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O Nobel de Economia de 2025 reconheceu pesquisas sobre inovação como motor do crescimento. Álvaro Machado Dias explicou como a inteligência artificial redefine economias, aumenta desigualdades e reforça a importância do capital humano e do open source para países como o Brasil. 

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Transcrição
00:00O Prêmio Nobel de Economia de 2025 foi para três pesquisadores que estudam inovação como motor do crescimento.
00:08O prêmio chega no momento em que a inteligência artificial impõe novos desafios às economias e redefine o que a gente entende por progresso.
00:16Para falar sobre os impactos dessa nova fase, eu estou aqui no estúdio com um dos notáveis do nosso canal, o professor Álvaro Machado Dias, neurocientista e futurista, não futurologo.
00:26Aprendi já, viu, Álvaro?
00:28Legal.
00:28Seja muito bem-vindo.
00:29Muito obrigado.
00:30Bom, eu queria que você falasse para a gente o que esse Prêmio Nobel da Paz, da Paz não, né, da Economia, da Paz já teve também, mas é outro departamento aí.
00:39O que esse Prêmio Nobel da Economia revela sobre essa era da IA que a gente está vivendo e também a forma como a inovação impulsiona o crescimento?
00:48Claro.
00:48É o seguinte, o Prêmio Nobel de Economia desse ano, em certa medida, ele estende à lógica do prêmio do ano passado.
00:56Por quê? Porque o prêmio do ano passado foi sobre a importância das instituições para a estabilidade e o crescimento econômico.
01:05O nome mais famoso é o Darren Acemoglu, que criou, assim, um grande paradigma do ponto de vista teórico, mas também do ponto de vista prático, com Why the Nations Fail.
01:16Um livro em que ele mostra que são as instituições sólidas que permitem que os países cresçam.
01:24Nesse ano, o que foi contribuído foi a ideia de que a inovação, sobretudo aquela inovação chamada de chupiteriana, disruptiva,
01:34que acontece de maneira continuada, é o elemento sobre essa estrutura de instituições sólidas que faz com que a economia vá para frente.
01:46Qual que é a ideia? Olha só, se você tem um arcabouço institucional realmente coeso, portanto, baixa corrupção,
01:54leis que são seguidas e são racionais, uma política de desenvolvimento econômico e produtivo e assim por diante,
02:03a inovação que torna aquilo que existia terra arrasada, ela não destrói valor na sociedade.
02:09Pelo contrário, ela permite que o valor seja multiplicado pela recolocação profissional e pelo reestabelecimento produtivo numa base mais elevada.
02:19Esse é o paradigma que importa no mundo da inteligência artificial, porque hoje em dia a gente pode tanto terminar através da substituição produtiva na terra arrasada,
02:27quanto a gente pode terminar num outro platô de acoplamento em que o valor, o PIB e a virtude humana sejam todos muito mais altos.
02:37É por isso que esse prêmio Nobel dialoga tão fortemente com o momento atual, que em última análise é um momento de bifurcação.
02:42Você acha que hoje a IA gera mais resultado para empresas isoladamente do que para o PIB global?
02:48Sim, inclusive eu fiz um estudo sobre isso e mostrei que o impacto nas empresas e, acima de tudo, Marcelo,
02:57o impacto na vida das pessoas é muito maior do que o valor agregado medido pelo PIB.
03:03É previsto que até 2030 o crescimento do PIB agregado seja de mais ou menos 3,2 pontos nas economias avançadas,
03:14enquanto no Brasil ele deve chegar a 0,6%, menos de 1%, enquanto a gente vê que o impacto no emprego,
03:23na experiência subjetiva, no desenvolvimento dos adolescentes e mesmo das crianças é gigantesco.
03:30Ou seja, há um aparente descasamento das duas coisas.
03:35Essa é uma linha de estudos justamente inaugurada pelo Darren Acemoglu,
03:39que foi muito conservador e viu e encontrou números ainda menores.
03:43O que eu fiz foi revisar essa literatura com dados avançados, dados mais próximos do nosso horizonte temporal,
03:50porque o artigo dele é do ano passado, e encontrar uma projeção um pouquinho mais otimista.
03:54Ainda assim, há esse descasamento.
03:56E sabe qual é a razão?
03:57Qual?
03:57É principalmente o fato de que no começo custa muito você montar uma infraestrutura.
04:04A inteligência artificial, ela exige novos servidores, matrizes energéticas robustas e, enfim, perenes.
04:12Ela exige um conhecimento e desenvolvimento, portanto, muito P&D para semicondutores,
04:17para modelos, ou seja, para IAS, com matemática computacional avançada e tudo mais.
04:21E tudo isso, na prática, é custo, muito antes de ser resultado.
04:26Agora, a gente vê também que a inteligência artificial, ela pode estar ajudando a acentuar desigualdades no mundo,
04:32porque tem países super avançados e tem países que nem sabem direito o que é isso.
04:36Você acha que modelos open source aí de inteligência artificial poderiam ajudar a conectar aqueles países menos desenvolvidos?
04:42Sim, o Brasil não é um país subdesenvolvido, mas isso dialoga muito com o Brasil.
04:47Boa pergunta.
04:48No caso brasileiro, eu fiz uma modelagem e, pelo menos do ponto de vista matemático,
04:54a conclusão é que a gente pode chegar próximos do nível de adoção europeia
05:03se a gente conseguir fazer uma transição baseada em modelos open source.
05:07Olha a importância do open source para o Brasil nesse momento.
05:12Uma curiosidade é que tem um dado que circula, que vem de um gestor de fundo muito importante,
05:19que diz que até 70% das startups americanas usam modelos open source chineses.
05:26Ou seja, na hora de fazer a oferta do produto, o open source tem um papel violento.
05:32No Brasil, parece que é a mesma coisa.
05:34A gente tem uma chance de conseguir desenvolver IAs adaptadas ao nosso contexto local
05:40e, sobretudo, IAs que tenham algum nível de soberania, ou seja, a gente controla aquilo,
05:44retreina o modelo, evita a fuga de dados, etc. e tal, usando modelos open source.
05:49Mas sabe qual é o ponto, Marcelo?
05:51É que sem capacite humano, sem a gente ter esse capital que vem do treinamento, da educação, do preparo,
05:59nada disso funciona.
06:00Então, por exemplo, no Brasil se fala muito sobre a gente fazer essa transição
06:04em sentido a ser um celeiro de servidores de IA, de grandes data centers.
06:10Eu apoio e acho ótimo.
06:12E esse papo tem tudo a ver com energia, o que está certo.
06:16Só que não tem só a ver com energia.
06:18A gente precisa ter os técnicos em grande volume.
06:21Aqui é a mesma coisa, só que vezes 10.
06:23Para essa transição baseada em modelos open source acontecer, não basta a gente torcer
06:29e, efetivamente, a nossa fé se realizar em ato e os modelos aparecerem por aí,
06:34a próxima versão do Deep Six é tão boa quanto o Cloud Sonnet 4.5,
06:38que é o melhor modelo do mundo na atualidade.
06:40Não.
06:41Importa a gente ter capital humano o suficiente, o que significa que a gente tem uma grande lição de casa.
06:46Tá certo.
06:46Álvaro Machado Dias, muito obrigado pela participação.
06:49Eu que agradeço.
06:50Eu que agradeço.
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