Pular para o playerIr para o conteúdo principal
A mineradora australiana St. George Mining confirmou uma grande descoberta de nióbio e terras raras em Araxá, Minas Gerais. André Pimenta, coordenador do Instituto de Terras Raras do CITI-Senai, explicou ao Fast Money o potencial estratégico desses minerais para a indústria, tecnologia e defesa.

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasilCNBC

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00E a mineradora australiana St. George Mining confirmou nesta quarta-feira
00:04uma grande descoberta, nova descoberta, de terras raras de alto teor e nióbio no projeto Araxá.
00:12Esse anúncio levou as ações da empresa a subirem mais de 23%.
00:15O nióbio é um metal estratégico usado principalmente na produção de aços especiais e ligas metálicas,
00:22que pode ser usado em tecnologias de energia, na construção civil, indústria automotiva e também aeroespacial.
00:29Localizado em Minas Gerais, na cidade de Araxá, o projeto tem risco reduzido e potencial de classe mundial.
00:36E o coordenador do Instituto de Terras Raras do CIT-SENAI, André Pimenta, está ao vivo com a gente aqui no Fast Money
00:42para a gente conversar sobre o potencial dessa descoberta aqui para o Brasil.
00:46Tudo bem? Boa tarde, seja muito bem-vindo.
00:49Boa tarde, boa tarde, Natália. Boa tarde, Felipe. Um prazer estar aqui com vocês no Fast Money.
00:54A gente que agradece a sua presença, André.
00:57Vamos começar de uma forma mais simples, para deixar a audiência toda na mesma página.
01:02A gente está falando de nióbio e terras raras.
01:05São termos sobre os quais a gente fala bastante aqui no Fast Money,
01:08mas que não estão presentes ali no dia a dia das conversas das pessoas.
01:12Qual que é a importância desses minerais e como é que eles estão presentes na vida real de todo mundo?
01:18Ótimo. Nióbio, você disse bem, né? Das aplicações em aços especiais, aços microligados.
01:26Então, são aços aí muito utilizados na indústria automotiva e também na construção civil.
01:32São aços de alto desempenho, né?
01:34Que têm algumas propriedades aí que são muito relevantes, principalmente em relação a peso e quantidade de uso.
01:40Os terras raras, estes são elementos que eles já são mais versáteis, né?
01:45São 17 no total.
01:47E aí tem aplicações em diversas indústrias, né?
01:50A principal, talvez o principal carro-chefe dos terras raras,
01:53são as aplicações nos ímãs permanentes, né?
01:57Antigamente se referia aí aos superímãs, né?
02:00Hoje a gente só fala em ímãs permanentes de nióbio ferro-boro.
02:05Mas, além disso, tem algumas aplicações, por exemplo, em semicondutores, em eletrônicos,
02:11telas, essas telas que a gente tem de TVs e celulares, né?
02:16Essas telas touch, por exemplo, levam alguns elementos de terras raras.
02:19Mas, e tem algumas outras aplicações tecnológicas mais relevantes, como na defesa, por exemplo,
02:25e alguns equipamentos médicos, eletrônicos, enfim, são aplicações bem diversas.
02:31Legal, obrigada pelo contexto.
02:33Felipe, só pergunta agora para o André.
02:34Legal. André, boa tarde para você.
02:37André, esse tema, esse assunto aí das terras raras é um tema fascinante,
02:42é um tema que ganha o noticiário cada vez mais, pela importância que esses minerais têm
02:46e que hoje a China é o grande produtor, o grande minerador e tudo mais,
02:51mas o Brasil é o segundo colocado.
02:53Você está nesse projeto dessa empresa australiana.
02:57Eu queria saber qual é a participação do Brasil nesse projeto.
03:01Tu quer dizer, é uma empresa australiana, que essa descoberta é muito importante.
03:05Onde vai ser feita essa mineração?
03:07Vai ser feita mesmo em Araxá, que a mineração é um outro ponto diferente da descoberta, né?
03:12Onde vai ser feita essa mineração?
03:14Também no Brasil.
03:15Esse minério, essas terras raras vão ser enviadas para a Austrália, elas ficam no Brasil.
03:19Fala um pouquinho dessa questão da posse desses minerais raros
03:23e por onde que eles vão, como é que eles vão ser negociados e vendidos para o mercado depois?
03:29Ótima pergunta, Felipe.
03:31Bom, a gente tem uma parceria com a Sente Jorge,
03:34ela faz parte de um grande projeto que a gente está conduzindo aqui no SITSANA-ITR,
03:39que é o nosso centro de terras raras,
03:41que a gente busca verticalizar a cadeia de produção de imãs permanentes no Brasil,
03:46ou seja, ir além da exploração.
03:49Tirar da terra, a gente costuma dizer da mina ao imã,
03:53transformar, agregar valor ao longo da cadeia.
03:58Essa descoberta, ela foi feita ali em Araxá, na região ali, na região do sul de Minas.
04:05A princípio, a mineradora tem interesse em fazer toda a exploração das conversas que nós temos em conjunto ali,
04:12em fazer essa exploração e fazer o beneficiamento aqui,
04:14mas é óbvio que essa estratégia, ela pode mudar com o tempo,
04:18mas faz todo sentido, principalmente se a gente pensar em questões aí de descarbonização,
04:24de que o processo de extração e beneficiamento ocorra no Brasil.
04:28Imagine você enviar um material, por exemplo, de navio até a Austrália,
04:33para que ele seja beneficiado e depois ele retorne, por exemplo, para o mercado nacional.
04:38Um outro ponto importante é que você disse bem no início da sua fala, Felipe,
04:42da questão do Brasil ser o segundo colocado.
04:45Acho que você estava se referindo à questão ao número de depósitos,
04:50em representatividade de depósitos nos terras raras do mundo.
04:54Então, à medida que o Brasil vai descobrindo ou mapeando,
04:58que é o termo que a gente mais utiliza,
05:00novos depósitos de terras raras,
05:02a gente tem um aumento de volume,
05:04que a gente sabe que talvez o mercado interno não seja um consumidor total, pleno.
05:09Então, aí a gente abre margem para exportação,
05:12o que para a gente é muito bom também,
05:14porque de qualquer jeito a gente vai gerar divisa,
05:17atrair investimento e colocar o Brasil aí como um player alternativo
05:22a essa predominância da China.
05:25Então, tem um ponto que eu estava vendo dessa história,
05:28André, eu queria que você ajude para a gente entender melhor,
05:31porque foram encontrados elementos que são usados até em equipamentos militares.
05:34Como é que essa questão, essa descoberta, se mistura com geopolítica,
05:40numa disputa que é tão estratégica por minerais críticos?
05:44Sim.
05:46Natália, os elementos terras raras,
05:48tanto os ímãs permanentes quanto os elementos que a gente aplica em eletrônicos,
05:53eles acabam sendo utilizados nesses componentes de controle,
05:58por exemplo, de geolocalização.
06:00Então, eles são também utilizados na defesa.
06:03Então, alguns ímãs feitos não só de neodíme e ferro-boro,
06:06mas principalmente o samar e cobalto,
06:09que foi até uma divulgação que a C.N. George fez em relação ao depósito
06:13que eles possuem, o direito minerário lá em Araxá,
06:17ele tem essa aplicação por algumas propriedades muito específicas
06:20que diferem um pouco do neodíme e o ferro-boro,
06:24principalmente ali o trabalho em temperatura, em elevadas temperaturas.
06:28Lembrando que quando, por exemplo, a gente está falando de equipamentos militares,
06:32mísseis, aeronaves, submarinos, você tem uma restrição de espaço,
06:36então a otimização de uso é importante.
06:39Então, quanto mais modernos e mais eficientes forem os componentes,
06:42melhor para esse tipo de aplicação.
06:45Então, o ímã de samar e cobalto, por exemplo, ele teria essa aplicação,
06:48então tem um grande interesse da defesa,
06:51mas de uma forma geral, os terras raras, na sua totalidade,
06:55com exceção ali um pouco do lantane sério, que são os mais comuns,
07:00eles têm interesse, levantam interesse da área da defesa.
07:06Certo. Felipe, mais uma sua.
07:08Opa, André, quando eu comecei a estudar essa coisa de terras raras,
07:11quando esse assunto começou a ficar, a ganhar o noticiário,
07:14eu comecei a ver que os Estados Unidos, lá atrás, já foi o maior produtor
07:17e acabou abandonando por uma série de razões,
07:20a mineração agredia muito o meio ambiente e tudo mais,
07:24e agora a China, a gente já vê há alguns anos a China dominando esse mercado.
07:28No caso do Brasil, o que o Brasil pode fazer para não perder esse bonde da história
07:32e se tornar um grande player nessa questão?
07:35O Brasil tem tecnologia para fazer a mineração aqui,
07:38para fazer todo esse caminho que você citou bem,
07:42desde os minerais até os super-ímãs.
07:45A gente consegue fazer tudo isso aqui com tecnologia brasileira
07:48e que pode depois ser negociado para o exterior, eventualmente?
07:52É, legal.
07:53Então, a China domina muito o mercado por uma questão de volume.
07:58Então, como a China tem um depósito significativo de elementos de terras raras
08:04no seu território como um todo,
08:06ela consegue produzir em maior quantidade, em grandes quantidades,
08:10e isso impacta no preço.
08:11E aqui no Brasil, a gente está caminhando para essa mesma tônica.
08:15Cada vez mais a gente vê as empresas, o nosso Serviço Geológico do Brasil,
08:20o SGB, divulgando novas frentes, novas áreas, novas regiões,
08:24com potenciais depósitos de terras raras.
08:26Então, à medida que a gente vai aumentando a nossa capacidade de produção,
08:30a gente começa a se tornar referência.
08:33Quanto à mineração, sim, o Brasil é um país minerador.
08:36A gente tem um know-how de mineração muito antigo.
08:38Começamos lá com minério de ferro,
08:41mas a gente tem minerações significativas em fosfato, fósforo, em nióbio,
08:47na própria CBMM, ali na região de Araxá.
08:50E a tecnologia, a gente vem desenvolvendo.
08:53Nas universidades, a gente já tem universidades,
08:56a Federal de Santa Catarina, o IPT,
08:58que estão conosco nessa empreitada de verticalização dessa cadeia,
09:03que já estão trabalhando há 10, 12 anos nessa temática
09:06e já tem ali um conhecimento aprofundado.
09:09E a gente também aqui, a gente já tem algum conhecimento.
09:12O que a gente está fazendo agora
09:14é transferir essa tecnologia que está relegada à universidade,
09:18digamos assim, ao mundo acadêmico,
09:20para uma aplicação mais industrial.
09:22Então, é possível.
09:24A gente tem os depósitos, a gente tem o potencial minerário
09:27e a gente tem o conhecimento.
09:30E as tecnologias a gente consegue desenvolver.
09:32é uma meta muito ousada, mas ela é factível.
09:36Certo.
09:37Quero agradecer a André Pimenta,
09:38coordenador do Instituto de Terras Raras do CIT-SENAI,
09:43ou CIT, CIT, vocês falam assim, André?
09:46Ah, desculpe, então.
09:47Não tem problema, no CIT também a gente usa.
09:50Muito obrigada, viu, pelas explicações todas
09:53nesse tema que é, de fato, muito importante e muito interessante.
09:56Boa tarde, bom trabalho por aí.
09:58Boa tarde aos dois. Um abraço.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado