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O Supremo suspendeu o aumento do IOF e convocou uma audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo. A decisão de Alexandre de Moraes virou o mercado e levantou suspeitas sobre desvio de finalidade. Julia Lindner explica os bastidores e os impactos para o governo e o orçamento.

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Transcrição
00:00O Supremo Tribunal Federal zerou o jogo na discussão sobre o IOF.
00:04O ministro Alexandre de Moraes suspendeu o decreto do governo que aumentou o imposto
00:09e o do legislativo que derrubou o aumento.
00:12Convocou uma audiência de conciliação entre os dois poderes e cobrou explicações dos lados envolvidos.
00:18Ele indicou que pode ter havido desvio de finalidade por parte do governo ao elevar o IOF.
00:25Quem acompanha e explica mais pra gente é o nosso repórter Eduardo Gayer, ao vivo de Brasília.
00:29Boa tarde, Gayer.
00:33Oi, Turce. Boa tarde pra você, boa tarde a todos que nos acompanham.
00:37Então, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu hoje a sua decisão liminar
00:42a respeito do caso do IOF, o pivô dessa mais recente crise entre o Congresso e o governo federal.
00:49O que decidiu o ministro Alexandre de Moraes?
00:52Primeiro, Moraes caçou todas as decisões relativas ao IOF, tanto do Congresso quanto do governo.
00:58Ou seja, caçou os decretos do governo que elevaram as alíquotas do imposto sobre operações financeiras
01:04e também caçou a decisão do Congresso que suspendeu, que derrubou esse aumento.
01:10Tudo isso em caráter liminar, em caráter provisório.
01:13E o ministro também decidiu convocar para o dia 15 de julho uma audiência de conciliação.
01:19Estarão à mesa para tentar chegar ao entendimento o governo, o Congresso, o Supremo Tribunal Federal
01:24e também à Procuradoria-Geral da República.
01:28No seu despacho, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que essa situação tem ferido a exigência
01:35constitucional de harmonia entre os poderes.
01:38Mas, Turci, o trecho que mais chamou a atenção de fato do mercado, que fez inclusive o Ibovespa
01:43B3 virar do território negativo para o território positivo, foi um trecho muito específico da
01:48decisão do ministro, em que ele disse o seguinte, olha, pode ser que o decreto do governo que
01:54elevou as alíquotas do IOF tenha sido inconstitucional.
01:58Por quê?
01:58Qual que é essa discussão?
02:00A argumentação nós até já conhecemos.
02:02A oposição diz que houve um desvio de finalidade no aumento do IOF, porque o IOF, ao ser um imposto
02:09de caráter regulatório, não poderia ter sido elevado para fins arrecadatórios, para o governo
02:14conseguir fazer caixa e fechar as contas nesse ano.
02:17Então, para a oposição, houve desvio de finalidade, o que tornaria o decreto inconstitucional
02:22e, consequentemente, autorizaria essa derrubada pelo Congresso.
02:25Bom, e o que disse o ministro Alexandre de Moraes sobre isso?
02:28Vou até ler para ser bastante preciso.
02:30O ministro disse o seguinte, abre aspas, caso efetivamente demonstrada a utilização desse
02:35instrumento tão somente para arrecadar, em que pese tratar-se de uma atribuição privativa
02:41do Poder Executivo, estará caracterizado o desvio de finalidade.
02:45O desvio de finalidade, se efetivamente comprovado, é causa de inconstitucionalidade.
02:52Fecha aspas.
02:53E qual foi a repercussão desse assunto aqui em Brasília?
02:55Vamos lá.
02:56A Advocacia Geral da União chamou a decisão de, abre aspas, um espaço importante para
03:00a resolução do conflito entre Executivo e Legislativo.
03:04Fecha aspas.
03:05Ressaltando também que a separação entre os poderes foi reforçada.
03:09A ministra das Relações Institucionais, Glaze Hoffman, afirmou que o governo não tem
03:13problema em dialogar com quem quer que seja, incluindo o Congresso e o Supremo, e que sempre
03:18buscou o diálogo nesta e em outras situações.
03:21Mas a ministra Glaze Hoffman destacou que, com a suspensão do decreto do IOF, não vai
03:26ter jeito.
03:27Será preciso fazer um novo contingenciamento do orçamento na ordem de R$ 10 bilhões.
03:32Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se manifestou lá no Rio de Janeiro.
03:37Ele evitou fazer um comentário específico sobre a questão da decisão do ministro Alexandre
03:41de Moraes, mas reafirmou que tudo o que o Supremo quer neste momento é convocar uma
03:47audiência de conciliação no sentido de delimitar as consequências de cada poder.
03:52Já o presidente da Câmara, o Gumota, diz que a decisão evita o aumento do IOF, o que
03:57está em sintonia com o Congresso e com a sociedade, e reafirmou que tem abertura para
04:03o diálogo com respeito e serenidade.
04:06Para finalizar, o deputado Coronel Zucco, que é líder da oposição na Câmara, afirmou
04:11que se trata de uma vitória parcial da oposição, mas ele considerou perigoso o precedente criado
04:18de, abre aspas, transformar o judiciário em um poder moderador.
04:22Fecha aspas.
04:23Volto com você, Turci.
04:24Obrigado, Gair, pelas informações. A gente segue aqui detalhando a repercussão dessa
04:30decisão de Alexandre de Moraes, falando um pouco mais aqui do ministro da Fazenda,
04:34Fernando Haddad. Ele disse ver com bons olhos a decisão do STF de suspender os decretos
04:40e a proposta de conciliação entre executivo e legislativo. Esse assunto está agora no nosso
04:45site, o timesbrasil.com.br. Segundo Haddad, não há crise entre os poderes e o Supremo vem
04:52sendo provocado a se manifestar sobre temas centrais da política econômica. O ministro da Fazenda
04:58defendeu que o decreto questionado visa combater sonegação e não aumentar impostos e reiterou o foco
05:06da Fazenda em fechar brechas de evasão fiscal para equilibrar as contas públicas.
05:13Para a gente falar mais e entender melhor o impacto dessa decisão nos bastidores de Brasília,
05:17a nossa analista Júlia Lindner está aqui no estúdio. Tudo bem, Júlia? Boa tarde.
05:21Tudo bem, Turci? Boa tarde. Boa tarde a todos.
05:24Tem uma leitura, Júlia, de que seria um campo extremamente delicado para o Supremo se posicionar.
05:30Isso pode justificar ou ajuda a entender essa decisão do ministro Alexandre de Moraes?
05:37Olha, tem muitos integrantes, tanto do governo quanto do Congresso, que vêm dessa forma,
05:42porque eles consideram que realmente tem ali algumas contradições nessa decisão do Moraes,
05:47porque basicamente seria, em tese, uma questão jurídica de certa forma simples,
05:52porque ele tinha que analisar se era uma questão constitucional ou não, mas não foi o que ele fez.
05:57Ele, inclusive, dá ali na decisão um puxão de orelha nos dois lados, do lado do governo,
06:01ele questiona essa questão do fim arrecadatório, do suposto fim arrecadatório na cobrança e no aumento do IOF,
06:08que também é questionável, porque tem muita gente que fala que, tecnicamente,
06:12todo o imposto por essência acaba sendo arrecadatório, então seria também uma questão jurídica complexa.
06:18Também teriam precedentes no Supremo que poderiam favorecer o governo nessa decisão também.
06:24E tem também ali uma questão de que ele acaba também reforçando esse puxão de orelha também
06:29para o lado do Congresso, falando dessas iniciativas da dificuldade e até uma reprimenda em relação a ir no Supremo
06:36para questionar e derrubar decisões do governo e também através de projeto de decreto legislativo,
06:42que foi o caso também no Congresso.
06:44Então, Moraes acabou criticando, de certa forma, os dois lados na decisão,
06:48o que também é contraditório, já que, como eu falei, em tese a decisão deveria ir para uma linha específica.
06:54E ele optou por essa conciliação nesse caso, o que, na interpretação de vários políticos,
06:58seria realmente essa tentativa de tirar o Supremo dessa disputa,
07:02já que várias vezes no passado o Supremo acabou, de fato, decidindo,
07:05como no caso, por exemplo, do marco temporal, que foi uma questão muito controversa
07:09e o Congresso ficou muito insatisfeito com o Supremo.
07:12O Supremo também está envolvido na questão das emendas parlamentares,
07:15que é algo que tem gerado muita insatisfação no legislativo.
07:20E tem também a questão, é claro, do 8 de janeiro,
07:22que por mais que não seja diretamente ligada ao Parlamento, envolve várias pessoas,
07:27mas também tem gerado ali um cabo de guerra e Moraes ficou muito exposto nesse caso.
07:31Esse ano a gente deve ter julgamento também sobre essa tentativa de golpe.
07:36Então, muitos avaliam que Moraes poderia ter tentado se equilibrar um pouco
07:40e tirar um pouco o Supremo desse embrólio todo.
07:43Mas aí, é claro, tem também questões jurídicas envolvidas,
07:47vai ter ainda essa conciliação para ver o que vai acontecer de fato,
07:52como vai ficar essa decisão.
07:53Mas parece, na minha visão, pelo menos, ouvindo todo mundo,
07:56que foi uma decisão muito mais política do que jurídica, realmente.
07:59A conciliação está marcada para o dia 15 de julho, é isso?
08:02É isso, é isso mesmo.
08:04E aí, a partir daí, vão ter próximos desdobramentos
08:06e até o Pleno ainda vai poder se manifestar sobre essa decisão.
08:10E agora o governo vai ter que puxar o cobertor curto ali
08:13para cobrir esse buraco, né, Júlia?
08:15É, porque para o governo tem várias questões.
08:16Tem a questão prática, que é precisar dos recursos que teria com a alta do IOF
08:20para conseguir realmente fechar as contas e cumprir a meta fiscal.
08:24E tem as questões políticas, porque o governo tinha muita expectativa
08:27de que conseguiria uma decisão favorável do Supremo
08:30justamente para negociar com o Congresso
08:33de um ponto de vista mais equilibrado.
08:35Agora a gente vê, né, por mais que o governo,
08:37a gente viu, né, o próprio Haddad, Lula, vários integrantes do governo
08:40dizem que o resultado acabou ficando equilibrado,
08:43que foi ali, de certa forma, um empate entre os dois,
08:46mas o governo fica sem essa cartada,
08:48vai precisar ir atrás desses recursos,
08:50ou então vai ter que condienciar,
08:51o que vai dificultar ainda mais a vida do governo,
08:54tanto em investimentos como nessa relação com o Congresso,
08:57porque vai ter que condienciar emendas também.
08:59Então fica uma situação muito mais delicada, né,
09:01um ponto de partida mais difícil para o governo.
09:04Tá certo, vamos acompanhando aí.
09:05Júlia, obrigado.
09:06Obrigado.
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