Pular para o playerIr para o conteúdo principal
O professor de relações internacionais e economia do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Alexandre Pires, explicou no Agora como a nova ameaça tarifária de Trump à Rússia pode impactar parceiros comerciais como o Brasil, China e Índia. A medida pode elevar tarifas a 150% e reacende tensões globais no comércio e na geopolítica.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasil

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Agora a gente volta a falar, viu, Mariano Almeida, sobre o tarifácio de Donald Trump
00:05que deu à Rússia 50 dias para encerrar a guerra na Ucrânia ou enfrentará taxas comerciais de 100%.
00:12E sobre esse assunto eu converso agora, eu e Mariano Almeida, com o Alexandre Pires,
00:17professor de Relações Internacionais e Economia do IBMEC.
00:22Oi, professor Alexandre, muito bom dia, seja bem-vindo, tudo bem?
00:26Tudo bem, bom dia, uma satisfação estar com vocês.
00:30Prazer é nosso de recebê-lo aqui no Agora.
00:33Professor Alexandre, a gente vê que o Donald Trump usa esse instrumento tarifário como forma de intimidação,
00:41ameaça e para tentar conseguir o que ele quer, no caso parar essa guerra entre Rússia e Ucrânia.
00:48Porém, pode ter efeitos também para países que têm relações próximas comerciais com a Rússia
00:53ou que dependem de alguns produtos, como o Brasil, que depende muito do fertilizante,
00:57de combustíveis fósseis de Moscou.
01:00Como isso poderia afetar, talvez num segundo plano, a economia brasileira?
01:05O impacto seria enorme.
01:07Se ele adotar aquilo que nós vimos com relação à Venezuela,
01:11que já tem uma medida parecida de 25%,
01:15significa o quê?
01:16Quem faz negócio com a Venezuela vai ter que pagar uma tarifa extra cumulativa de mais 25%.
01:24Ele ameaçou agora com relação à Rússia impor uma tarifa secundária de 100%.
01:30Então, por exemplo, Índia, China, Brasil, que tem comércio com os Estados Unidos,
01:37vão ter que pagar 100% a mais do que já estão pagando.
01:42Ou seja, no caso do Brasil, que está com a tarifa de 50%, que é a mais alta agora,
01:47é como se o Brasil tivesse, se isso vier a entrar em vigor em setembro,
01:54que é a data que ele colocou,
01:55150% para tudo que o Brasil queira vender para os Estados Unidos.
02:00É como se a Rússia se tornasse comercialmente radioativa.
02:05Quem fizesse contato com ela passaria a estar quase que submetida a um embargo
02:11em termos comerciais com os Estados Unidos.
02:15Professor, o Eric trouxe um pouco o impacto no Brasil,
02:18mas eu queria também que você comentasse um pouquinho essa relação com a China.
02:22Porque, na prática, a gente está num momento um pouquinho mais
02:24de redução das tensões em função do acordo que foi feito.
02:29Essa provocação com relação à Rússia, no fim, afeta a China,
02:33que é a principal parceira comercial.
02:35Se você está aí falando de um efeito, no caso brasileiro,
02:38para a China ele também é significativo.
02:39Eu queria que você visse como é que isso reacende a tensão
02:42do ponto de vista do comércio entre Estados Unidos e China?
02:46Essa tensão nós não sabemos ainda como foi equacionada.
02:52O que a gente vê?
02:54Houve ali um anúncio de que saiu algum acordo entre China e Estados Unidos,
02:59mas nada mesmo concreto apareceu para nós.
03:01Nós temos que lembrar que a China já estaria submetida a tarifas setoriais,
03:07inclusive a essa tarifa ligada à Venezuela,
03:10porque a China importa, é um dos grandes importadores ali da Venezuela.
03:17E aí, se ela tivesse mais esse impacto ligado à Rússia,
03:21com quem ela tem uma forte relação comercial,
03:24tem servido ali como, inclusive, ponto de triangulação de mercadorias.
03:28Aí nós teríamos a China, mesmo que ela negociasse 0%
03:33dessa tarifa básica que o Trump está fazendo com os outros países,
03:39ela teria que pagar 25% por causa da Venezuela,
03:42mas 100% por causa do comércio com a Rússia.
03:48Então, seria uma tarifa de 125%, mesmo que zerasse a tarifa geral.
03:53Então, é como se os Estados Unidos continuassem ali numa guerra comercial,
03:57fazendo com que a China tivesse que se desarticular geopoliticamente
04:02para poder manter o comércio que tem com os Estados Unidos.
04:06Agora, professor, a Rússia já sofre sanções norte-americanas,
04:10da Europa, dos Estados Unidos, por causa da guerra contra a Ucrânia.
04:14Se colocar 100% em cima, praticamente vai ficar sem comércio nenhum,
04:17porque o produto russo não vai ter preço, não vai ter margem para chegar nos Estados Unidos.
04:24Realmente essa pressão acaba funcionando?
04:27Porque no primeiro momento o que a gente percebeu?
04:29Trump anuncia, o Putin foi lá e fez um novo ataque à Ucrânia.
04:33Até quando a Rússia está preocupada realmente com essa questão tarifária?
04:39O comércio entre os dois países é muito pequeno, ainda mais depois das sanções e tudo que foi imposto.
04:46Hoje está na casa de 3 bilhões.
04:49É nada, praticamente nada, com queda constante e ligado a alguns setores específicos
04:55de metais não ferrosos, fertilizantes, mas nada relevante.
05:01E a exportação para a Rússia é praticamente baixíssima, 500 milhões.
05:06Então não tem como os Estados Unidos pressionarem mais a Rússia do ponto de vista econômico.
05:14Nem as sanções financeiras que impedem o uso do switch,
05:20que é o sistema de pagamentos que os Estados Unidos acabam por controlar,
05:24mas a sede é europeia.
05:25Nem isso porque a Rússia conseguiu ao longo do tempo dar um checkmate
05:31e ela consegue ainda receber recursos pelo petróleo.
05:35Então ela ficou um pouco imune às sanções.
05:39Então agora os Estados Unidos estão dobrando ali a pressão,
05:43colocando a pressão nos parceiros comerciais que viabilizam economicamente a Rússia.
05:50Essa é a aposta agora, especialmente China,
05:54que tem sido sim o fornecedor ali de oxigênio econômico para a Rússia.
06:00Agora, se tem essa pressão contra a Rússia do lado econômico,
06:06aí pegando um pouquinho aqui, fazendo essa curva aí pelos parceiros,
06:09do ponto de vista militar em si, as mensagens de Donald Trump também foram um pouco dúbias até agora.
06:15Em que medida que ele apoia ou não o outro lado, que é o lado ucraniano,
06:19e depende majoritariamente desse apoio externo para conseguir fazer frente à Rússia.
06:24Quer dizer, dá para entender que agora essa fala econômica vai ser seguida também
06:29de uma ação mais concreta militar dos Estados Unidos para a Ucrânia?
06:32A Rússia está acreditando nisso?
06:34Como é que você vê esse outro pedaço aqui da conversa?
06:36Lembrando que os Estados Unidos anunciaram recentemente
06:39que vão mandar aí um sistema de defesa chamado Patriotas, Patriots, para a Ucrânia.
06:47Sim, o que nós temos era uma pressão ali dos Estados Unidos para que a conta fosse paga por alguém.
06:55E, por outro lado, houve sim um esforço ainda, que eu acho que tenha sido pequeno,
07:00de trazer a Rússia para a roda de conversa ali com a mesa de negociação.
07:06A mensagem do Trump de ontem para hoje é, olha, não teve acordo e eu acho que a culpa é da Rússia.
07:12Ou seja, é isso que ele colocou.
07:15E aí fez uma tratativa ali com a OTAN, isso aconteceu de ontem para hoje,
07:20e a OTAN vai ser o intermediário ali de uma compra de equipamentos americanos
07:25que vão ser pagos pelos europeus e vão ser fornecidos para os ucranianos.
07:31Então, há uma equação, ou seja, aparentemente aquele modelo do Biden não vai voltar.
07:38Os Estados Unidos eram o grande patrocinador financeiro da defesa da Ucrânia.
07:45Parece que agora o Trump vai colocar a conta ali para os europeus,
07:49mas ele vai fornecer equipamento militar.
07:52Ele havia interrompido o fornecimento, mas era um fornecimento financiado pelos Estados Unidos.
07:58E agora o fornecimento volta, mas vai ser financiado pelos europeus.
08:02Claro que é como se a gente estivesse ali na beira de um conflito entre Rússia e Estados Unidos.
08:09Isso é extremamente preocupante, mas para o Trump parece que no momento essa não é a grande preocupação.
08:15Professor Alexandre Pires, queria muito agradecer a sua presença aqui no Agora,
08:19mostrar esse outro lado, esse olhar sobre o tarifácio, a ameaça de tarifação nos Estados Unidos
08:26e o que pode repercutir ou refletir no Brasil e também no mundo.
08:30Obrigado, um ótimo dia para você.
08:32Igualmente. Obrigado.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado