26:30sobrevivido morava no Alto de
00:26:31Piranga. Eu peguei meu Fusca, fui lá,
00:26:33peguei o menino e o pai. Quando eu
00:26:35voltei, levei o... dentro do meu carro,
00:26:37porque eles não quiseram nem me
00:26:38prestar viatura pra ir lá, você
00:26:39entendeu, né? O menino reconheceu de
00:26:41pronto o cara. Falei, foi esse que matou
00:26:43meu irmãozinho. Eu nunca esqueci. E eu
00:26:47fico até emocionado de lembrar de
00:26:49ficar... porque no dia seguinte, eu
00:26:52tava no Gil Gomes, era um repórter.
00:26:54Sim. Ele fez aquela novela que ele
00:26:56fez e me colocou na novela. E eu não
00:26:59fui embora, porque eu tinha que
00:26:59ir embora. E aí ele me colocou naquela
00:27:01novela, sabe? E aí todo mundo
00:27:04começou, ah, você é aparecido,
00:27:05primeiro dia de polícia, você já tá no
00:27:07Gil Gomes. Eu dei sorte, você
00:27:09entendeu? De ter esse tirocínio, sabe?
00:27:11De pego. E eu nunca me esqueço, quando
00:27:13eu tô saindo da delegacia, o pai veio
00:27:15me abraçar. Então, eu tenho isso
00:27:17comigo, que eu não vou nunca
00:27:19esquecer coisas. Aí o Gil Gomes fez
00:27:21aquela novela, tá, tal. Aí eu falei,
00:27:23pô, Gil, eu queria conhecer o senhor
00:27:24pessoalmente, porque minha mãe, minha
00:27:26sogra, tudo fica ouvindo o senhor. Eu
00:27:28fui lá conhecer o Gil Gomes, sabe?
00:27:30Tirar fotografia com ele. Então, eu
00:27:32dei isso, assim, eu sempre gostei de
00:27:34divulgar os casos policiais, como eu tô
00:27:37fazendo no meu Instagram aqui. Coisas que a
00:27:39gente viveu, né? Vamos falar, você faz isso
00:27:41pra vender piso. Não é, não, você
00:27:42entendeu, né? Eu faço porque eu gosto
00:27:44de, de, de, de pessoal valorizar o que
00:27:46nós já fizemos. Não é que eu sou
00:27:47historiador, mas eu gosto de contar o
00:27:50que fez. Eu dei essa sorte, no primeiro
00:27:51caso, que eu nunca esqueci. Então, foi
00:27:53aí que me começou a minha trajetória
00:27:55no Ipiranga. Aí, outra coisa que eu
00:27:57fazia lá, o Ipiranga, naquela época,
00:27:59tinha muita pensão, né? Eu comecei a
00:28:01cadastrar, ninguém tinha feito isso.
00:28:03Eu ia na pensão, você é o dono da
00:28:05pensão? Eu quero saber, todo dia, quem
00:28:07entrou na pensão. Se entrou algum, alguém
00:28:08novo, aí eu puxava o terminal. Aí, chegava um
00:28:10procurado pela justiça, eu tinha, eu
00:28:12aparecia pra prender o cara. Então, foi, é o
00:28:14rato das pensões, você entendeu, né? Mas
00:28:17eu, eu consegui dar uma moralizada. E eu
00:28:19sempre gosto de fazer a diferença com
00:28:21meus companheiros, porque ninguém faz
00:28:22nada sozinho. Eu gosto de fazer sempre a
00:28:24diferença no, no que eu faço. Aí, tive
00:28:26grandes casos, de, de, pô, Osso
00:28:29Liveto, tá? Vários casos de que, fala,
00:28:32pô, que eu só trabalho partista, não era
00:28:33partista, que eles me chamavam, que tinham
00:28:35confiança em mim, né? Como eu, eu
00:28:37desvendei muito caso de gente que é
00:28:39humilde, que não é conhecido, mas eu
00:28:41gosto de servir, eu gosto de fazer o que
00:28:43eu faço. É, o delegado contou o caso
00:28:46dessa criança, né? Que foi abusar toda
00:28:48essa tragédia e o delegado ficou
00:28:51emocionado com isso, realmente é uma
00:28:53história terrível. Como é conviver
00:28:55isso? Não deve ter sido a única, o
00:28:58senhor deve ter encontrado outras
00:28:59terríveis situações, porque a polícia
00:29:03convive com o que é de pior, não é
00:29:05assim, quem quer ver a coisa de melhor, vai
00:29:07pra uma outra profissão, por isso, né?
00:29:09É, é aquela história, é, é, é, é muitas
00:29:12vezes o, o, o, o local de maior tensão
00:29:14da sociedade, termina onde? Na delegacia, e, e,
00:29:17e, e, e a delegacia não resolve problemas
00:29:19sociais, não é a tarefa dela, isso é de
00:29:21outras instâncias do Estado. É, como é que
00:29:23é isso, conviver com essa, de ver um
00:29:25assassinato, de ver uma barbaridade que
00:29:28ocorre no, no cotidiano, chegar, não
00:29:31conseguir dormir à noite, é, é, é, como é que é
00:29:34isso, hein? É difícil, Vila, é difícil você
00:29:37conviver, sabe, com essa realidade que você
00:29:39tem. Então, a gente parece que tem dois
00:29:41mundos, né, o mundo que você vive na
00:29:42polícia, né, e o mundo que você quer que
00:29:48aconteça as coisas de bom. Então, eu vou
00:29:51falar, tem ocorrências assim, falar,
00:29:52tragédias? Eu, pô, lá, depois, logo em
00:29:56seguida, atender uma ocorrência também,
00:29:57um rapaz que foi procurar a polícia, me
00:29:59falou, ah, você pode me ajudar, a minha ex-mulher
00:30:02não, não, não, não atende o telefone, faz
00:30:04dois dias que não sai de casa, tá com as
00:30:06minhas crianças, eu me separei dela
00:30:07recentemente, né, recentemente, eu, a
00:30:11pessoa podia comigo, tá lá, pra chamar
00:30:12ela, peguei e fui. Cheguei, bateu na
00:30:14porta, ninguém entra, tal, falei, pô,
00:30:16alguma coisa, aí eu abaixei e senti cheiro
00:30:17de gás por baixo da porta. Ih, aqui tá
00:30:20ruim, tá ruim. Aí conseguimos arrumar a
00:30:22porta, aí a mulher tava, ela tinha ido
00:30:24perto do fogão, abaixado a tampa do fogão,
00:30:27ligado o gás e dormiu com duas
00:30:28crianças, e aí ela morreu, a mulher e as
00:30:30duas crianças. Meu Deus. Aí tinha um
00:30:32bilhete do lado, eu peguei o bilhete na
00:30:34mão, o rapaz ficou fora, falei, só não
00:30:37queira nem entrar lá, não queira nem
00:30:39entrar lá, que não dá, não vai dar pra
00:30:41você entrar. Peguei o bilhete, aí ela
00:30:43falou, agora você pode conviver com a
00:30:44sua amante, tá, tá, tá, eu nunca dei esse
00:30:46bilhete pra ele, eu levei pra delegacia.
00:30:48Então, você passa isso, você lembra
00:30:51tudo, hoje eu sou avô, você entendeu, mas
00:30:53eu era novinho de polícia, então eu tenho
00:30:55isso, tem ocorrências que eu nunca me
00:30:57saio da memória, entendeu? Como não
00:30:59saem também os grandes casos, que eu
00:31:00tirei pessoa que tá no cativeiro, você
00:31:02não sabe, Vila, a alegria que dá pra
00:31:04gente, nós somos policial, caímos da
00:31:07sociedade, não caímos de paraquedas,
00:31:08agora eu sou policial, você vive com uma
00:31:10pessoa, eu trabalhei muito tempo no
00:31:12sequestro, eu via com o vagabundo do
00:31:14outro lado, com as pessoas sequestradas,
00:31:16a família dependendo do que você falava
00:31:18pra ajudar quando trabalhava no
00:31:19sequestro, chegamos a ter 50 sequestros no
00:31:21mês, naquela época dos grandes
00:31:22sequestros, então quando você tira uma
00:31:25pessoa do cativeiro, sabe? Uma vez eu
00:31:27tirei um garoto de oito anos, estava
00:31:28correntado há dez dias, junto com uma
00:31:30coisa, quando eu tirei esse garoto, é
00:31:33a mesma coisa que você fazer um gol
00:31:34no final da Copa do Mundo pro seu
00:31:36país, eu vivi esse momento, eu sei o que
00:31:39é duro, então...
00:31:40Mas deve ser duro também, e o contrário,
00:31:43chegar lá, apesar de todos os esforços,
00:31:45enquanto o sequestrado, o morto, deve ser,
00:31:47não passou por isso também?
00:31:49Pode ser, o caso do Andinho, foi um do Andinho
00:31:51que fazia vários casos aí que, que uma
00:31:53vez numa negociação, a gente não
00:31:56chegava a um acordo, ele foi na porta,
00:31:58foi na porta da pessoa, da família,
00:32:00levou a pessoa, ah, vocês não querem
00:32:01negociar? Pão, deu um tiro na cabeça da
00:32:03pessoa, entendeu? Depois foi preso,
00:32:05tá preso até hoje, dos famosos do...
00:32:07O Andinho é aquele que supostamente
00:32:09teria também matado o prefeito de
00:32:11Campinas, o Toninho do PT, né? É, é caso...
00:32:14É, é um caso, é um caso, é um caso, é um
00:32:15caso, é um caso, é um Andinho, o Andinho
00:32:16tava na cadeia faz tempo. Sim, sim, sim.
00:32:19É, aproveitando, ah, só pra lembrar
00:32:22quem nos acompanha, o delegado
00:32:24Nico ali do bairro do Ipiranga, e o
00:32:26Ipiranga, vocês sabem, o, é o local
00:32:28da independência do Brasil, né? Sete de
00:32:30setembro de mil e oitocentos e
00:32:32vinte e dois. E as ruas, muitas ruas
00:32:34do Ipiranga, tem os nomes da
00:32:35independência. Então, por exemplo, o
00:32:37delegado falou, junto às provisórias,
00:32:38uma vez um carioca perguntou pra mim,
00:32:40por que junto às provisórias? Eu falei
00:32:42que quando teve independência, em
00:32:44setembro, foi reorganizado o poder em
00:32:46todo, em todo império do Brasil, que
00:32:48era a denominação. E foram criadas
00:32:50juntas de governo provisórias, por
00:32:52isso que são juntas provisórias. Aí, o
00:32:54delegado citou aqui, Rua 2, é, 2 de
00:32:57julho, é independência da Bahia, 2 de
00:32:59julho de mil e oitocentos e vinte e
00:33:01três. Rodo Grito, tem lá. Isso, Gonçalves
00:33:03Ledo, também, então, tudo ali, tá a
00:33:06presença da independência, tem também
00:33:08aqueles que participaram da parte
00:33:10militar, almirantes, generais, estão
00:33:11todos registrados, e aproveito, já que
00:33:13nós estamos falando do bairro de
00:33:14Ipiranga, dá uma olhada do belíssima
00:33:16reforma que foi feito no Museu do
00:33:18Ipiranga. É, eu acompanhei. E no parque,
00:33:20belíssimo ali, né? Uma coisa muito
00:33:22bonita. Quem puder visitar o museu, o
00:33:24novo museu, tá? O novo museu. E o
00:33:25acervo não tá todo lá, tem várias
00:33:28casas alugadas, porque eu compreendo
00:33:29muito, que tem, tem muita peça ainda
00:33:30que não foi colocado lá, porque não
00:33:32deu, não deu espaço físico, né? Sim. Mas
00:33:33é um grande trabalho que foi feito
00:33:34lá. Sim. O jardim tá muito bonito, eu
00:33:36passo lá sempre, eu gosto de andar ali. Sim.
00:33:38Deixa eu aproveitar, é, colocar a
00:33:40seguinte questão ao, ao delegado. Ah, é,
00:33:44antes nós tínhamos alguns desses
00:33:46criminosos, alguns ficaram muito
00:33:48conhecidos, o bandido da luz
00:33:49vermelha, vamos passar pelo
00:33:52Meneghete lá atrás, né? Nós tivemos
00:33:55algumas dessas figuras que o noticiário
00:33:57se concentrava nessas, nesses
00:33:59personagens. Bem, com o passar do
00:34:01tempo, especialmente nesse século
00:34:03vinte e um, foram criadas organizações
00:34:05criminosas que nós nunca tivemos no
00:34:07Brasil. Nós conhecíamos no sul da
00:34:09Itália, nos Estados Unidos, através do
00:34:11cinema, especialmente, mas nunca
00:34:13organizações criminosas, como, por
00:34:15exemplo, o chamado, ficou conhecido
00:34:18como PCC e os acontecimentos de
00:34:19dois mil e seis, quando o governo,
00:34:22tinha assumido o governo interinamente
00:34:23o Cláudio Lembo, né? Ah, que foi um
00:34:26momento muito difícil, que ele, de
00:34:28foi uma coisa tenebrosa, o ataque a
00:34:30delegacias, tal, e aí, principalmente
00:34:33aqui em São Paulo, essa organização
00:34:35criminosa que foi se expandindo e
00:34:37dizem, eu não sei, eu tô pegando
00:34:39alguns dados que eu ouvi do do
00:34:41produtor Lincoln Gaquia, que virou
00:34:43essa máfia e que tem valores, assim,
00:34:46fabulosos e negócios em todas as
00:34:49esferas, lavando o dinheiro, não
00:34:50sei como é tão fácil lavar dinheiro
00:34:52em fortunas tão grandes. Como é que é
00:34:55que esse trabalho de inteligência, pra
00:34:57explicar quem nos acompanha, trabalho
00:34:58de inteligência é o trabalho de
00:35:00investigação que precede até o crime,
00:35:02como é isso que é feito pela polícia?
00:35:04É, nós temos um setor de inteligência
00:35:05na polícia que identifica essas
00:35:07motivações financeiras, esses
00:35:09movimentos financeiros, o crime de
00:35:11lavagem de dinheiro, tem uma
00:35:12delegacia específica, específica que
00:35:15combate isso, e o crime organizado
00:35:17combatido no DEIC. Como eu falei, a
00:35:19gente tem vários casos aí
00:35:21biomáticos, né, que foi o que nós
00:35:22prendemos aí, a quadrilha das
00:35:24gravatas, onde os advogados serviam de
00:35:26pomo-correio, algum deles, mal
00:35:28advogado, né, que combatido por a
00:35:29própria associação dele, que como que
00:35:31levava a recado de preso pra lá pra
00:35:33cá, vai matar policiais, como foi o
00:35:35caso. Então, a gente tem o serviço
00:35:38de inteligência que a gente não pode
00:35:39revelar aqui, mas que trabalha,
00:35:40trabalha muito. É, porque muitas vezes
00:35:43as pessoas, é, tem uma visão da ação
00:35:45da polícia por causa dos filmes, e
00:35:47hoje temos série de streaming, que
00:35:49também não é só os Estados Unidos,
00:35:51mas tem toda a Europa, tem muita
00:35:53coisa da Espanha, inclusive,
00:35:55ultimamente, e aí vem a ação das
00:35:56forças policiais, não imagino que
00:35:58aqui, no caso brasileiro, tanto a
00:36:00Polícia Federal, e tem uma série
00:36:01muito boa, DNA do crime, tô fazendo
00:36:03propaganda aqui, mas é muito boa,
00:36:05que aí no caso da Polícia Federal
00:36:07lá em Foz do Iguaçu, e tem o
00:36:08todo, e esse trabalho que, de
00:36:10coordenação, não sei, eu tô
00:36:11perguntando ao senhor, entre a
00:36:13Polícia Federal, né, que a Polícia
00:36:15Federal é do Governo da União, só
00:36:16explicando, e a Polícia Estadual,
00:36:19Polícia Civil e a Polícia Militar,
00:36:20como é que é feito esse, esse
00:36:22diálogo? Nós temos um setor que
00:36:24troca informações diariamente, né? Sim,
00:36:26sim. E é bem, isso é bem, e
00:36:27operações conjuntas que a gente faz
00:36:29com a Polícia, com o GAECO, com a
00:36:30Polícia Federal, já fizemos muito,
00:36:32fizemos agora com a Polícia
00:36:33Militar várias, né? E, você falando
00:36:36de filmes, agora segunda-feira
00:36:37estreia o filme do Cupertino, o
00:36:40Cupertino é aquele que matou o ator do
00:36:43SBT junto com o pai e a mãe, quando
00:36:44foram pedir a filha dele em
00:36:46casamento. Isso é terrível. Então foi um
00:36:48caso, um seriado que começa segunda-feira,
00:36:51estreia, onde tem lá aqui uma pessoa se
00:36:54passando por mim lá, um ator lá, que eu
00:36:56fiquei dois anos e meio atrás desse
00:36:57Cupertino, porque eu pus na minha
00:36:59cabeça que eu tinha que prender, e ele...
00:37:01E como é que foi isso, assim, não
00:37:02vai, eu sei, vamos contar a série, mas
00:37:05o seu trabalho, como é que foi isso,
00:37:08quer dizer, teve o ato criminoso em si,
00:37:10bárbaro e tal, como é que é um
00:37:12trabalho desse de investigação, que
00:37:13muitas vezes, eu tô, eu sou leigo no
00:37:16assunto, mas você descobre o crime hoje,
00:37:18amanhã, e tem outros que não, que
00:37:19demora um ano, dois anos, como é feito
00:37:21isso? Então, esse caso do Cupertino foi
00:37:23o único caso que eu fui processado
00:37:24por um criminoso, que ele, ele me
00:37:26processou, eu e a delegada Ivalda,
00:37:2845 anos, o único processo que eu tenho,
00:37:30que ele, ele, ele fez um processo,
00:37:33bom, pelos seus advogados, que eram
00:37:35imputados, dizendo que eu e a Ivalda,
00:37:37que aclamamos ele, na opinião pública,
00:37:39como que foi que matou, e não foi, foi
00:37:41ele mesmo, ele, foi ele que atirou no, no,
00:37:43no pai do menino, no menino, em todo
00:37:46mundo que foi lá pedir a filha dele em
00:37:47casamento, né? E ele fugiu, fugiu pra
00:37:50outro país, com a, financiado por um
00:37:51pessoal que tinha desmanche de carro, eu
00:37:54consegui fechar todos os manches que ele
00:37:55ligado, que era amigo dele, na zona sul de
00:37:58São Paulo. Eu, nós fomos pra, fora do
00:38:00estado, várias vezes, tentar prender,
00:38:02fomos até pra outro país, até, perdemos
00:38:04na ponte da amizade, uma vez, porque ele
00:38:06tava vendendo, ele tinha uma banquinha de
00:38:07sanduíche, e quando nós pedimos apoio
00:38:09pra polícia local, avisaram ele, ele
00:38:11fugiu, eu encontrei só a banquinha. Uma
00:38:13vez eu pedi, eu perdi ele num barbeiro
00:38:15por causa de dez minutos, ele tinha
00:38:17acabado de cortar cabelo, então ficou
00:38:18aquela saga, que nem aquele filme da, os
00:38:21Miseráveis, onde aquele, o policial ficou
00:38:26atrás dele, que salvou as meninas, eu
00:38:28fiquei atrás do, do Cupertino. Então,
00:38:30quando ele foi preso, ele ainda deu rir
00:38:32de mim, falou assim, me perdeu várias
00:38:33vezes, sou incompetente, me xingou, falou
00:38:35olha, você foi mal, você foi lá na ponte,
00:38:37ficou com o meu sanduíche, você foi lá,
00:38:39então tem essa série do Cupertino, que
00:38:42vai sair agora, e foi uma, assim, uma
00:38:44caçada que nós fizemos contra ele, eu e o
00:38:46doutor Ivaldo, investimos muito até
00:38:48prender esse Cupertino. É, delegado,
00:38:51essa questão da, da, da descoberto,
00:38:53muitas, as pessoas dizem assim, ah, tem
00:38:55muitos assassinatos, estou falando assim
00:38:57em linguagem mais vulgar, tem muitos
00:38:59assassinatos e poucos, eh, são
00:39:01resolvidos assassinatos, isso é verdade?
00:39:03Olha, eu vou te dizer, o nosso
00:39:04retrabalho é muito grande, eu vou dizer
00:39:06uma coisa, o caso do, do, do rapaz da,
00:39:09o ciclista que teve, que teve morto, foi
00:39:11um caso de repercussão muito grande,
00:39:13onde a pessoa chegou pra, a pessoa já
00:39:14deu um tiro no ciclista, né? Esse, esse
00:39:17rapaz que matou o ciclista, ele já
00:39:19tinha sido preso seis vezes no ano
00:39:20anterior, o caso daquele que matou,
00:39:23aquele, aquele engenheiro que jogou o
00:39:24carro, também foi morto, o caso do, do,
00:39:27do rapaz do CT, vou dizer, o caso da
00:39:29maninha do crime, a maninha do crime,
00:39:31quem é essa maninha do crime? Ela
00:39:32financiava o crime, ela foi condenada a
00:39:34dez anos de prisão, doze anos de
00:39:35prisão, não ficou um ano, foi embora, ela
00:39:38saiu da cadeia, ela alugava aquelas
00:39:40mochilas, alugava arma, prestava arma,
00:39:43tudo pro pessoal roubar, e ela
00:39:44e ela ficava, comprava a resfutifia,
00:39:47a resfutifia, a resfutifia, ela
00:39:48roubou a correntinha, ela comprava,
00:39:49rouba o celular, ela comprava e
00:39:51financiava o crime, e ela contribuiu
00:39:53pra morte do delegado lá no campo,
00:39:54no Campo Belo. Então, o nosso
00:39:57retrabalho, Vila, é muito grande, eu
00:39:59chego de falar de setenta, oitenta
00:40:01por cento do pessoal que a gente tá
00:40:02pegando agora, praticando o crime,
00:40:05já foi, é, é, reincidente. Então, a
00:40:07lei não é, tem muito, muito
00:40:09benefício, o juiz é obrigado a cumprir,
00:40:11o promotor, todo mundo, eles são
00:40:13obrigados a cumprir a lei, então, os
00:40:15benefícios são muito grandes, a
00:40:16pessoa não cumpre a pena que tem que
00:40:18ser cumprida. Eu estava condenado a
00:40:20manhã do crime, doze anos, saiu menos
00:40:21de um ano, colaborou com a morte do
00:40:23delegado. Então, o nosso retrabalho é
00:40:26muito grande, então, o que que a gente
00:40:28tem que fazer? Parar o Congresso,
00:40:30pagar a Câmara dos Deputados, parar
00:40:31tudo, falar, vamos fazer uma pauta de
00:40:32segurança, vamos mexer na lei, vamos
00:40:34fazer o pessoal cumprir, e vamos
00:40:36também mudar essa pena do cento e oitenta,
00:40:39do, do receptador, porque ele sai,
00:40:41quase se livra solto. Quer dizer, pra
00:40:43mim, aquele que compra o celular roubado,
00:40:45sabendo que é roubado, compra o ouro
00:40:46roubado, sabendo que tem um sangue por
00:40:49trás disso, compra um carro roubado,
00:40:50porque sabe que é roubado, ele tem que
00:40:52ficar mais tempo na cadeia do que o
00:40:53ladrão, e isso que não acontece. O crime
00:40:56de receptação é muito brando, você não
00:40:59consegue, você tem que fazer, sei lá,
00:41:02marabalismo pra segurar um, a gente
00:41:04fala intruja, ou alguém que compra
00:41:05joia, compra roubado pra segurar na
00:41:08cadeia, e ele se sai, não fica dois,
00:41:10três dias, vai embora, porque a lei
00:41:12não ajuda. E eu queria justamente pegar
00:41:14esse gancho, até passar pro delegado
00:41:16aqui, só mostrar quem nos acompanha,
00:41:18é uma, é a campanha da Jovem Pan,
00:41:21chega, eu já fui assaltado, uma campanha
00:41:22da Jovem Pan contra o crime. Eu ouço
00:41:25tudo isso. Então, eu passo pro delegado,
00:41:27porque eu já fui assaltado, então, eu
00:41:30vou, o delegado falou do receptador,
00:41:32justamente, eu ia perguntar sobre isso,
00:41:34o celular. Então, o celular custa caro,
00:41:38o serviço é caro, e nós não podemos
00:41:40usar, porque tem o bandido. E o bandido
00:41:42usa armas de uma bicicleta, tem a gangue
00:41:46da bicicleta, aqui na região da
00:41:47Paulista. Eu fui, eu fui, eu fui, eu fui
00:41:49assaltado na, o delegado também foi
00:41:52assaltado já? Não. Não, não. Eu fui
00:41:53assaltado na Avenida Angélica, perto da
00:41:56Praça Buenos Aires, tava falando, tal,
00:41:58era um sábado, dez e meia da manhã,
00:42:01nisso veio uma bicicleta, não sei da
00:42:03onde, e passou aí como se fosse um
00:42:05gavião, pum, levou o celular. Quando eu
00:42:08virei, ele já virou à esquerda, sumiu.
00:42:10Bem, você se sente um inútil, um
00:42:12bobo, tal, aí fica, vai fazer o
00:42:14boletim de ocorrência, tem que comprar
00:42:15um celular, hoje o celular tá, é a
00:42:17nossa vida, lá tem tudo, tudo, os
00:42:19contatos, tem o banco, tem a nossa vida
00:42:21lá, né? Aí, eu, mas eu fiquei furioso,
00:42:25tal, aí, falei, nunca mais vou pegar o
00:42:27celular na rua, tal, mas aí um dia, dois
00:42:29anos depois, tava no Largo da
00:42:31Liberdade, tinha ido lá na Galvão
00:42:33Bueno, ali, tem uma casa de Bahia ali
00:42:35do lado, chamei lá um, um Uber, tava
00:42:37vindo, mas eu não tinha certeza da
00:42:39chapa, eu falei, vou só confirmar se é
00:42:40trinta e dois o final. Quando eu fui
00:42:42pegar, veio um de bicicleta lá do
00:42:44metrô, atravessou ali na Praça do
00:42:46Brasil, mas dessa vez eu, deu uma
00:42:48fração de segundo que eu vi, quando ele
00:42:50foi bater na minha minha, eu segurei o
00:42:51celular, quase entrou em órbita, voltou,
00:42:54caiu, ele não pegou e disparou, aí o
00:42:55pessoal me conhecia, falou, professor,
00:42:56professor, a gente vai atrás, eu falei,
00:42:58ele já virou, já virou e sumiu. Bem, aí
00:43:01eu falei pra mim, nunca mais eu vou
00:43:03usar o celular, se eu tô aqui na
00:43:04Avenida Paulista, por exemplo, eu vou
00:43:06no shopping, vou numa farmácia, vou
00:43:07num comércio, mas não é justo, é, eu e
00:43:10milhões que passam por aqui, porque eu
00:43:12pra falar no celular, eu sou obrigado a
00:43:14me esconder, eu não sou o bandido, eu
00:43:17paguei caro pelo salário, pago pelo
00:43:18serviço, preciso resolver um problema
00:43:21particular ou profissional e não posso
00:43:23ter liberdade de atender o celular,
00:43:24quando é, delegado, que nós
00:43:26poderemos fazer o seguinte, toca o
00:43:27celular, eu vou falar tranquilamente,
00:43:30pode ser com a minha mulher, pode ser
00:43:31o, a, um problema aqui na Jovem Pan
00:43:34que tá me chamando, é o Aras me
00:43:36cobrando alguma coisa, algum negócio,
00:43:38como é, quando é que a gente vai
00:43:39poder se ter a sensação, que o senhor
00:43:42falou em certo momento, a sensação de
00:43:43que eu posso usar uma coisa tão banal
00:43:45que é o celular. É, eu também, assim,
00:43:48mas agora, na, baixamos o aplicativo
00:43:51agora, sim, onde a pessoa comprar um
00:43:54celular indivíduo, que comprou do lugar
00:43:55que não é, a pessoa coloca um chip,
00:43:57chega uma mensagem pra ele, esse
00:43:58celular é suspeito, então, ele que
00:44:01apresenta a delegacia de quem que você
00:44:02comprou, já tá fazendo. Hoje, o
00:44:05bloqueio tá sendo feito pelo qualquer
00:44:07policial militar que você passar,
00:44:08foi roubar o meu celular, você tá no
00:44:10primeiro, ele consegue bloquear pra
00:44:11você. Estamos tentando com
00:44:12ferramentas da tecnologia, tentar
00:44:15diminuir isso. Nós fizemos, outro dia,
00:44:18uma operação pra pegar os
00:44:19receptadores de celular. No mesmo dia,
00:44:23pega mais de 11 mil, 11 mil, mas também
00:44:25não fica na cadeia, porque vai embora
00:44:27na porta de dilatório. Aí eu penso duas
00:44:29coisas, desculpe o delegado, uma coisa
00:44:30é o receptador, porque, claro, aquele
00:44:32assaltante leva o teu celular, não vai
00:44:35usar, vai passar por receptador, e há um
00:44:37mercado que compra o celular, e nem
00:44:39sempre tá no Brasil, inclusive, alguns
00:44:41dizem que o celular vai pra fora do
00:44:42Brasil. Vai pros países da Ásia,
00:44:44fiz muita operação no aeroporto, onde eu
00:44:46vi o pessoal que ia pra aqueles
00:44:48países, com a mala, com 250, 300
00:44:50celular. Tudo foi roubado. Então, nós
00:44:52começamos a identificar junto com o
00:44:54pessoal da Polícia Federal, nos
00:44:56aeroportos, e já não tá saindo, pelo
00:44:58menos, por aqui. Fizemos muito, muito
00:45:00celular, porque, por exemplo, alguns
00:45:02países da região da África, você leva
00:45:05lá, pega, compra os chips e habilita.
00:45:07Não tem aqui, nem tem aqui a Anatel, que
00:45:08controla, não tem a Anatel, compra os
00:45:09chips e sai valando. Entendeu? Então, não
00:45:12tem um controle sobre isso, né? Então, nós
00:45:15estamos fazendo isso, e sempre com
00:45:16tecnologia. Mas é o que eu falei. Por que
00:45:19que roubou? O pessoal, tem aquele que
00:45:20rouba pra trocar pra um craque, aquele
00:45:22viciado, alguma coisa nesse sentido.
00:45:24Mas aquele que rouba, por ser
00:45:25vergonhista, tem que prender o
00:45:27receptador e segurar mais tempo na
00:45:29cadeia de quem roubou. Aí nós vamos
00:45:31conseguir baixar esses índices.
00:45:32Em certo momento, o delegado falou
00:45:34da, nós temos desmanche, só pra, né,
00:45:37quem não é de São Paulo, porque
00:45:38algumas coisas são faladas de São
00:45:40Paulo e não do resto do Brasil. Por
00:45:41exemplo, aqui chama-se o lerítio, o que
00:45:43a gente recebe lá o pagamento, e na
00:45:45maior parte do Brasil é contra-cheque.
00:45:47Então, então, eu vou explicar aqui, nós
00:45:49chamamos desmanche aqueles locais onde
00:45:51você passa, o cara de carro usado, vai
00:45:53lá, compra uma roda, compra alguma coisa
00:45:56do motor que quebrou, teve problemas,
00:45:59uma porta, um vidro, etc. Bem, alguns
00:46:01são desmanches enormes, tal, e que,
00:46:03segundo falam, é produto, parte desse,
00:46:06claro que não todos, é da, de carros
00:46:09roubados, são levados lá pra dentro.
00:46:11Como é essa ação dos desmanches?
00:46:13Olha, tem uma delegacia especializada
00:46:15nisso, que corre o desmanche todo dia
00:46:17pra tentar identificar alguma peça.
00:46:19Outro dia, nós fizemos aqui no centro
00:46:20de São Paulo, quase tem 80
00:46:21toleradas de motos que nós não
00:46:23encontramos, então, a gente tem que
00:46:24guardar isso, a gente vai, lacra, eles
00:46:26entram com recurso e, pra identificar
00:46:28a peça, a polícia é muito atuante
00:46:31nessa parte, né, mas é muita coisa que
00:46:33às vezes a gente não consegue dominar,
00:46:35mas, sempre atento pra isso.
00:46:36É, porque, agora, essa questão,
00:46:39citou o moto, eu acho que muita
00:46:42gente de São Paulo, como eu disse,
00:46:44é o delegado, eu converso com muita
00:46:45gente, até pra ouvir, pra sentir o
00:46:47que elas estão achando, de tudo,
00:46:49tal, e outras que vêm me procurar,
00:46:50que me conhecem, ou leram o que eu
00:46:51escrevi, e as pessoas têm uma
00:46:54sensação parecida a minha, quando eu
00:46:56vejo uma, eu tô num lugar, mas,
00:46:59não, um lugar que não tem muito
00:47:00movimento, naquela hora, vem uma moto,
00:47:03se vem uma moto, e se tem ainda
00:47:05atrás, um garupa, aí eu falo, uma
00:47:07garupa, eu falo, e vai ser hoje, é o
00:47:11assalto, é o medo do assalto, claro
00:47:12que isso, alguém vai falar, mas são
00:47:15os motoboys? Não, 99,99, os caras
00:47:17estão tudo trabalhando aí, foram
00:47:19fundamentais da pandemia, nós temos,
00:47:21inclusive, uma dívida a pagar
00:47:24histórica com os motoboys, na
00:47:26pandemia, com comida, medicamentos,
00:47:28deslocamentos importantes que foram
00:47:29feitos, eles são fundamentais, e em
00:47:31São Paulo, eles são essenciais pra
00:47:33nossa economia, e tal, não é nada com
00:47:34os motoboys, mas são aqueles que se
00:47:36utilizam, muitas vezes, de um
00:47:37aplicativo, dizendo que, forjando que
00:47:40estão levando comida, isso e aquilo,
00:47:41como é que é esse trabalho de
00:47:42fiscalização das motos? É, é um
00:47:45trabalho difícil, porque é muita,
00:47:46muita gente, né, agora, nós estamos
00:47:48tentando aí, aprovar, que a moto, o
00:47:52bagageiro tem uma, uma cópia de
00:47:54barras, pra gente conseguir
00:47:55identificar, né, eu, eu vim agora da,
00:47:58da China, que eu fui ver tecnologia,
00:48:00também, por isso, aí, então, vim da
00:48:02China agora, lá, todos os motoqueiros
00:48:03são identificados, todo mundo com a
00:48:05roupa, e ninguém enchia, entendeu, né,
00:48:08todo mundo lá, identificado, tranquilo,
00:48:11entendeu, não acontece nada, não tem
00:48:13nenhum lugar de sombra, em toda, não
00:48:16tem um lugar, não tem um lugar que
00:48:17você não é filmado, aí eu perguntei
00:48:19pro policial que trabalha, falei, qual
00:48:22foi o teu último roubo? Eu falei, roubo?
00:48:24Eu falei, 14 anos atrás, você entendeu,
00:48:26né? Quando é que nós podemos, eu vou
00:48:29querer chegar, claro, eu não sou, eu
00:48:32só faltava acreditar em Papai Nelson,
00:48:34a gente achar que ele não vai ter
00:48:35roubo, mas como que a gente pode ter
00:48:37essa sensação, delegado de
00:48:38segurança? Por exemplo, se eu citou a
00:48:40questão no motoboy, identificação
00:48:42atrás, ou uma vestimenta, ou algo do
00:48:45gênero, que rapidamente identifica,
00:48:47mas quando é que nós vamos poder ter
00:48:48mais segurança em relação a isso? Eu
00:48:50digo o seguinte, porque tem um caminho
00:48:51que eu faço, perto de onde eu moro, e
00:48:54que tem uma coisa, uma área, vamos
00:48:55chamar assim, que uma curvinha, eu
00:48:57falo, aí alguém pode me ver, se
00:48:58vem uma moto em questão de fração de
00:49:00segundo, você assaltar, então evita
00:49:02aquele caminho. Eu falo, puxa vida, eu
00:49:04gostaria de passar por ali, mas não
00:49:06posso, porque o bandido não deixa
00:49:07entrar, quer dizer, ele tá sequestrando
00:49:09espaço público que é de todos,
00:49:11inclusive meu. Quando é que nós vamos
00:49:13poder ter mais essa tranquilidade?
00:49:14Quando aquela porta giratória que eu
00:49:16te falei, da cadeia segurar, do
00:49:18retrabalho, do nosso retrabalho, porque
00:49:20como eu falei, grande parte, o pessoal
00:49:22que tá sendo preso agora já foi
00:49:24três, quatro vezes. Tem um caso
00:49:25emblemático, a pessoa foi vinte e
00:49:28três vezes presa no ano passado e nós
00:49:31pegamos ele no fim do ano roubando
00:49:32de novo, vinte e três passagens. Então
00:49:34não segura, porque o crime... Então ele é
00:49:36preso. Eu vou explicar quem nos
00:49:38acompanha. Vocês, a polícia chega,
00:49:40prende aquele, aquele elemento que tava
00:49:42roubando. Aí o que acontece, ele é
00:49:46detido? Detido vai pra audiência de
00:49:47custódia. Aí começa o questionar o
00:49:50policial, porque o policial não agiu
00:49:51direito, não deixou telefonar, não fez
00:49:53aquilo, e daqui a pouco ele se vê
00:49:54solto. Vou te contar um caso que
00:49:56aconteceu com até uma secretária de
00:49:59estado, o que aconteceu. O pai e a mãe
00:50:01dela, o pai e a mãe dela, um de setenta e
00:50:03oito anos e outro setenta e quatro, e
00:50:05foi fazendo imediato e foram rendidos
00:50:08pelos sequestradores, né? Aí foi pro
00:50:12cativeiro, tá, tá, e começou aquele
00:50:14negócio de negociação. Viu, caiu o cartão
00:50:17de crédito e a polícia atrás a madrugada
00:50:19inteira nas comunidades de casa. Até
00:50:21que conseguimos estourar o cativeiro,
00:50:23prender quatro pessoas, dois que
00:50:25estavam no carro e dois que estão
00:50:26tomando conta do casal dos senhores
00:50:27no cativeiro, os quatro presos. Fomos
00:50:31pra audiência de custódia no dia
00:50:32seguinte, todo contente que nós
00:50:33fizemos um grande serviço de
00:50:35libertar esses senhores de idade,
00:50:37meus avós, então prendemos, soltamos,
00:50:41chegou na audiência de custódia, um
00:50:43deles já era procurado por mesmo crime,
00:50:46já tinha condenação e tinha saído
00:50:48pela porta da frente, mas tá sendo
00:50:49procurado por sequestro. E pegamos
00:50:52novamente sequestrado. Os outros
00:50:54três, uma mulher, ela pegou e falou
00:50:55assim, olha, o policial não me tratou
00:50:56bem, não deixou telefonar, me deu uma
00:50:58bofetada, que bandido fala. O juiz
00:51:02colocou todo mundo na rua, desmereceu
00:51:05o trabalho da polícia, só ficou preso
00:51:07aquele que já tava procurado no crime,
00:51:10entraram com uma ação protetiva contra
00:51:12os policiais pra não chegar perto, mas
00:51:13do vagabundo, você entendeu? Então é
00:51:16difícil ser policial nesse estado, com
00:51:18esse tipo de lei, você entendeu? Com a
00:51:20interpretação de algum juízo. A maioria
00:51:22dá uma força pra nós, entendeu? Mas
00:51:24essa interpretação, então desanima o
00:51:27policial, você tem que animar o
00:51:28policial, eu procuro animar, eu tô
00:51:30agora num cargo de secretário e não
00:51:33tô na rua que nem eu tava antigamente,
00:51:34que eu gostava de chegar primeiro, tá?
00:51:36Eu era a última veiatura a chegar, a
00:51:38fechar o talão, sabe? Só ia com todos
00:51:40encerrar o talão do meu grupo, né?
00:51:41Mas hoje a gente vê que às vezes
00:51:45algumas decisões não são legais, sabe?
00:51:48Não são legais. Esse povo aí que vai pra
00:51:51audiência de custódia, sai 60%, você
00:51:54entendeu? Saindo pela porta da frente.
00:51:58E pra resolver isso, teria que ter um
00:51:59trabalho, uma proposta coordenada, não
00:52:01sei, tô perguntando ao senhor, de quem
00:52:05tem experiência ali, que tá no dia a dia,
00:52:07no cotidiano, que a polícia civil, a
00:52:08polícia militar, com juristas, pra
00:52:11elaborar um projeto de lei, alguma
00:52:13coisa, ou uma alteração da lei já
00:52:15existente, pra que isso não ocorra,
00:52:17né? Ó, nós fizemos uma operação
00:52:18outro dia, só vão pegar pro curado que
00:52:19tava na rua, gente que tava em todo
00:52:21o estado. Sim. Tava devendo pra
00:52:22justiça, tá condenado, tá na rua. Sim.
00:52:25Eu me disse, vamos trabalhar hoje, toda
00:52:26a polícia para o que tá fazendo, vão
00:52:28tá aqui os mandados de prisão, vão
00:52:30priorizar roubo e furto. Roubo e furto.
00:52:35No mesmo dia só foram presos 645
00:52:37pessoas. No dia seguinte, essas 645,
00:52:40tem que passar por uma audiência de
00:52:42custódia. O juiz já fica com o saco
00:52:44cheio nosso, fala, pô, esse cara aí,
00:52:46entendeu, né? Trabalhando. E onde vai
00:52:47pôr esse pessoal todo? É quase um
00:52:51CDP, CDP, detentão provisória, pra
00:52:54colocar todo mundo. Cada vez que a
00:52:56gente faz uma, uma, uma operação
00:52:58dessa, então o judiciário fica, putz,
00:53:01e onde vai pôr tudo? Ele coopera com a
00:53:02gente e tal, né? Mas é, é que eu falo,
00:53:05na prova está giratória, vai embora
00:53:07logo. E no caso, num centro de
00:53:09detenção provisória, aqui em São
00:53:11Paulo tem o que? Em Pinheiros? É, em
00:53:12Pinheiros. Ah. Fica lá, depois é
00:53:14feito uma triagem pra colocado. Tem um
00:53:16pouco, fica aqui na, no Bom Retiro
00:53:18também, onde faz um, permanece à
00:53:20noite, depois vai pro CDP, depois faz
00:53:22uma, uma triagem e fica essa pessoa
00:53:24aguardando vaga aí pra cumprir sua
00:53:26pena. Deixa eu perguntar, nós estamos
00:53:28indo pro final, delegado, perguntar uma
00:53:30questão que acho que essa é a mais
00:53:31tranquila. É, quando é que o senhor
00:53:33encontrou o Santos Futebol Clube na sua
00:53:35vida? Ah, eu tenho uma história. Essa
00:53:37aí cê vai, cê vai, cê vai, cê vai, cê vai
00:53:39gostar de saber. Eu era menino, e lá no
00:53:42bairro de Ipiranga, na rua Agostinho
00:53:43Gomes, cê deve saber quem foi o
00:53:45Agostinho Gomes, junto com a, com o
00:53:47final da Anchieta, tinha uma lagoa, uma
00:53:50lagoa, meu pai é corintiano, minha
00:53:52família é tudo corintiano, e o, essa
00:53:54lagoa tinha uma barraca de pastel, e o
00:53:57Santos chegava pra jogar em São
00:53:59Paulo, e parava lá, e pagava pastel, pra
00:54:02todas as crianças que estavam lá, é uma
00:54:04daquelas crianças que estavam lá. Descia
00:54:06Zito, Carlos Alberto Torres, Rildo,
00:54:09Oberdã, Abel, Pelé, Dorval, descia
00:54:15tudo, e eu via, era menino, meus olhos
00:54:17brilhavam, eu devia ver aquele
00:54:18pessoal. Meu pai, cê é corintiano, me
00:54:20comprou a camisa do Corinthians, não
00:54:21senta nunca aqui. Então eu via aquele
00:54:23pessoal, e chegava, e eles pagavam o
00:54:25pastel pra todo mundo, pra toda
00:54:27molecada, ficavam 40, 50 moleque, e eu
00:54:29era um daqueles moleque. E aí, o que
00:54:31acontece? E eu fiquei fã daquilo de ver o
00:54:34Pelé, ver o Zito, cê entendeu, né? E
00:54:37tem o Oberdã, aqueles caras aí jogavam
00:54:39muito, cê entendeu, né? Então, ó, e tem um
00:54:42cara que eu me lembro, talvez você vai
00:54:45lembrar, logicamente, que ele fazia
00:54:47questão, porque eu ficava perto dele e
00:54:49grudava nessa, um back central chamado
00:54:51Ramos Delgado. Argentino, grande
00:54:53zagueiro central. Ramos Delgado, esse
00:54:55cara me deu vários pastel. E o Santos
00:54:58vinha jogar aqui, não tinha esse
00:54:59negócio dentro do seu lista, não ia
00:55:01nada. Eles vinha aqui, ganhava o jogo
00:55:02no Murubi, voltava e acabou, cê
00:55:04entendeu, não tinha. E o Pelé comia
00:55:06pastel. Então, no meu Instagram, se
00:55:08você vai ver, tem um momento que o
00:55:11Pelé foi no meu restaurante, da minha
00:55:12mulher. Aí eu chego pro Pelé e tô
00:55:14conversando com o Pelé. Falei, Pelé,
00:55:16cê lembra disso, que cês vinham aqui
00:55:17da Baixada e parava aqui, aqui
00:55:20próximo, aqui no Ipiranga? O Pelé
00:55:22olhou pra mim e falou, eu sei. Nós
00:55:24fazíamos uma vaquinha dentro do
00:55:25ônibus, todos os jogadores, pra pagar o
00:55:27pastel da molecada, porque a gente
00:55:28tinha uma superstição, que a gente
00:55:30pagava pastel pra molecada, a gente
00:55:32ganhava o jogo. O Pelé falou isso.
00:55:34Está ele e eu, e ele contando, eu
00:55:36lembro, é ele falar pra mim assim, o
00:55:38Pelé, você é um daqueles meninos? Eu
00:55:40falei, sou eu um daqueles meninos. Então,
00:55:41tá o Pelé falando comigo, no meu
00:55:43Instagram, delegado Nico, Pelé, e o Pelé
00:55:46falando pra mim, você é um daqueles
00:55:47meninos? Eu falei, sou um daqueles
00:55:49meninos. E cê vê que coisa, uma
00:55:52memória assim. Aí, eu nunca, hoje eu
00:55:54sou vice-presidente do do do Conselho
00:55:57do Santos, lá com o Alcoaí, né? A
00:55:59gente procura, eu tô lá no Santos,
00:56:01mais de vinte, eu coopero de graça,
00:56:02lá, vinte e cinco anos, lá, e a
00:56:04gente é torcedor do Peixe, foi
00:56:05agora contra o Flamengo, pô, cê não
00:56:07sabe como eu saí lá. Eu saí
00:56:09chorando, sou muito emotivo, eu saí
00:56:11chorando, quando o Neymar fez o
00:56:13gol, eu falei, pelo amor de Deus, eu
00:56:14saí, eu tava no lugar vendo no
00:56:16jogo com o pessoal, eu peguei e
00:56:18saí, falei, não quero mais nem ver o
00:56:19jogo. Quanto falta? Faltam sete
00:56:20minutos, só aos trinta e nove, aí o
00:56:22juiz deu mais cinco, e eu falei, pelo
00:56:23amor de Deus, Deus ajuda o Santos,
00:56:25entendeu? E foi o que aconteceu,
00:56:27depois eu desci lá com o pessoal e
00:56:29via, participei da oração que eles
00:56:31fazem depois do jogo, né? E eu tô
00:56:33lá no Santos, colaborando já,
00:56:34quantos anos, né? Só a quem nos
00:56:38acompanha, lembrar que o Ramos
00:56:40Delgado, citado pelo delegado, uma
00:56:42vez eu tava conversando longamente,
00:56:44porque nós somos do Jô Soares
00:56:46entrevistados, e foi legal porque
00:56:49atrasou as entrevistas, pra mim foi
00:56:51ótimo, porque o Carlos Alberto
00:56:53Torres ia ser entrevistado também, e
00:56:54pra mim foi uma, poxa, eu fiquei tão
00:56:56emocionado de ver o maior lateral
00:56:58direito que eu vi jogar na história,
00:56:59que é o Carlos Alberto Torres, no
00:57:02Santos, jogou uma década no Santos,
00:57:03aí uma das perguntas que eu fiz a
00:57:05ele, eu falei, o Carlos Alberto, qual
00:57:06foi o melhor zagueiro central que você
00:57:08jogou, afinal, o lateral direito tá
00:57:09aqui, o zagueiro central tá aqui, ele
00:57:11falou, olha, aí ele listou uns três
00:57:13maiores, um dele, um era o Dioma
00:57:15Dias, pai do Djalminha, e um outro que
00:57:18ele citou, é justamente o Ramos
00:57:20Delgado, que é um grande zagueiro
00:57:21argentino, o Santos teve uma sorte
00:57:23muito grande com os jogadores, ele
00:57:24teve um grande goleiro, Agostinho
00:57:26Mário Serra, que era um super goleiro
00:57:29também, que eu...
00:57:29Pegava uma mão só.
00:57:30É isso, uma mão só, é verdade.
00:57:33Eu gostava que atirava no gol do
00:57:34Santos pra ver o Serra jogar.
00:57:35Sim.
00:57:36Eu fui um, meu pai me levou e o
00:57:37menino numa disputa de pênalti, que
00:57:39ele pegou três pênaltis.
00:57:40É.
00:57:41Tipo o Fábio Costa, que fez pra gente
00:57:43então, ah, mas o Alcinho Mário
00:57:47César, eu lembro bem, eu sou
00:57:48antigão, então eu lembro de todo
00:57:49esse pessoal, né?
00:57:50É, verdade.
00:57:51E eu vi em vários momentos, vários
00:57:53jogadores, eu vi Claudio Adão jogando
00:57:54no Santos, e o Toninho Guerreiro.
00:57:56Toninho que foi, é, o Toninho
00:57:57Guerreiro foi um grande artilheiro,
00:57:58foi artilheiro, o Santos foi campeão
00:58:00meia-sete, meia-oito, meia-nove,
00:58:02e aí ele foi campeão pelo São
00:58:04Paulo, campeão paulista setenta,
00:58:05setenta e setenta e um, ele foi
00:58:06pentacampeão e artilheiro, né, fazia
00:58:08gol de tudo.
00:58:09Sabe quem é meu amigo e eu sempre
00:58:11sento o jogo lá, do meu lado,
00:58:12esse último jogo, ele não foi.
00:58:14Sim.
00:58:14Rodoaldo Tavares Santana.
00:58:16Claro, claro, grande filho.
00:58:17Como pessoa.
00:58:18Sim.
00:58:19Uma grande.
00:58:20Um grande cara.
00:58:21É, um grande cara.
00:58:22Sabe, eu torço por ele, ele não
00:58:23tá bem de saúde, entendeu?
00:58:24Ele tá com o joelho, tá pelo joelho,
00:58:25não consegue nem andar direito,
00:58:27mas é um, é um cara que eu tenho
00:58:29uma história com ele muito grande,
00:58:30porque, o, o, o, dá pra
00:58:33tempo aí pra contar uma coisa.
00:58:35Um casinho bem bacana, você vai
00:58:36gostar de ouvir.
00:58:37Ele apoiou, não, em outra eleição,
00:58:39três eleições anteriores,
00:58:41ele apoiou um candidato
00:58:44diverso do Modesto Roma.
00:58:47Sim.
00:58:47Ele apoiou com o jogador,
00:58:49deu uma entrevista, sabe?
00:58:50Perfeito.
00:58:51E, porra, aí um dia,
00:58:53tem um jogo e não deixaram ele
00:58:55entrar na Vila Belmiro.
00:58:57Eu tava, eu tava, eu tava,
00:58:58eu tava no Guarujá, ele ligou
00:58:59pra mim, ó, tô eu e o Durval
00:59:01aqui na porta e não tão
00:59:02deixando nós entrar, porque
00:59:03nós, nós, nós, uma besteira de
00:59:05falar que o outro candidato era
00:59:06bom, que tava concorrendo.
00:59:08Eu falei, o quê?
00:59:09Você não vai deixar você entrar
00:59:11na Vila Belmiro?
00:59:12Você entendeu, né?
00:59:13Vou pra aí, Clodoaldo.
00:59:15E fui pra lá, e fui lá brigar
00:59:16com todo mundo.
00:59:17Falei, você esbarrar o Durval
00:59:19e o Clodoaldo aqui embaixo,
00:59:20você entendeu, né?
00:59:21Vocês são loucos, você
00:59:22entendeu?
00:59:23Eu pergunto pro Clodoaldo.
00:59:24Você entendeu?
00:59:24Ele tá, eu ia trazer ele aqui
00:59:26no seu programa, ele é muito
00:59:27legal, tem grandes histórias.
00:59:28Eu fui lá brigar com o
00:59:30presidente Modesto Roma,
00:59:31que assumiu esse, o filho do
00:59:33outro Modesto, você entendeu?
00:59:34Fui lá, entrei onde ele tá,
00:59:36falei, não me faça isso,
00:59:37eu tô aqui como polícia, se você
00:59:38deixar esses caras entrar na
00:59:40Vila Missa, esses caras tem que
00:59:41vir aqui ser, ser homenageado,
00:59:43botar o, o Clodoaldo e o, e o, e o
00:59:46Durval pra foto, Durval morreu,
00:59:48entendeu?
00:59:49Mas não deixar eles entrar aqui,
00:59:51pelo amor de Deus, foi essa briga
00:59:52que eu tive.
00:59:53Ótimo.
00:59:53Olha, foi um prazerzão aqui, eu
00:59:56tenho certeza que vocês que nos
00:59:57acompanham, a conversa que tivemos
00:59:59aqui no Sol Vale a Verdade com o
01:00:01delegado Oswaldo Nico Gonçalves.
01:00:03queria agradecer muito ao delegado
01:00:04e a vocês que nos acompanham e
01:00:06convidá-lo pro próximo Sol Vale a
01:00:08Verdade, sexta-feira, às vinte e
01:00:10duas horas.
01:00:10Até.
01:00:14A opinião dos nossos comentaristas
01:00:16não reflete necessariamente a
01:00:18opinião do Grupo Jovem Pan de
01:00:20Comunicação.
01:00:25Realização Jovem Pan.
Recomendado
1:00:24
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A Seguir
51:46
2:57:07