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Em Tóquio, Donald Trump e a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, assinaram um acordo sobre minerais críticos e terras raras, visando reduzir a dependência da China. Renan de Souza, direto de Abu Dhabi, detalhou a estratégia e o impacto geopolítico, incluindo o próximo encontro de Trump com Xi Jinping na Coreia do Sul. Felipe Machado analisa cenário.

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Transcrição
00:00Em Tóquio, Donald Trump e a primeira ministra do Japão fecharam um acordo sobre minerais críticos e terras raras.
00:07Essa parceria visa garantir o fornecimento de materiais de alta tecnologia e principalmente reduzir a dependência dos países em relação à China, que domina esse setor.
00:17Essa é a última parada antes do encontro de Trump com Xi Jinping na Coreia do Sul nesta quinta-feira.
00:23E o Renan Souza, meu parceiro de Fast Money, ao vivo direto de Abu Dhabi, acompanha, traz mais detalhes para a gente.
00:30Oi, Renan, boa noite para você.
00:33Esse acordo, ele realmente quebra o domínio de Pequim e foi uma agenda toda estruturada mesmo para que Donald Trump chegasse preparado e com muitas perspectivas, né, para além das conversas ali com a China?
00:47Nath, muito boa tarde para você e para todos que nos acompanham aqui no Fast Money.
00:55Falta muito ainda para o presidente Donald Trump quebrar o quase monopólio da China no processamento de minerais críticos e de terras raras, né?
01:04Isso porque a China tem 70% do processamento de todos os minerais críticos do mundo, né?
01:12Isso é muita coisa, é quase um monopólio de fato.
01:15Agora, o que a gente viu o presidente Donald Trump fazendo nessa viagem desde que ele foi para a Ásia, ele assinou diversos acordos com a Malásia, com a Tailândia, Camboja, Vietnã e agora com o Japão.
01:28Todos esses acordos incluem, né, o processamento ali, o fornecimento de minerais raros.
01:35Só que esse processo, ele demoraria anos, né?
01:39Explorar uma mina, criar uma mina, regulação ambiental, a questão da mão de obra, que na China é mais barato.
01:46Tudo isso em comparação à China, coloca a China numa posição de vantagem, porque esses acordos que o presidente Donald Trump está fazendo por esses minerais essenciais,
01:57é algo que a gente vai ver um resultado daqui a anos, não é algo que vai se desenvolver da noite para o dia.
02:03E a China utiliza esse quase monopólio dos minerais críticos e de terras raras como uma moeda ali nas negociações,
02:12justamente como uma forma, né, de pressionar os Estados Unidos controlando esses minerais,
02:18que são essenciais hoje em dia para a produção de tudo, desde smartphones, carros elétricos, equipamentos de defesa,
02:26tudo que envolve eletrônicos, chips, né, e tecnologia, basicamente a gente está falando sobre a utilização desses minerais de terra rara, né,
02:34e justamente no acordo com o Japão, inclui ali a questão justamente também de fornecimento,
02:40quando fala ali o documento divulgado pela Casa Branca, que os dois países vão buscar parceria tanto pública quanto privada
02:48para a construção de minas e justamente para incentivar essa produção, mas é algo que a gente ainda vai ver com o desenrolar dos anos.
02:57Agora, sobre a viagem do Japão, há um ponto interessante que a gente viu uma sintonia do presidente Donald Trump
03:06com o Sanaita Kashi, que é a primeira ministra do Japão, a primeira mulher, primeira ministra do Japão,
03:12Donald Trump teve uma relação curta, mas que a situação ali foi bem positiva entre os dois, né,
03:18ele justamente disse que deseja que ela seja uma grande líder, uma das melhores líderes,
03:22e ela era aliada de Shinzo Abe, né, o ex-primeiro ministro do Japão, que foi morto,
03:29e ele era muito amigo do presidente Donald Trump, então isso ajudou também a melhorar e construir essa relação,
03:36entre os dois. No entanto que no discurso, o presidente Donald Trump, além de falar dessas questões
03:41pessoais mesmo, ele falou sobre muita perspectiva de comércio entre Estados Unidos e Japão,
03:48e deixou bem claro que os Estados Unidos vão enviar já nas próximas semanas o primeiro lote de mísseis
03:55e também de caças F-35 para o Japão, o Japão vai comprar, e deixou claro que a Toyota vai investir
04:0310 bilhões de dólares nos Estados Unidos. E Sanayi Takashi justamente fez o comprometimento
04:09daquele acordo comercial assinado anteriormente entre Estados Unidos e Japão de um investimento
04:15de mais de 500 bilhões de dólares nos Estados Unidos, além da compra de ainda mais equipamento
04:22militar norte-americano. Se tem uma coisa que o presidente Donald Trump gostou de ouvir é que,
04:27além dela ser conservadora, politicamente muito aliada a ele, ela também defende muito a questão
04:35de defesa e aumentar o gasto do Japão em até 2% do PIB em defesa. Isso significa, no final,
04:42transação, significa que ela vai querer comprar ainda mais equipamento militar dos Estados Unidos.
04:49Em comum, o Japão, assim como os Estados Unidos, temem o crescimento da China, especialmente na região
04:55ali do mar, justamente porque a China disputa algumas ilhas com o Japão, com as Filipinas.
05:01Então, os japoneses veem essa presença naval chinesa como uma ameaça e querem se armar ainda mais.
05:09Então, o presidente Donald Trump sai dessa viagem bastante feliz, nessa perna que já passou pela
05:14Malásia, agora pelo Japão. Há poucas horas se encontrou com um empresário japonês, que significa
05:21barras de investimento ainda para os Estados Unidos. E amanhã cedo vai para a segunda parte,
05:26para a terceira parte dessa viagem, que é a Coreia do Sul. E aí acontece o famoso encontro
05:32com o Xi Jinping e Donald Trump quer levar à mesa de negociação todos esses acordos de minerais
05:39raros que ele fez até aqui, justamente para mostrar que os Estados Unidos estão buscando
05:44alternativas a essa grande arma que a China tem de pressão contra os norte-americanos.
05:50Aqui a gente já sabe horário, se vai ter a transmissão ao vivo desse encontro bilateral
05:58ou não. O que a gente sabe desses detalhes mais práticos?
06:03Ainda não, Nath. O que eu recebi da Casa Branca agora há pouco foi justamente a agenda
06:08para o presidente Donald Trump amanhã, que envolve ele acordar nove horas da manhã, sair
06:13de Tóquio nove horas da manhã, dez horas da manhã já chega na Coreia do Sul, depois ele
06:18participa de um discurso ali em relação à ASEAN, esse encontro que vai acontecer e
06:23depois ele tem um jantar. Agora essa agenda para quarta-feira. De quinta-feira, que é
06:29esse encontro com o Xi Jinping, a Casa Branca ainda não enviou os detalhes, mas geralmente
06:33eles confirmam um dia antes, com todos os detalhes, como vai acontecer a transmissão.
06:39Nos bastidores é dado como certo pelo lado da Casa Branca esse encontro. Na China, a mídia
06:44estatal chinesa não é de costume confirmar a agenda do presidente Xi Jinping, mas também
06:51há uma perspectiva muito grande de que esse encontro vai sim acontecer e que não vai
06:55ter nenhum contratempo. Então, geralmente, a gente recebe as informações um dia antes
07:00do fato acontecer, Nath.
07:02Renan, pelos detalhes. Até daqui a pouco a gente se fala mais. E o ponto alto, então,
07:09da viagem de Trump à Ásia é esse, né? Quinta-feira, o tão aguardado encontro com
07:14o Xi Jinping na Coreia do Sul. Há um grande otimismo nos mercados porque os negociadores
07:19já acertaram uma estrutura de acordo comercial. O objetivo é evitar uma nova escalada nessa
07:25guerra tarifária. Na pauta estão a retomada da compra de soja americana pela China e, principalmente,
07:31a finalização daquele acordo sobre o TikTok e também, claro, controle de minerais. Felipe
07:37Machado, nosso analista, está acompanhando e vai trazer mais detalhes. Felipe, boa tarde,
07:41bem-vindo.
07:42Boa tarde, Natália. Boa tarde a todos.
07:44Bom, depois desse acordo de minerais que a gente viu com o Japão, o foco de Washington
07:48com o Pequim também envolve tecnologia e materiais estratégicos, né? Como é que tudo isso se empacota
07:56e se encontra?
07:57Não, com certeza, Natália. A gente tem falado muito aqui ultimamente dessa troca, vamos dizer
08:01assim, mais comercial, né? Nesse acordo mais comercial, nessa negociação comercial que
08:06pode sair desse encontro entre o presidente Trump e o presidente Xi Jinping. Mas tem um
08:10outro assunto que eu estava lendo, enfim, na imprensa internacional e nos analistas que
08:15eu sempre costumo pesquisar. Um outro assunto que talvez possa entrar e que daí pode ter
08:20uma coisa que seja um pouco mais ligada na geopolítica, que é a questão de Taiwan. Então, assim,
08:25a gente já sabe mais ou menos o que as discussões comerciais vão ser. Então, a China vai querer
08:30que os Estados Unidos voltem a vender os seus chips da Nvidia, os Estados Unidos vai querer que a
08:35China venda os minerais raros, volte a comprar soja dos Estados Unidos. Enfim, essa parte comercial
08:43é uma coisa que vai ser uma troca. A questão do TikTok, que ainda está para ser resolvida,
08:48está meio nebulosa ainda, os Estados Unidos dizem que já está quase resolvido, mas não é bem assim.
08:53Mas há uma outra questão, a questão de Taiwan, uma questão muito importante. Só para voltar um pouquinho
08:58então na história. Existe um conceito, depois dos anos 50, enfim, depois da Segunda Guerra, que a China
09:05era um conceito de One China, uma China. E os Estados Unidos respeitavam esse conceito. Então, ou seja,
09:11os Estados Unidos não entrava em discussões na região, na esfera de poder ali da Ásia e do sul da Ásia,
09:17onde a China tem poder. Então, quer dizer, os Estados Unidos nunca deu palpite sobre a relação da China
09:22com Hong Kong, que passou a ser uma colônia britânica e depois voltou para a China.
09:26Os Estados Unidos nunca entrou na questão muito de Taiwan até pouco tempo atrás.
09:31Então, durante muitos anos, os Estados Unidos respeitavam, desde a época que o Henry Casey e o Nixon ali
09:37retomaram as relações com a China, os Estados Unidos respeitavam um conceito chamado One China.
09:43Ou seja, a China, a grande China, envolvia Taiwan, envolvia Hong Kong e tudo mais.
09:49De uns tempos para cá, os Estados Unidos, desde o primeiro mandato do Donald Trump, o próprio Joe Biden,
09:56o Barack Obama ficou um pouco ali em cima do muro, mas começaram a desafiar esse conceito de One China.
10:01Então, passaram a ter Taiwan como aliado e passaram a, de certa forma, de maneira indireta,
10:06estimular a independência de Taiwan. Mesmo que não apoiando a independência de maneira aberta e tudo mais,
10:13porque seria uma agressão muito forte na China, mas apoiando, de certa forma, de maneira velada,
10:18estimulando as empresas, comprando produtos de Taiwan, não apenas ali produtos manufatureiros,
10:25ali tênis, roupas e tal, mas recentemente, graças a uma empresa chamada TSMC,
10:31que são os chips, que depois abastece a NVIDIA e depois acaba abastecendo as grandes empresas de inteligência artificial.
10:37Então, os Estados Unidos passaram a apoiar Taiwan e ficar um pouco ali numa relação difícil com a China.
10:44Bom, o que o presidente Xi Jinping deve colocar na mesa também?
10:47Ele não quer exatamente que os Estados Unidos saia da China ou pare de fazer negócios com Taiwan,
10:53encerre as suas relações com Taiwan, mas eles querem que os Estados Unidos façam algum tipo de declaração
11:00que evolua no sentido de voltar ao estado de One China, ao conceito de One China.
11:05Ou seja, o sonho do Xi Jinping seria, por exemplo, que os Estados Unidos falassem assim,
11:10os Estados Unidos é contra a independência de Taiwan.
11:12Algum tipo de declaração nesse sentido seria o ideal para a China.
11:16Claro que talvez o Donald Trump não chegue a tanto.
11:19Seria dar uma cartada muito alta e entregar de bandeja para o Xi Jinping o que ele mais quer.
11:24Mas algum tipo de declaração dizendo que talvez volte a respeitar o conceito de One China,
11:31de uma China, uma grande China.
11:33Ou então, algum tipo de concessão, dizendo, por exemplo, que ele não pretende que Taiwan seja uma nação independente.
11:46Ou algum tipo de, nesse sentido, algum tipo de concessão para a China relacionada a Taiwan
11:51também é uma coisa que o presidente Xi Jinping com certeza vai querer, Natália.
11:54Então, acho que é importante a gente ver que nessa discussão de quinta-feira
11:57é praticamente um mundo dividido, olhando para os dois, o que vai sair,
12:03que novo mundo vai sair a partir desse encontro.
12:05Claro, tem muita coisa que pode acontecer, isso aí vai evoluir, não é uma coisa que vai ser decidida num dia.
12:10Mas os direcionamentos de cada um nessa reunião vão ser muito importantes
12:15para redesenhar esse mapa que é cada vez mais instável da geopolítica,
12:19não apenas ali no sul da Ásia, mas no mundo inteiro, Nat.
12:21Tá certo, Felipe. Obrigada, viu, por essa análise e pelas informações.
12:25Vou pedir para você continuar aqui com a gente para participar da entrevista.
12:27Muito prazer, Natália.
12:28Ai, que bom.
12:29Claro, muito obrigado.
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