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No Só Vale a Verdade, Marco Antonio Villa questiona se a regulamentação das redes sociais é uma forma de censura. O ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior discorre sobre a necessidade de impor limites no ambiente digital.

Confira o programa na íntegra em: https://www.youtube.com/live/bghkDCApfhA

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Transcrição
00:00Como é que o mundo do direito hoje, ou do direito eleitoral, se for o caso, não sei,
00:05especificamente, tem de se debruçar sobre as redes sociais e a importância,
00:10e o senhor destacou muito bem, que elas têm não só no cotidiano do cidadão,
00:13como na escolha do cidadão do seu futuro.
00:16É, é o grande problema porque as redes sociais se transformaram efetivamente
00:20num instrumento de manipulação, de sugestão, de adoção de comportamentos
00:28que as pessoas não desejam, racionalmente não aderem,
00:33mas que se faz sempre uma relação falsa apresentando o comportamento proposto
00:41como aquele que vai trazer a superação das dificuldades vividas.
00:47Então, as redes sociais, eu fico muito mais na linha do regulamento europeu,
00:54que saiu recentemente, o regulamento da comunidade europeia,
01:00que estabelece, sim, primeiramente, uma grande preocupação ética.
01:04A grande preocupação, os documentos internacionais, da Unesco,
01:08o documento da União Europeia e de vários outros países,
01:13tem a preocupação fundamental, inicial, do seu texto de regulação da internet,
01:20com a proteção da pessoa humana, com a dignidade da pessoa humana,
01:24com a proteção dos seus valores fundamentais, como é a vida, a saúde,
01:30a não discriminação, a promoção da igualdade, a promoção de oportunidades,
01:35a não exploração, a não exploração de sentimentos negativos, baixos,
01:40muito cuidado com a formação, com a educação das crianças,
01:45a não exploração da juventude, que pode ser levada a atitudes contra ela mesmo,
01:52através da internet, ou seja, tem que haver um controle.
01:57E é essa a proposta que o Supremo Tribunal Federal acaba de fazer,
02:03dependendo, evidentemente, de uma legislação que venha a ocorrer pelo legislativo,
02:11mas na ausência de uma legislação aprovada pelo legislativo,
02:17faz sugestões acerca da responsabilidade das plataformas
02:23com relação aos conteúdos das redes sociais.
02:27É fundamental que...
02:28E o que o Supremo diz é quase que uma obviedade.
02:32As big techs parecem que se revoltam.
02:35Elas não fazem isso nos países europeus, onde existe.
02:39Mas aqui se sentem no direito de fazer.
02:42Por quê? Porque traz custo, traz algum custo.
02:44Elas fazem algum custo de ter uma integridade,
02:48de ter o compliance, de ter políticas de fiscalização, de supervisão.
02:54E, na verdade, o que o Supremo diz é que, em casos de práticas de crimes,
03:03que são, em geral, crimes hediondos, por via da internet,
03:07cabe à plataforma interferir e impedir a manutenção da veiculação.
03:14E eles querem que não.
03:15E deve haver um pedido judicial.
03:17O pedido judicial, às vezes, demora.
03:19Entrar com pedido judicial e as plataformas só seriam responsabilizadas
03:26se não cumprissem com a determinação judicial.
03:28Mas eu tenho visto casos, efetivamente, de violação de proteção de dados,
03:33de violação de intimidade, de violação de privacidade,
03:36que os afetados pelas lesões à sua esfera íntima
03:44não conseguem, rapidamente, uma manifestação judicial.
03:50Então, eles querem que permaneça
03:52para que eles não tenham o trabalho, efetivamente,
03:55que devem ter de garantis de que o seu meio de comunicação,
04:00que é um meio social, de serviço público,
04:02é serviço público, é um serviço ao país, é um serviço à população,
04:06é um serviço ao internauta, que são os seus clientes,
04:11que esses clientes fiquem sujeitos à divulgação de manifestações de ódio,
04:18de diossincrasia, de manifestações racistas,
04:23e sem que as big techs, sem que as plataformas tenham responsabilidade.
04:31Isso é fundamental.
04:32Isso já ocorre na Europa, já ocorre em quase todos os países europeus,
04:36nós temos uma regulação que só os Estados Unidos não têm,
04:40mas que no Brasil, eu espero que tenha,
04:44e agora, pela decisão do Supremo Tribunal Federal,
04:46algumas medidas devem ser exigidas,
04:49a serem tomadas pelos big techs.
04:52Agora eu pergunto ao senhor uma questão que está muito presente,
04:57qual é a linha que separa essa regulação e esses limites do outro lado de cá, que é a censura?
05:06Bem, são fatos gravíssimos que devem ser, não se está censurando,
05:12o fato foi publicado, não está impedindo que seja publicado,
05:18vem posterior à publicação, e essa publicação é ofensiva a valores fundamentais da dignidade humana.
05:25Então não existe uma censura, existe uma proteção a valores importantes da pessoa humana,
05:32que devem ser preservados, ou seja, não é uma censura,
05:36é na verdade, não censura, mas é a própria big techs, a própria plataforma,
05:43que tem um dever de supervisão, e olhar e ver o que ela deve, o que deve ser,
05:49ou seja, não se está fazendo com que haja uma ação de fora da plataforma,
05:57interferindo para que ela saia.
05:59Não, é a própria plataforma que deve ter o dever, e cumprir esse dever,
06:06de evitar a permanência, ou seja, se há uma ofensa, alguém reclama junto à plataforma,
06:12e a plataforma tem o dever de verificação.
06:15O que eles não querem é ter trabalho, o que eles não querem é ter gasto, não é?
06:19E que se dane a população, desculpe a expressão,
06:22que ela engula todos os malefícios, os discursos de ódio, as negatividades,
06:29porque há uma liberdade de expressão.
06:31Não existe liberdade de expressão que destrua a dignidade humana.
06:34Isso não é liberdade de expressão, isso é abuso da liberdade de expressão.
06:39É claro abuso.
06:41E esse abuso deve ser dentro da urgência,
06:45porque as redes sociais funcionam com urgência.
06:47O que nós vemos hoje, já não se vê amanhã, é necessário uma rapidez.
06:55Agora, exigir que haja uma interposição judicial,
07:00que, portanto, a pessoa atingida, afetada,
07:03tenha que contratar uma advogada, entrar em juízo,
07:06porque ela não tem capacidade postulatória,
07:09entrar em juízo e ter uma distribuição,
07:12e ter manifestação do Ministério Público,
07:14e despacha para cá, despacha para lá.
07:15E, enquanto isso, a sua dignidade, a sua privacidade,
07:20ou os seus sentimentos de honra, são atingidos.
07:24Então, realmente, é uma diferença muito grande.
07:29E agora eles reclamam aqui, não reclamam na Europa.
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