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  • há 6 meses
O jurista e ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, esteve nesta quinta-feira (11) no Papo Antagonista com Claudio Dantas.
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Transcrição
00:00Eu queria avançar um pouquinho nessa deturpação, queria sua opinião sobre a atuação de um determinado grupo de advogados, que é o Prerrogativas, que parece uma atuação eminentemente política, de cunho eleitoral, com objetivo eleitoral.
00:18A gente percebe esse grupo atuando desde as críticas à Lava Jato, inclusive com alguns dos seus integrantes fazendo acusações, ofensas a integrantes do Ministério Público, da Polícia Federal, do Judiciário.
00:35Isso também estimulou esse clima, parece que ajudou a estimular esse clima de embate das instituições, onde ninguém mais respeita ninguém.
00:46Eu sei que isso é de uma época que o advogado tinha todo um protocolo ao se expressar no juízo, a fazer a sua sustentação oral.
00:56O juiz também tinha todo ali o seu comportamento também discreto, ponderado e tudo.
01:03E hoje parece que virou uma salada.
01:08Qual a sua opinião sobre essa atuação?
01:09A gente teve até um evento no final do ano passado em que alguns dos seus colegas de advocacia, alguns dos advogados criminalistas que integram esse grupo,
01:21fizeram declarações realmente estapafúrdias, dizendo que se houve o crime, que adianta punir.
01:29Enfim, uma confusão só.
01:31Queria sua opinião específica sobre a atuação desse grupo e o impacto que isso tem no próprio exercício da advocacia.
01:37Na verdade, hoje a justiça se faz muito também por via das redes sociais, por via de manifestações.
01:48Eu creio que seria aconselhável que tanto a justiça quanto todos os partícipes da administração da justiça falassem mais nos autos do que pela imprensa.
01:59Ou seja, a imprensa convida, muitas vezes, o advogado a trazer o processo para o Tribunal da Opinião Pública.
02:13E isso é nocivo para a advocacia, é nocivo também para a própria justiça.
02:18E também os juízes têm, e às vezes o ministro do Supremo Tribunal Federal, têm também feito manifestações por via da imprensa
02:27sobre casos que estão sob o seu julgamento.
02:30E isso também é negativo.
02:33Então veja que nós estamos aí num processo de diluição de comportamentos, de ausência de liturgia,
02:41de comedimento que deveria ser observado, para que haja respeito à justiça.
02:50Eu creio que isso pode ser muito prejudicial e nocivo mesmo, para que junto à população haja uma credibilidade no resultado da justiça.
03:01Porque ela passa a ser objeto de debate, passa a ser objeto de paixão política.
03:07Se confunde a análise do caso com a paixão política, a paixão política acaba prevalecendo
03:15e comprometendo o reconhecimento da população acerca da imparcialidade da justiça.
03:23Então, veja, todo esse clima, todo esse caos de cultura nocivo, corroído, que corrói as instituições.
03:33Nós estamos num processo de polarização, num processo em que quem é culpado se jure a inocente,
03:40seja de um lado, seja de outro, numa paixão exacerbada.
03:45Isso é muito negativo e eu creio que não vamos superar tão logo isso.
03:50O processo eleitoral vai só acelerar esse tipo de comportamento.
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