A Câmara dos Deputados decidiu na última quarta-feira (27) não votar o texto-base da PEC que buscava blindar parlamentares de ações judiciais. Apesar de diversas reuniões ao longo do dia, não houve consenso entre os deputados sobre a aprovação da proposta. Para falar sobre o assunto, a Jovem Pan entrevista o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ). Apresentador: Thiago Uberreich Entrevistado: Otoni de Paula
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00:00De volta com a política no Congresso Nacional, a semana foi marcada pelo impasse na PEC da blindagem,
00:06que limita a punição a parlamentares.
00:08Deputado Ottoni de Paula, do Rio de Janeiro, do MDB, participa agora da programação da Jovem Pan.
00:14Tudo bem, deputado? Como sempre, o irmão recebeu o senhor aqui, bem-vindo, boa noite.
00:21É uma honra muito grande estar novamente com vocês aqui da Jovem Pan.
00:26Muito obrigado. Bom, deputado, nessa semana havia uma expectativa de aprovação dessa PEC,
00:33mas houve uma divergência, inclusive o relator ficou até irritado com algumas modificações que foram propostas.
00:43Particularmente, o senhor acredita que essa PEC está engavetada ou ainda haverá tentativa dos parlamentares de fazer essa aprovação?
00:52Deputado.
00:56Bem, em política nada tem exatidão, né?
01:01E quem conhece política sabe que a qualquer momento tudo pode mudar.
01:05Mas, pelo que me parece, do resultado da reunião de líderes, né?
01:11E nós ficamos esperando até quase a madrugada de quarta-feira
01:16para ver se o projeto iria a plenário ou não?
01:21Pode continuar falando, deputado.
01:25Deputado Otônio de Paula, do Rio de Janeiro, do MDB.
01:28A gente vai tentar refazer esse contato.
01:32Enquanto isso, eu vou chamar aqui o Diego Tavares, aguardando também para fazer a próxima pergunta.
01:37De uma certa maneira, Diego, assim que o deputado estiver em condições, a gente volta a falar com ele.
01:42Essa discussão que se deu nessa semana é uma tentativa, claro, de evitar...
01:49Deixa eu só passar a palavra para o deputado.
01:52Eu já volto com você, Diego.
01:53Deputado, pode continuar, por favor.
01:54Caiu, então, aqui.
01:59Então, nós ficamos até quase a madrugada de quarta-feira, esperando que esse projeto viesse a plenário.
02:09Ele não veio.
02:12Então, respondendo objetivamente a sua pergunta, eu acredito que esse projeto já nasceu morto, né?
02:22E que ele não vá até para uma questão de falta de adesão popular, não é?
02:31Você sabe que dependendo do nível das críticas, um projeto, ele pode ir à frente ou ele pode, no caso, arrefecer e aí morrer já no seu nascedor.
02:47O que eu acho que é o caso da PEC da blindagem.
02:50O que eu acho, é assim, com sinceridade, eu iria votar contra, porque eu entendo que, ainda que nós estejamos vivendo hoje um momento muito difícil,
03:01e realmente de algum nível de chantagem por parte de alguns ministros da Suprema Corte junto ao Parlamento,
03:09e todo mundo sabe disso, vocês jornalistas sabem disso, mas a PEC da blindagem, ela não é ainda o melhor caminho, não é?
03:18Eu entendo que ela iria beneficiar muito mais a criminalidade através da impunidade do que propriamente proteger o parlamento de qualquer investida do Supremo Tribunal Federal.
03:38Talvez por isso, por ser mais uma PEC que protege, não é, a todos esses parlamentares, inclusive de possíveis crimes,
03:49ela teve tanta adesão, tanto de deputados bolsonaristas, quanto de deputados dos partidos ditos centrão, não é?
04:01Só pra você ter uma ideia, de mil novecentos e noventa e oitenta e oito até dois mil e um,
04:14o STF pediu abertura de investigação para mais de duzentos e cinquenta deputados federais.
04:23Nesse período, a Câmara autorizou apenas uma abertura de investigação contra um parlamentar.
04:31Inclusive, havia parlamentares envolvidos em suspeita de assassinato e que a Câmara não autorizou a sua investigação.
04:40Por isso, eu acho que seria muito ruim para o Brasil, o corporativismo da Câmara iria prevalecer
04:47em detrimento daquilo que o povo deseja, porque ninguém está acima da lei,
04:55muito menos nós que somos servidores por um tempo, por um mandato.
05:00Deputado, nós temos três minutinhos para encerrar o jornal, vou passar rapidamente para o Diego Tavares
05:05para fazer a última pergunta. Rapidinho, Diego, por favor.
05:08Deputado, o senhor deu uma declaração há alguns dias, dizendo que é possível ser de direita e não ser bolsonarista.
05:15Sob essa perspectiva dessa declaração, o senhor, que é um deputado ligado muito à bancada evangélica,
05:20como o senhor projeta o futuro político de Bolsonaro em dois mil e vinte e seis?
05:24Como o senhor acha que esse eleitorado evangélico tão fundamental se comportará em relação às próximas eleições?
05:29Eu acho que nessas próximas eleições nós não nos comportaremos como nos comportamos agora
05:39nesse último período, não é?
05:41Onde nós tivemos uma polarização muito tóxica dentro da igreja.
05:48Eu acho que boa parte da igreja caminha realmente dentro de uma linha conservadora,
05:54vai continuar apoiando algum candidato de direita, não é?
05:59Obviamente, mas uma parte da igreja considerável ali, vinte, trinta por cento,
06:04ainda vai caminhar dando o seu voto aí no presidente Lula.
06:08Mas eu acredito que as brigas e que fizeram muito mal a todos nós,
06:16eu acho que nós caminhamos para um nível de maturidade maior.
06:21Só terminando, quando eu disse que é possível ser de direita sem ser bolsonarista,
06:28é porque é muito importante a gente entender de que a direita é maior do que o bolsonarismo,
06:34assim como o conservadorismo é maior do que a direita.
06:37E falar de que é possível ser de direita sem ser bolsonarista,
06:42não é ser contra Bolsonaro, é dizer de que nós precisamos estar unidos
06:47nessas próximas eleições.
06:49Aqueles que gostam do presidente Bolsonaro
06:52e aqueles que são críticos ao ex-presidente Bolsonaro,
06:57mas que todos nós precisamos nos unir
07:00se nós quisermos, em vinte e seis, voltar ao poder.
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