Descubra os segredos dos maiores investidores do Brasil! Neste episódio do Café com o Investidor, Ralphe Manzoni Jr. entrevista Paulo Bockel, sócio e Head de Crédito da Absolute Investimentos, para revelar os bastidores de uma gestora com 58 bilhões sob gestão.
Entenda como a Absolute Investimentos construiu uma área de crédito de 0 a 27 bilhões de reais em menos de três anos, focando em estratégias independentes e uma grade de fundos que atende a diferentes perfis de investidores, desde os mais conservadores até os que buscam retornos mais altos.
Paulo Bockel detalha a importância de ter uma proposta clara para cada produto e como a consistência na entrega de resultados, mesmo em momentos turbulentos do mercado, foi essencial para o sucesso da Absolute. Saiba como eles equilibram risco e retorno, investindo em crédito high grade e explorando oportunidades offshore.
#investimentos #mercofinanceiro #absolutoinvestimentos #rendafixa
Entenda como a Absolute Investimentos construiu uma área de crédito de 0 a 27 bilhões de reais em menos de três anos, focando em estratégias independentes e uma grade de fundos que atende a diferentes perfis de investidores, desde os mais conservadores até os que buscam retornos mais altos.
Paulo Bockel detalha a importância de ter uma proposta clara para cada produto e como a consistência na entrega de resultados, mesmo em momentos turbulentos do mercado, foi essencial para o sucesso da Absolute. Saiba como eles equilibram risco e retorno, investindo em crédito high grade e explorando oportunidades offshore.
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NotíciasTranscrição
00:00Está começando o Café com o Investidor, o programa do Nelfid, que entrevista os principais
00:11investidores do Brasil. Eu sou Ralf Manzoni Jr. e o meu convidado de hoje é Paulo Bockel.
00:17Ele é sócio e Head de Crédito da Absolute Investimentos. Tudo bem, Paulo?
00:23Tudo jóia. Obrigado pelo convite. Uma honra estar aqui.
00:26Vamos começar pelo começo, Paulo. Me conta como surgiu o Absolute Investimentos.
00:32O Absolute começou em 2013. Quatro sócios se juntaram para montar um business de longo prazo.
00:42Fabiano, Thiago, Boto, Calil. E basicamente duas estratégias.
00:47A primeira estratégia foi uma estratégia de mucho mercado e uma segunda estratégia foi a estratégia de arbitragem.
00:53Em 2018, a gente começou com a estratégia de ações e eu me juntei no finalzinho de 2022 para montar a área de crédito.
01:03Então, hoje temos essas quatro áreas, em torno de 58 bi sobre gestão.
01:10Então, um crescimento grande desses últimos anos e 60 pessoas na casa.
01:15Desses 58 bilhões de reais sob gestão, 27 bilhões de reais é da área de crédito.
01:22E como você mesmo falou, você se juntou em 2022, então a área de crédito tem quase três anos.
01:28Acho que há pouco menos de três anos que vocês estão fazendo crédito na Absolute.
01:32Isso.
01:32Como que vocês conseguiram ir de zero para 27 bilhões em crédito?
01:37Olhando para trás agora, você fica tranquilo.
01:40Acho que o primeiro de tudo foi a conversa que a gente teve no início de definir o business plan,
01:47de ter a liberdade de montar a área, de contratar as pessoas.
01:52E também tomou uma decisão desde o início de que a gente não dependeria dos fundos multimercado.
01:57Então, a gente acabou crescendo independente dos fundos da casa.
02:01Obviamente, você tem muita sinergia, você tem muita troca de informação.
02:04É super importante estar dentro da Absolute.
02:06Ajuda bastante, demasiadamente.
02:09Mas a gente acabou crescendo separado.
02:13Então, basicamente, a gente tem três tipos de fundo que a gente chama.
02:17São os fundos mais conservadores, que é o nosso D1.
02:21A Previdência, o Atenas, o Atenas Preve.
02:24E o Creta, que acaba sendo o D30.
02:27E esses fundos aqui, o grande objetivo que a gente tem neles é ser resilientes.
02:31Serem consistentes ao longo do tempo.
02:34Não precisam ser o melhor fundo da indústria.
02:36Mas eles precisam ser sempre os fundos que não trazem surpresa para o investidor.
02:40Um segundo grupo de fundos que a gente...
02:42E aí eu estou olhando mais retornos mais altos.
02:45Que a gente, inclusive, pode fazer offshore.
02:47Então, fundos, digamos assim, com uma concentração maior em cada nome de crédito.
02:52Então, você tendo uma seleção e tomando mais risco não só de você ter um pouco percentual maior no final do dia.
03:01Então, basicamente, está falando do Delfos, Delfos Preve e do Olímpia.
03:06E o grupo todo de debêndo incentivado, que acaba sendo hoje as queridinhas do mercado,
03:11dado o nível de taxa de juros que a gente tem e a consequência...
03:15Consequente, benefício fiscal que você tem.
03:18Então, a gente basicamente tem quatro fundos.
03:19A gente começou com um fundo redeado em CDI.
03:22O fundo acabou crescendo muito rápido.
03:24Criamos um outro fundo, que basicamente é a mesma estratégia do redeado em CDI, mais um offshore.
03:30Então, isso também ajuda muito no mercado de hoje, por exemplo,
03:33porque a gente tem os spreads mais apertados.
03:35Você tem sempre uma opção adicional de você conseguir um retorno lá fora.
03:40A gente tem um fundo em IPCA, que é outro fundo que hoje a gente acha que é maravilhoso.
03:46A gente acha até que o IPCA está muito bom, porque você está olhando ali para o IMAB 5,
03:53praticamente com carrego muito próximo de 9, IPCA mais 9.
03:57E a gente tem um último fundo, que é um fundo que combina a estratégia do Hidra CDI
04:03mais um risco renda fixa ativo no mercado.
04:06Então, procuramos fazer uma grade relativamente simples.
04:10E que as pessoas entendam o que cada produto, qual é a proposta de cada produto.
04:15E eu acho que aí está um pouco também da questão do como é que a gente teve sucesso.
04:19De você estar entregando com consistência.
04:22E aí o início nosso foi difícil, não foi um início fácil.
04:26Porque há três meses que a gente começou, na realidade,
04:29na virada do primeiro e do segundo turno da eleição, de 22.
04:33Logo depois da eleição, no meio de janeiro,
04:39a gente teve o evento de americanas.
04:42A gente logo depois teve um outro evento que eu acho que o pessoal acabou não levando muito em consideração,
04:49que eu acho que foi super importante, que foi aquele evento da marcação a mercado dos títulos.
04:53Sim.
04:53E aí ali...
04:55Aí foi um susto para muitos investidores que não estavam acostumados com isso.
04:59Eu acho que, na realidade, ninguém nem percebeu.
05:02Porque começou a ter...
05:04Como muitos dos papéis vieram da pandemia,
05:06que você tinha ali taxa de baixa de IPCA, IPCA mais 3,
05:11e ali já estava IPCA mais 6,5.
05:13Foi uma pancada.
05:15Só que muitas vezes o pessoal não entendeu nem de onde é que veio.
05:17E no início de fevereiro veio a questão toda da light.
05:23Então você pegou ali, foi uma confusão só.
05:26Os spreads abriram bastante,
05:28que deram uma oportunidade boa de retorno para 23.
05:32E agora, para o outro lado, ninguém captou nada em 23.
05:35Você foi captar no final do ano,
05:37e depois a gente acabou conseguindo ter um ano de 24 e 25,
05:42em termos de captação maravilhoso.
05:44Paulo, vocês misturam estratégias nesses fundos,
05:48LCA, LCI, com como que vocês fazem?
05:51Vocês só investem em crédito high grade,
05:54ou vocês também misturam isso, o risco?
05:57Basicamente, a gente só investe em crédito high grade.
06:00O que a gente compra no final do dia?
06:02Título público, que acaba sendo grande parte do caixa dos fundos.
06:06A gente compra título bancário.
06:08A gente preponderantemente vai comprar a letra financeira,
06:11dado que o risco até da letra financeira sênior,
06:15do CDB é o mesmo, mas a LEF não tem o fundo garantidor,
06:19então acaba pagando mais.
06:21A gente compra debêntures,
06:22e aí essas debêntures podem ser incentivadas ou não.
06:26E a gente compra também FDIC.
06:28Na sua maioria das vezes vai ser FDIC sênior.
06:31E a gente tem também a parcela de fundos lá fora.
06:36Uma parcela que a gente acaba comprando muito bom de América Latina, principalmente.
06:42Aí são bons de empresas mesmo, vocês não entram no tesouro.
06:45Bonds ou treasuries?
06:47Treasuries às vezes também, a gente pode entrar.
06:49A gente consegue, por exemplo, fazer uma coisa que é simples,
06:52comprar Itaú lá fora em vez de comprar aqui.
06:54Então, você consegue fazer essa arbitragem até do que tem spread maior.
06:58e lá fora você consegue fazer outra coisa que é interessante,
07:02você consegue fazer short.
07:03Então, você consegue fazer algumas estratégias até de proteção da carteira,
07:07você consegue operar o próprio CDS, por exemplo, de high yield.
07:13Se você está olhando algumas, fazer algumas apostas, entre aspas,
07:16até na questão de proteção da carteira mesmo.
07:20Você pode, os prédios que até já fechou muito, daqui não vai passar.
07:24E até algumas posições também dessa de carteira, por exemplo,
07:28que não precisa nem ser direcional.
07:29A gente pode comprar, dando um exemplo aqui,
07:32compra Itaú, vende Bradesco, faz meio que um long short também de crédito.
07:37Ou seja, não precisa ser só direcional,
07:39que você acaba gerando alfa para o fundo,
07:41sem trazer também tanta volatilidade assim.
07:43Então, esse é aquele book ali do offshore nosso.
07:46Paulo, você citou o evento Americanas, que foi em 2023,
07:50que foi um evento que meio que travou o mercado de crédito privado no Brasil.
07:56Teve logo na sequência a Light, o pessoal fala menos, mas também foi um evento...
07:59E outros, né?
08:00Outros, mas esses são os dois maiores que as pessoas mais lembram.
08:04Fora a questão da marcação a mercado dos fundos.
08:08Mas se você observar, o ano passado, estamos falando em 2024,
08:11teve uma festa de crédito privado.
08:14Muita gente investindo em crédito privado e muita captação de crédito privado.
08:20Os spreads bastante abertos também.
08:23O que justifica um pouco dessa captação.
08:26Embora quem conhece o mercado de crédito privado fale assim,
08:28quanto maior o spread, maior o risco também que eu estou correndo.
08:33Acabou essa festa do crédito privado em 2025?
08:37Ano passado, a gente teve algumas conjunções ali que ajudaram bem a captação.
08:42Primeiro, você veio do ano de 2023 com os spreads bastante elevados,
08:47dado ali o que tinha acontecido com o Americano, Light, que a gente falou.
08:50E também houve uma alteração no início do ano passado.
08:53Não sei se todo mundo recorda que foi a história da diminuição do lastas,
08:56LCAs, LCIs...
08:57É verdade, teve esse outro evento ainda por cima.
09:00Que aí você trouxe também...
09:03Que aí você começou a fazer o quê?
09:05Você teve um fechamento de taxa muito grande de debêndo incentivado.
09:08Foi quase 50 bips num dia.
09:10E aí também o que acaba acontecendo?
09:12Quando você olha com o spread, alto, fechando.
09:15Então você tinha um histórico maravilhoso de 12 meses.
09:18Pós-americanas, pós-lides, tudo mais.
09:21Então você teve essa conjunção.
09:23E aí o pessoal acaba colocando também que, infelizmente,
09:25muita gente acaba colocando no fundo olhando a rentabilidade passada.
09:30Então a gente teve até olhando...
09:32Os fundos D1 estavam rendendo 120 do CDI.
09:35Os fundos de debêndo incentivados eram 140, 150 do CDI.
09:39Coisas que, com certeza, dificilmente vão se repetir no cenário que a gente está hoje para frente.
09:45E aí trouxe muita gente para dentro do mercado.
09:49E junto disso também, na medida que o CDI foi subindo, o que acabou acontecendo?
09:54Muita gente que tinha perdido dinheiro falou, poxa, a 15 não quero tomar risco.
09:59E acabou colocando muito dinheiro para crédito também.
10:01E aí uma tendência que a gente tem é que, à medida que a taxa de juros sobe,
10:05aí você aumenta a demanda por esses ativos,
10:08é natural que o spread de crédito venha a fechar.
10:12E aí você colocou bem, os spread de crédito realmente fecharam muito.
10:17E o que a gente vê muito, quando você olha até fluxo de onde foi o dinheiro,
10:21que grande parte desse dinheiro do crédito foi para os fundos muito líquidos.
10:24Então quando você fala bancário, o bancário realmente está muito fechado.
10:27E está fechado por quê?
10:30Porque você tem hoje uma situação de uma demanda muito grande
10:34por parte dos gestores, até dos investidores, que não querem volatilidade.
10:39Então compram até um CDB.
10:41E quando você vai olhar CDB a 15, está dando mais de 1% ao mês.
10:45O cliente está satisfeito com ele, sem necessariamente ter que correr para outros ativos.
10:51Então esses ativos acabam sendo muito demandados.
10:54E os spreads, do lado desse ponto de vista do banco,
10:56captando ali sem parar, por outro lado, com taxa de juros alta,
11:00você tem um aumento até, uma diminuição ali do empréstimo,
11:04dado o aumento na inadimplência, os bancos não estão com tanto apetite assim
11:08para esses spread voltarem a abrir no curto prazo.
11:11Está fechado agora?
11:12Está bem fechado.
11:13Os bancos continuam emitindo, mas tem muitos bancos até que você pega,
11:18depois de 3 anos, é 100% CDI.
11:20Você tem alguma taxa ali no meio de 2 a 5 anos, por exemplo,
11:24e aí que ele até quer captar alguma coisa.
11:27Às vezes com menos de 2 anos, é 100% CDI, acima de 5 anos, 100% CDI,
11:31que claramente ele está falando, se quiser botar o dinheiro aqui, põe,
11:34que eu vou pegar aqui e botar no título público, numa LFT.
11:38E a gente está passando, de novo, por um momento novo no mercado,
11:43que é a questão da tributação dos títulos incentivados.
11:47Qual que é o impacto que isso vai ter no mercado?
11:49Tem seus fundos, seus ativos que acabam sendo vencedores, digamos assim, perdedores,
11:56mas que o debêndo incentivado acaba sendo um dos grandes,
11:58os isentos de uma forma geral, acabam não sendo tão prejudicados,
12:02porque basicamente o governo tomou a decisão de tudo que você comprar em 2025 ainda,
12:08ele fica isento até o vencimento.
12:11E aí, obviamente, aqueles títulos que são mais longos,
12:13têm um benefício maior do que os títulos que são mais curtos.
12:16e os fundos, pelo entendimento que a gente tem,
12:19os fundos não teriam vencimento, basicamente você manteria essa isenção que você tem
12:24até, basicamente, o resgate, pelo menos nos fundos abertos.
12:28Então, acabam sendo fundos que teriam esse benefício por bastante tempo.
12:34E a gente, a partir de 2026,
12:36aí você teria os títulos que forem emitidos em 2026,
12:40ou as alocações de fundo estariam sendo tributadas a 5%.
12:46Outra alteração que teve, basicamente, foi que você deixa de ter aquela tabela regressiva,
12:53que hoje é de 22,5 para 15, vira tudo 17,5.
12:57E aí o ComeCotas também acaba sendo um ComeCotas maior do que antes.
13:02Então, aquela parcela que você tem do ComeCotas fica mais cara.
13:07Ou seja, a gente não sente muito, às vezes, mas a rentabilidade do cliente no longo prazo acaba diminuindo.
13:12Então, aqueles fundos que não têm o ComeCotas acabam sendo beneficiados.
13:18O Preve foi um deles.
13:20O Preve, inclusive, se não fosse essa questão do IOF,
13:24e o IOF também tem de acabar em algum momento,
13:29e você vai ter um fundo que ali ficou melhor.
13:33As alíquotas não mudaram, você continuou com 10% no regressivo.
13:37Então, de certa forma, ficou bem melhor do que os outros, porque esse não mudou.
13:41E tem também, do outro lado, os fundos que não têm ComeCotas,
13:44que no caso do FDIC também se beneficiou um pouco,
13:46embora o FDIC também tenha tido a mesma questão do IOF na hora que você entra.
13:51Então, vamos dividir em algumas partes aqui.
13:55Este ano, incentivado, vai haver uma corrida de emissão?
13:59Já está ocorrendo essa corrida para que aconteçam emissões em 2025
14:05e você não seja tributado em 5%?
14:07Sim.
14:08Esse eu acho que não tem dúvida, porque eu acho que não tem muita discussão.
14:12Porque, sendo tributado, a taxa que a empresa vai estar pagando vai aumentar.
14:19porque você vai continuar no que vem com título isento,
14:23porque você vai ter esse estoque todo de quem comprou esse ano no ano que vem,
14:29que vai te dar uma base de comparação.
14:31E na hora que você tiver um ativo que vai estar pagando 5%,
14:35você tem que ter um ajuste no spread que vai compensar ali
14:40esse imposto que você vai estar pagando.
14:45Então, a empresa, todo mundo que puder, eu creio que vai antecipar isso
14:48para não querer correr esse risco.
14:50E não esperar ali para, provavelmente, outubro.
14:54Outubro completa, a legislação foi promulgada dia 11 de junho.
15:01Então, seria os 120 dias que você pode manter,
15:05ficaria ali basicamente meados de outubro.
15:07Você já está sentindo isso?
15:08Já vendo o mercado essa movimentação ou ainda não?
15:10Você está ouvindo mais.
15:11Na realidade, você já vê outras emissões vindo ao mercado, mais interesse.
15:17Mas isso sim, eu acho que isso aí está dado.
15:19Até a gente conversando com os próprios DCMs,
15:21o pessoal que acaba vendendo os títulos,
15:23basicamente o pessoal está falando que esse semestre vai ser de...
15:27Você quer pegar e incentivar?
15:28Corra, senão não vai conseguir mais.
15:30Agora, do lado de demanda, a gente vê uma demanda para absoluto,
15:36pelo menos, aumentando,
15:38mas a gente não vê isso generalizado no mercado.
15:42Então, o que pode acontecer no final do dia,
15:44você ter uma corrida muito grande a partir de outubro
15:47e podendo correr o risco até de ter fundo fechando,
15:52porque vai chegar uma hora,
15:53se você começar a captar mais, muito,
15:56você tem que fechar,
15:58porque, afinal de contas, você tem um enquadramento para fazer.
16:02Primeiro seis meses você tem que ter zero,
16:04entre seis meses e dois anos você tem que ter 67%,
16:07do patrimônio de referência,
16:09depois de dois anos, 85%.
16:11Então, você tem uma regra para cumprir
16:13e não dá para também deixar ficar muito fora disso.
16:17Então, você tem que ir captando também.
16:19E o grande problema do crédito no final do dia
16:21é se você começa a captar muito rápido,
16:25significa que você precisa enquadrar muito rápido também.
16:27e como você vai ter uma captação,
16:31que é o que a gente está discutindo aqui, de certa forma,
16:34a gente vai ter muita captação esse ano,
16:36significa que você vai ter menos captação ano que vem,
16:38ou pelo menos você não vai ter tanta captação
16:40quanto você está tendo esse ano.
16:42Então, você tem que ter essa junção das duas coisas.
16:49Não significa que o secundário, então, pode se valorizar?
16:51O que a gente...
16:54Eu acho que o que vai acontecer, sim,
16:56em termos de...
16:57Provavelmente, você pode ter um fechamento de taxa esse ano.
17:00E o que é legal é que eu acho que para o ano que vem
17:03você pode ter o inverso,
17:04porque no final, o que acaba acontecendo?
17:06Como a gente sabe aqui no Brasil,
17:08o cliente ainda gosta de comprar o isento,
17:10ele prefere comprar o isento ao comprar o tributado.
17:13O que vai acabar acontecendo nos fundos?
17:15Os fundos vão ter um estoque muito grande de título isento,
17:18sem imposto, e é incentivado sem imposto.
17:23E a partir do ano que vem, as emissões que virem a acontecer
17:25são emissões incentivadas, mas com imposto, com taxa maior.
17:31Então, muito provavelmente, a gente vai estar...
17:33Os fundos vão vender esses papéis da carteira
17:36para as pessoas físicas e ficar com todos os papéis tributados
17:40que vão aumentar o carrego do fundo.
17:42Então, a gente consegue recuperar grande parte lá na frente.
17:46Esse é o primeiro ponto.
17:46E o segundo ponto é que, para o pessoal que tiver
17:49o crédito comprado esse ano,
17:53o grossop aumenta.
17:54Ou seja, o benefício fiscal aumenta,
17:55porque a gente vai sair de zero desse ano
17:58e ano que vem é 17,5.
18:01Hoje, só para a gente ter uma ideia,
18:03usando ali o CDI, só para facilitar a conta,
18:06se você tem um papel hoje que roda 100% do CDI,
18:09o teu grossop, assumindo 14,90,
18:12é de alguma coisa de 2,60.
18:14Ano que vem, esse grossop vai para quase 3,20.
18:18Então, na realidade, é uma...
18:20Por isso que a gente estava falando que acaba ficando...
18:22Se beneficia bastante, né?
18:24Agora, pegando 2026, quando já vai ter o imposto de 5%
18:31nos fundos incentivados.
18:33Muita gente da indústria,
18:35inclusive, principalmente as casas multimercado,
18:37da qual a Absolut também atua com o multimercado,
18:39criticam a questão dos incentivados,
18:42achando que, puta, Natália,
18:44o imposto devia ser igual para todo mundo.
18:46Seja 10, 12, 15, 17, 20,
18:49não importa.
18:50Mas que fosse uma taxa de imposto único para todo mundo.
18:535% é mais do que zero.
18:57Mas é menos do que 17,5.
19:01Continua tendo muita vantagem ainda estar no incentivado?
19:05Essa é uma boa discussão.
19:07Acho que a primeira discussão que a gente está falando,
19:08assim, por que hoje o incentivado está tão melhor do que os outros?
19:13E antes a gente não falava.
19:14Porque antes a gente não tinha essa taxa de 15%.
19:16Então, esse é o primeiro ponto.
19:17Se a gente tivesse aqui uma taxa de 8%,
19:19talvez a gente não estivesse discutindo isso.
19:20Ia ser bom, mas não ia ser tão bom quanto é hoje.
19:24Então, acho que esse que é o grande ponto,
19:26no final, a gente começar a ter taxas de juros menores no Brasil,
19:30a gente deixa de ter esse benefício tão grande como a gente tem hoje.
19:34E a outra coisa,
19:35que é a forma que o Brasil escolheu de financiar a infraestrutura.
19:42No mundo, normalmente, você tem fundos de pensão de longo prazo
19:46e tudo que acaba investindo nisso.
19:48Aqui não, aqui a gente botou a pessoa física.
19:50Então, você teve que dar essa isenção para ter esse retorno a mais
19:55para que você pudesse criar esse nicho.
20:00Esse nicho foi criado em 2013, a legislação.
20:03E tem crescido muito, principalmente pela questão fiscal.
20:08E a gente tem um déficit muito grande de infraestrutura
20:10e a gente vai precisar ainda continuar.
20:13Então, a gente tem que ver se você vai continuar tendo demanda
20:17para esses títulos com taxas menores.
20:20Você começa a ter menos atratividade, não tem a menor dúvida,
20:24porque se você tiver hoje, vamos dizer que seja 7,5,
20:26porque facilita aqui, você tem metade do benefício fiscal
20:29que você teria nesse nível que a gente tem hoje.
20:31Qual que é a sua aposta? Vai reduzir?
20:35Acho que aí está bem aberto do que vai acontecer.
20:38Agora, a gente precisa ter alguém olhando ali o fiscal,
20:41olhando outras coisas que acertem principalmente as contas públicas
20:45para a gente ter uma queda na taxa de juros.
20:47Você comentou sobre essa questão de que é a pessoa física
20:50quem está financiando a infraestrutura,
20:52ao contrário do que acontece em outros países.
20:55Isso é uma jabuticaba brasileira?
20:58Pode dizer que sim, né?
21:00Mas a questão toda é que são poucos lugares do mundo
21:03que tem pessoa física.
21:05E a gente não tem tanta cultura de longo prazo no final.
21:09Então, de você ter grandes...
21:12Eu acho que, na realidade, você tinha que desenvolver dinheiro
21:14de longo prazo para fazer outros instrumentos.
21:17Mas hoje o maior instrumento que a gente vê,
21:19tanto que acaba incomodando pelo montante,
21:21pela quantidade que está tendo,
21:23são esses produtos de infraestrutura.
21:26Paulo, vocês saíram de zero para 27 bilhões em menos de três anos.
21:30E agora estão tendo essas mudanças legislatórias.
21:34Esse crescimento tão acelerado vai dar uma...
21:39Não diria uma recuada, mas vai ficar menos veloz do que foi até agora?
21:44Eu acho que sim.
21:45Até pela questão, assim, quando você começa a crescer,
21:47você começa a ter resgates maiores e tudo mais.
21:51E eu acho que você vai ter uma mudança ainda,
21:54um ajuste com essa questão da mudança do isento para o tributado.
21:58Eu acho que na cabeça das pessoas acaba sendo uma coisa ruim.
22:04O pessoal gosta muito do isento.
22:05A gente vê, até o pessoal brinca,
22:07o pessoal prefere um prejuízo tributado a um lucro...
22:09Desculpa, o prejuízo isento é um lucro tributado.
22:16Então, a gente vai ter esse desafio ano que vem
22:19de convencer as pessoas que as debêntures incentivadas,
22:22mesmo tributadas, ainda são um bom investimento.
22:26Eu acho que esse ano você vai ter muita procura por isento.
22:29Então, acho que você vai antecipar muita coisa.
22:31E ano que vem a gente vai demorar um pouco,
22:33principalmente no que a gente está olhando,
22:34em debêntures incentivadas,
22:37uma demora grande para você voltar a ter uma captação significativa.
22:42Outra questão é o IOF,
22:44que está se aumentando a alíquotas de IOF
22:47para algumas operações de crédito.
22:50Que impacto pode ter o IOF na sua estratégia ou no mercado?
22:54Quando você olha as empresas no final do dia,
22:58como a gente está olhando a empresa high grade,
23:00essas empresas têm acesso ao mercado de capitais
23:02e têm acesso até aos bancos para fazer as coisas mais sob medida.
23:07Então, quando você emite uma debênture, nota comercial,
23:10você basicamente não paga IOF.
23:12Quando você vai para uma empresa que é menor,
23:14pequenas e médias empresas,
23:15que acaba sendo a grande maioria das empresas que a gente tem no Brasil,
23:18que empregam grande parte da população,
23:22esse negócio não é bem assim.
23:24Eles são muito mais,
23:25eles são tomadores dos produtos dos bancos
23:28do que propriamente criadores dos produtos.
23:30E aí acaba tendo um impacto maior.
23:32A gente olhando, a gente discutindo,
23:34a gente vê que quem acaba o grande perdedor no final do dia
23:37são pequenas e médias empresas.
23:39Por mais que você fale que as empresas grandes vão sempre procurar,
23:42tem acesso ao mercado de capitais,
23:44tem acesso, tem volume de,
23:46as operações já são maiores,
23:48então você consegue ter esse tipo de coisa.
23:50Pequena e média empresa, não.
23:51Então, eu acho que ali empresas mais high yield,
23:56tudo, acabam sendo mais impactadas
23:57do que propriamente as empresas high grade.
23:59Eu acho que as empresas,
24:00isso tende a fazer com que as empresas grandes,
24:02fiquem maiores ainda e mais fortes.
24:05Mas isso não impacta a sua estratégia?
24:08A nossa estratégia, pelo contrário,
24:09se for impactar é positivamente.
24:11Por quê?
24:12Porque a gente está nesse nicho das empresas grandes.
24:14Ah, entendi.
24:15Porque, e aí o que acaba acontecendo?
24:16Como essas empresas pequenas e médias
24:18são empresas que vão estar pagando mais caro por crédito?
24:21Porque no final do dia é isso,
24:22você está com mais IOF,
24:23quando a gente fala assim,
24:25pô, a taxa de juros é alta, é 15%.
24:28O spread de crédito,
24:29hoje é 1, 2% da empresa que está pagando.
24:31Então, está pagando 16, 17%.
24:34Essas pequenas e médias empresas
24:35estão pagando 30, 40%,
24:36sem considerar o IOF.
24:38E além do mais,
24:39essas empresas normalmente são mais desorganizadas.
24:42Então, o IOF muitas vezes
24:43entrou no cheque especial,
24:44entrou no capital de giro,
24:46você está pagando em IOF.
24:47E às vezes,
24:48pô, entra no capital de giro,
24:52sai, entra e sai, entra e sai.
24:53Você está pagando inúmeras vezes o IOF,
24:55isso aí é muito maior
24:56do que a empresa grande paga
24:57de spread de crédito.
24:59Então, acaba o impacto sendo muito grande.
25:02Você comentou sobre a questão...
25:03É, pode ser, né?
25:03É, você estava comentando
25:05sobre a questão de que
25:06muitas emissões devem ser antecipadas.
25:09A gente deve imaginar que em 2026,
25:11esse mercado de crédito privado
25:14vai dar uma secada?
25:16Depende muito.
25:18Eu acho que o que acaba acontecendo,
25:19eu acho que quando você separa
25:21de debêntures incentivadas,
25:22eu acho que você tem de uma...
25:24A gente esperava também
25:24que esse ano fosse um ano menor,
25:26estar sendo maior.
25:27O Brasil sempre também tem uma surpresa.
25:31Agora, se você começar a ter
25:32investimento nas empresas,
25:34coisas que a gente não está tendo hoje
25:35com esse nível de taxa de juros,
25:38é provável que você tenha
25:39um aumento grande nas emissões também.
25:41E aí, olhando um pouco
25:43naquelas empresas
25:45que não utilizam esse mecanismo
25:47de debêntures incentivadas.
25:48Porque a gente está falando
25:49só de debêntures incentivadas.
25:51Por outro lado,
25:51o que a gente vê das empresas
25:52em CDI, papel em CDI,
25:55as debêntures tributadas,
25:57são muito mais...
25:58Hoje, eles estão fazendo
25:59muito mais emissão
26:00para reperfilar a dívida,
26:01para alongar os prazos,
26:03fazer recompra e tudo mais.
26:04Muito mais para fazer
26:05esse ajuste
26:07na questão dos vencimentos,
26:09que é extremamente saudável
26:11para as companhias.
26:12Até que o spread fechou,
26:14estava sendo super vantajoso
26:15fazer essa troca.
26:16Eles estão pegando
26:17em dívidas com spread menores
26:19e com prazos mais longos.
26:21Então, em ambos os aspectos,
26:22isso é muito bom.
26:24E o que a gente espera
26:25é que ao invés
26:27de só reperfilar,
26:29comece a investir
26:30nas companhias,
26:31que as companhias cresçam
26:32e você tenha mais emissões ainda
26:33do que você tem.
26:35Para falar,
26:37para finalizar essa parte
26:38aqui contigo,
26:40hoje o crédito privado
26:41é quase 50%,
26:43Absolut tem três anos.
26:45Vocês vão passar
26:46as outras estratégias
26:48da Absolut?
26:49A gente está em uma velocidade...
26:50Hoje, assim,
26:52o crédito está em uma posição
26:54melhor do que as outras
26:56estratégias da casa,
26:58principalmente com o que a gente
26:59está falando aqui
27:00em debê-mento incentivado.
27:01Então, a gente está com
27:02um crescimento muito forte
27:04de captação esse ano.
27:06Provavelmente, sim.
27:07Você tem ideia
27:07de quanto vocês já cresceram
27:08de captação neste ano?
27:11A gente...
27:12Sinceramente,
27:14eu não sei muito bem
27:14os números,
27:15mas ano passado,
27:18a gente que esse ano
27:19cresceu...
27:20Esse ano a gente cresceu...
27:21Agora é o que eu lembrei.
27:22A gente teve uma...
27:23Teve até um post
27:25que foi sair...
27:25Esse ano a gente cresceu
27:267 bilhões de reais.
27:29Que é um volume
27:30bastante expressivo.
27:30Isso dado até junho.
27:32Então, se eu atualizar
27:33praticamente uns 10.
27:34Hoje está com 27
27:35e o momento que a gente
27:36está gravando aqui.
27:37Exatamente.
27:39Paulo, a gente está chegando
27:40ao final.
27:41No final, eu faço um bate-bola,
27:42perguntas e respostas rápidas.
27:44Vamos lá?
27:45Vamos.
27:45Então, me diz o investimento
27:47que você se arrepende.
27:49Eu tive a...
27:50Acabei investindo
27:51para a VTEC logo cedo.
27:53Foi uma das primeiras
27:54ideias net ali.
27:56Foi muito ruim, viu?
27:57Peguei a bolha
27:59e foi um investimento
28:02que acabou não se provando,
28:03não sendo nem um pouco bom, né?
28:05A Ideias Net,
28:07para quem não se lembra,
28:08porque é dos anos 2000,
28:10uma empresa que abriu o capital
28:11e foi naquela época
28:13do boom.com,
28:15da internet,
28:15investiu várias empresas
28:16aqui no Brasil, né?
28:18Acho que está até
28:19sobrevivendo.
28:20Foi se reinventando,
28:21mas em termos de valorização
28:23foi muito ruim.
28:24E o contrário investimento
28:26que você se orgulha?
28:28A ter aplicado
28:29em longo prazo
28:29em Bolsa.
28:31De preferência,
28:31aqueles fundos
28:32que praticamente você esquece
28:33e você não quer
28:34ficar olhando muito tempo.
28:35Esse foi muito bom,
28:36principalmente ali
28:38dos anos 2000 para cá.
28:41Ô Paulo,
28:41e um livro de cabeceira?
28:43Eu li recentemente
28:45aquele livro do BTG,
28:46que é bastante interessante.
28:47Estou lendo agora
28:48o livro do Nixon
28:50dessa nova ordem mundial também,
28:52que está sendo
28:53interessante
28:54dentro do que está
28:56acontecendo hoje
28:57no mundo, né?
29:00E um hobby?
29:01Eu adoro fazer esporte,
29:02nadar.
29:03Eu infelizmente
29:04não consigo correr mais,
29:06mas estou andando
29:06de bicicleta,
29:07nado,
29:09vou para a academia.
29:10Está sempre praticando esporte.
29:12Sempre praticando esporte.
29:13Independentemente
29:13de qual for o esporte,
29:14está tocando.
29:15Do que for, exatamente.
29:17E Paulo,
29:18todo mundo tem uma frase,
29:19um mantra
29:20que leva para a vida.
29:21Qual que é a sua frase?
29:22Nunca desista.
29:24Você não...
29:24Acho que a resiliência
29:25é chave para você
29:26conseguir todos os objetivos
29:27que você tem.
29:28A maioria das pessoas
29:29que não conseguem
29:30é porque desistiram
29:31ao longo do caminho.
29:33Então, acho que
29:33resiliência
29:34é super importante.
29:36E está sempre também,
29:37além da resiliência,
29:38também você tem que estar
29:39sempre se aprofundando
29:40e estudando,
29:41o que acaba ajudando
29:42também bastante
29:43para você ter...
29:45Você está no lugar certo,
29:46na hora certa.
29:47Paulo,
29:48muito obrigado
29:48por participar aqui
29:49do Café com o Investidor.
29:50Muito obrigado,
29:52agradeço pelo convite.
29:53Este foi o Café com o Investidor.
29:55Eu conversei com o Paulo Bockel.
29:56Ele é sócio
29:57e Head de Crédito
29:59da Absoluto Investimentos.
30:00Você pode assistir
30:01esse programa
30:02nas páginas do meu feed
30:03ou na nossa página
30:04no YouTube.
30:05Agora,
30:06se você prefere ouvir,
30:07escolhe aí
30:08o seu tocador preferido
30:09de podcasts,
30:10segue a gente
30:11e até o próximo episódio.
30:12e que daqui
30:21ele é só
30:31oensible.
30:33E que aí
30:33depois
30:34o
30:35朋友
30:35que
30:35elas
30:35saíram
30:36e
30:36万
30:36el
30:36o
30:36o
30:37o
30:37o
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