José Maria Trindade analisa os nomes cotados para a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal. Para o comentarista, a escolha do presidente Lula (PT) não pode ser apenas técnica. Ele defende que o indicado "precisa ter uma representatividade mínima" de mulheres e negros, por exemplo.
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00:00Zé Maria Trindade, o que deve pesar para a escolha do presidente Lula para essa cadeira deixada pelo ministro Luiz Alberto Barroso?
00:06Assim, já havia uma expectativa que ele se aposentasse antes do período completo, mas que não que isso aconteceria já nesta quinta-feira.
00:16O negócio foi adiantado e a indicação de Lula também deve ser. Fala, seu Zé.
00:21Pois é, primeiro que não é nenhuma vantagem para o Lula, né? Cria um problema, porque o Barroso já vinha dando aí decisões muito alinhadas com o presidente Lula.
00:34Ele foi indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff, né? Enfim, vinha na mesma linha e agora cria um problema ali.
00:44Toda vez há um número de candidatos muito grandes e um número de pessoas querendo indicar ainda maior.
00:51É evidente que a Constituição diz que é livre ao presidente da República indicar o representante no Supremo Tribunal Federal.
01:00Lula vai indicar 11, já indicou 10, esse seria o 11º.
01:05Não estão todos lá, evidentemente, né? Mas é um grande número.
01:10E é preciso ouvir o Senado. Então, assim, a grande decisão fica mesmo com o Senado Federal.
01:17O Rodrigo Pacheco, o que atrapalha é que o PT quer que ele seja candidato ao governo de Minas Gerais.
01:25É preciso que ele se candidate para, em Minas Gerais, Lula ter uma base de campanha,
01:32inclusive para eleger ali a possibilidade de eleger um senador e deputados.
01:37Isso prega contra o Rodrigo.
01:40O Rodrigo Pacheco é presidente da OAB de Minas Gerais, presidente do Senado Federal e é um jurista famoso, né?
01:48Ele é mais na área penal e tem todas as condições.
01:53O Bruno, ele leva uma grande vantagem.
01:56Ele é oriundo do Senado Federal.
01:59Ele era, inclusive, muito ligado a Renan Calheiros.
02:02Entrou no Tribunal de Contas da União meio que por acaso.
02:05Foi indicado um ex-senador, o Ginhagelo, que acabou preso.
02:11E aí o Tribunal de Contas da União disse que não daria posse ao Ginhagelo.
02:16E foi preciso o Senado Federal reagir.
02:19O Renan Calheiros colocou o Bruno Dantas.
02:21E ele lida muito bem com a política, com os senadores.
02:25E fez um grande trabalho na tentativa de chegar ao Supremo na última indicação do presidente Lula, que acabou no Flávio Dino.
02:35Ele fez um grande trabalho, um lobby muito importante ali.
02:39Portanto, todos esses nomes são os nomes possíveis.
02:43Mas o Messias está mais próximo do presidente Lula.
02:48Existe, por parte, inclusive, de ministros do Supremo, uma demanda para que seja mulher.
02:52Essa história, ah, não tem nada de gênero, não tem nada de raça.
02:57Tem sim.
02:58Tem sim e é preciso ter, né?
03:01Porque o Supremo, ele é composto de 11 integrantes.
03:04É preciso que tenha ali uma representatividade mínima.
03:08Já que não há uma votação, mas pelo menos a representatividade mínima.
03:12De mulheres, negros, né?
03:15E principalmente advogados, pessoas oriundas da magistratura e também do Ministério Público.
03:22É preciso mesclar o Supremo Tribunal Federal.
03:25A ideia de uma corte colegiada é exatamente essa mescla.
03:30Então, eu diria que o Messias, que inclusive é evangélico e Lula tem o Messias como trunfo ali no setor,
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