Speedo aposta em sustentabilidade na indústria têxtil; entenda estratégia

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Roberto Jalonetsky, CEO da Speedo, falou sobre como a marca integra performance e responsabilidade ambiental, destacando linhas biodegradáveis e tecidos feitos a partir de biomassa de milho. A empresa busca atender ao novo perfil de consumidor e reforçar seu valor de marca.

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00:00A indústria têxtil vive um momento de virada diante da pressão global por menos impacto ambiental.

00:13A Speedo tem se reposicionado com inovação e sustentabilidade na produção de trajes de natação.

00:20Para falar sobre esse desafio de integrar performance e responsabilidade ambiental,

00:25eu converso agora com o Roberto Jalonetsky, ele que é CEO da Speedo.

00:30Oi, Roberto, muito boa tarde para você. Um prazer recebê-lo aqui nos estúdios. Tudo bem contigo?

00:36Tudo ótimo. Obrigado pela oportunidade de deixar a gente expor um tema tão relevante para a sociedade hoje.

00:43É isso, é muito importante para a gente também passar isso para os nossos telespectadores.

00:47Ô, Roberto, por que a sustentabilidade passou a ser uma prioridade estratégica, inclusive aí no ramo têxtil para a Speedo?

00:55Olha, se a gente voltar um pouco no tempo, na história da indústria,

01:01vamos entender que a gente tinha uma primeira fase onde essa questão de sustentabilidade,

01:05a conexão entre a indústria, o comércio de maneira geral e o meio ambiente,

01:11era quase que inexistente, não se chamava atenção, não era relevante.

01:14Passamos por uma segunda etapa, há pouco mais de uma, duas décadas,

01:20onde tornou-se relevante, mas do ponto de vista somente da indústria,

01:26ou seja, a força de dentro para fora.

01:30E isso começou a se popularizar.

01:32Hoje eu digo que é uma condição de sobrevivência.

01:36Estamos na terceira fase dessa trajetória socioambiental de todos os movimentos dentro do guarda-chuva ESG.

01:45Por quê? Qual é o grande diferencial sobre a perspectiva das marcas?

01:49Ela é, essa exigência socioambiental, ela é um comportamento,

01:55um dos traços principais do comportamento da nova geração.

01:58Então há uma transferência do poder vindo do mercado para as indústrias.

02:06Então a gente parte do princípio que nos dias de hoje não é uma opção,

02:11é uma condição de estar no mercado e se comunicar com o consumidor final,

02:17sem deixar de dizer que tem já números comprovando que a gente tem ganhos como empresa,

02:25na esfera, no momento de produção, você tem ganhos no valor da marca posicionada no mercado

02:33e uma série de benefícios.

02:36E para finalizar, sem dúvida nenhuma, não é uma tendência.

02:42É um ciclo, são fases e que deve se perpetuar aí pelas novas gerações.

02:48Roberto, eu não vou falar só do lado profissional do atleta,

02:52mas acho que o mercado amador tem crescido muito.

02:56E assim como eu, que dou uma corridinha, pedalo, arrisco ali no beat tênis,

03:00a gente sempre está procurando novas tecnologias

03:03e acho que o mercado amador tem demandado muito isso.

03:07Então quais são essas tecnologias usadas hoje pela Speedo para fabricar tecidos ecológicos?

03:12Eu acredito, talvez, que saia um pouquinho só da natação, do esporte aquático?

03:17Sim, sem dúvida nenhuma.

03:19Enquanto marca, hoje a Speedo detém um market share de 80% dentro de um nicho,

03:25um nicho de esportes aquáticos.

03:27E dentro do nosso projeto do planejamento estratégico a longo prazo,

03:32temos aí o que carinhosamente a gente apelidou de movimento anfíbio,

03:37que é como utilizar a força da água para começar a transitar e começar uma nova fase,

03:44um novo momento da marca, junto aos seus consumidores, na terra,

03:48de forma ampla na terra e aí com vários esportes, vários nichos.

03:53Dentro disso, a Speedo sempre teve como característica, como cultura,

04:00o investimento de 10% a 12% em pesquisa e desenvolvimento.

04:04E boa parte disso voltada para o consumidor final.

04:07Então, o que a gente diz é que a gente acompanha a exigência, o perfil,

04:13para que cada vez mais a gente deixe de ser uma marca que trabalha somente

04:18num momento de vida do consumidor e passe a fazer parte do estilo de vida,

04:23do ecossistema de uma forma completa.

04:26E aí, se a gente entender que o produto é somente uma parte da conexão

04:32entre o valor da marca e o consumidor final, essas novas tecnologias,

04:37elas não se aplicam somente ao produto, mas sim à cultura da empresa,

04:41ao posicionamento da empresa e à cadeia como um todo.

04:44A exemplo da primeira linha lançada há dois, três anos atrás,

04:49dentro desse guarda-chuva da nossa responsabilidade socioambiental,

04:53foi a linha Green & Blue, que é uma linha biodegradável,

04:57que não tirou do produto, a proposta do produto de trazer performance e conforto,

05:03as qualidades, características técnicas, mas ainda assim trouxe o primeiro movimento

05:09da marca numa coleção onde uma camiseta, como exemplo,

05:14chega a consumir cinco garrafas PET.

05:17É um produto 100% reciclado, porém, ele afeta e mexe em toda a cadeia que está por trás.

05:24E de lá para cá, a gente vem, na linguagem, na demanda do consumidor,

05:30lançando inovações, novidades em cima, dentro desse guarda-chuva

05:36do posicionamento socioambiental da marca,

05:40como a mais recente linha que a gente está introduzindo no mercado,

05:46que é feita com a base de bioamida,

05:49que é uma produção baseada no milho.

05:53A bioamida, o que ela é?

05:55Ela é uma tecnologia que transforma a massa, a biomassa do milho em um produto,

06:04na parte de tecido, e aí a gente coloca no mercado o produto.

06:10Roberto Jalonetsky, queria muito agradecer a sua participação aqui no Real Time,

06:14a sua presença no estúdio.

06:16Muito bacana conversar sobre as novas tecnologias também no mundo do esporte,

06:20e que a Speedo deve crescer cada vez mais com essa nova tecnologia.

06:25Obrigado, um grande abraço para você e uma ótima quinta-feira.

06:28Obrigado.

06:29Agora, meio-dia, 34 minutos.

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