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  • há 6 meses
O pré-candidato do NOVO à Presidência da República, Luiz Felipe D’Ávila, disse nesta sexta-feira (1º) em entrevista ao Papo Antagonista com Claudio Dantas que a fronteira de respeito dos poderes não é mais respeitada – e que, com isso, o Supremo Tribunal Federal (STF) ganha mais poderes do que o esperado em uma democracia saudável.

“O Supremo se tornou o 3º turno das eleições porque a política vem judicializando suas derrotas”, diz D’Ávila. “Parte deste ativismo do supremo é fruto sim da política, que não consegue limitar suas decisões e resoluções ao âmbito do legislativo, e tem essa mania de se judicializar todas as suas derrotas.”

Entre as soluções propostas pelo pré-candidato ao tema, estariam limitar as decisões monocráticas de ministros e o acesso à corte. “Uma mudança importante é certa limitação das ADIn, porque elas foram banalizadas, e é inacreditável o número que nós temos”, ele diz. “E aí evidente que o Supremo se manifesta em assuntos que não devia se manifestar.”

Ele cita como exemplo a discussão sobre a cláusula de barreira – que em sua visão seria de competência exclusiva do legislativo. “O que o Supremo devia ter feito era dizer que este é um assunto para ser tratado unicamente no âmbito do legislativo”, comentou, “mas o Supremo foi, opinou, mexeu e alterou uma regra do Legislativo.”
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Transcrição
00:00Temos uma opção de perguntas aqui sobre judiciário.
00:05A gente tem vivido um debate sobre ativismo do judiciário,
00:08de confusão entre os poderes,
00:11sobre critério de escolha de ministros do Supremo,
00:15inclusive até essa semana o Paulo Martins,
00:18deputado, que é candidato ao Senado lá no Paraná,
00:21apresentou um projeto para tentar modificar,
00:24inclusive estabelecendo idade mínima, ampliando,
00:27subindo a régua da idade mínima para 50 anos,
00:31limitando a um mandato de nove anos do ministro,
00:37restringindo o poder de decisões monocráticas.
00:41Enfim, o Supremo veio para o debate
00:46e talvez agora esteja sentindo a reação
00:50de se miscuir também em outros poderes,
00:54em atribuições e prerrogativas do Legislativo e do Executivo,
00:58que agora também querem ter a oportunidade de arrumar a casa.
01:04Claro, dentro de um debate, cada lado tem o seu interesse.
01:07Eu quero saber a tua opinião.
01:09Como é a avaliação que você faz sobre esse ativismo judicial?
01:12E se você tem alguma proposta para melhorar,
01:19para otimizar a qualidade da nossa Suprema Corte,
01:22tanto da composição dela como da sua atividade tão importante
01:28que é guardar o estrito cumprimento da Constituição.
01:34É verdade, Cláudio.
01:35Aliás, neste Brasil polarizado,
01:38o que acontece é que a fronteira de respeito dos poderes
01:41não é mais respeitada.
01:44Então, um poder avança na competência do outro.
01:47E, na verdade, o Supremo se tornou o terceiro turno das eleições
01:51porque a política vem judicializando as suas derrotas.
01:57Você perde uma matéria, perde no voto no Congresso,
02:00vai ao Supremo, recorre como uma medida inconstitucional.
02:03Então, parte deste ativismo do Supremo
02:09é fruto, sim, da política,
02:11que não consegue limitar as suas decisões,
02:14as suas resoluções ao âmbito do Legislativo
02:17e tem esta monia de judicializar todas as derrotas.
02:22Então, eu acho que talvez uma mudança importante
02:24é, sim, certa limitação das adins.
02:28Porque essas ações diretas de inconstitucionalidade
02:31foram banalizadas.
02:34É inacreditável o número que nós temos.
02:37E aí, evidentemente, o Supremo se manifesta em assuntos
02:40que não deveriam se manifestar.
02:42Eu vou dar aqui um exemplo.
02:44A questão da cláusula de barreira.
02:45Esse é um assunto estritamente do Legislativo.
02:48O Supremo não tinha que se manifestar nisso.
02:50Aliás, o que o Supremo deveria ter feito é falado
02:52que este é um assunto para ser tratado
02:54unicamente no âmbito do Legislativo.
02:56E eu não vou opinar sobre isso.
02:58Não, mas o Supremo foi, opinou, mexeu na regra,
03:01alterou uma regra do Legislativo.
03:03É um total absurdo essas coisas.
03:05Então, nós precisamos, primeiro, pacificar o país,
03:08restabelecer esse respeito dos limites constitucionais.
03:12Então, essa é a primeira coisa.
03:14Segunda coisa, é preciso, sim, fazer algumas reformas.
03:17Por exemplo, eu sou a favor de acabar com as decisões monocráticas.
03:20Isso é um absurdo.
03:21O Supremo Tribunal Federal é um colegiado
03:24que, como você bem disse, é guardião da Constituição.
03:27Ele tem que falar nos atos.
03:29Não é falar em entrevista,
03:31não é decisão monocrática,
03:33não é nada disso.
03:33Então, isso está errado.
03:34Isso não é o papel do Supremo.
03:36O papel do Supremo é se manifestar como um colegiado.
03:40Certo?
03:41Não há dúvida que uma decisão monocrática,
03:44como a que o Fachin tomou de soltar o Lula,
03:46é uma aberração.
03:47É um desrespeito ao poder judiciário, inclusive.
03:51Porque, afinal de contas,
03:53Lula foi condenado em primeira instância,
03:55foi condenado em segunda instância
03:56por um colegiado de juízes.
03:59Então, ao fazer isso,
04:00é uma desmoralização do processo.
04:03E isso enfraquece o Estado de Direito.
04:05Isso cria a insegurança jurídica no Brasil.
04:08E criar insegurança jurídica no Brasil
04:10é uma das coisas que mais compromete
04:12a retomada do investimento privado.
04:15Como é que você faz agora em campo
04:17a linha amarela lá no Rio de Janeiro?
04:19Tem um contrato de 20 anos.
04:21Como é que você agora...
04:22O Ratinho Júnior derrubou todos os pedágios lá,
04:25abriu o pedágio.
04:26Como é que faz isso?
04:27Não é assim que se faz.
04:29Então, esta insegurança jurídica
04:32aumentou demais com, como eu digo,
04:35com essa politização do Supremo.
04:38Não pode.
04:39Isso tem que acontecer.
04:40Então, nós temos que fazer mudanças importantes.
04:42Agora, precisa tomar cuidado
04:44com esses casuísmos.
04:45Porque, assim, mudar a idade
04:46vai melhorar o Supremo?
04:48Não tem nenhuma correlação
04:50entre uma coisa e outra.
04:51Nenhum país do mundo tem uma correlação.
04:53Tem estudo mostrando
04:54que pessoas que têm mais de 60 anos
04:56são mais sábias do que têm 40, 50.
04:58Não tem.
04:59Então, assim, a gente tem que tomar cuidado
05:01para não começar a criar outras deformidades.
05:04Vamos olhar para as outras Suprema Cortes,
05:05na Alemanha, nos Estados Unidos,
05:07em outros países, na França.
05:08Não tem nada disso.
05:09Então, assim, a gente precisa ter calma.
05:12Não é no afobamento, no assodamento da crise
05:15que você começa a propor um monte de mudança.
05:17Agora, se nós cumprirmos o que está na Constituição,
05:20o Senado aprovar com rigor
05:22as pessoas que vão para o Supremo,
05:24entender a sua história,
05:25fazer uma sabatina de verdade.
05:27Aliás, o Senado deveria pegar um pouco
05:29como é que é sabatina nos Estados Unidos,
05:31os juros da Suprema Corte,
05:32o calor que os senadores dão
05:34em todo mundo que é sabatinado.
05:36Não tem moleza, não.
05:37Então, assim, precisa cada um cumprir o seu papel.
05:41A hora que o Senado tem que ser duro, rigoroso,
05:44é justamente na sabatina,
05:46é na avaliação,
05:48é colocar esses futuros candidatos ao Supremo
05:51na parede e questionar,
05:53pressionar para ver como ele reage
05:55a temas importantes.
05:57Isso não é feito.
05:59Então, assim, nós temos de usar
06:00os mecanismos existentes.
06:02Agora, é fundamental também,
06:04por exemplo, eu sou a favor,
06:06como várias pessoas que nós conhecemos
06:09também são a favor,
06:11de termos...
06:13Eu defendo a segunda instância.
06:15A segunda instância começa a cumprir pena.
06:17Ah, mas no Brasil não pode aprovar
06:19a segunda instância,
06:20porque se você cai na vara errada,
06:21ou você vai ser solto,
06:22ou você vai ser condenado.
06:23Bom, então vamos resolver o problema da justiça.
06:25Mas não dizer que não vai aprovar
06:27a segunda instância,
06:28porque a justiça não funciona.
06:30Tem que melhorar a justiça.
06:31Então, vamos fazer com que a segunda instância
06:33tenha critérios para que o seu destino
06:36não seja decidido você cair na vara errada,
06:39ou na turma errada.
06:40Isso não existe.
06:42Está certo?
06:42Então, a gente não pode trair
06:44princípios importantes.
06:47Fim de fórum privilegiado,
06:49outra mudança que a gente tem que fazer.
06:51Isso é um absurdo total.
06:52Como é que tem uma cor...
06:55Isso aqui parece a monarquia francesa
06:58antes da Revolução.
06:59Não, a gente julga os nobres
07:01diferentes dos comuns.
07:02O que é isso?
07:03Não existe.
07:03Tchau.
07:04Tchau.
07:17Tchau.
07:18Tchau.
07:24Tchau.
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