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  • 05/07/2025
As principais críticas ao Plano Safra 2025/26 estão em pauta: discutimos a perda de poder de compra dos recursos, a dependência crescente de financiamentos privados como as CPRs, e o desafio de garantir apoio a pequenos e médios produtores. Com Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA, exploramos como o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PRONARA) pode impactar o setor e a preocupante ausência de informações sobre o Programa de Seguro Rural.

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00:00:00As principais críticas ao Plano Safra 2526 recaem sobre a efetividade dos recursos,
00:00:07a queda do volume real e também o avanço de mecanismos com financiamento com menor controle público.
00:00:14Se trata de um retrocesso disfarçado de avanço.
00:00:18Para analisar justamente essas problemáticas, vamos receber o Bruno Luke,
00:00:23diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a CNA.
00:00:28Seja bem-vindo ao Hora H do Agro, Bruno.
00:00:31Olá, Marcel. Tudo bem?
00:00:33Tudo bem. Vamos, então, analisar uma grande expectativa do anúncio, os valores.
00:00:39Bruno, considerando que o aumento nominal dos valores representa uma perda real,
00:00:44na verdade, de poder de compra para o produtor devido à inflação,
00:00:48como garantir, então, que os recursos sejam suficientes para cobrir os custos crescentes de insumos e a tecnologia no campo?
00:00:58Bem, esse vai ser um desafio que os produtores terão na próxima safra.
00:01:03No levantamento que a CNA fez, ouvindo os produtores,
00:01:06a gente tem uma comissão aqui que discute política agrícola, discute o plano safra.
00:01:11Então, a gente discutiu todos os estados brasileiros.
00:01:13E aí, nós fizemos reuniões regionais, nas cinco principais regiões brasileiras, mais o Mato Pibo,
00:01:19para ouvir o que seria prioridade do produtor nessa próxima safra.
00:01:24Então, o volume que nós chegamos de recursos da agricultura familiar e empresarial foi em torno de 594 bilhões.
00:01:32Quando você mostra os números, parece que foi atendido.
00:01:37Acontece que na conta que foi feita, até então, a gente considera só aqui os recursos que são financiáveis.
00:01:43E muito do que foi apresentado pelo governo, alguns deles, no caso da agricultura familiar,
00:01:47são apoios importantes como compras governamentais, assistência técnica,
00:01:53enfim, outros tipos de recursos que o governo aporta no setor,
00:01:57mas ouçam outras políticas públicas, não a do crédito, provavelmente dito.
00:02:01E no caso da agricultura empresarial, foi usado o recurso das CPRs,
00:02:06que seriam a CPR financeira, que é uma garantia que o produtor vai fazer de pagamento,
00:02:11e o lastro é a LCA, que pode usar para a CPR e pode usar para outros títulos também.
00:02:16Então, teoricamente, ela é uma importante fonte de financiamento,
00:02:20mas ela não era usada na contabilidade do setor e nunca foi usada.
00:02:23Foi a primeira vez que o governo usou a CPR para demonstrar, vamos dizer assim,
00:02:29para fazer parte desse fund, né?
00:02:30Então, nós tivemos os valores muito maiores do que anunciado ano passado.
00:02:34Se nós fomos pegar, fazer a mesma comparação do método do ano passado,
00:02:39que é o método tradicional, com os números reais desse ano,
00:02:43foi esses dados que você trouxe.
00:02:45Nós temos aí um incremento na agricultura familiar de 3%,
00:02:48e no caso da agricultura empresarial, você tem até um decréscimo nesse valor
00:02:54em função de você ter menos recursos disponibilizados.
00:02:59Lógico que nós entendemos todo o desafio de ter uma SELIC mais elevada,
00:03:03de 15% a valor muito grande.
00:03:05Entendemos a questão do ajuste fiscal que se faz necessário no governo,
00:03:10só que no que nós ponderamos,
00:03:12é que no resto do mundo, em países que têm agricultura forte,
00:03:15como o Brasil, na Europa, Estados Unidos, China,
00:03:19o setor agropecuário é muito mais que um setor econômico.
00:03:22É um setor que garante segurança alimentar e principalmente a soberania do país.
00:03:27Então, o Plano Safa Robusto, ele vai muito além de ajudar o produtor rural.
00:03:32Ele ajuda todo o país, garantindo o alimento na mesa dos brasileiros,
00:03:37garantindo a segurança e o abastecimento,
00:03:39e principalmente divisas para o interior do país,
00:03:41que ele gera uma renda que vai além do agro,
00:03:44ele movimenta a economia do interior
00:03:46e faz com que a gente tenha, inclusive, indicadores sociais muito melhor
00:03:50nesses municípios que têm o agro muito forte.
00:03:53Então, investir no Plano Safa Robusto
00:03:55é ter certeza que nós não teremos problema
00:03:58com inflação de alimentos no próximo ano.
00:04:01Não adianta tentar, como foi feito esse ano,
00:04:04buscar formas de amenizar a inflação
00:04:07quando o processo já está em curso.
00:04:09Nós temos que trabalhar de forma antecipada,
00:04:11estimulando a ampliação da produção rural,
00:04:14que seria o trabalho do Plano Safa, o que não aconteceu.
00:04:17Sim, então, uma questão estratégica.
00:04:19Já que você falou da CPRs, na verdade,
00:04:23com a crescente dependência de fontes privadas como as CPRs,
00:04:26quais são as estratégias, então,
00:04:28para assegurar que os pequenos e médios produtores,
00:04:32mais dependentes, inclusive, de apoio público e crédito,
00:04:34com taxas controladas,
00:04:36eles não fiquem desassistidos e também consigam acessar
00:04:40esse financiamento adequado.
00:04:42Bruno?
00:04:44Bem, para o pequeno e médio produtores,
00:04:47o Plano Safa é o principal norteador de crédito.
00:04:51É onde eles vão conseguir realmente buscar
00:04:53um financiamento adequado,
00:04:56de acordo com o porte desses produtores.
00:04:58O mercado privado hoje tem crescido muito,
00:05:01a gente tem visto melhorias no ambiente de negócio,
00:05:04que tem trazido mais investidores para o agro,
00:05:07e isso tem ajudado muito, vamos dizer assim,
00:05:10como é um mercado inicial,
00:05:11produtores que têm uma escala maior de produção.
00:05:14Então, ainda, se a gente falar dos fiagos, por exemplo,
00:05:18você não tem muitos fiagos voltados
00:05:20para os produtores pequenos e médios.
00:05:22A CNA criou, recentemente,
00:05:24coisa de um ano e meio para cá,
00:05:26um fiagro voltado para os produtores
00:05:28assistidos pelo CENAR, da assistência técnica.
00:05:31Então, é o único fiago que existe
00:05:33voltado exclusivamente para pequenos produtores.
00:05:36E é algo que a gente está aprendendo
00:05:38como vai funcionar esse fiago,
00:05:42até para que o mercado, depois,
00:05:44a gente possa levar isso para os agentes de mercado
00:05:46para replicar em larga escala.
00:05:48Mas o fato é, com o Plano Safa,
00:05:51com taxas maiores e recursos menores,
00:05:54você coloca principalmente quem mais precisa,
00:05:57que são os pequenos e médios produtores,
00:05:58em dificuldade de acessar crédito.
00:06:00Então, o que pode acontecer?
00:06:02Muitos deles reduzirem o pacote tecnológico,
00:06:05ou seja, você vai ter um menor investimento
00:06:07em insumos em tecnologia,
00:06:09então você pode ter uma produção menor
00:06:11do que a esperada.
00:06:14Em alguns casos, até reduzir a área de produção
00:06:16ou substituir por culturas mais resistentes.
00:06:19Porque qual é o outro ponto que foi grave
00:06:21nesse Plano Safa?
00:06:22A questão do seguro rural.
00:06:24Não tivemos nenhum tipo de anúncio,
00:06:27principalmente relacionado à ampliação de recursos.
00:06:29E o Proagro, nós estamos tendo mudanças
00:06:32desde o ano passado,
00:06:33que tem mudado o critério de enquadramento.
00:06:35Antes era em torno de 325,
00:06:40passou para 270 e agora está em 200 mil reais
00:06:44de renda bruta para enquadramento.
00:06:46Ou seja, eu tenho diminuído o enquadramento,
00:06:48com isso deixado produtores de fora.
00:06:50Então, um produtor que não tem uma garantia,
00:06:52uma gestão de risco,
00:06:54para ir no mercado privado e buscar um crédito privado,
00:06:56ele vai ter mais dificuldade
00:06:58e com isso pode até não ter esse crédito
00:07:01na próxima safra.
00:07:02Você falou até em taxação do Fiagro.
00:07:05Isso vai acontecer?
00:07:06Como é que vocês avaliam isso?
00:07:08Bem, a gente espera que não.
00:07:09Na reforma tributária,
00:07:11a gente conseguiu derrubar esses vetos.
00:07:14A discussão agora é a questão da tributação da LCA,
00:07:18a substituição do IOF.
00:07:20É algo que também a gente enxerga
00:07:22que seria muito prejudicial ao setor.
00:07:23Porque hoje a LCA tem sido uma forma
00:07:27de conseguir ampliar essa captação
00:07:28de recursos para o setor,
00:07:31de componente do fund.
00:07:32Então, ela tem sido muito importante
00:07:34para oxigenar o fund do setor.
00:07:37Algumas mudanças que foram feitas no passado,
00:07:40por exemplo, a rentabilidade era de três meses,
00:07:42ampliaram para nove.
00:07:43Isso já deu uma desestimulada
00:07:45dos investidores a entrar na LCA.
00:07:48Tanto é que um dos pleitos que nós tínhamos
00:07:49era retornar os 3%
00:07:50e o governo atendeu parcialmente isso
00:07:53a coisa de três semanas atrás,
00:07:55na resolução do Conselho,
00:07:56mudando a rentabilidade para seis meses agora.
00:07:59Que, de certa forma, já ajuda
00:08:00a você atrair mais investidores.
00:08:02Porém, se houver tributação,
00:08:05isso vai ser mais um complicador
00:08:07que teremos na composição do fund do setor rural.
00:08:10Agora, Bruno, a questão também
00:08:12da mudança em relação
00:08:14aos agrotóxicos,
00:08:16agrotóxicos que não prejudiquem a natureza.
00:08:20Como é que vocês estão avaliando também
00:08:21essa redução progressiva?
00:08:26Na verdade, é o seguinte,
00:08:27o uso de agrotóxicos, agroquímicos,
00:08:29defensivos, agrícolas,
00:08:31é uma ferramenta instituída por lei
00:08:33no Brasil e no resto do mundo.
00:08:35Então, você tem uma legislação para seguir
00:08:37e o que nós fazemos é seguir essa norma.
00:08:40Usando, de acordo com as recomendações agronômicas,
00:08:44tendo os períodos de carência,
00:08:45os produtos registrados para cada tipo de cultura.
00:08:49Então, assim, o incentivo a práticas,
00:08:51vamos dizer assim, como o uso de biológico,
00:08:54ela é muito bem-vinda.
00:08:56Porque o biológico é algo que vem
00:08:58para complementar esses sistemas produtivos.
00:09:00Hoje, eu não consigo fazer uma substituição completa.
00:09:03Ele já tem muita efetividade,
00:09:05as pesquisas têm aumentado.
00:09:06É um caminho que o Brasil hoje é pioneiro
00:09:08no uso dessa tecnologia.
00:09:09Se sobre de dúvida, vai aumentar bastante.
00:09:12Agora, o que não pode ocorrer
00:09:13é uma discussão ideológica,
00:09:15do orgânico ao convencional.
00:09:18São segmentos, como eu falei,
00:09:20no Brasil a gente consegue produzir muito bem com os dois.
00:09:23Tanto na agricultura orgânica,
00:09:24tendo as boas práticas de produção,
00:09:26como na agricultura convencional,
00:09:28tendo produtos adequados para a produção.
00:09:31E o que a gente tem trabalhado
00:09:32e recentemente foi alterado,
00:09:34é justamente a lei de registro desses produtos,
00:09:37para que você tenha um processo mais rápido.
00:09:40Com um processo mais rápido de registro,
00:09:42naturalmente, você vai ter moléculas
00:09:44com menor impacto ao meio ambiente,
00:09:45menor impacto às condições agronômicas
00:09:48e com resultados mais efetivos.
00:09:50Então, a pesquisa, até então,
00:09:53ela foi a que norteou a agricultura brasileira
00:09:56ter toda essa competitividade.
00:09:58E, nesse caso, é um instrumento de pesquisa
00:10:00que tem tido avanço.
00:10:01O próprio setor tem buscado
00:10:04esse consórcio com os bioinsumos.
00:10:07A mudança na lei, a gente acredita
00:10:09que vai melhorar muito,
00:10:10ter produtos mais eficientes.
00:10:12Enfim, é algo que a gente vê com bons olhos,
00:10:15esse avanço tecnológico.
00:10:17Agora, o que a gente não concorda
00:10:19é com discussão ideológica
00:10:20de uma questão que é técnica,
00:10:22técnica e científica.
00:10:31Legenda Adriana Zanotto
00:11:01Legenda Adriana Zanotto
00:11:31Você já parou pra pensar a origem
00:11:34da política de crédito rural no Brasil?
00:11:36A Mariana Grilli está conhecendo
00:11:39algumas produções no norte lá do país,
00:11:42mas também produziu uma especial
00:11:44contando essa trajetória
00:11:46e a apuração também da Jaqueline Brás.
00:11:49A agricultura brasileira
00:11:51é hoje uma grande potência
00:11:53e o mundo todo sabe disso.
00:11:55Mas não foi sempre assim.
00:11:57O grande crescimento do setor
00:11:59ocorreu nos últimos 30 anos.
00:12:02E pra que isso fosse possível,
00:12:05diversas políticas de incentivo
00:12:07foram sendo criadas
00:12:09e algumas delas perduram até hoje,
00:12:12como é o caso do crédito rural.
00:12:14Desde 2002,
00:12:16o Brasil tem o chamado Plano Safra,
00:12:20mas que na época tinha outro nome.
00:12:22Era Plano Agrícola e Pecuário.
00:12:25Essa política é, desde então,
00:12:27um programa essencial do governo federal
00:12:31que tem o objetivo
00:12:32de direcionar recursos,
00:12:35direcionar o dinheiro público
00:12:38para viabilizar e fortalecer
00:12:40as atividades dos produtores rurais
00:12:44pelo país,
00:12:45sejam eles de pequeno, médio
00:12:47ou grande porte.
00:12:49Ou seja, a criação do Plano Safra
00:12:52que a gente conhece hoje
00:12:53faz toda a diferença
00:12:54para o conhecimento
00:12:56do agronegócio internacional.
00:12:59Porém, antes disso,
00:13:00antes dessa criação,
00:13:02já existiam iniciativas
00:13:03como o Sistema Nacional
00:13:06de Crédito Rural,
00:13:08conhecido como SNCR,
00:13:11criado lá em 1965.
00:13:14O Luiz Guedes,
00:13:15ex-ministro da Agricultura,
00:13:17nos anos 2005 e 2006,
00:13:19conta como essa política
00:13:21foi essencial
00:13:22para o crescimento
00:13:23e a consolidação
00:13:24da agropecuária no Brasil.
00:13:26O atual mecanismo,
00:13:30o sistema de crédito rural
00:13:31que está de acordo no Brasil,
00:13:33ele foi criado em 1965.
00:13:36uma lei,
00:13:38o Sistema Nacional
00:13:39de Crédito Rural,
00:13:40SNCR.
00:13:43E,
00:13:45aprovada a lei,
00:13:47poucos anos depois,
00:13:48ainda em 1969,
00:13:5170,
00:13:52o crédito
00:13:53à agricultura brasileira
00:13:54começou a crescer
00:13:55de uma forma
00:13:56extraordinária,
00:13:58muito rapidamente,
00:13:59ao longo
00:14:00da década de 70.
00:14:01não só
00:14:03o crédito rural
00:14:04era abundante,
00:14:06como o crédito rural
00:14:07era altamente
00:14:08subsidiado.
00:14:10Eu até defendo
00:14:10o ponto de vista
00:14:11que a moderna
00:14:14agricultura brasileira
00:14:15que nós vemos hoje,
00:14:16inegavelmente,
00:14:18muito pungente,
00:14:19altamente produtiva
00:14:21e com impactos
00:14:24no mundo todo,
00:14:25sem dúvida alguma,
00:14:28a agricultura
00:14:29que mais cresceu
00:14:30no mundo
00:14:31nas últimas décadas,
00:14:33todo esse processo
00:14:34de transformação,
00:14:36ele aconteceu,
00:14:37como eu disse,
00:14:38do meu ponto de vista,
00:14:41em virtude
00:14:43de políticas públicas,
00:14:45entre as quais
00:14:46eu destaco
00:14:47o crédito rural.
00:14:48Não apenas
00:14:49o crédito rural,
00:14:50mas, sobretudo,
00:14:51o crédito rural
00:14:52e um crédito rural
00:14:53altamente subsidiado.
00:14:55Para ter ideia
00:14:56do que significou
00:14:57esse crédito rural
00:14:58na década de 70,
00:15:00quando nós fazemos,
00:15:02aliás,
00:15:02eu fiz esse estudo
00:15:03em 1980,
00:15:05eu comparei
00:15:05o volume
00:15:06de crédito rural
00:15:07com o valor
00:15:08da produção
00:15:09agropecuária
00:15:10e o percentual
00:15:13do crédito rural
00:15:14era altíssimo,
00:15:1540,
00:15:1660,
00:15:1670%,
00:15:18e no ano
00:15:19de 1975
00:15:20o montante
00:15:22de crédito rural
00:15:23foi superior
00:15:25ao valor
00:15:25da produção agropecuária.
00:15:26O crédito
00:15:27para a produção
00:15:28para a compra
00:15:30de sementes,
00:15:31fertilizantes,
00:15:32calcário,
00:15:33fungicida,
00:15:34inseticida,
00:15:35esse é o crédito
00:15:38de custeio.
00:15:41Depois nós temos
00:15:42o crédito
00:15:42de investimento,
00:15:43que é basicamente
00:15:44o crédito
00:15:45para a compra
00:15:46de máquinas,
00:15:47equipamentos,
00:15:47no caso
00:15:48da pecuária,
00:15:49instalações,
00:15:50agropecuárias,
00:15:51e o crédito
00:15:52de comercialização,
00:15:53que hoje em dia
00:15:54não é muito importante,
00:15:56mas que no passado
00:15:57ele foi.
00:15:57É o crédito
00:15:58que você fornece
00:15:59ao produtor
00:16:00para que ele
00:16:02possa reter
00:16:04a produção
00:16:04aguardando
00:16:06um momento
00:16:06melhor
00:16:07de preço
00:16:07para vender.
00:16:09Esse chamado
00:16:09crédito de comercialização.
00:16:11Isso foi muito importante
00:16:12na década de 70,
00:16:13na década de 80,
00:16:15na década de 90 ainda.
00:16:16Então,
00:16:17quando você soma
00:16:18o valor do crédito
00:16:20para custeio,
00:16:21investimento
00:16:22e comercialização,
00:16:24a totalidade
00:16:25do crédito
00:16:25para o setor
00:16:26agropecuário,
00:16:27na década de 70,
00:16:28houve um ano,
00:16:2975,
00:16:30que ele superou
00:16:31o valor
00:16:31da produção agrícola,
00:16:33essa soma.
00:16:34Então,
00:16:34o crédito rural
00:16:35se expandiu muito
00:16:38ao longo
00:16:38dos últimos
00:16:3950 anos
00:16:40e tem sido
00:16:43um crédito
00:16:43em parte
00:16:46significativa
00:16:47subsidiado,
00:16:48ou seja,
00:16:49com taxa
00:16:50de juros
00:16:50inferiores
00:16:52às taxas
00:16:52de juros
00:16:53básicas
00:16:54da economia.
00:16:55Na década
00:16:56de 70,
00:16:56por exemplo,
00:16:58nós tivemos
00:16:59vários anos
00:17:00em que a taxa
00:17:01de juros
00:17:01era zero,
00:17:03mesmo com
00:17:04inflação
00:17:04às vezes
00:17:05de 20,
00:17:0630,
00:17:07até 40%
00:17:08naquela década.
00:17:09Foi a maneira
00:17:10que o governo
00:17:10encontrou
00:17:11para estimular
00:17:12os produtores
00:17:13a incorporarem
00:17:15ao processo
00:17:16produtivo
00:17:16sementes
00:17:18melhoradas,
00:17:19abrubação,
00:17:21calcário,
00:17:22o uso
00:17:22de fungicidas,
00:17:23inseticidas
00:17:24e a compra
00:17:24de máquinas
00:17:25e equipamentos.
00:17:26Ou seja,
00:17:28incorporar
00:17:29tecnologia
00:17:30à produção.
00:17:31Quando você
00:17:31incorpora
00:17:32tecnologia,
00:17:33na realidade,
00:17:34você está
00:17:34incorporando
00:17:35custos
00:17:35ao processo
00:17:36produtivo.
00:17:37É a tecnologia
00:17:38que vai
00:17:38proporcionar
00:17:39um aumento
00:17:41da produtividade
00:17:42através do uso,
00:17:43como eu disse
00:17:44há pouco,
00:17:44de fertilizantes,
00:17:46fungicidas
00:17:46e inseticidas
00:17:47e um aumento
00:17:48da produtividade
00:17:49do trabalho
00:17:50através do uso
00:17:51de máquinas
00:17:52e equipamentos
00:17:52agrícolas,
00:17:54tratores,
00:17:55plantadeiras,
00:17:56corretadeiras,
00:17:57etc.
00:17:58Então,
00:17:59esses recursos
00:18:01foram utilizados
00:18:03pelos produtores
00:18:04rurais
00:18:05e há que se reconhecer
00:18:07de forma
00:18:07bastante competente
00:18:09e isso é que
00:18:11deu um grande
00:18:12impulso
00:18:12para a agricultura
00:18:13brasileira
00:18:13nesses últimos
00:18:1550 anos.
00:18:16Lá no começo,
00:18:17como eu disse
00:18:18há pouco,
00:18:18o crédito
00:18:19era relativamente
00:18:20mais abundante,
00:18:22os recursos
00:18:23tinham
00:18:24um valor
00:18:25que o Tesouro
00:18:26Nacional assumia,
00:18:27o seguro da produção,
00:18:29o seguro,
00:18:29o seguro,
00:18:30melhor dizendo,
00:18:31os juros
00:18:31subsidiados
00:18:32para o processo
00:18:34produtivo
00:18:35e isso proporcionou
00:18:36esse deslanche
00:18:37da agricultura
00:18:38brasileira.
00:18:39Houve,
00:18:39apenas para concluir,
00:18:41outras políticas
00:18:42públicas muito
00:18:43importantes.
00:18:44A política
00:18:45de garantia
00:18:46de preços
00:18:46mínimos,
00:18:47chamada PGPM,
00:18:49política de garantia
00:18:50de preços mínimos,
00:18:51que foi muito
00:18:52importante nessas décadas
00:18:53a que eu me referi,
00:18:55a política de investimento
00:18:58em pesquisa
00:18:58agropecuária,
00:19:00em 1973,
00:19:02foi transformado
00:19:04o antigo departamento
00:19:05de pesquisa
00:19:06agropecuária
00:19:06numa empresa
00:19:07pública,
00:19:08a Embrapa,
00:19:09Empresa Brasileira
00:19:10de Pesquisa
00:19:10Agropecuária,
00:19:12faz 52 anos
00:19:14e essa transformação
00:19:17de um departamento
00:19:19em uma empresa
00:19:20pública
00:19:20criou condições
00:19:22para que aumentasse
00:19:24significativamente
00:19:25o volume
00:19:26de recursos
00:19:27de pesquisa
00:19:27agropecuária,
00:19:28se você somar
00:19:29ao longo
00:19:29desses 50 anos
00:19:31são centenas
00:19:32de bilhões
00:19:33de reais,
00:19:34é só você ver
00:19:35o orçamento
00:19:35da Embrapa
00:19:36hoje e verificar
00:19:38o que aconteceu
00:19:38ao longo
00:19:39desse período
00:19:39e os resultados
00:19:40estão aí à vista.
00:19:42Há outras políticas
00:19:43agrícolas
00:19:44complementares
00:19:46a essas,
00:19:46como de assistência
00:19:47técnica,
00:19:49em menor escala
00:19:50o seguro rural,
00:19:51um investimento
00:19:52em melhoria
00:19:54dos esquemas
00:19:55de escoamento
00:19:56da produção
00:19:56que ainda
00:19:57é insatisfatória,
00:19:58é um problema
00:19:59ainda hoje,
00:20:00mas melhorou muito
00:20:01em relação ao passado.
00:20:03Então,
00:20:04esse conjunto
00:20:05é que proporcionou
00:20:06as condições
00:20:07para essa expansão
00:20:09extraordinária
00:20:10da produção
00:20:10agropecuária
00:20:11através da incorporação
00:20:14de tecnologia
00:20:15e entre esses instrumentos
00:20:17eu destaco
00:20:18particularmente
00:20:19o crédito rural.
00:20:20Nós vimos aí
00:20:21que o ex-ministro
00:20:22falou um pouco
00:20:23sobre como o Plano Safra
00:20:25atual se destina,
00:20:27dividido em diferentes
00:20:28disponibilidades de crédito,
00:20:30tanto para custeio
00:20:32e comercialização,
00:20:33quanto a disponibilidade
00:20:34de crédito
00:20:35para investimento.
00:20:37A ex-ministra
00:20:38da Agricultura,
00:20:39Tereza Cristina,
00:20:40atual senadora
00:20:41da República
00:20:42e vice-presidente
00:20:43da Frente Parlamentar
00:20:45da Agropecuária,
00:20:46nos explica
00:20:46como funcionam
00:20:47os mecanismos
00:20:49de subsídio
00:20:49e algumas
00:20:50das principais mudanças
00:20:52que o Plano Safra
00:20:53passou nos últimos anos.
00:20:55O Plano Safra
00:20:56sempre foi importante,
00:20:58por quê?
00:21:00Porque nós,
00:21:01há muitos anos
00:21:02que o Brasil
00:21:03tem um problema
00:21:04grave,
00:21:05estruturante,
00:21:07estrutural
00:21:07de juros.
00:21:10Se a gente tivesse
00:21:11juros baixos,
00:21:13se a gente tivesse
00:21:13uma economia estabilizada,
00:21:15talvez a gente
00:21:16não precisasse
00:21:17de Plano Safra.
00:21:18podíamos ter
00:21:19ações
00:21:21que você pudesse
00:21:25induzir
00:21:26mais ou menos
00:21:27determinadas
00:21:28cadeias de produção
00:21:29do nosso setor.
00:21:31Então,
00:21:31queremos estimular
00:21:32o plantio de arroz.
00:21:34Então,
00:21:34nós vamos
00:21:35fazer uma linha
00:21:36específica
00:21:37para estimular
00:21:38o plantio de arroz,
00:21:41de feijão,
00:21:42de soja,
00:21:42enfim,
00:21:43seja o que for.
00:21:44Mas,
00:21:44como nós temos
00:21:45dois problemas
00:21:46que travam,
00:21:50vamos dizer,
00:21:51o mercado,
00:21:52o livre mercado
00:21:53de crédito,
00:21:54para a tomada
00:21:55de crédito,
00:21:56então,
00:21:57sempre foi necessário
00:21:58você ter
00:21:59um plano
00:22:00safra,
00:22:02dito plano safra.
00:22:03cada vez que você
00:22:05tem aí a economia
00:22:07com juros mais altos,
00:22:12quando você tem
00:22:13esse momento
00:22:14na economia,
00:22:14o plano safra
00:22:15ele fica mais importante.
00:22:17Por quê?
00:22:17O plano safra do Brasil,
00:22:20ele basicamente,
00:22:21além dele dar as linhas
00:22:22daquilo que ele quer
00:22:23que se produz,
00:22:24mas ele também
00:22:25ele entra
00:22:26a parte de crédito
00:22:28é para subvencionar
00:22:30os juros,
00:22:31né?
00:22:31Por quê?
00:22:32Os juros de 12%,
00:22:3410%,
00:22:3515%,
00:22:36enfim,
00:22:37são juros que não cabem
00:22:38no bolso
00:22:39do agricultor,
00:22:41porque o agricultor
00:22:41ele trabalha
00:22:42com uma indústria
00:22:43a céu aberto
00:22:44e ele tem aí,
00:22:45ele sofre
00:22:46todo tipo de risco
00:22:47climático,
00:22:48né?
00:22:48De pragas
00:22:49e doenças
00:22:50e então ele precisa
00:22:52ter alguma garantia
00:22:54de que ele vai ter
00:22:56linhas de crédito
00:22:58apropriadas
00:22:59para,
00:23:01principalmente
00:23:02para o custeio,
00:23:03né?
00:23:05Ao longo do tempo,
00:23:06o que aconteceu?
00:23:07A agricultura brasileira
00:23:08foi ficando
00:23:09cada vez maior,
00:23:10cada vez mais robusta
00:23:12e essas,
00:23:13esse plano safra
00:23:15ele foi ficando
00:23:15cada vez menor.
00:23:17Ele atende
00:23:17cada vez menos
00:23:18a nossa agricultura,
00:23:20porque
00:23:21ela ficou tão grande
00:23:25que o que o governo
00:23:26consegue dar de recursos
00:23:28para essa subvenção
00:23:29não consegue atender
00:23:30a todos.
00:23:32Então,
00:23:32de uns anos
00:23:32para cá,
00:23:33o que é que vem
00:23:34acontecendo?
00:23:35E eu tive
00:23:36essa oportunidade
00:23:37quando estive
00:23:38no Ministério
00:23:38da Agricultura,
00:23:40com todas as dificuldades
00:23:42que todo ministro
00:23:43da Agricultura tem,
00:23:44né?
00:23:44Que é arrumar
00:23:45recursos suficientes
00:23:47para poder fazer
00:23:49um plano safra
00:23:50de excelência, né?
00:23:53Hoje,
00:23:54o plano safra,
00:23:55esse número
00:23:56não é um número
00:23:57que eu tenho ele
00:23:58aqui refinado,
00:24:00mas é um plano safra
00:24:01que tem,
00:24:02aí,
00:24:03atende
00:24:03vinte e poucos
00:24:04por cento
00:24:05do que é necessário,
00:24:07né?
00:24:07para se fazer
00:24:10toda a agricultura.
00:24:13Ainda mais
00:24:13quando você coloca
00:24:14tudo,
00:24:15soja,
00:24:15milho,
00:24:15arroz,
00:24:16feijão,
00:24:17pequena agricultura,
00:24:18hortaliças,
00:24:19café,
00:24:20cana-de-açúcar,
00:24:21se você colocar
00:24:22tudo isso,
00:24:22então é menor ainda
00:24:23o percentual
00:24:24que o plano safra
00:24:26consegue atender.
00:24:27Mas ele atende,
00:24:28ele atende
00:24:29com o dinheiro
00:24:30do orçamento,
00:24:32do Tesouro Nacional,
00:24:33que esse é um número
00:24:35que eu não consegui
00:24:36saber ainda,
00:24:37né?
00:24:38Do plano safra
00:24:39que foi colocado ontem.
00:24:41Quanto,
00:24:41quanto por cento
00:24:44nós temos
00:24:45para equalizar
00:24:47os juros
00:24:47de mercado?
00:24:49Então,
00:24:49hoje,
00:24:50a Selic é 15%.
00:24:51Os juros de mercado
00:24:53hoje,
00:24:54eles estão aí
00:24:55em torno de dezoito,
00:24:56isso se o agricultor
00:24:57é bom,
00:24:57se ele é um,
00:24:58se ele é um agricultor
00:24:59que o banco
00:25:00dá uma nota
00:25:01para ele
00:25:01triple A,
00:25:02se não,
00:25:03chega a 20%,
00:25:04né?
00:25:05Se ele tem garantia,
00:25:06aí tem uma série
00:25:07de variáveis,
00:25:09né?
00:25:09Para compor aí
00:25:10essa taxa de juros
00:25:11que ele vai pegar
00:25:12no mercado livre.
00:25:14Mas vamos dizer
00:25:15que fosse 15%.
00:25:16Então,
00:25:17hoje,
00:25:18nós estamos falando aí
00:25:19em juros
00:25:20que foram
00:25:20de 8%
00:25:21a 12%,
00:25:2514%.
00:25:26Então,
00:25:27você equalizar
00:25:28essa diferença
00:25:31é que vai muito,
00:25:33é que você
00:25:33tem que tomar
00:25:34muitos recursos aí,
00:25:36muitos bilhões
00:25:37para você equalizar
00:25:39para ficar dentro
00:25:40de uma taxa de juros
00:25:41razoável
00:25:42para o produtor,
00:25:44que seria aí
00:25:45em torno de 6%,
00:25:46a taxa ideal
00:25:47seria em torno
00:25:48de inflação
00:25:49de 5%,
00:25:504,5%,
00:25:51a taxa ideal
00:25:52seria de 6%,
00:25:53no máximo
00:25:53a 8%.
00:25:54O José Eustáquio Vieira,
00:25:57pesquisador do Instituto
00:25:58de Pesquisa Econômica
00:26:00Aplicada,
00:26:01o IPEA,
00:26:02analisa como
00:26:03o Plano Safra
00:26:04está diretamente ligado
00:26:05com toda a economia
00:26:07brasileira
00:26:08e explica
00:26:08de onde vem
00:26:09o dinheiro
00:26:10para a implementação
00:26:11dessa política
00:26:12de crédito.
00:26:13Quando a gente
00:26:14vai elaborar
00:26:15um plano
00:26:16agrícola,
00:26:17nós temos que elaborar
00:26:18com taxas de juros
00:26:19que sejam
00:26:20menores
00:26:21ou relativamente
00:26:23ao valor
00:26:24da taxa Selic.
00:26:26O que acontece?
00:26:27De todo o recurso
00:26:29que o governo
00:26:30colocou
00:26:31disponibilizado,
00:26:33a gente tem que fazer
00:26:34também
00:26:34uma avaliação.
00:26:37Uma coisa
00:26:37é o que o governo
00:26:39anuncia
00:26:40de recursos
00:26:41que são disponibilizados
00:26:43à política.
00:26:44Outra coisa
00:26:44é o que o governo
00:26:45coloca de aporte
00:26:47de recursos
00:26:48nessa política.
00:26:50Então,
00:26:50o Plano Safra
00:26:51é anunciado
00:26:52como sendo
00:26:53o maior
00:26:53Plano Safra
00:26:54de todos os tempos.
00:26:56Se você somar
00:26:57os recursos
00:26:58da agricultura
00:26:59familiar
00:27:00e da agricultura
00:27:01empresarial,
00:27:02isso dá em torno
00:27:03de 600 bilhões
00:27:04de reais.
00:27:05Mas, na verdade,
00:27:07para você ter uma ideia,
00:27:09o recurso
00:27:11discricionário
00:27:12que o governo
00:27:13tem neste ano
00:27:14é de 230 bilhões
00:27:17de reais.
00:27:17Então,
00:27:18esses 600 bilhões
00:27:19não expressam
00:27:20o que realmente
00:27:21o governo
00:27:22está disponibilizando.
00:27:23Então,
00:27:24o governo
00:27:24vai disponibilizar
00:27:25algo aí
00:27:26em torno
00:27:27de 15 a 20 bilhões
00:27:29de subvenção.
00:27:30Essa é a grande
00:27:31realidade.
00:27:32É um valor
00:27:32muito menor.
00:27:34Então,
00:27:35desses 600
00:27:36bilhões
00:27:37de reais,
00:27:3880%
00:27:40são recursos livres.
00:27:42isso,
00:27:42o agricultor
00:27:44vai na agência
00:27:45do Banco do Brasil,
00:27:46da Caixa Econômica
00:27:47ou de alguma
00:27:48outra instituição
00:27:49e vai captar
00:27:50as taxas livres
00:27:52do mercado,
00:27:53ou seja,
00:27:54as taxas em que
00:27:55a taxa Selic
00:27:56vai balizar
00:27:57este empréstimo.
00:27:58Agora,
00:27:59quando os juros
00:28:00são controlados,
00:28:01e aí é a política
00:28:03que o governo
00:28:03define algumas linhas
00:28:05de crédito
00:28:06com taxas
00:28:07subsidiadas,
00:28:08o governo
00:28:09vai pagar a diferença
00:28:10para a instituição
00:28:11financeira
00:28:12entre o que
00:28:13o agricultor
00:28:13está tomando
00:28:14e o que
00:28:14a instituição
00:28:15está,
00:28:16vamos dizer,
00:28:17perdendo
00:28:17neste empréstimo.
00:28:19E que é 20%
00:28:20apenas
00:28:21de todo
00:28:22este montante
00:28:23dos recursos.
00:28:24Então,
00:28:25eu acho que
00:28:26quando o governo,
00:28:27e aí eu não estou falando
00:28:28governo A,
00:28:29B ou C,
00:28:30ele deveria ser
00:28:32mais claro
00:28:33com a sociedade.
00:28:34Qual é o aporte
00:28:35de recursos
00:28:36que o governo
00:28:37está injetando
00:28:39dentro da economia
00:28:40agrícola,
00:28:41ao invés de falar
00:28:42que está disponibilizando
00:28:43600 bilhões,
00:28:45quando na verdade
00:28:45este não é um valor
00:28:47real.
00:28:48Agora que nós
00:28:49já sabemos
00:28:50como funciona
00:28:51o plano safra,
00:28:52de onde vem
00:28:53a verba,
00:28:54falta saber
00:28:55para onde ela vai
00:28:56na prática,
00:28:58como que ela chega
00:28:59até os produtores rurais.
00:29:00E mais,
00:29:02falta saber
00:29:02se todo
00:29:03esse montante
00:29:04é realmente
00:29:05usado
00:29:06anualmente.
00:29:06para isso,
00:29:08nada melhor
00:29:08do que ouvir
00:29:10alguém que já
00:29:10ocupou a cadeira
00:29:12do Ministério
00:29:12da Agricultura.
00:29:14Por isso,
00:29:14nós vamos ouvir
00:29:15novamente
00:29:16a senadora
00:29:17e ex-ministra
00:29:18Tereza Cristina
00:29:19que nos fala
00:29:20se o recurso
00:29:21realmente chega
00:29:23ou não chega
00:29:24lá na ponta
00:29:25para os produtores.
00:29:26Ele chega.
00:29:27Às vezes,
00:29:28o que acontece
00:29:29é que falta
00:29:30no meio do caminho
00:29:31porque quando
00:29:31esse dinheiro,
00:29:33quando o plano
00:29:33safra
00:29:34é colocado
00:29:36em prática,
00:29:37ele vai
00:29:38para os bancos
00:29:39e os bancos
00:29:40têm uma pedida.
00:29:41Entendeu?
00:29:42Olha,
00:29:42eu preciso,
00:29:43eu quero
00:29:4420 bilhões,
00:29:46eu preciso 10,
00:29:47de acordo
00:29:48com o tamanho
00:29:49de cada carteira
00:29:50agrícola
00:29:51de cada uma
00:29:52dessas instituições.
00:29:54Então,
00:29:54o Banco do Brasil
00:29:55sempre foi
00:29:55o que mais
00:29:56teve esse recurso
00:29:58equalizado
00:29:59porque ele
00:30:00pega todas
00:30:01as linhas
00:30:01que o plano
00:30:02safra
00:30:03quer executar,
00:30:05então,
00:30:06para a soja,
00:30:06enfim,
00:30:07custeio,
00:30:07vamos falar em duas coisas,
00:30:09custeio e investimento.
00:30:10E aí,
00:30:11ele faz lá dentro,
00:30:12dentro dos seus clientes,
00:30:14ele vai fazendo
00:30:15esse balanceamento.
00:30:16Agora,
00:30:17esse dinheiro
00:30:17não é suficiente,
00:30:18então,
00:30:19onde é que o dinheiro
00:30:20do plano safra
00:30:20acaba indo?
00:30:21Ele vai.
00:30:22Na minha época,
00:30:23era um único ministério,
00:30:25então,
00:30:25ele ia para a agricultura
00:30:26familiar,
00:30:28ele ia para o médio
00:30:30agricultor
00:30:31e para o grande
00:30:32agricultor que tem
00:30:33um limite.
00:30:34Esse limite,
00:30:34se não me engano,
00:30:35subiu para 3 milhões
00:30:36e meio,
00:30:36antes era 2 milhões
00:30:37e meio
00:30:38por CPF.
00:30:40Então,
00:30:40aí o banco
00:30:41faz,
00:30:42vamos dizer,
00:30:42essa distribuição,
00:30:43todos os bancos,
00:30:44os bancos de crédito
00:30:47cooperativo,
00:30:48o Banco do Brasil,
00:30:49o Santander,
00:30:50o Bradesco,
00:30:51os bancos privados,
00:30:52eles emprestam,
00:30:54costumam emprestar
00:30:55mais dinheiro
00:30:56do crédito livre.
00:30:57e foi durante o meu tempo
00:30:59no Ministério da Agricultura
00:31:01que eu coloquei,
00:31:05fizemos aquela medida,
00:31:06o projeto de lei
00:31:10do agro,
00:31:11dos financiamentos,
00:31:13para quê?
00:31:14Os fiagros,
00:31:16os CRAS,
00:31:18os fiagros foi depois,
00:31:19mas foi sair daquela época.
00:31:22Já existiam os CPRs,
00:31:23a gente modelizou o CPR,
00:31:26porque o CPR é uma maneira
00:31:27do agricultor grande,
00:31:29principalmente,
00:31:30poder pegar o crédito
00:31:32e comprar semente,
00:31:34fertilizantes,
00:31:35enfim,
00:31:36defensivos agrícolas
00:31:37e poder plantar.
00:31:38Então,
00:31:39nós criamos
00:31:39essas outras alternativas
00:31:41de crédito,
00:31:42mas isso é um crédito livre,
00:31:44esse não é o crédito
00:31:45do plano safra.
00:31:47Qual foi a minha fala
00:31:51sobre o plano safra?
00:31:52É que misturaram tudo,
00:31:53puseram crédito livre
00:31:55com o crédito do governo
00:31:56e aí ninguém sabe
00:31:57o que é nada,
00:31:58entendeu?
00:31:58Eu quero saber exatamente
00:32:00o que é de crédito livre
00:32:03do mercado
00:32:03e o que é crédito
00:32:05que veio
00:32:06do orçamento
00:32:08da União.
00:32:09Então,
00:32:10eu não acho
00:32:12que isso
00:32:12é ruim,
00:32:14isso é muito bom.
00:32:15Agora,
00:32:16o que precisa
00:32:16é a gente saber
00:32:19exatamente
00:32:20se esse dinheiro
00:32:21depois tem que ter
00:32:22o acompanhamento,
00:32:23que é isso que você
00:32:24me perguntou.
00:32:25Como é que o Ministério
00:32:26sabe?
00:32:26Porque ele pode acompanhar.
00:32:28Quando eu falei
00:32:29que o dinheiro
00:32:29não estava chegando,
00:32:30que só chegou
00:32:3170%
00:32:32ou 80%,
00:32:33é porque às vezes
00:32:34existe um negócio,
00:32:36uma palavra
00:32:36que eles falam
00:32:37empoçamento.
00:32:38Às vezes um banco
00:32:39pega o recurso
00:32:41e ele não dá conta
00:32:42de emprestar
00:32:44para os seus clientes
00:32:46e ele fica
00:32:47com esse dinheiro
00:32:47empoçado
00:32:48em vez dele
00:32:49devolver o dinheiro
00:32:50para que ele
00:32:52seja remanejado
00:32:53para os bancos
00:32:54que estão precisando
00:32:55que emprestaram mais,
00:32:56porque isso é uma coisa
00:32:57dinâmica.
00:32:59Então,
00:32:59se eu tenho
00:32:59100 clientes
00:33:00e o outro tem
00:33:01120 e dos meus
00:33:03100 só 80 pegaram,
00:33:04eu tenho 20 sobrando
00:33:05que eu posso passar
00:33:06para outro banco
00:33:07fazer o direcionamento
00:33:10desses recursos.
00:33:12E aí o agricultor
00:33:14também não consegue pegar.
00:33:15Então,
00:33:16é isso que a gente
00:33:17precisa ter
00:33:18um acompanhamento
00:33:21muito de perto
00:33:23para que esse dinheiro,
00:33:25já que ele não
00:33:25atende a todos,
00:33:27que ele consiga
00:33:29chegar 100%
00:33:30até a ponta,
00:33:32até o produtor
00:33:32que é ele
00:33:33que precisa
00:33:34desse dinheiro
00:33:34afinal
00:33:35para plantar.
00:33:36Os juros
00:33:37precisam ser mais baixos,
00:33:39o valor
00:33:40precisa ser maior,
00:33:42o recurso
00:33:43tem que chegar
00:33:44ao produtor.
00:33:45mas o que pode ser
00:33:46feito efetivamente
00:33:47para que essas mudanças
00:33:49ocorram?
00:33:50A resposta
00:33:51de todas as fontes
00:33:52é unânime,
00:33:54aumentar o investimento
00:33:55em seguro rural.
00:33:58Só assim
00:33:58o produtor
00:33:59se sentirá
00:34:00mais precavido,
00:34:02mais protegido
00:34:03e aí
00:34:04com as safras
00:34:05mais protegidas,
00:34:06isso pode render
00:34:07inclusive
00:34:08mais investimentos,
00:34:10mais retorno
00:34:11e fazer com que
00:34:12o plano safra
00:34:13realmente
00:34:14seja a política
00:34:15saudável
00:34:16para a qual
00:34:17foi criada.
00:34:18Eu venho defendendo
00:34:20há algumas décadas
00:34:21a importância
00:34:22do seguro
00:34:23para a agricultura,
00:34:24mas ele é relativamente
00:34:26pequeno.
00:34:26A porcentagem
00:34:27da produção
00:34:28que é coberta
00:34:29com seguro
00:34:30no Brasil
00:34:30tem sido
00:34:32muito inferior
00:34:34a 10%
00:34:35da produção.
00:34:375,
00:34:386,
00:34:388,
00:34:39no máximo
00:34:3910
00:34:40e
00:34:41na minha opinião
00:34:43o seguro
00:34:45rural
00:34:45seria
00:34:46uma maneira
00:34:47para que o governo
00:34:48pudesse
00:34:49ampliar os recursos
00:34:51para o financiamento
00:34:52da agricultura.
00:34:53Então,
00:34:54se no Brasil
00:34:54a gente aumentar
00:34:55a área
00:34:58e o número
00:34:58de produtores
00:34:59segurados,
00:35:00nós temos condições
00:35:01de diminuir
00:35:02o custo
00:35:03do seguro
00:35:04agrícola
00:35:04e assim
00:35:05expandir
00:35:05ainda mais.
00:35:07E outro ponto,
00:35:08o que acontece
00:35:09no Brasil
00:35:09hoje
00:35:10é que
00:35:11quem usa
00:35:12seguro rural
00:35:13são aqueles produtores
00:35:14que estão
00:35:15nas áreas
00:35:15de maior risco,
00:35:17o que aumenta
00:35:18ainda mais
00:35:19o custo.
00:35:19Entendeu?
00:35:21Como os produtores
00:35:22acham que o custo
00:35:23é elevado,
00:35:24os produtores
00:35:25preferem
00:35:26correr o risco.
00:35:27Eu vi isso
00:35:27várias vezes,
00:35:29porque inclusive
00:35:29dirigi uma das
00:35:31companhias
00:35:32de seguro
00:35:32agrícola
00:35:33do Brasil,
00:35:34vinculada
00:35:34ao Banco
00:35:35do Brasil,
00:35:36e eu vi
00:35:37várias vezes
00:35:38produtores
00:35:38dizendo
00:35:39eu prefiro
00:35:39correr o risco.
00:35:40E alguns
00:35:41desses
00:35:41correram o risco
00:35:42e infelizmente
00:35:44tiveram
00:35:45seca,
00:35:45tiveram
00:35:46problemas,
00:35:46perdas
00:35:47elevadas.
00:35:48Eles dizem
00:35:49eu vou
00:35:49correr o risco
00:35:50porque o seguro
00:35:50está muito
00:35:51caro,
00:35:52relativamente
00:35:52é caro,
00:35:53mas nós
00:35:54teríamos
00:35:54condições
00:35:55de baixar
00:35:56o preço
00:35:56do seguro
00:35:57agrícola.
00:35:58E a meu ver,
00:35:59esse é um
00:36:00desafio
00:36:00que nós
00:36:02não soubemos
00:36:03ainda
00:36:03encontrar
00:36:04mecanismos
00:36:05para superá-lo.
00:36:08Na minha
00:36:09avaliação,
00:36:11o que acontece
00:36:12é o seguinte,
00:36:14a minha
00:36:14avaliação
00:36:14poderia ficar
00:36:15como eu disse
00:36:15há pouco,
00:36:16ficaria,
00:36:17digamos,
00:36:18custos menores
00:36:19para o
00:36:19tesouro
00:36:19nacional.
00:36:20Porque toda
00:36:21vez que
00:36:21acontece uma
00:36:22crise da
00:36:23agricultura,
00:36:24há uma seca
00:36:25no Rio Grande do Sul,
00:36:26no Paraná,
00:36:27no Mato Grosso do Sul,
00:36:28enfim,
00:36:29um problema de mercado,
00:36:30caem os preços,
00:36:31o que acontece?
00:36:33Os produtores
00:36:34rurais
00:36:34se organizam,
00:36:36seus representantes
00:36:37no Congresso
00:36:38Nacional
00:36:38se articulam
00:36:40e o governo
00:36:41acaba fazendo
00:36:42prorrogações,
00:36:44renegociações
00:36:45do crédito
00:36:46rural.
00:36:47E isso tem
00:36:47um custo
00:36:48elevado
00:36:49para o
00:36:49tesouro
00:36:49nacional.
00:36:50Tudo isso
00:36:50está contabilizado.
00:36:53E,
00:36:53em alguns
00:36:54anos,
00:36:55esses custos
00:36:56são na ordem
00:36:56de bilhões
00:36:57de reais.
00:36:59Essas
00:36:59prorrogações,
00:37:00renegociações,
00:37:01oneram o
00:37:02tesouro
00:37:03nacional.
00:37:04E o tesouro
00:37:04nacional,
00:37:05por exemplo,
00:37:05está colocando
00:37:06em torno
00:37:07de um
00:37:07bilhão
00:37:07de reais
00:37:08em seguro
00:37:08agrícola.
00:37:09na minha
00:37:10opinião,
00:37:10eu devia
00:37:10colocar
00:37:1110 bilhões.
00:37:13Está certo?
00:37:14Mas poderia
00:37:15crescer lentamente,
00:37:16mas eu acho
00:37:17que se colocasse,
00:37:18por exemplo,
00:37:185 bilhões
00:37:19imediatamente,
00:37:21ficaria mais
00:37:22barato do que
00:37:23o risco
00:37:24que corre
00:37:25de algum
00:37:26problema
00:37:27e o governo
00:37:27sempre acaba
00:37:29refinanciando
00:37:30e prorrogando.
00:37:31Se você
00:37:32controlar,
00:37:33tiver o
00:37:34seguro
00:37:34implantado
00:37:36com um
00:37:37fundo de
00:37:37catástrola,
00:37:38enfim,
00:37:39ele bem,
00:37:41ele com
00:37:42bastante
00:37:43solidez
00:37:44e bem
00:37:45incorporado
00:37:45e todo
00:37:46mundo
00:37:46fazendo
00:37:48o seguro,
00:37:49porque hoje
00:37:49o que acontece?
00:37:50Só faz seguro
00:37:51quem tem problema.
00:37:52O Rio Grande do Sul,
00:37:53todo mundo lá
00:37:54faz seguro.
00:37:55Agora,
00:37:55as empresas
00:37:56de seguro
00:37:57não vão subir.
00:37:58Eles não
00:37:58são
00:37:58empresas
00:38:00de
00:38:01como é que
00:38:03chama?
00:38:04De
00:38:04benéritas,
00:38:05como é que
00:38:06eram?
00:38:06Eles não estão,
00:38:07eles estão aí
00:38:07para ganhar
00:38:08dinheiro,
00:38:08né?
00:38:09E eles ganham
00:38:09dinheiro como?
00:38:11Todo mundo
00:38:11fazendo seguro
00:38:12e eles tendo
00:38:13dinheiro para
00:38:14pagar aqueles
00:38:15que têm
00:38:16algum tipo
00:38:16de sinistralidade.
00:38:18Então,
00:38:19esse é o problema.
00:38:20Então,
00:38:20enquanto a gente não
00:38:21tiver isso
00:38:22muito bem
00:38:22estabelecido,
00:38:23nós vamos
00:38:24viver esse dilema.
00:38:25Nós vamos
00:38:26depender
00:38:26da inflação,
00:38:28da política
00:38:28fiscal do
00:38:30governo
00:38:30de plantão.
00:38:33Enfim,
00:38:34então você
00:38:34nunca vai ter
00:38:35uma agricultura
00:38:36que tenha
00:38:37segurança e
00:38:38estabilidade
00:38:38para o agricultor.
00:38:40Então,
00:38:40eu acho que o
00:38:40agricultor,
00:38:41a gente tem que
00:38:41todo dia agradecer
00:38:43a ele,
00:38:43porque ele é um
00:38:43corajoso.
00:38:44Ele tem uma
00:38:45indústria
00:38:45a céu aberto,
00:38:46que ele corre
00:38:47todo tipo
00:38:48de risco
00:38:49climático,
00:38:51de praga,
00:38:52de preço.
00:38:53Vai subir o
00:38:54diesel,
00:38:54ele não tem controle
00:38:55sobre nada,
00:38:56nem sobre o preço
00:38:57do produto
00:38:58que ele vai vender,
00:38:59porque quem faz
00:39:00o preço é a Bolsa
00:39:01de Chicago,
00:39:02é o mercado
00:39:03internacional,
00:39:04é o mercado,
00:39:05se for feijão,
00:39:06é o mercado interno.
00:39:07Então,
00:39:08ele não tem controle
00:39:09nenhum.
00:39:09Então,
00:39:10ele vive numa
00:39:10corda bamba,
00:39:12né?
00:39:12Mas assim mesmo,
00:39:13a nossa agricultura
00:39:15ficou tão eficiente,
00:39:17tão profissional,
00:39:19que hoje é a atividade
00:39:20que tem puxado
00:39:22a economia brasileira,
00:39:23tem carregado
00:39:24a economia.
00:39:26Importante,
00:39:27então,
00:39:27entender esse histórico
00:39:28e também como
00:39:29essa política foi
00:39:31e ainda é relevante
00:39:32evidentemente
00:39:33para o agro
00:39:33brasileiro,
00:39:34mas claro,
00:39:35precisa de ajustes
00:39:36para se adequar
00:39:37justamente
00:39:38à nova realidade
00:39:39do setor.
00:39:59do setor.
00:40:00Obrigado.
00:40:01Obrigado.
00:40:02Legenda Adriana Zanotto
00:40:32Legenda Adriana Zanotto
00:41:02Legenda Adriana Zanotto
00:41:32Legenda Adriana Zanotto
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