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O shutdown nos Estados Unidos paralisou pagamentos e empréstimos do governo, afetando agricultores em plena safra de outono. Léo Valente detalhou os impactos da guerra comercial, preços baixos e falta de recursos federais. Mariana Almeida explicou como isso pode beneficiar produtores brasileiros no mercado externo.

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Transcrição
00:00O governo Trump anunciou planos para encerrar dezenas de projetos de energia limpa e congelar
00:13bilhões de dólares para grandes projetos em Nova York, intensificando o impasse com
00:18os democratas sobre a paralisação das mobilizações financeiras não essenciais.
00:24O shutdown nos Estados Unidos também deve interromper pagamentos a agricultores e atrasar
00:31o acesso a empréstimos agrícolas.
00:33A paralisação agrava a situação de produtores que já enfrentam preços baixos das safras,
00:39endividamento recorde e os impactos de uma guerra comercial em pleno período de colheita
00:45de outono.
00:46Para falar sobre o assunto, eu vou chamar novamente o repórter Léo Valente.
00:49Léo, que situação para o agricultor que já enfrenta problemas até climáticos, alguns
00:55problemas sazonais e agora também sente os reflexos desse shutdown, não é mesmo?
01:02Isso mesmo, Eric.
01:03Vou falar em problemas climáticos.
01:05Existem bilhões de dólares que deveriam ser direcionados aos agricultores como medida
01:10de alívio, de ajuda a problemas climáticos, a problemas naturais, de jástres naturais
01:15e que prejudicaram a produção em alguma parte lá dos Estados Unidos e agora eles não
01:20vão poder recorrer a esses recursos para tentar cobrir esses prejuízos que foram causados
01:25por esses efeitos climáticos.
01:27Tudo isso somado a outros fatores, como você já citou, existe a guerra comercial, alguns
01:33dos produtores já perderam um mercado importante, que é a China, o maior comprador mundial de
01:38soja, que por causa dessa guerra comercial iniciada por Donald Trump decidiu voltar para o
01:44Brasil, decidiu se direcionar para o Brasil para comprar a soja produzida aqui e não
01:51mais a dos Estados Unidos.
01:52Isso acabou sendo um baque também para os produtores de soja lá dos Estados Unidos.
01:57Outro fator também que acaba prejudicando é a safra recorde de milho, é algo positivo,
02:05claro, essa produção acima dos níveis históricos, mas teve o poder de reduzir o valor que vai
02:13ser pago pelo produto, pelo milho.
02:16Então isso acaba pressionando também os custos para os produtores lá, porque muitos
02:21deles dependem de empréstimos e financiamentos do Departamento de Agricultura para operar
02:27o maquinário que vai ser usado nessa colheita.
02:30E esse período de colheita está começando agora, no período de outono lá dos Estados
02:35Unidos, os próximos dias são de começo de colheita, principalmente para o milho, e isso
02:43tem um custo e eles dependem desses empréstimos feitos pelo governo dos Estados Unidos, através
02:48do Departamento de Agricultura, para poder fazer a operação.
02:52Fora isso, esses recursos também, esses financiamentos e empréstimos também são usados para comprar
02:57insumos, como por exemplo, defensivos agrícolas e também sementes para a produção, para quem
03:05está se preparando já para iniciar uma outra safra.
03:09Além disso, quem também estava fazendo planos de usar recursos federais do governo dos Estados
03:15Unidos para comprar terras e começar a produção, vai ter que rever os planos, porque não existe
03:21uma expectativa de resolução num curto prazo dessa situação.
03:25São, falam em três dias, mas depende da resolução desse impasse entre os dois partidos que
03:31estão presentes lá, os dois partidos, os dois principais partidos, o Partido Republicano,
03:36que é o partido do presidente dos Estados Unidos e que tem controle das duas casas, e
03:40o Partido Democrata, que é a minoria, mas que tem também um papel decisivo na aprovação
03:46dessas propostas de financiamento.
03:48Então, o governo dos Estados Unidos coloca a culpa nos democratas, já os democratas colocam
03:53a culpa no governo dos Estados Unidos, porque os republicanos têm o controle das duas casas,
03:58têm maioria nesses dois locais, nessas duas câmaras lá do Congresso norte-americano.
04:06Então, existe essa preocupação e tudo isso acaba colocando mais pressão, porque apenas
04:11parte dos recursos estão sendo liberados e metade dos funcionários do Departamento de
04:17Agricultura foram colocados em licença, ou seja, não vão trabalhar porque não tem
04:22recurso para pagar os salários deles.
04:23E apenas a outra metade que cuida de serviços essenciais, como vigilância e outras funções
04:29que são mais primordiais, continuaram em operação.
04:35Houve também a liberação de alguns poucos recursos antes da paralisação que entrou em
04:41funcionamento, entrou em vigor à meia-noite, à zero hora da quarta-feira.
04:44Então, alguns recursos ainda foram liberados, mas os agricultores que tiveram acesso a esses
04:49recursos disseram que são poucos, que vão ter que administrar o que conseguiram para
04:53poder se manter enquanto esse impasse não se resolve.
04:56Então, tudo isso acaba prejudicando.
04:58Tem a guerra comercial, tem também o preço mais baixo da safra recorde de milho, já que
05:03tem muito produto no mercado.
05:04Alguns outros produtos também estão sofrendo com essa guerra comercial e acabaram tendo uma
05:09negociação com valores bem abaixo do que estavam acostumados e agora essa impossibilidade de
05:16ter acesso a esses recursos federais, tanto para pagamento de maquinário, como para compra
05:20de insumos, como também para alívio de efeitos climáticos nas produções, nas áreas de produção.
05:27Eric.
05:28Obrigado, viu, Léo Valente, mais uma vez pelas suas informações.
05:32E eu já vou falar novamente com a Mariana Almeida, porque, Mari, se os Estados Unidos
05:37tiverem um problema aí de abastecimento, por causa do shutdown e aí atingindo o setor
05:43agrícola, não vai ter jeito, vai ter que recorrer aqui aos agricultores brasileiros
05:47que estavam sentindo o efeito do tarifácio norte-americano.
05:51Mas aí os Estados Unidos não terão saída?
05:54Como é que fica essa situação, Mari?
05:56Bem delicado, viu, Eric?
05:58E nesse caso, a gente falou em outras situações que o Donald Trump até consegue navegar bem,
06:04tem coisa que parece ruim, mas ele aproveita, empacota lá de um jeito onde ele sai como
06:09positivo, consegue transformar em positivo.
06:12Essa é uma situação bem mais delicada, bem mais difícil, porque pode afetar diretamente
06:17os consumidores e aí abrindo esse flanco que você está trazendo, né, de colocar o
06:22Donald Trump numa situação em que ele tem que negociar tendo menos margem, porque
06:27está muito mais pressionado, né, então assim, é sempre bom se negociar quando você tem
06:32pouco a perder, né, quando você não está pressionado correndo para ter o resultado.
06:36Se esse efeito sobre o consumidor que você está trazendo se apresenta, ele não fica
06:41nessa situação ideal, não, fica bem mais complicado para o caso brasileiro, pode ser
06:44realmente um bom momento, inclusive, para o encontro Donald Trump-Lula.
06:48Isso pensa nos consumidores, no efeito mais geral do mercado.
06:51Para os produtores, já está numa situação crítica, né, quer dizer, você já tem uma...
06:56O efeito do tarifácio e o giro da compra da China para o Brasil e para a Argentina,
07:03num momento da safra de soja em particular, pegou de maneira bem profunda os agricultores
07:07que poderiam se apoiar em transferências do governo que agora não vêm.
07:11Então, assim, essa situação para a produção lá é complexa e, do ponto de vista brasileiro,
07:18abre também mais espaço ainda no mercado externo, porque os produtores ali estão claramente
07:22com problemas e, como está início também, está finalizando uma safra e isso vai afetar
07:27as projeções da próxima, a gente sempre diz, o agro tem isso, né, a tomada de decisão
07:31é hoje para pensar o futuro.
07:33Quanto mais rentabilidade, mais conservador.
07:35Então, temos aí uma situação onde, possivelmente, pode ter efeitos também na produção futura
07:41já, porque a aposta mesmo do setor agrícola nos Estados Unidos deve ser mais conservadora
07:46a partir de agora.
07:47O que também dá margem para a negociação brasileira, não só nos Estados Unidos,
07:51mas para a abertura de outros mercados, viu, Klein?
07:53É, Mari.
07:54E vale lembrar que o produtor de soja norte-americano já enfrenta dificuldades, porque nessa guerra
07:59tarifária, a China, que era o maior comprador da soja dos Estados Unidos, deixou de comprar
08:04a commodity de lá e aumentou, por exemplo, a compra aqui do Brasil.
08:08Então, já tinha essa dificuldade.
08:09A soja, que deve ser um dos principais assuntos dessa conversa entre Trump e Xi Jinping, marcada
08:16para daqui quatro semanas.
08:17Então, já havia esse complicador da soja e agora que deve ter efeitos aí em outras áreas
08:24também, de outros produtos e outras commodities, Mari Almeida.
08:27Isso, a soja foi a que foi mais, exatamente, porque aconteceu nessa virada, e essa virada
08:34exatamente no momento da safra, né, da saída da safra, que é agora.
08:38A safra lá nos Estados Unidos é um pouquinho depois da brasileira que é acolhida e chegou
08:45num patamar onde você tinha zero pedido de importação da China logo no início.
08:51Quando você já tem mais ou menos o estoque sendo direcionado, a China foi muito enfática
08:55nessa reação aí à questão tarifária.
08:59Então, e aí, aproveitando também de momentos onde o Brasil teve uma super safra, o safra
09:04foi super beneficiado porque teve essa demanda chinesa redirecionada para cá.
09:09A Argentina, que está com uma crise lá interna também em relação a acesso a dólares, fez
09:15um movimento de reduzir impostos de importação e exportação, de facilitar aí as vendas, né,
09:21postos de exportação no caso da soja, que deixou o preço da soja argentina mais barato
09:26e a China aproveitou isso, entrou e fez a maior compra que já tinha feito na história
09:29na Argentina.
09:31Então, é isso, esse redirecionamento bastante significativo que afetou muito os produtores
09:37e, como eu disse, afeta hoje, é uma perda, mas afeta também expectativa para o futuro.
09:43É muito bom, né, tem uma volatilidade muito forte e isso, em termos de reorganização dos
09:48mercados externos, pode ser uma tremenda avalanche. Donald Trump, normalmente, quer
09:52inclusive esse tipo de avalanche. Não sei se a intenção, quando é feito tão forte
09:57na produção interna dos Estados Unidos, ele vai sustentar ou vai ter que realmente
10:01chegar com uma situação menos favorecida para negociar, seja com o Xi Jinping, seja
10:08conosco, né, com o Lula, se isso realmente pesar muito forte por lá, Klein.
10:12E aí
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