- há 4 meses
Vice-presidente defende mandato para ministros do Supremo, critica a falta de renovação na esquerda e descarta concorrer à Presidência do Senado
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NotíciasTranscrição
00:00Muito bem, estamos aqui com o vice-presidente Hamilton Mourão, eleito senador com 2.593.000 votos, é isso?
00:07É isso aí, quase 2.600.
00:10Quase 2.600, foi mais voto que o Moura, hein?
00:12É, mas tinha mais candidatos lá em São Paulo.
00:15Tinha mais candidatos.
00:16Tinha mais candidatos.
00:17Bom, presidente, é uma novidade na sua trajetória de vida, na sua carreira.
00:24O senhor chegou a general, toda uma carreira bem-sucedida na área militar, depois vice-presidente, que já foi uma novidade e agora vai exercer o mandato legislativo.
00:36Primeiro, eu queria a sua avaliação da votação, da campanha.
00:39Como é que foi fazer campanha?
00:41Foi diferente daquilo que o senhor já está acostumado a fazer?
00:45O senhor que tem aí já essa trajetória política como vice-presidente?
00:51É, na realidade, né, Cláudio, 2018 foi o meu debi, vamos dizer assim, em termos de campanha política, né?
00:59Só que naquele momento era uma campanha, vamos dizer assim, de ator coadjuvante, né?
01:04Porque o candidato era o presidente Bolsonaro.
01:08Claro.
01:08Mas teve um momento atípico, né, naquela campanha, porque o presidente, com pouco mais de duas semanas, ele saiu fora devido ao atentado que ele sofreu.
01:19E aí eu fiquei sozinho, né, viajando pelo país e buscando, né, colocar as nossas propostas.
01:26Aí, óbvio, dei umas caneladas, né, porque faltava experiência para isso, né?
01:33Você, como candidato, tem alguns limites que você não pode nem deve ultrapassar.
01:38E ficou aquela experiência.
01:39Só que agora, essa não, essa foi uma campanha onde eu era o candidato, né, um Estado, como é o Rio Grande do Sul, que é um Estado politizado.
01:48Havia outros dois candidatos, né, que tinham potencial enorme, por serem nomes políticos tradicionais.
01:55Nós traçamos uma estratégia, né, de como, né, chegar na frente no momento certo.
02:01E percorremos o Estado, foi uma campanha feita na rua, né, o tempo todo.
02:07E isso levou...
02:09Quantos municípios, mais ou menos, vocês rodaram?
02:11Olha, o Rio Grande do Sul são 497 municípios, né?
02:14Nós tivemos aí, ao longo desse período, né, naquelas principais cidades, né, que nós elegemos, com uns polos base ali.
02:22Então, tivemos aí, desses 497, uns 60 municípios, eu estive pessoalmente, fora vídeo e essas coisas todas que são feitas, rede social, que foi muito utilizada, né.
02:33O que o senhor acha que pautou o eleitor do Mourão?
02:39Olha, o que nós procuramos colocar, primeiro, foram propostas muito claras, né, tanto na parte de desenvolvimento econômico,
02:47na questão de educação, de saúde, segurança pública, que são pautas muito caras ao eleitorado, né, do Brasil e, em particular, do Rio Grande do Sul, né.
02:56E, óbvio, que nós procuramos sempre nos posicionar como eleitor do segmento conservador e de direita, né, que é majoritário no Rio Grande do Sul.
03:05Então, nós procuramos colocar que nós éramos a candidatura que tinha condição de bater o candidato do Partido dos Trabalhadores.
03:12O senhor acha que ainda o país, de uma maneira geral, a opinião pública, a imprensa, a própria classe política,
03:22já começou a entender o que é essa representatividade da direita, da centro-direita, que esse eleitor brasileiro está buscando?
03:33Porque, historicamente, ela sempre se fez presente de uma maneira muito mais tímida, né.
03:39E, na narrativa pública, ela é sempre taxada de radical, de retrógrada, de fascista, de não sei o quê.
03:48E não é isso, né, você tem um Brasil inteiro aí, tem uma metade, pelo menos um meio Brasil, né,
03:54um Brasil ainda desconhecido, vamos dizer assim, dessa narrativa pública, né,
04:00que precisa ser descoberto, ser aceito, né, para que haja um diálogo com todo o resto, né.
04:09É aquela história, né, Cláudio, o mundo inteiro tem partido conservador, né,
04:13e as pessoas têm que compreender o que é o verdadeiro conservadorismo, né.
04:17O conservador não é um ser que está com os olhos postos no passado,
04:21mas ele entende que a tradição e experiência são fundamentos do país e que devem ser preservados.
04:28O conservador também, ele compreende, né, a natureza humana, né,
04:33com suas belezas e suas, né, suas feiúrias, vamos colocar dessa forma, né.
04:39O conservador entende a presença de Deus, né, junto a tudo aquilo que existe ao nosso redor
04:45e é alguém que entende também que os direitos básicos não são obra de governo nenhum, né.
04:53O direito à vida, o direito à liberdade, o direito à busca da felicidade,
04:57não é o governo que nos concede.
04:59Então, essa é a filosofia básica do verdadeiro conservadorismo
05:03e é o que as pessoas do Brasil acreditam, né, grande parte dela.
05:08Essa é uma questão de fundo, que normalmente ela não é debatida,
05:12mas, assim, eu também, na minha experiência de mais de 20 anos de cobertura política,
05:18jornalística, correndo o Brasil também, eu percebo que não importa o espectro ideológico
05:27ou político em que esteja determinado eleitor, determinado cidadão,
05:32no fundo todos querem a mesma coisa, que é prosperar, é ser feliz,
05:35é essa busca da felicidade.
05:36Exatamente.
05:37E o que às vezes há um desencontro é na compreensão do caminho até lá,
05:44mas parece um caminho claro, não?
05:46Ué, o que eu vejo, né, Cláudio, é o seguinte, a esquerda, né,
05:49ela considera que o Estado é que tem que ser, que concede isso para as pessoas, né,
05:57e o conservadorismo, a direita, ela considera o Estado como um indutor do crescimento
06:02e não como aquele ente que é responsável por, né, vamos dizer assim, ser o pai de todos, né,
06:09e isso aqui no Brasil ocorre muito, né,
06:12porque nós temos, né, uma trajetória de lideranças populistas, né,
06:17e que procuram se apresentar dessa forma, né, o paradigma disso aí é o Getúlio Vargas, né,
06:23é o paradigma desse modelo, né,
06:26então esse modelo, ele entrou em xeque a partir de determinado momento
06:30e uma massa de brasileiros que não se sentia representado,
06:35de um momento para outro se sentiu representado,
06:37e aí surge a figura do presidente Bolsonaro, né,
06:40que passa a encarnar, vamos dizer assim, o desejo desse segmento do eleitorado brasileiro.
06:47E não será o último, né, eu entrevistei o presidente essa semana, né,
06:51e perguntei justamente assim,
06:53presidente, se o senhor perder, né, não for reconduzido a um segundo mandato,
06:57o que o senhor vai fazer?
06:58Aí ele, não, vou para Angra pescar,
07:00mambucaba, vou para ir embora.
07:02Eu falei assim, mas você vai deixar esse congresso todo aí,
07:05quer dizer, toda essa nova frente de centro-direita que se formou,
07:13é o fim do bolsonarismo?
07:15E aí me chamou a atenção que ele falou assim,
07:18ele falou, não, não é questão de bolsonarismo,
07:20o que importa é justamente você dar espaço para que novas lideranças surjam.
07:26Eu bato muito nessa tecla, presidente, porque é o seguinte,
07:30quando eu olho para a esquerda, e eu acho que a esquerda deve existir
07:34como força política, numa democracia,
07:37como centro, como todos devem existir e dialogar,
07:43eu bato sempre nessa tecla, falo muito nos meus programas,
07:46que o PT se arvora o direito de ser o único legítimo representante da esquerda,
07:53e o Lula parece ser essa figura que não permite que nenhuma outra liderança surja.
08:00Então me chamou muita atenção o Bolsonaro dizer,
08:03não, não, é importante que novas lideranças surjam,
08:05quer dizer, é uma postura bem diferente de quem quer ser o único,
08:11que manda, vamos dizer assim, e de um outro lado.
08:15Isso é parte dessa filosofia, desse polo político,
08:21desse conservadorismo, dessa centro-direita?
08:23Eu vejo dessa forma, Cláudio, até de ter sido criado esse termo,
08:27bolsonarismo, porque está bom, tem uma parcela do nosso grupo
08:30que idolatra o presidente Bolsonaro,
08:33aquela tumba que grita, o mito, essa coisa toda,
08:36mas existe uma parcela bem significativa
08:39que vê apenas no presidente a pessoa,
08:42a liderança necessária para que as nossas ideias
08:46e a nossa filosofia avance nesse momento.
08:49A esquerda, se você colocasse bem, ela não se renovou,
08:52nós estamos 20 anos depois com o mesmo candidato a presidente
08:57que já passou dois termos como presidente da república
09:01e voltando a ser candidato.
09:03Então, cadê um líder?
09:05Não tem, porque uma coisa é clara,
09:08se não houvesse o Lula hoje para concorrer contra o Bolsonaro,
09:11eles não tinham nenhum outro nome.
09:12Nenhum outro nome.
09:13Seriam derrotados fragorosamente novamente,
09:18visto o que está acontecendo lá em São Paulo com o Tarcísio e o Haddad.
09:22Então, eles não têm outro nome.
09:24Isso é ruim para o país.
09:25O país precisa que as lideranças se renovem.
09:28Nós não podemos ficar com o presidente já beirando 80 anos de idade.
09:33Isso não é bom.
09:35Eu vejo o que está acontecendo lá nos Estados Unidos com o presidente Biden.
09:38Outro dia eu estava olhando ali, o pessoal já criticando
09:42que ele passa mais tempo lá em Delaware na casa dele do que na Casa Branca.
09:46Porque é aquela história, ele já está mais velho.
09:49Então, é complicado.
09:50Você, para guiar um país do tamanho dos Estados Unidos ou do tamanho do Brasil,
09:55você tem que ter energia, você tem que ter disposição.
09:58O que, quando você fica com mais idade, é mais difícil.
10:01No Senado, o que o senhor pretende?
10:06Quais são as suas prioridades?
10:09Ah, Cláudio, eu sempre tenho batido que são dois eixos.
10:12Um eixo é o eixo do desenvolvimento econômico,
10:15que nós precisamos entrar numa era de desenvolvimento econômico sustentável,
10:19porque é o que gera emprego e renda.
10:22E nós melhoramos um pouco na geração de emprego,
10:26mas ainda temos 9% da nossa população economicamente ativa desempregada,
10:29sem falar naqueles que têm um meio emprego, vamos colocar assim.
10:35E precisamos de melhorar a renda do povo brasileiro.
10:39Então, desenvolvimento econômico hoje passa por quê?
10:42Pela reforma tributária, pela reforma administrativa,
10:45por investimentos em infraestrutura,
10:49pela questão do agronegócio ter uma sequência de apoio,
10:54apesar do agro, hoje ele caminha com as pernas dele,
10:58mas ele precisa de apoio.
10:59Ainda quase caminha.
11:04Eu acho que o agro ainda...
11:05Porque o agro é uma indústria a céu aberto, ele tem as dificuldades dele.
11:08Então, esse é um grande eixo, desenvolvimento econômico.
11:11E o eixo que eu chamo, outro eixo é o eixo social,
11:14que são a questão da educação.
11:16Nós temos que dar um salto de qualidade na educação,
11:19e eu vejo que a escola de tempo integral é a hora da gente batalhar por isso,
11:24tirando com isso crianças e adolescentes da rua.
11:26Nós estamos num momento da inversão da curva demográfica aqui no Brasil,
11:31então tem menos crianças e adolescentes ingressando na escola pública,
11:35vamos colocar assim, e o recurso é praticamente o mesmo.
11:38Então, dá para fazer melhor.
11:40Precisamos ter um gerenciamento melhor nisso aí,
11:42uma integração melhor nos três livros, município, estado e governo federal.
11:47A questão da saúde, e também é uma questão de gerenciamento,
11:51e segurança pública, que é algo que...
11:55E aí, segurança pública passa por legislação penal,
11:58por melhoria da capacitação das polícias.
12:01E um assunto hoje que permeia tudo,
12:05que é o restabelecimento do sistema de freios e contrapesos.
12:09Porque o nosso sistema democrático está desequilibrado.
12:13O executivo está muito, vou dizer, usar um termo gauchesco aqui,
12:18está muito agachado.
12:20O legislativo invadiu o Seara do executivo
12:23com a questão do chamado orçamento secreto.
12:26E o judiciário, o ativismo que ele vem tomando aí,
12:29também invadindo a Seara, tanto o legislativo como o executivo.
12:33Então, a gente precisa reorganizar isso aí.
12:35Você acha que essa reorganização passa por um processo de discussão,
12:43de impeachment de ministros do Supremo, por exemplo,
12:46que isso foi uma pauta bolsonarista durante esses anos,
12:51mas ela não avançou num Senado com o Rodrigo Pacheco,
12:54e um Senado com uma minoria, vamos dizer assim, de centro-direita.
13:00Agora que você tem aí mais representantes,
13:05o senhor acha que passa essa discussão?
13:08Ela é válida?
13:09Em que momento?
13:10Como é que o senhor avalia?
13:11Eu acho que é uma discussão que tem que ser colocada.
13:14É uma responsabilidade do Senado isso aí.
13:18Eu acho que o processo de impeachment,
13:21vamos dizer assim, é o recurso mais extremo,
13:26mas a lei tem que valer para todos.
13:28Então, comprovado que há indícios de crime de responsabilidade
13:33por parte de algum magistrado, que se toque o processo.
13:37Mas eu acho que outras medidas são importantes
13:40para dar uma limitada no poder,
13:42que eu acho que está demais no STF.
13:45E o que eu vejo, estou falando particularmente do STF,
13:48eu acho que colocar mandato seria algo interessante.
13:52Agora, tem que ser discutido.
13:53Não adianta eu chegar aqui e dizer,
13:54não, vou botar mandato no ministro.
13:56Não, eu não boto nada.
13:57Vamos ampliar.
13:57Ampliar é o seu conto.
14:00Ampliar, eu fui mal interpretado em uma entrevista aí.
14:03Ah, então aproveita para esclarecer.
14:05Não, ele começou tocando nesse assunto
14:08e eu não disse não para ele.
14:09Eu fui tocar nas pautas que eu acho,
14:11que é a questão de mandato e a questão da decisão monocrática.
14:16Mas eu acho que mandato seria bom.
14:18Agora, qual é o tempo para isso?
14:20Dez anos, quinze anos?
14:21Que se debata.
14:22Mas que se debata.
14:23Todo mundo tem mandato.
14:24O presidente tem mandato, o deputado tem mandato, o governador tem mandato.
14:28Por que que o judiciário não põe?
14:31O camarada pode ficar 30 anos numa função.
14:35É lógico.
14:35Não, e tem uma outra coisa que talvez, não sei se está no teu pipeline aí de discussão
14:42legislativa, mas que eu vejo que o STF precisa ser realmente uma corte estritamente constitucional.
14:50Hoje ela é a quarta instância de criminal.
14:54Mas é o problema da nossa Constituição.
14:56A nossa Constituição, como ela abrange do alfinete ao foguete,
14:59tudo vira matéria constitucional.
15:01Essa é a realidade.
15:02É a forma como foi escolhida lá pelos constituintes.
15:10Então o problema não está nas atribuições da corte, está na Constituição que transforma
15:15tudo.
15:15No momento em que você, aqui no Brasil, se coloca tudo sob o guarda-chuva da Constituição,
15:20foi complicado.
15:21Eu sempre comparo com os Estados Unidos, que tem a mesma Constituição até o outro.
15:25É uma Constituição que tem sete artigos e 27 emendas.
15:2827 emendas.
15:29A gente tem o quê?
15:30111?
15:30É, tem 11 emendas fora o número de artigos a perder de vista.
15:35Então fica complicado.
15:37Claro.
15:37Fica complicado.
15:38Aí a corte fica...
15:40Aí com a questão do nosso processo judicial, que é um processo esse da civil law,
15:46que ele se arrasta e tem N instâncias, diferente do processo de common law.
15:53Então a corte termina sendo assoberbada com essas...
15:58Eu gostei do senhor falar em discussão, em debate, porque o legislativo é para isso.
16:04É, lógico.
16:05Eu sempre chamo o Congresso do Oceano Atlântico.
16:09Ali desagam todos os rios.
16:11Ou se vamos falar de Amazônia, é o rio Amazonas.
16:14Todos os afluentes chegam nele lá.
16:16Ou seja, toda a sociedade está representada dentro do Congresso.
16:19com todas as suas múltiplas facetas.
16:24Homem, mulher, negro, índio, gay, está todo mundo representado lá dentro.
16:27Amém, né?
16:28Que bom.
16:28Então vamos discutir lá dentro.
16:31Aí eu toco no...
16:32Eu gostaria de aproveitar esse gancho para tocar nessa questão, por exemplo,
16:35da criminalização dos institutos de pesquisa.
16:40Eu imagino que o senhor tem as suas críticas, eu tenho as minhas.
16:42Inclusive, talvez ao longo da campanha na imprensa eu tenha sido o único que ficou por um bom tempo batendo nisso.
16:49Eu via a divergência dos institutos de pesquisa, das pesquisas de um e de outro.
16:54Falei assim, alguém está errado.
16:56Não pode estar todo mundo certo.
16:58Alguém está errado aqui.
17:00E aí o resultado da eleição mostrou isso, provou que realmente tem uma divergência que não é explicável assim facilmente.
17:08E aí o Congresso hoje, a partir da Câmara, já iniciou um processo de punição.
17:17Inclusive o Arthur Lira acelerou esse processo, pegou um projeto que já estava lá tramitando para não ter de passar nas comissões temáticas, na CCJ, etc.
17:27E já colocou, aprovou urgência, isso já vai para plenário.
17:30Não era para a gente fazer uma discussão disso antes?
17:35Quer dizer, entender essas metodologias, o que está ultrapassado, entender onde está o erro?
17:40Concordo contigo, Cláudio.
17:41Eu acho que é o seguinte.
17:43Número um, você não precisa criminalizar.
17:46Porque onde estará um crime aí no caso de uma pesquisa?
17:49Se a pesquisa está sendo feita de má fé.
17:50Então, se você comprovar que está sendo feita de má fé para beneficiar A, B ou C, já está um crime colocado aí.
17:57A lei já existe.
17:58Já existe.
17:59Não precisa dizer criminalizar.
18:01Agora, a metodologia desses institutos tem que ser revista.
18:06Porque os erros têm sucedido aí.
18:09Não é de agora.
18:10A eleição de 2020, de 2018 já aconteceu também.
18:13Então, eu sempre coloco da seguinte forma.
18:19Tá bom.
18:19Você faz uma entrevista com 1.500 pessoas e você quer dizer que aquilo é a opinião de 160 milhões de pessoas?
18:27A mostragem, né?
18:28Porque isso é uma extrapolação de tendência.
18:30Então, é um processo estatístico.
18:32Sim.
18:33Aí tem aquele velho ditado, que a estatística é igual ao biquíni.
18:38Mostra tudo, mas esconde o essencial.
18:40Então, eu acho que eles têm que rever.
18:46Eles têm que mostrar onde é que está o erro.
18:48Eu vi aquela senhora lá do Datafolha, logo nos dois dias seguintes, tentando explicar o que era inexplicável.
18:56E me chamou muita atenção que ela falou assim.
18:58Não, não.
18:59A gente faz a pesquisa para ajudar o eleitor a decidir.
19:03Falei, tá errado.
19:05Tá errado.
19:06Tá errado.
19:06Tá errado.
19:07Não tem que ajudar nada.
19:08A pesquisa não é para ajudar ninguém a nada.
19:10Quer dizer, se a diretora do Instituto pensa assim...
19:14Acho que talvez seja mais prático você limitar o período onde essas pesquisas foram feitas
19:19e dizer, olha, nos 15 dias que antecedem a eleição, zero pesquisa.
19:24E o curioso da falta de debate, né?
19:27A Câmara não quer debater.
19:28O TSE não quer que se investigue, suspendeu as investigações, mas também não se coloca,
19:37não pediu informação, não promoveu o debate.
19:41Foi aquela primeira colocação que eu falei aqui para ti, né?
19:44Que se verifique se está havendo uma fé.
19:47Claro.
19:48Porque se é um erro metodológico, ok.
19:50Mas se é um erro orientado para beneficiar fulano ou beltrano, aí se punam.
19:56Claro.
19:57O senhor falou das diretrizes.
20:03O senhor teve essa experiência cuidando do Conselho da Amazônia.
20:09Mas o senhor não falou disso como uma das diretrizes.
20:12O senhor não vai mais tratar disso?
20:14O senhor cansou no Senado?
20:16Não vai mais tratar disso?
20:16Mas a questão ambiental, hoje, quando você fala em desenvolvimento econômico,
20:22a questão ambiental está inserida nisso aí, né?
20:24Ela não foge mais disso aí.
20:27Porque hoje, quando você fala em desenvolvimento sustentável, né?
20:30Para não ferir o meio ambiente, eu já considero isso um pleonasma.
20:34Porque hoje você não pode produzir destruindo.
20:38Claro.
20:39Essa é uma realidade.
20:40Não há mais espaço no século XXI para isso.
20:43Então, a questão da proteção ao meio ambiente, para mim, está inserida em todo e qualquer
20:47projeto de desenvolvimento hoje no mundo.
20:50E aqui no Brasil, o Brasil não pode fugir disso aí.
20:53Entendi.
20:54Uma última coisa, voltando só nas suas prioridades.
20:58Quando o senhor fala de educação, eu vejo muita discussão sobre modelo de ensino,
21:06currículo, eu vejo pouca discussão sobre valorização do profissional, do professor.
21:14Eu digo, porque esse tema me toca, porque meus pais são professores aposentados.
21:18A minha mãe era professora.
21:19Pronto.
21:20Então, assim, e eu estudei em escola pública.
21:24Eu fiz escola técnica federal, excelente.
21:27Eu fiz todo o meu fundamental na escola pública.
21:29E na época, eu já estou com 45, mas na minha época ainda era um ensino.
21:35Inclusive, teve uma vez que teve uma greve, quando eu estava terminando ali, a quarta série.
21:39E aí foi quando eu passei, teve uma greve de três meses, que foi quando eu passei para
21:43a escola particular, porque não podia perder o ano.
21:45E quando eu cheguei na escola que eu fui fazer, eu estava três meses adiantado no ensino.
21:51Então, além de ser um ensino potente, ele realmente estava à frente até do ensino
21:56privado, mas isso se perdeu ao longo das últimas três décadas, pelo menos.
22:04Três, quatro décadas.
22:06Isso se perdeu.
22:07E eu percebo que tem a ver também com a desvalorização do profissional.
22:16Quando você...
22:17E, aliás, quando a gente fala dessa ideologia de esquerda e tal, que acaba sequestrando o
22:23professor porque o professor ganha pouco.
22:26não tem reciclagem, não tem ensino para ele se especializar, está melhorando, etc.
22:33Você senta hoje numa escola de primeira linha aqui de Brasília, privada, e os professores
22:39são atualizados pelo menos uma vez por ano ou duas vezes por ano, eles passam por cursos
22:45internos para se atualizarem, para se desenvolverem.
22:49Isso não existe, imagina.
22:50Isso não existe na escola pública.
22:52Então, assim, me incomoda muito essa falta de valorização do professor que permite
22:55que ele fique abandonado.
22:57E aí ele acaba sendo sequestrado por movimentos políticos, partidos, e isso, sim, acaba impactando.
23:06Quando você fala de...
23:07O ensino não pode ser ideológico.
23:09Poxa, mas você está deixando o professor ser capturado por essa narrativa, por ser manipulado
23:16por partidos políticos, etc.
23:19É, Cláudio, a profissão perdeu o atrativo.
23:22Perdeu.
23:23Perdeu o atrativo.
23:23Não é para a Coreia do Sul, vai para o Japão, o professor é valorizadíssimo.
23:27Eu lembro, eu te digo isso porque a minha mãe, que foi professora, tinha um respeito das
23:32alunas dela, tinha todo um...
23:34Até hoje eu encontro umas senhoras ainda, que foram alunas da minha mãe e que dizem
23:39Ah, eu fui aluno da sua mãe, não sei o quê.
23:42Então, são coisas que...
23:44E hoje você praticamente perguntar aí quem é o teu professor, quem é a tua professora,
23:48perguntar para os meus netos, ele não sabe.
23:50Não sabe.
23:51Nem lembro o nome que é que deu aula no ano passado para ele.
23:54Então, como valorizar?
23:57E aí eu vejo que isso é uma ciranda.
23:58É uma ciranda porque, quando eu falei para ti a questão de geração de emprego e de
24:03renda, o país precisa subir a renda.
24:06Nós estamos encurralados aí, presos na armadilha da renda média e não conseguimos sair para
24:11se tornarmos um país rico.
24:14Porque ao se tornarmos um país rico, sobe a remuneração de todo mundo.
24:19Então, hoje o professor que é de escola pública, ele está limitado pela questão
24:24orçamentária do Estado.
24:25Então, nós precisamos arrecadar mais para ter condições de pagar melhor.
24:30Agora, quando eu falei para ti da escola de tempo integral, dá um salto aí, o professor
24:36pode dobrar o salário dele, porque ele passará a dar aula no turno inteiro.
24:40Então, são medidas que nós temos que trabalhar nos três níveis e ver como a gente pode fazer
24:46isso aí.
24:47Eu tenho certeza que se o professor ganhar igual um profissional, sei lá, que a gente
24:53tem aí valorizado em tantas outras áreas, a área de TI, por exemplo, se o professor
25:00ganha um salário respeitável...
25:01Sim, a carreira passa a ter atrativo.
25:03Passa a ter atrativo.
25:04Você passa, de fato, e o sujeito não vai ligar para...
25:09Hoje, o que eu vejo na carreira, Cláudio?
25:12Lá estão, vamos colocar, os idealistas, esse independente ganha mal, ganha bem, o
25:17cara, ele tem a propensão para ensinar.
25:20E está aquela atitude assim, igual que sobrou.
25:23Sobrou para mim ser professor.
25:24E outra coisa, não é qualquer um que pode ser professor ou professora.
25:29Isso aí é um dom que a pessoa tem.
25:31Eu sempre comparava com...
25:34Eu já fiz várias palestras a respeito disso e eu falava de um professor que nós tivemos
25:39quando eu era cadete na MAM, que era professor de física, que a turma dizia que, na realidade,
25:43ele tinha chegado como instrutor de educação física.
25:46Perdeu a educação e ficou com a física, porque ele era um péssimo professor.
25:52E esse troço te marca, obviamente.
25:56Então, a gente tem que melhorar essa, como tu falaste, a qualificação do docente,
26:00do docente, com cursos de atualização, a melhor forma de abordar e de ensinar,
26:08tudo isso tem que ser colocado.
26:10Muito bem, está bom.
26:12Acha que dá Bolsonaro aí?
26:14Acho, acho que nós vamos ganhar essa eleição.
26:16Você acha?
26:17Acho, vamos vencer essa eleição.
26:18Já começou ontem.
26:20Rodinei 22, olha.
26:25Olha, obrigado pela entrevista.
26:28Esse foi o Hamilton Mourão, nosso atual vice-presidente e futuro senador pelo Rio Grande do Sul.
26:36Vou te fiscalizar, hein?
26:37Tranquilo, Cláudio.
26:38A conversa hoje foi tranquila, mas na próxima já vai ser outra.
26:42Quando você assumir lá...
26:44Eu estou acostumado.
26:44Ah, deixa eu te perguntar, porque eu brinco com isso, mas é uma verdade, né?
26:49As nossas autoridades, de maneira geral, não estão acostumadas a sofrerem o escrutínio público.
26:55O escrutínio tem que ser fundamentado também, não pode ser histeria coletiva, não.
27:00Mas eu esqueci de tocar um assunto que eu acho que é fundamental para essa...
27:04O senhor pretende, o senhor tende, o senhor já tem conversado sobre a possibilidade de presidir o Senado
27:11ou o senhor acha que ainda é cedo?
27:13Eu tenho sempre um ditado no Exército que diz o seguinte, Cláudio, pato novo não dá mergulho fundo.
27:19Então, eu acho que eu vou chegar no Senado, eu tenho que me assenhorar da situação.
27:24Então, num primeiro momento, presidir uma comissão é algo que eu gostaria.
27:28Já é uma...
27:29Já é, aí pronto.
27:30Depois, passado um período, dá para a gente se apresentar.
27:33Perfeito.
27:33Até porque é a minha primeira vez no parlamento.
27:35Claro.
27:36Então, eu não posso chegar lá dizendo, ah, eu quero ser o presidente do Senado.
27:38E daí, não conheço como é que é o trâmite lá dentro.
27:41Legal.
27:41Eu vou comer pela mão dos outros.
27:43Claro.
27:44Já escolheu o gabinete?
27:46Isso é o Pacheco que detribui, né?
27:48Não tem essa história de escolha.
27:49O presidencialismo lá dentro funciona.
27:53É...
27:54Cuidado, porque vão te colocar num gabinete lá no subsolo, né?
27:56É...
27:57Essa disputa de gabinete na hora da transição aí...
28:01Eu sei disso, eu sei disso.
28:02Mas também é aquela história, Cláudio.
28:04O que vier é lucro.
28:06Tá certo.
28:06Não estou...
28:07Não vou ficar me debatendo por causa disso aí.
28:09Tá bom.
28:10Eu sei que...
28:11O trabalho não está dentro do gabinete.
28:12Está no plenário ali, está nas comissões.
28:14O trabalho está no plenário.
28:15Obrigado mais uma vez.
28:16Nada.
28:16Eu que te agradeço.
28:17Até a próxima.
28:18Até a próxima.
28:19Um abraço aí, gente.
28:19Tchau.
28:27Tchau.
28:28Tchau.
28:29Tchau.
28:30Tchau.
28:31Tchau.
28:32Tchau.
28:33Tchau.
28:35Tchau.
28:36Tchau.
28:37Tchau.
28:39Tchau.
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