O Federal Reserve manteve os juros entre 4,25% e 4,5%, mas pela primeira vez desde 1993 houve dois votos contrários. Reinaldo Le Grazie, ex-diretor do Banco Central, analisou o impacto político e econômico dessa dissidência e da pressão de Trump por cortes agressivos.
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00:00Em Breaking News, porque saiu a decisão da reunião do Fed, que manteve, conforme esperado,
00:12a taxa de juros entre 4,25% e 4,5%.
00:16Natália, quer ver o Donald Trump ficar bravo?
00:19Acho que ele encerrou justamente a entrevista, porque alguém assoprou que saiu o número,
00:24alguma coisa assim, e ele, para não ter que responder sobre isso, já preferiu encerrar a entrevista mais rapidamente ali.
00:30Normalmente, ele falaria um pouquinho mais, né? A gente está acostumado a cobrir ali esses pontos que ele fala.
00:35Foi rápido, né, a fala dele ali.
00:38Agora, a gente tem uma informação aqui, dois votos contrários a essa decisão de manutenção da taxa de juros.
00:47É a primeira vez que dois membros do Conselho do Fed discordam da decisão desde 1993.
00:53Isso é uma informação que a gente está tendo da CNBC Internacional, CNBC dos Estados Unidos.
00:58Estão discordando da decisão de manter a taxa.
01:00Exatamente, exatamente.
01:02Então, provavelmente, temos ali um dissenso, né?
01:06Temos ali uma discordância em relação ao Jerome Powell.
01:11Isso, e o Fed, então, né, embasando essa decisão com dados, né, com expectativa de um crescimento moderado,
01:22baseado, né, nesse crescimento moderado na primeira metade de 2025.
01:27Então, olhando para esses dados, né?
01:29E a primeira vez que dois conselheiros, dois membros do Conselho, eles chamam de governadores,
01:35ali, mas é que são membros do Conselho, desde 1993.
01:40O Fed também alega, né, que há uma incerteza no ar em relação ao panorama econômico, né?
01:48Então, isso afetando e que a inflação, segundo a tardinha ali que a gente está acompanhando na transmissão da CNBC,
01:57continua num patamar que eles ainda consideram elevado por lá, né, Felipe?
02:01É, Natália, eu queria complementar, porque, assim, eu estou acompanhando aqui,
02:06a gente está acompanhando a CNBC Internacional.
02:09Repercutindo os números, né?
02:10Repercutindo, exatamente.
02:11E, pelo menos, essa discussão até agora estão chamando atenção para esse...
02:15Vou tirar aqui o ponto.
02:17Estão chamando atenção justamente para essa discordância, né, de dois membros do Conselho, né?
02:24Normalmente, essas decisões têm sido unânimes.
02:27E essa é a primeira vez que tem dois membros do Conselho discordando, na decisão da maioria, desde 1993.
02:33Estamos falando de um bom tempo, né, Natália?
02:35Estamos falando de, enfim, mais de 30 anos.
02:38Então, é uma questão interessante que a gente tem que também trazer aqui,
02:43que é uma primeira vez que dois membros do Conselho discordam desde os anos 90.
02:47Então, o foco sobre o Jerome Powell fica mais forte ainda.
02:51Quer dizer, a gente viu agora o presidente Donald Trump falando,
02:54ele encerrou a entrevista logo um pouquinho antes de ser divulgado o número do Federal Reserve,
02:59que foi a manutenção, uma coisa que ele estava brigando.
03:02Temos que lembrar...
03:03Ele acabou de falar sobre isso.
03:04Temos que lembrar, exatamente, ele chamou o Jerome Powell de atrasadão, né, mais uma vez.
03:08Temos que lembrar também que na semana passada, ou agora no início da semana, agora não lembro,
03:13ele visitou as obras do Federal Reserve Bank, que é justamente um ponto que ele pode usar
03:20para se livrar, para tentar se livrar na justa causa, ali, do presidente do Banco Central, Jerome Powell.
03:27Foi uma cena bastante constrangedora, né, um presidente americano visitando ali um canteiro de obras
03:32do Federal Reserve Bank.
03:33É uma obra muito cara, já custa mais de 2 bilhões e meio de dólares.
03:38E o presidente Donald Trump foi lá para justamente colocar uma pressão, dizer,
03:41olha, eu estou aqui, eu estou vendo o tamanho da sua obra, então, se você não começar a baixar
03:46essas taxas de juros, pode ter certeza que eu vou usar isso como justa causa para te demitir, né.
03:51Quer dizer, esse foi o contexto que ele deve ter feito essa visita.
03:55Então, de qualquer maneira, a gente traz essa informação aqui em primeira mão.
03:59O Banco Central americano mantendo a taxa de juros entre 4,25 e 4,50,
04:03de olho nesse mandato duplo, que a gente sempre lembra, eles têm um olho no emprego
04:06e um olho ali na inflação.
04:08E lembrando que nos últimos 12 meses a inflação acumulada foi de 2,7% contra uma meta de 2%,
04:15então, 0,7% acima da inflação.
04:18O Donald Trump costuma dizer que não existe inflação nos Estados Unidos,
04:20ele bate bastante nessa bandeira, ele defende essa bandeira muito,
04:25mas não corresponde aos fatos.
04:27Os fatos são que a inflação americana nos últimos 12 meses acumulada
04:31está em 2,7% contra uma meta de 2%, Natália.
04:35E chama bastante atenção, como o Felipe enfatizou aqui,
04:39essa oposição agora a essa manutenção,
04:42que acabou não sendo por unanimidade.
04:45Então, dois votantes ali se opuseram a essa manutenção.
04:50A gente está falando dos governadores Michel Bauman e Christopher Waller.
04:55Exatamente.
04:57Eu queria lembrar que o Waller, inclusive, ele é cotado para ser o próximo presidente do Banco Central.
05:02Ele já foi cotado para ser o primeiro presidente do Banco Central lá atrás.
05:06Vamos lembrar que quem indicou o Jerome Powell para ser presidente do Banco Central
05:10foi o próprio Donald Trump no seu primeiro mandato.
05:12E agora o Waller discordando do...
05:16Eu até chamei a atenção para essa possibilidade aqui,
05:19quando eu falei dos candidatos, aí a possível sucessor do Jerome Powell,
05:22que o nome do Waller estava lá e que criaria uma situação muito delicada
05:26você ter um membro do Banco Central aventado ali,
05:31o nome dele como possível sucessor,
05:33na reunião onde você tem o presidente do Banco Central tomando uma decisão.
05:37Então, o Waller agora abertamente uma discordância,
05:42abrindo uma discordância aberta e pública em relação ao Jerome Powell
05:46e em relação à decisão da maioria,
05:48se posicionando talvez como possível nome como candidato ao próximo presidente do Banco Central.
05:54Lembrando também que o próprio Scott Bassett, secretário do Tesouro,
05:57também em recente entrevista,
06:00perguntado se ele poderia, de repente, assumir o Banco Central americano.
06:03Ele falou assim, se não seria possível o secretário do Tesouro ser também presidente do Banco Central.
06:09Ele disse, olha, já existe um precedente em 1900 e tal.
06:13Quer dizer, não descartou totalmente,
06:15inclusive já levantou essa informação para saber se seria possível.
06:18Então, Scott Bassett poderia ser um candidato ao presidente do Banco Central,
06:22mas nesse momento talvez o próprio Waller seja o nome mais forte
06:26por tomar uma decisão pública de dentro do Banco Central
06:29ser contra a decisão da maioria ali.
06:32Então, pode ser um nome, possível nome para indicar a partir de maio de 2026,
06:36se Donald Trump não se livrar do Jerome Powell antes,
06:39porque o mandato do Powell vai, teoricamente, até maio de 2026, Natália.
06:43Bom, então, apesar desses dois opositores,
06:45saiu essa decisão, acabou de sair do FED,
06:48Banco Central americano mantendo a taxa de juros.
06:51E hoje é super quarta, teremos logo mais a decisão do Copom,
06:54mais para o fim da tarde.
06:55E a gente continua falando sobre isso,
06:57com, agora, com o ex-diretor do Banco Central
06:59e sócio da Panambi Capital,
07:01Reinaldo Legrazi, que já está aqui com a gente.
07:04Oi, Reinaldo, boa tarde, seja muito bem-vindo ao Money Times, tudo bem?
07:08Tudo bem, obrigado, prazer estar aqui.
07:11Bom, Reinaldo, queria te ouvir sobre a decisão do FED,
07:15que acabou de sair, de certa forma,
07:17não deve ter surpreendido, né?
07:19Já era esperada, mas agora, sem unanimidade,
07:22com esses dois votos contrários,
07:25como é que o senhor vê esse cenário?
07:28Bom, é exatamente o que era esperado,
07:30era esperado a manutenção com dois votos discentes
07:34do Waller e da Boma,
07:35que os dois são candidatos,
07:37como o Felipe estava falando,
07:40à presidência do FED.
07:41Então, isso era esperado, não teve novidade.
07:44Agora tem a entrevista,
07:46e assim, foi um pouco de...
07:50sem notícia, no news,
07:52nessa decisão do FONC agora.
07:57E é sempre interessante a gente trazer a informação, né?
08:01Como é que se toma essa decisão nos Estados Unidos?
08:04Eles estão sempre de olho em dois dados, né, Reinaldo?
08:07Que é dado de inflação e dado de emprego.
08:12É, na realidade,
08:14são essas duas condições,
08:17mas a quantidade de dados que se olha é uma tonelada.
08:20Muito maior, né?
08:21Tonelada de dados para tomar uma decisão simples.
08:24Se sobe o juros, se derruba o juros,
08:27ou se mantém.
08:28Parece simples, parecem poucas alternativas,
08:32mas isso é depois de ver tudo que está acontecendo.
08:36Nos Estados Unidos, para a reunião do FONC,
08:38como eles dizem,
08:39os integrantes recebem um pacote grande
08:43de 200 páginas em torno de uns 10 dias antes da reunião.
08:49E nesse pacote de informações,
08:52tudo o que está acontecendo na economia.
08:54É um trabalho extenso.
08:56No Brasil não é muito diferente,
08:57mas cada um tem sua lógica.
08:59Com todos os governadores,
09:00quando entram para a reunião,
09:01já tiveram uma preparação muito grande.
09:05Isso é padrão.
09:07Nas economias avançadas,
09:09bem estruturadas,
09:10como no caso do Brasil também,
09:12Brasil também,
09:13a reunião do Comitê de Público Monetário
09:15é de primeiro mundo,
09:17os integrantes já entram
09:19brifados do que está acontecendo.
09:22E aí a decisão é uma decisão,
09:23por isso que o mercado já consegue estimar,
09:25raro às vezes é surpreendido pela decisão.
09:28É uma decisão muito embasada.
09:32Certo, é.
09:33Então, só reforçando aqui,
09:35esses dois votos dissonantes ali,
09:38são na verdade dois votantes candidatos,
09:40pré-candidatos ao Banco Central americano
09:43e que seriam a favor,
09:44eles são a favor de um corte de 0,25 pontos percentuais
09:48na taxa do FED.
09:50Reinaldo, queria te ouvir também sobre Copom,
09:52que sai hoje também nessa superquarta
09:55a decisão por aqui,
09:57que a expectativa grande
09:58é em torno também de uma manutenção.
10:02Agora, como que você vê tudo isso
10:03nesse contexto de uma expectativa,
10:06por conta do tarifácio dos Estados Unidos,
10:08que já está para entrar em vigor, hein?
10:12É, então, você vê que,
10:14eu sei que é ruim para as notícias,
10:15mas o Copom hoje tem de tudo
10:17para ser no News também,
10:19manutenção.
10:21Eu acho que até que,
10:22do ponto de vista do Copom,
10:23do Banco Central do Brasil,
10:25o ideal é que nem tivesse a reunião,
10:26segue o jogo do jeito que está,
10:28é exatamente igual.
10:29Reinaldo?
10:30Poderia ser um copy-paste
10:31na reunião hoje, praticamente.
10:33O Reinaldo, vou pedir para você segurar
10:34só um pouquinho, tá?
10:35Eu já volto a falar contigo,
10:37porque a gente tem breaking news
10:39aqui no Money Time.
10:40E eu vou chamar de volta
10:41para conversa o Reinaldo Legrazi,
10:42que estava conversando comigo aqui
10:44sobre superquarta.
10:46Me desculpa a interrupção, Reinaldo,
10:47é que a informação chegou aqui,
10:50era quente,
10:51a gente precisava, de fato, repercutir.
10:52E agora quero te escutar,
10:54como é que você avalia, né,
10:56agora essa oficialização
10:57do que a gente já estava
10:58temendo, esperando aí
11:00para sexta-feira,
11:01já chegando hoje,
11:02essa sobretaxa de 40,
11:03totalizando, então,
11:0450% de tarifa para o Brasil.
11:08É, você vê,
11:11a novidade hoje
11:12não está vindo propriamente
11:13da superquarta, né,
11:15do que era previsto.
11:16Os dados de PIB
11:17vieram em linha,
11:18o Comitê de Público
11:20Comentário Americano em linha,
11:21o do Brasil, provavelmente,
11:22vem em linha também,
11:24mas nós estamos no meio
11:25de um bombardeio
11:26de notícias e decisões
11:28da administração Trump
11:30desse último semestre,
11:32e que está fazendo com que
11:34as previsões sejam
11:35muito difíceis de ser feitas.
11:36Olhando para um fundo como um todo,
11:38a realidade é,
11:39as tarifas são,
11:41as tarifas da maior
11:42economia do mundo,
11:45a grande locomotiva,
11:46as tarifas encarecem
11:47os preços dos Estados Unidos,
11:49portanto, é inflacionário
11:51e também diminui
11:52o crescimento global
11:53e também nos Estados Unidos.
11:55Então, como vocês acabaram de falar,
11:56como o âncora americano
12:00da CNBC estava falando,
12:01o impacto nos preços
12:03é direto dos preços americanos,
12:05por isso que o Brasil
12:05tomou a decisão
12:06de não tomar,
12:09fazer retaliação recíproca
12:11porque seria inflacionar
12:13para o Brasil.
12:13É uma medida adequada.
12:15Os Estados Unidos
12:16se inflacionaram.
12:17Essa inflação
12:18ainda não chegou lá.
12:20Nós estamos assistindo
12:21os indicadores.
12:22A expectativa é que
12:23a atividade econômica
12:25sofra um pouco
12:26no segundo semestre.
12:28A expectativa de crescimento
12:30do PIB
12:30era de 1,7, 1,8.
12:32Hoje nós já falamos
12:321,4, 1,5
12:34nos Estados Unidos
12:35e a inflação
12:36deve começar a aparecer
12:37a partir de agora,
12:38no terceiro TRI.
12:39Mas, assim,
12:40das tarifas
12:41são um imposto.
12:42É equivalente a um imposto,
12:43a um choque de oferta
12:44nos preços.
12:46E, portanto,
12:46alguém tem que pagar
12:47esse custo.
12:48Alguma coisa
12:48sobra para o consumidor,
12:50alguma coisa sobe
12:51para as empresas,
12:52então o earnings
12:54das empresas cai
12:55e o preço
12:56para o consumidor sobe.
12:57Pano de fundo é esse,
12:59é isso que a gente
12:59deve assistir aqui
13:00para frente.
13:01Felipe,
13:02quer trazer algum ponto
13:02para a conversa
13:03aqui com o Reinaldo?
13:04Sim, Reinaldo,
13:04boa tarde para você.
13:05Reinaldo,
13:06a gente estava,
13:07eu estava,
13:07inclusive,
13:08acompanhando,
13:08eu acho que talvez
13:09você não tenha tido
13:10a oportunidade de ler
13:11o decreto inteiro.
13:13Acabou de sair,
13:13ele já estava
13:14conectado aqui para a gente.
13:15A gente saindo aqui
13:16do forno,
13:17a gente já trouxe
13:17essa notícia,
13:18mas, enfim,
13:18o tom é muito pesado,
13:20um tom bastante agressivo.
13:22A gente imaginava
13:23que aquela,
13:23a sanção, por exemplo,
13:24contra o ministro
13:25Alexandre de Moraes
13:26teria um tom mais agressivo
13:27porque faz parte
13:28de uma narrativa,
13:29mas a tarifa contra o Brasil
13:30manter esse tom,
13:32como é que você vê isso?
13:33Quer dizer,
13:34sem entrar em detalhes
13:35dessa,
13:36você ainda não teve
13:37a oportunidade talvez de ver,
13:38mas como é que você vê
13:39a questão dessa narrativa
13:40sendo comprada
13:41pelo governo Trump
13:43de censura
13:44e que o Brasil
13:45prejudica as empresas
13:46americanas
13:47e vai contra a liberdade
13:48de pressão
13:48e contra o próprio
13:50Estado Democrático
13:50de Direito,
13:51uma questão
13:53que vai além
13:53da questão
13:54de comércio?
13:56O governo Trump
13:58já elencou
14:00alguns adversários
14:01e brigou forte
14:02com eles
14:03durante um tempo.
14:04O México foi um,
14:04o próprio Canadá,
14:06e com vários países
14:07ele está tendo
14:08esse embate.
14:09O Brasil se candidatou,
14:11teve a reunião
14:11do BRICS aqui,
14:13se aproxima
14:14da Rússia,
14:15entre o geopolítico
14:17do Brasil
14:18entre China
14:19e Estados Unidos,
14:20como o Brasil
14:21era um bom candidato,
14:23parecia que ia ficar
14:24fora da discussão,
14:26fora dessa briga,
14:29mas ele é um bom
14:30candidato
14:31ao embate
14:31e acabou
14:32sendo escolhido.
14:34Também teve a reunião
14:35aqui,
14:36falaram em moeda,
14:37em outra moeda,
14:38moeda dos BRICS,
14:39que é uma irracionalidade,
14:41um negócio
14:41que não faz sentido nenhum.
14:42Foi uma pura provocação
14:45à toa,
14:45não existe espaço
14:46para isso.
14:48Agora,
14:4850% é muita coisa,
14:51inviabiliza
14:51uma série
14:52de operações.
14:54O Brasil
14:54tem uma relação
14:55com os Estados Unidos,
14:56como você falou,
14:57o ponto de vista
14:58de balança comercial,
14:59que é só um dos argumentos
15:00para essa discussão.
15:02O Brasil
15:02tem uma balança
15:03equilibrada,
15:05exporta mais
15:06semi
15:06e commodities
15:08e importa mais
15:09não faturado.
15:10Então,
15:11os Estados Unidos
15:11é bom.
15:12para alguns segmentos
15:13da indústria brasileira
15:14é muito ruim.
15:16Tem a indústria
15:17de laranja,
15:17tem a aeronáutica,
15:19tem uma série
15:19de indústrias
15:20que sofrem muito.
15:21Como um todo
15:22na economia,
15:22o Brasil
15:22acabará,
15:25se essa
15:26alíquota continuar,
15:28acabará se adaptando.
15:30Mas é muito ruim,
15:32porque a partir daí
15:33uma série
15:33de outras coisas
15:34podem acontecer.
15:35A diplomacia
15:36precisa imperar,
15:36o Brasil
15:37precisa conseguir
15:37superar essa discussão
15:39e eu acho difícil
15:40que essa líquida
15:41de 50
15:42seja permanente.
15:45E o que você
15:46particularmente
15:47espera
15:48de posicionamento
15:49de resposta
15:50do governo brasileiro
15:51nesse momento,
15:52Reinaldo?
15:54O Brasil tem que
15:55montar um acampamento
15:57em Washington
15:58e esperar
15:59oportunidade
15:59para negociar.
16:00claramente tem
16:01muita coisa
16:02envolvida,
16:03a questão não é,
16:05como o Felipe
16:05estava falando,
16:06a questão não é
16:07a balança comercial,
16:08o superávit
16:08ou o déficit,
16:09isso é só um argumento,
16:11uma discussão,
16:11é uma discussão
16:12política,
16:13tem uma série
16:13de interesses
16:14envolvidos aí
16:15e o Brasil
16:15precisa sentar
16:16na mesa
16:16e conversar
16:17com a maior
16:17economia do mundo.
16:19Paciência,
16:19é assim que funciona.
16:21E nessa nova
16:22regra geral,
16:24os fortes
16:25estão usando
16:26sua força.
16:27Então o Brasil
16:27precisa sentar lá
16:28considerando a força
16:30relativa
16:31diferente
16:32e negociar,
16:33vai ter que fazer isso.
16:35E você espera,
16:36você imagina
16:37que isso possa
16:37ter algum impacto,
16:38né,
16:39esse anúncio,
16:40essa formalização,
16:41né, Felipe,
16:41acho que a gente
16:42pode chamar assim,
16:43na reunião
16:44do Copom hoje,
16:46na decisão
16:46que vem por aí?
16:48Não,
16:48zero.
16:49Não vai mudar nada.
16:51No Copom,
16:51não muda nada.
16:52O Copom,
16:54para o radar,
16:57para o dashboard
16:57que o Copom
16:59está olhando,
17:00as condições
17:00estão dadas.
17:02E é claro que
17:03prospectivamente
17:04a coisa,
17:05o cenário
17:05pode mudar
17:06e aí se isso
17:07acontecer,
17:08muda também
17:09as análises.
17:10Mas hoje não,
17:10hoje não muda nada.
17:13Felipe.
17:13Reinaldo,
17:14uma das palavras
17:16que a gente tem mais usado
17:16aqui ao longo dos dias
17:17é a palavra
17:18negociação.
17:19Quer dizer,
17:20todo mundo pregando
17:20a negociação,
17:21todo mundo pedindo
17:22que o governo
17:23faça a negociação,
17:24que a gente,
17:25todo mundo torcendo
17:26por isso,
17:26mas de acordo
17:28com o teor
17:29do documento,
17:30você vai ter acesso
17:30daqui a pouco,
17:31com certeza,
17:32não existe
17:33nenhuma abertura,
17:34nenhuma brecha
17:34para nada.
17:35Quer dizer,
17:35não existe
17:36nenhuma citação
17:37a qualquer
17:39questão comercial.
17:40Como é que é possível
17:41o Brasil tentar
17:42fazer essa negociação
17:43se no próprio decreto
17:45não existe
17:46nenhum elemento
17:46econômico
17:47que possa ser
17:48colocado na mesa
17:49para discutir
17:50essa relação
17:51entre os dois países?
17:51As únicas
17:52são apenas acusações,
17:53acusações sérias,
17:55de acordo
17:56com a justiça
17:56brasileira
17:57e que não tem
17:58muitas vezes
17:59nem a ver
17:59com o próprio
18:00governo executivo.
18:01Então,
18:02como é que é possível
18:02fazer uma negociação
18:03quando o outro lado,
18:05a outra parte,
18:06não traz números
18:07que podem ser usados
18:08na negociação?
18:09Como é que você vê
18:10essa possibilidade?
18:12Ah,
18:13mas isso faz parte
18:14da estratégia.
18:15A estratégia Trump
18:16tem sido
18:17essa estratégia
18:18de embate
18:18forte,
18:20primeiro com
18:22absolutamente fechados
18:24da conversa
18:24e depois a coisa
18:25vai se abrindo.
18:26Isso que eu acho
18:27que até
18:28essa antecipação
18:30da alíquota
18:30de 50%
18:31para hoje
18:31faz parte
18:32dessa estratégia
18:33de crescente
18:35pressão
18:35sobre o Brasil.
18:36Mas é óbvio
18:37que todo mundo
18:38quer sentar
18:38e conversar.
18:39A negociação
18:40é assim mesmo,
18:40os diplomatas
18:41estão acostumados
18:42com isso.
18:43Ah,
18:43hoje não funciona,
18:44amanhã não funciona,
18:45daqui a pouquinho
18:46o pessoal senta
18:47e começa a conversar.
18:48Tem interesses
18:49americanos em jogo
18:49também.
18:50Para as indústrias
18:51americanas
18:52também existe um custo
18:53consumidor americano,
18:55isso é um custo.
18:56Então,
18:56é bom para todo mundo
18:57ter negócio.
18:59A negociação
19:00vai acontecer.
19:01Se a resultante
19:02vai ser 50%,
19:0310% de tarifa,
19:05se vai ter alguma
19:05variação de jogo,
19:07eu não sei.
19:08Mas o importante
19:09é sentar
19:10e procurar os melhores
19:11serviços.
19:11Isso que o governo
19:12tem que fazer.
19:13Eu não tenho que fazer isso,
19:14você, Felipe,
19:14eu não tenho que fazer
19:15nada disso.
19:16Quem tem que fazer
19:16é o governo.
19:17O governo está aí
19:17para isso.
19:18O governo não foi feito
19:19para dar notícia boa.
19:21O governo foi feito
19:22para gerenciar a crise.
19:24É para isso
19:24que eles estão lá.
19:25E a diplomacia brasileira
19:26é muito eficiente
19:27para conseguir fazer isso.
19:28É questão de paciência.
19:31É, Reinaldo.
19:31Agora,
19:32a gente já viu,
19:33de fato,
19:33contrastir nessa situação
19:35escalando e depois
19:36arrefecendo ali um pouquinho.
19:38Vamos ver, então,
19:38nos próximos dias
19:39se tem algum espaço
19:40para isso no Brasil.
19:41Até porque a conversa
19:42aqui está num tom diferente.
19:43Eu quero agradecer
19:44demais a participação
19:45aqui ao vivo
19:46com a gente
19:47no Money Times
19:48do Reinaldo Legrazi,
19:50que é ex-diretor
19:52do Banco Central
19:53e sócio da Panambi Capital.
19:55Muitíssimo obrigada,
19:56viu, Reinaldo,
19:57pela sua disponibilidade.
19:59Obrigado a vocês.
19:59Prazer em ver.
20:00Boa tarde.
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