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O governo da França estuda criar um novo imposto para os "super-ricos" como uma tentativa de reduzir a dívida pública do país. A medida, defendida pelo primeiro-ministro Sebastian Lecornu, prevê cobrar 2% ao ano sobre fortunas acima de R$ 626 milhões. Reportagem: Luca Bassani.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/w875e3XSu4M

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Transcrição
00:00Bom, pessoal, eu preciso trazer uma outra informação também de que o primeiro-ministro francês quer a criação de um imposto para os super-ricos.
00:06Luca Bassani, esse projeto pode avançar, meu amigo? Bem-vindo.
00:12Pode sim, Evandro, por conta da configuração bastante peculiar da Assembleia Nacional Francesa.
00:18Boa tarde a você, boa tarde a todos que nos acompanham aqui no 3 em 1.
00:22Então, o novo primeiro-ministro recém-impossado, Sebastián Lecornu, que é aliado do presidente Emmanuel Macron,
00:29sabe que precisará convencer tanto um lado quanto o outro, seja os conservadores clássicos dos republicanos
00:36ou até mesmo a ultradireita de Marine Le Pen, e do outro lado da esquerda, os socialistas que são mais moderados
00:43ou até mesmo a esquerda mais radical da França e submissa a formar uma maioria para aprovar o orçamento de 2026.
00:50Qual é o plano que tem sido cogitado por algumas vertentes de esquerda e que pode sim ser incluído pelo novo primeiro-ministro
00:57no texto do orçamento do ano que vem?
01:00Taxar os super-ricos. De acordo com a proposta, seria cobrado um imposto de 2% ao ano sobre as fortunas
01:08acima de 100 milhões de euros, o que no cálculo atual seria por volta de 630 milhões de reais,
01:16ou seja, isso seria cobrado só destas famílias ou destas pessoas e representaria praticamente um imposto
01:23em cima de só 0,01% da população. Esse é o argumento utilizado, o que geraria para os cofres públicos
01:31cerca de 20 bilhões de euros todos os anos, algo que é bastante robusto para orçamentos da saúde,
01:38da educação, entre outros pontos fundamentais que precisam de mais verbas durante este período de crise econômica na Europa.
01:46Ainda não sabemos se ele terá capacidade de aprovar isso apenas com os centristas e com alguns blocos da esquerda,
01:54considerando que a direita como um todo se opõe ao projeto e principalmente os grupos empresariais,
01:59que sabem que por mais que seja um imposto muito pequeno comparado com essas fortunas,
02:04é algo que mexeria no bolso de acionistas e de outros bilionários,
02:08o que é sempre uma questão extremamente polêmica nestes países com grandes conglomerados empresariais.
02:14Obviamente que a gente vai ficar de olho porque essa não é uma proposta apenas considerada dentro da França,
02:19vira e mexe falam disso no Brasil, falam aqui na Alemanha, nos Estados Unidos,
02:23vai que lá é aprovado e isso inspira outros movimentos pelo mundo afora.
02:27Valeu, Luca Bassani, um abraço para você.
02:29É sobre isso que eu queria falar contigo, Fábio Piperno.
02:32Pode haver uma inspiração a partir do movimento que aconteceu lá na França?
02:36Veja, é uma questão de saber fazer conta.
02:3820 bilhões de euros em uma economia do tamanho da francesa...
02:43Ô Piperno, acho que eu vou ter que te interromper porque o seu microfone está aparentando alguns problemas técnicos,
02:48então daqui a pouco eu vou ouvir a sua opinião. Fala, Gani.
02:50Olha só, eu acho que essa proposta é uma furada, nunca deu certo em nenhum lugar do mundo.
02:56É aquela falácia que tem economia, que existe pobre porque tem um que é super rico,
03:02então vamos transferir a riqueza do rico para o mais pobre e resolver o problema.
03:08E não é assim que a coisa funciona.
03:10Quando a gente fala dos super ricos, existe um motivo para eles serem super ricos.
03:16Então, um empresário que é bem sucedido, a gente tem uma ideia errada aqui no Brasil,
03:21que parece que ele é um herdeiro e só vive de luxo e não trabalha.
03:25Não, muito pelo contrário.
03:26Quando a gente fala desses empresários muito bem sucedidos, empreendedores,
03:31eles são super ricos justamente pela capacidade de geração de riqueza e de produtividade na sociedade.
03:39Quando a gente elimina esse incentivo com uma tributação muito elevada,
03:45você destruiu a capacidade de geração de riqueza.
03:50E aí é claro que não há o que distribuir na pobreza.
03:55E aí, Fábio Piperno, eu quero saber de você se você entende que essa é uma proposta viável
04:00e que sim, possa influenciar caminhos também aqui no nosso país.
04:04Essa é uma ideia que preenche o imaginário de alguns setores políticos.
04:08Eu acho que ela parte de alguns equívocos.
04:12E o principal deles é que o volume de dinheiro arrecadado não vale a pena os riscos e o desgaste político.
04:26Veja, no caso da França, por exemplo, a gente está falando em 20 bilhões de euros.
04:3020 bilhões de euros.
04:31E uma economia daquele tamanho nem faz costas.
04:34A França tem um déficit de 5,4% do seu PIB, que é maior que o do Brasil.
04:41Então nós estamos falando de algo em números redondos, de 150 bilhões de euros por ano.
04:4720 bilhões não vão resolver absolutamente nada.
04:50Dá pouco mais de 0,1%.
04:52É pouco mais de 10% do tamanho desse déficit.
04:57Só no déficit.
04:59Então, veja, eu prefiro...
05:00Você acha que é uma briga que não vale a pena comprar?
05:02Não briga, não vale, não vale.
05:03Não é uma luta que vale a pena.
05:05Eu prefiro, por exemplo, algo que o Congresso brasileiro já mandou para o Freezer de novo
05:11e o governo também finge que não é com ele ficar quento, que é exatamente taxação dos dividendos.
05:18Então, a gente discutiu aqui outro dia a questão de taxar os fundos imobiliários e os agropecuários e tal.
05:25Ora, por que o carrinho de pipoca do seu João aqui no Brasil, ele é taxado, ele tem que pagar um monte de coisa
05:31e o bacana que não é taxado, que tem esses títulos e não é taxado, vai continuar com esse tipo de benefício?
05:42Então, essa isonomia tributária é algo que eu defendo muito mais, acho muito mais inteligente
05:51do que simplesmente inventar um novo tributo para quem é muito rico.
05:55O Gani começou te apoiando, terminou te...
05:57É, porque estava indo bem, o senhor ia tirar um 10, mas foi igual o Sandoval Quaresma, errou no final.
06:04Em vez de defender o corte de gasto e redução tributária, você propôs o aumento do imposto.
06:10O senhor ia tirar um 10.
06:12Você entendeu mal como a parte da direita brasileira entende mal e o governo finge que não é com ele,
06:18porque não é aumentar tributo, não estou falando em aumentar tributo, eu estou falando em isonomia.
06:23Se ele paga, o carrinho de cachorro-quente do seu Zé paga, por que o bonitão que tem esses títulos, ele não paga nada?
06:31Mas a gente já paga, a imprensa já paga muito imposto, aí você vai tributar mais uma vez, aí tributa...
06:36O Bruno Musa mandou uma mensagem aqui também que é comentário.
06:39Fala, Bruno, arremate.
06:40É, no começo eu ia falar isso, vamos dar um abraço no Piperno, parabenizá-lo aqui com ele pelas nossas posições liberais, pô.
06:48Mas eu acho que ele trouxe dados extremamente relevantes, importantes, que é o sim, vamos lá.
06:52François Hollande, que foi presidente da França entre 2012 e 2017,
06:56ele colocou o imposto sobre grandes fortunas da França em 2012,
07:01e ele mesmo, um ano e meio depois, derrubou.
07:03Por quê? Pelo fato que o Piperno colocou.
07:06O que isso arrecadou foi 0,1% do déficit francês, que não para de crescer.
07:12Hoje, bem, o 6% do PIB, como o próprio Piperno colocou,
07:15isso representa uma dívida de 3,3 trilhões, que dá 115% do PIB.
07:20Ou seja, é irrisório o que arrecada com esse capital.
07:25E mais, ele afugenta investidores.
07:27Em 2022, a maior pulga de milionários da Dinamarca foi em direção à Suíça.
07:32Eles colocaram 1% de imposto sobre grandes fortunas,
07:37e eles foram para a Suíça, que o imposto é de 0,1% na média.
07:40E aí, ele passa a pagar imposto na Suíça.
07:43Então, isso é simplesmente uma narrativa que, ao olhar matemática,
07:47não fecha a conta, não adianta,
07:49e afugenta principalmente aqueles que têm capital e que geram emprego.
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