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As tarifas impostas por Donald Trump e os efeitos do aquecimento global estão redesenhando as rotas de distribuição de grãos e desafiando o agronegócio global. O analista Rodrigo Costa, da Pine Agronegócios, explica como o clima e as políticas comerciais podem impactar a produção e a balança comercial brasileira.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00O tarifácio de Trump forçou uma mudança nas cadeias de distribuição de grãos
00:05e o aquecimento global tende a pressionar por novas adaptações dessas rotas.
00:13Vamos entender melhor esse cenário com o Rodrigo Costa,
00:16analista de mercado especializado em commodities agrícolas da Pine Agronegócios,
00:24com quem a gente conversa aqui por videochamada.
00:26Rodrigo, obrigado pela presença.
00:28Não que eu queira ser o alarmista aqui, nem a trombeta do apocalipse e tal,
00:34mas falando de aquecimento global, uma vez que nós estamos às vésperas da COP30,
00:40Conferência do Clima, que já todo mundo olha com outro olhar,
00:44sabendo que teremos de tomar atitudes importantes, e essa aqui no Brasil.
00:50Vamos começar por linhas superficiais e depois a gente tenta aprofundar mais.
00:54Quais são as perspectivas para o agronegócio, e aí estou falando de grãos,
00:59principalmente esse impacto na agricultura, na colheita, na capacidade de produção,
01:04se nós esquentarmos ainda mais a atmosfera do planeta,
01:09acima daquilo que os cientistas acham que é aceitável?
01:13Bom, primeiro, boa noite, Favale, boa noite a todos.
01:17Mais uma vez, muito obrigado pelo convite.
01:19Bom, nós já estamos sentindo isso há algum tempo, né?
01:23As intempéries, elas já vêm praticamente aí, ela quase que, entre aspas,
01:29dizimou a produção agrícola no Rio Grande do Sul, por exemplo.
01:33E a perspectiva, a princípio, não é boa.
01:36Vamos supor, nós já estamos estudando aqui as possibilidades dentro dos mapas climáticos,
01:41na chegada de um laninha, e que automaticamente teríamos aí uma nova temporada,
01:48tanto para a soja quanto para o milho no Rio Grande do Sul, atingidos.
01:52E, consequentemente, afeta na nossa balança comercial.
01:56O mesmo ponto acontece, por exemplo, com o mercado do café.
01:59A bienalidade já foi praticamente perdida.
02:02O café, ele possui uma bienalidade, primeiro de alta, depois de baixa,
02:06uma superprodução, depois uma baixa produção,
02:08e por conta do clima, já bagunçou todo o cenário.
02:11E não é só aqui no Brasil.
02:12A gente, por exemplo, sente isso também no Vietnã.
02:16A produção de café por lá ficou altamente comprometida,
02:19justamente por questões climáticas,
02:21e há uma perspectiva de melhor agora para essa safra.
02:24Então, dado o cenário conturbado geopolítico,
02:27onde há uma reorganização das exportações e importações,
02:32não bastasse isso tudo, ainda tem a questão climática,
02:35onde nós estamos vendo, em algumas regiões,
02:39grandes quebras de safra, potencial produtivo reduzindo.
02:44Então, isso afeta não só a margem do produtor,
02:47dado um cenário ainda de juros alto,
02:50onde o custo de se plantar e de se colher só vem aumentando,
02:56as margens do produtor caem, atingem a nossa balança comercial,
03:00e aí, o que é já um cenário desafiador para o agronegócio como um todo,
03:04e a indústria, a céu aberto,
03:06se torna ainda mais peculiar por conta do clima.
03:09Então, por enquanto, as medidas que deverão ser tomadas,
03:15ou deveriam já ser tomadas,
03:17são sentidos os impactos semanalmente, por assim dizer,
03:21o clima muda muito rápido,
03:23e as perspectivas agora, com uma possível entrada do Laninha,
03:27pode ser que para essa temporada agora,
03:29a nossa próxima safra,
03:30fique um pouquinho mais bagunçado o cenário interno, por assim dizer.
03:34Rodrigo, não que eu queira ser alarmista,
03:38e para provar para todo mundo que o que nós estamos falando aqui
03:40não é apenas uma perspectiva baseada em achismo,
03:44eu fui atrás aqui de dados,
03:45eu consegui, junto com a nossa equipe de videografia,
03:48montar uma série de dados que nos corroboram, né?
03:53Vindo aqui de 1970,
03:56o aquecimento,
03:58e aqui o limite fixado pelo Acordo de Paris,
04:01que era de 1,5 graus Celsius,
04:04mais de temperatura média na atmosfera,
04:07até o final do século.
04:11Essa linha branca aqui, que parece um cometa,
04:14ela mostra as variações,
04:17e essa linha vermelha aqui,
04:19uma espécie de uma média, né,
04:21de crescimento da temperatura,
04:24que tem aqui, ó,
04:251,39 graus Celsius,
04:28temperatura estimada em abril de 2025.
04:32Se no Acordo de Paris se sinalizava 1,5 até o final do século,
04:37provavelmente nós estamos batendo,
04:40ou batemos agora em abril de 2025,
04:421,39.
04:44Calma, que vai piorar, né?
04:46Porque as projeções mostram que,
04:50até o final do ano,
04:52talvez em 2025, 2026,
04:55cheguemos a esse limite de 1,5 graus Celsius.
05:00E o gráfico mostra
05:01uns pontos isolados
05:03de quando,
05:05em datas específicas,
05:07passamos da temperatura média
05:10de 1,5 graus.
05:12Essas aqui são as projeções
05:13de aquecimento
05:14baseadas em dados tabulares.
05:18Aqui, este gráfico
05:20é o que mais me chama a atenção
05:22e aí eu preciso da sua expertise
05:23para a gente entender
05:24nessa projeção futura, Rodrigo.
05:27Quanto mais
05:28alaranjado,
05:30amarelado,
05:31avermelhado
05:32neste mapa,
05:34perdão,
05:35e aqui a gente tem
05:36grandes cinturões agrícolas, né,
05:38na África,
05:40na América do Sul,
05:42significa,
05:43essas cores mais quentes,
05:44é um prejuízo
05:46para a agricultura,
05:47uma perda de capacidade.
05:49no Sudeste Asiático,
05:52na Austrália,
05:53e essas cores mais
05:55esverdeadas,
05:57que a gente tem como
05:58partes mais geladas
06:00do planeta,
06:01ficariam menos geladas
06:03e talvez mais favoráveis
06:04a alguns tipos de cultura.
06:07Ok, Rodrigo,
06:08mas sabendo que
06:09o bolsão agrícola do mundo,
06:11esse, vamos dizer aqui,
06:13esse Sunshine Belt, né,
06:15esse cinturão
06:18verde agrícola
06:20está na parte
06:22do Equador,
06:24do Equador para baixo,
06:26o que que deve ser o impacto
06:27na nossa capacidade
06:29de produção de alimento
06:30se a gente olhar
06:31mais para o final do século, hein?
06:33Por enquanto,
06:36as perspectivas,
06:37por exemplo,
06:38para a próxima safra,
06:39como foi a safra de soja
06:40e de milho agora,
06:41foram muito positivas, tá?
06:43Aqui nós colhemos
06:45uma safra recorde
06:46do milho de inverno,
06:48a safra de soja
06:49também foi muito boa,
06:50apesar de nós
06:51termos tido aí
06:52efeitos pontuais
06:54justamente por conta
06:55do clima,
06:56ocasionando atraso
06:57na semeadura,
06:58nós já vimos,
07:00por exemplo,
07:00de três anos
07:02de forte incorrência
07:03climática
07:04aonde destruiu
07:05mais de 50%
07:07da safra na Argentina.
07:08Então, por lá,
07:09os nossos hermanos
07:10tiveram aí prejuízos
07:11acumulados durante
07:12pelo menos três safras,
07:13agora que houve
07:14uma recuperação.
07:15Então, acho que
07:16haja investimento, né,
07:17Vavale,
07:18em tecnologia
07:19e mesmo com toda
07:20tecnologia empregada
07:21no agronegócio,
07:22a gente sabe
07:23que a dependência
07:24do clima,
07:24ela se sobressai.
07:28Se houver
07:29pontualmente
07:32um aumento
07:33na demanda
07:33de alguma commodity,
07:35seja ela soja,
07:36seja ela milho,
07:37sorgo,
07:37trigo,
07:38fatalmente haverá
07:40um desbalanceamento
07:41por conta da oferta
07:42e isso nós já vemos,
07:43nós estamos vendo,
07:44por exemplo,
07:45no caso da Rússia,
07:46que eventualmente
07:47tem a sua safra
07:48de trigo
07:49comprometida
07:50pelos efeitos climáticos.
07:52Então,
07:53eu não digo
07:54que nós devemos
07:55torcer, né,
07:56mas ter um pouco mais
07:57talvez de cautela
07:59e cuidado
08:00e tratar
08:02a empregabilidade
08:03da tecnologia
08:03no campo
08:04com um pouco
08:04mais de seriedade,
08:05aumentando,
08:06inclusive,
08:07os investimentos.
08:08Coisa que a gente vê
08:09que é um pouco difícil
08:10acontecer aqui, né,
08:11a gente vai muito
08:12por conta aqui
08:13do nosso plano safra,
08:14com muita dificuldade,
08:16então o investimento
08:17em tecnologia,
08:18a ajuda ao produtor
08:20nesse momento
08:21é fundamental,
08:22é essencial.
08:23Aqui cabe uma pontuação
08:24que eu falei
08:25no meu início,
08:25vejo o que aconteceu
08:27recentemente
08:27no Rio Grande do Sul
08:29e as expectativas
08:31pode ser que o cenário
08:33seja alguma coisa
08:34similar, tá,
08:35com a incidência
08:36de um possível
08:36laninha.
08:38Bom,
08:39a história da humanidade
08:40prova que quando a gente
08:41chega muito perto
08:42do abismo, né,
08:44existe uma união
08:45em busca de uma tecnologia
08:47para a gente recuar.
08:49Aconteceu isso
08:49nas guerras,
08:50espero que sejamos
08:51forçados aí
08:52a repensar
08:53os nossos hábitos
08:54para que esse mapa
08:55possa ser revisto,
08:57refeito
08:58e que os resultados
08:59sejam mais positivos.
09:02Até lá, Rodrigo,
09:03a gente não vai conseguir
09:04ver, né,
09:05até o final do século, né,
09:06a medicina está avançada
09:07o suficiente,
09:08mas eu acho que não vou viver
09:09tanto tempo assim,
09:11espero que você
09:12talvez consiga,
09:13eu já estou me excluindo
09:14da equação,
09:16mas até lá,
09:17num futuro mais próximo,
09:18a gente retoma
09:19essa conversa
09:20para saber como é que andam aí
09:22as tendências de calor
09:23e as nossas capacidades
09:25de produção
09:26e contornar os problemas.
09:28Esse encerramento aqui
09:29é um agradecimento público
09:30da conversa que eu tive
09:32com o Rodrigo Costa,
09:33analista em mercado
09:34especializado em commodities
09:36agrícolas
09:37da PAN Agronegócios.
09:40Até uma próxima, Rodrigo,
09:41que eu sei que vai ser em breve
09:42diante desse cenário
09:43que a gente viu.
09:44Até mais.
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