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O economista Márcio Sette, ex-diretor do Brasil no BID, analisou a decisão do Banco Central da Argentina de reduzir a exigência diária de reservas bancárias para 95%, medida que busca reativar o crédito após vitória eleitoral do partido de Javier Milei.

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Transcrição
00:00E o Banco Central da Argentina decidiu reduzir a exigência de área de reservas que os bancos comerciais devem reportar diariamente para 95%.
00:10Essa medida tenta melhorar a liquidez e reativar o crédito após o partido do presidente Javier Milley vencer a eleição de meio de mandato.
00:19A gente vai entender melhor essa decisão, saber se o Brasil pode ser impactado de alguma forma.
00:23A conversa ao vivo é com o Márcio Sede Fortes, que é economista e ex-diretor do Brasil no Banco Interamericano de Desenvolvimento.
00:31Oi, Márcio. Ótima tarde. Bem-vindo mais uma vez ao Fast Money.
00:35Muito obrigado. Boa tarde a todos.
00:38Márcio, começa, por favor, explicando para a gente o que significa na prática, para a gente incluir na conversa quem não está tão inserido nesse tipo de conversa econômica internacional.
00:49Sim, perfeito. Nós estamos falando aqui de algo que se refere à disponibilidade de recursos na economia.
01:01Isso passa por um controle governamental e nós tratamos aqui de um instrumento de política monetária
01:10em que os recursos que estão disponibilizados na economia podem ser disponibilizados em maior ou menor volume,
01:18impactando diretamente a disponibilidade do recurso para o crédito.
01:23Esse crédito que pode ser usado para atividades comerciais, que pode ser usado para investimentos.
01:29Então, o que nós tivemos agora foi um pequeno, suave relaxamento permitido pelo Banco Central da Argentina
01:38quanto à disponibilidade desse crédito, permitindo que os bancos reduzam a necessidade de 100% para 95%
01:48do controle efetivo diário, que continua sendo diário.
01:53E, Márcio, o que está por trás dessa decisão? Por que ela é relevante nesse momento de recuperação política e econômica
02:03e sob a gestão de Javier Milley?
02:06Nós acabamos de passar pelas eleições de meio de mandato.
02:10O partido do presidente Milley obteve sucesso e essa é a primeira medida que se segue ao sucesso eleitoral
02:18numa tentativa de, em primeiro lugar, atender um pleito dos bancos para a possibilidade de não apenas fornecer mais crédito,
02:29mas de reduzir os juros de manutenção das operações e também reduzir a questão do controle diário
02:39e, com isso, permitir que a economia conte com mais recursos para investimentos,
02:44mas sem que o governo tenha aberto mão de exercer o seu controle de forma ampla.
02:52Nós vemos que, de agosto para cá, houve a atividade de intervenção no mercado cambial,
03:01um controle em relação à questão da volatilidade da moeda,
03:05um controle em relação também à disponibilidade da moeda.
03:08Já havia tido, em setembro, uma atividade no sentido de permitir que operações compromissadas
03:16e calções para bolsas fossem computadas de forma líquida,
03:23atendendo lá, em setembro, um pleito do setor bancário
03:28e, agora, novamente, atendendo um pleito do setor bancário,
03:31mas também visando a maior disponibilidade de crédito para investimentos e operações comerciais na economia,
03:39o governo tomou essa decisão por meio do Banco Central da República Argentina.
03:43Certo.
03:45E o presidente Millet tem defendido, Márcio, um plano de austeridade e de desregulação também,
03:53inclusive com essa meta de dolarizar ou, pelo menos, equilibrar o peso argentino.
03:58Essa medida que a gente está vendo agora do Banco Central,
04:00ela vai nessa mesma linha dessa política econômica ou ela atua mais como uma moderação?
04:06É uma medida de flexibilização, evidentemente, tem muito a ver com o governo
04:12que caminha no sentido liberal, o que se diz liberal no sentido econômico,
04:17a medida de flexibilização, mas ainda é uma medida de flexibilização muito tênue.
04:23Na realidade, o que nós temos aqui é um governo que mantém ainda os controles
04:29bastante amplos sobre o mercado cambial, o mercado de divisas internacionais,
04:37inclusive tendo controlado a partir de agosto a possibilidade,
04:44que era uma medida que já atingia pessoas físicas,
04:48fazendo com que investidores não pudessem fazer uma aquisição
04:53e fazer uma aquisição de moedas estrangeiras no câmbio oficial
04:57para que imediatamente pudesse obter ganhos de diferença no mercado paralelo.
05:03Foi imposta, por exemplo, uma medida de controle para 90 dias de diferença
05:07entre uma operação e outra.
05:09Então, nós vemos que isso foi em agosto, quer dizer, tem bem pouco tempo.
05:13O governo caminha mantendo, sim, o controle sobre a política monetária,
05:19de forma a exercer esse controle por meio da política monetária,
05:22controlando ali o mercado de moedas, de disponibilidade de crédito
05:26para que haja ali uma disponibilidade, mas sem afrouxar muito o laço
05:32em relação aos bancos, embora tenha atendido um pleito do setor bancário
05:37neste momento.
05:38E o Brasil, no meio disso, Márcio, a gente sofre algum impacto
05:42nesse sentido, com essa flexibilização?
05:46A disponibilização do crédito no mercado argentino,
05:51a possibilidade de ter um pouco mais de crédito disponível,
05:54é uma disponibilidade ainda muito pequena, não é uma disponibilidade muito grande
06:00no sentido de que o afrouxamento de 100% para 95% no que diz respeito
06:05às informações, o controle informacional diário, ele é muito pequeno ainda.
06:12Então, o impacto tende a ser muito pequeno na disponibilidade de recursos
06:17para fazer aquisições internacionais, para ampliar compras internacionais,
06:21mas, de qualquer maneira, nós temos que observar que a Argentina
06:25é nosso terceiro maior parceiro comercial, além do que conta com as vantagens
06:29aduaneiras dentro do Mercosul.
06:32Então, sim, pode haver algum impacto, mas ainda é muito pequeno, eu diria,
06:36nesse início, porque a flexibilização ainda é muito pequena.
06:39E como é que você está vendo e como é que o mercado internacional vê a Argentina
06:44nesse momento?
06:45Ainda é um olhar de cautela, Márcio, e investidores e o próprio BID,
06:50enxergam esse tipo, como que vocês enxergam esse tipo de afrouxamento regulatório?
06:58Olha, a Argentina vem contando, no momento presente, com um apoio muito grande
07:03dos Estados Unidos, no sentido, inclusive, de obter uma tranche de recursos
07:10para a sua economia num momento de enorme necessidade,
07:14o que reforçou a credibilidade, no sentido de um aumento de credibilidade internacional
07:21para aquele país.
07:22E isso ainda deve se ampliar com a presença de CEOs de empresas estrangeiras
07:30que, nos últimos dias, estiveram em Buenos Aires, tratando de questões
07:35referentes a investimentos naquele país.
07:38E esses investimentos tendem a ser investimentos a serem realizados
07:43que configurariam uma maior credibilidade naquele mercado,
07:47na estabilidade daquele mercado, de forma que o mundo possa entender
07:52que há ali uma aceitação, não só por parte do governo norte-americano,
07:57mas também por parte de algumas empresas norte-americanas,
08:01no sentido do fornecimento da trans, mas também nos investimentos externos diretos
08:07que podem vir a se realizar, configurando ali um ambiente seguro, propício para negócios.
08:14Essa seria a mensagem a ser passada, tanto pelo apoio governamental norte-americano,
08:19apoiando a sessão de recursos, quanto a perspectiva de investimentos privados.
08:28Certo. E, Márcio, para a gente finalizar, você acha que a gente está vendo sinais assim,
08:33em primeiros passos, vai de uma recuperação econômica ampla e sólida da Argentina,
08:38ou ainda é cedo?
08:40Olha, ainda é cedo, é bastante cedo ainda para se configurar uma recuperação sólida,
08:45mas são os primeiros passos.
08:47A Argentina hoje, ela pode estar dando os seus primeiros passos,
08:51muito parecidos com uma situação pré-plano real,
08:55onde havia ali uma mudança no tratamento da moeda,
09:01nos controles também, na questão de controles exercidos,
09:06na questão do controle da disponibilidade de crédito.
09:10Tudo isso configura um movimento bastante satisfatório no que diz respeito a melhorias,
09:16mas ainda é muito cedo para se configurar uma melhoria efetiva na economia argentina.
09:23Márcio Sete Fortes, economista e ex-diretor do Brasil no Banco Interamericano de Desenvolvimento,
09:28muito obrigada pela conversa e até a próxima ótima tarde.
09:31Muito obrigado a todos, boa tarde.
09:34Tchau, tchau.
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